Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 25 - Isso é um adeus? (Parte 1)


"É como se matar e renascer. Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas."

- Charles Bukowski

***

Meu corpo está frio, sinto o suor descendo vagarosamente pela minha lombar e a mão de Lucien ainda está posta sobre meu ombro. Seu toque é a única coisa que me impede de surtar de uma vez.

— Greg — disse Linda com um sorriso debochado nos lábios — Há quanto tempo.

De imediato não soube com qual dos dois caras ela está se referindo, até que o senhor de cabelos grisalhos se vira na direção dela e eu deduzo que ele era o Greg.

— Até você faz parte dessa liga rebelde? Por que não estou surpreso?

"Liga rebelde?" Penso nessas palavras sem entender absolutamente nada.

O segundo cara - mais jovem - continuou parado com a arma apontada para Lucien ameaçando atirar com qualquer sinal de movimento suspeito e, para piorar, meus braços, a cada minuto que passa, doía mais. Eu só quero sair dali junto com Sam e nunca mais olhar para essas pessoas.

— Eu sempre te disse para não mexer com meus amigos. — responde Linda.

— Sam é uma traidora, juntamente com você, pelo que percebo. E agora ambas tem que pagar.

Linda não respondeu. Noto que ela tenta parecer tranquila com as palavras de Greg, mas seu queixo treme levemente revelando o medo. Ela trava o maxilar e continua encarando o senhor com mais ódio.

— Larga a arma rapaz. — ouço a voz suave da namorada de Linda. — Põe no chão devagar e se afasta do Charlie.

O cara ameaçador, parado à minha frente, ignora a ordem e não mexe um músculo sequer. Observo, pelo canto do Olho, que Sam começa a se remexer ao poucos, mas ainda sem abrir os olhos completamente.

— Você não me ouviu? — continuou ela

Todos ficam em silêncio. O homem mais novo parecia que ia atirar, seu olhar é firme e mortal.

Não escuto as respirações das pessoas que estão aqui, pois estou concentrado demais nos olhos escuros do moço a minha frente, com medo. A tensão dentro de mim aumenta e meu coração parece cavalgar contra minha caixa torácica, me deixando desnorteado.

— Você não quer fazer isso Linda. Eu cubro qualquer oferta que Lucien tenha feito e ainda ti perdoo por esse showzinho aqui. Tudo bem? — oferta Greg

— Sério? Eu estou há anos trabalhando nesse grupo e você ainda acha que eu não sei como essas coisas funcionam? — responde Linda severamente. — Manda seu capataz largar a arma, agora!

Greg não responde.

— Manda ele soltar! — grita Linda enquanto dá alguns passos na direção de Greg, ficando apenas alguns metros. — Você sabe que não estou para brincadeira.

O celeiro fica alguns segundos em silêncio até que Greg ordena que o moço jovem largue a arma e, assim, ele faz. No exato instante que a arma toca o chão, ouço as armas de Linda e sua namorada sendo acionadas e estremeço com o estalar de cada bala saindo do cano. Vejo o sangue deles espirrar no chão sobre o amontoado de feno e algumas gotas até acertam meu rosto. A sensação de horror do dia que a minha mãe morreu volta com tudo e sinto meu estômago embrulhando.

Antes que pudesse ter um colapso nervoso, Lucien corta a corda dos meus pulsos e passa suas mãos ao redor do meu corpo - evitando minha queda certeira - me rodopiando e encaixando meu rosto em seu pescoço. Seus braços firmes me embalam em um abraço apertado no qual eu não podia e não queria fugir.

— Vai ficar tudo bem agora. — ele sussurra em meu ouvido direito diminuindo o barulho das balas enquanto suas mãos acariciam minhas costas.

E, por mais que eu não quisesse, por mais que eu lutasse contra, as suas palavras, o seu toque e o seu cheiro único, fizeram eu me acalmar e ignorar o barulho alto ecoando pelo celeiro. Passamos alguns segundos assim até que os tiros param de vez e tenho a certeza que ambos os caras estão mortos.

Quando as mãos de Lucien finamente desgrudam de mim, viro-me na direção de Linda e vejo o corpo de Greg caído a sua frente parecendo um queijo suíço com uma poça enorme de sangue ao redor. O rapaz jovem não tá tão diferente.

— Charlie? Linda? — ouço a voz de Sam vindo da minha direita e meu coração pula de felicidade em vê-la bem. — O que tá acontecendo?

— Oi amiga. — Linda responde levemente emocionada enquanto larga a arma no chão sobre o sangue. — É uma longa história.

Sem perder tempo, pego o canivete da mão esquerda de Lucien e corro em direção a Sam. Corto a corda com a mão direita e com a esquerda seguro seu corpo para não deixá-la cair de cara no chão.

— Charlie! — ela grita quando está finalmente livre e me abraça apertado de forma angustiada, o que faz eu ficar sem respirar por alguns segundos.

Não consigo conter o sorriso e retribuo seu abraço com força. Sinto lágrimas se formando ao redor dos meus olhos por finalmente tê-la em meus braços.

— Eu estava com tanto medo de você está morta, Sam. — as palavras saem embargadas da minha boca e a aperto mais intensamente, com receio de solta-la e a mesma sumir de novo.

— Charlie... — ela sussurra contra meu pescoço. — Eu tinha certeza que você ia me achar. Nunca duvidei.

Ela se afasta ainda com o sorriso nos lábios e encara meus olhos com certa ternura e alívio. Suas mãos permanecem segurando as minhas. Olho rapidamente por cima do seu ombro e vejo Linda e sua namorada tentando tirar um pouco de sangue dos rostos e braços.

— Você achou meu diário, certo? — ela pergunta.

— Sim. A propósito, temos muita coisa para conversar sobre aquilo lá.

— Realmente temos. — ela não consegue conter o sorriso e nem eu. — Estou tão feliz em ti ver.

— Eu também estou.

E ficamos assim, sorrindo um para o outro e ignorando a presença dos outros ao nosso redor. Só Sam importava naquele momento. Não estava nem mesmo dando relevância para meu braço sangrando devido aos cortes que Lucien fizera.

— Desculpa atrapalhar o momento de vocês, mas preciso fazer o curativo nele. — ouço a voz rouca de Lucien e automaticamente viro-me na sua direção.

Percebo que Sam se enrijece ao encara-lo e seu corpo se volta a minha frente como se tentasse me proteger de Lucien.

— Ele é perigoso Charlie. Fique longe dele. — fala Sam quase gritando.

— Fica tranquila amiga. — diz Linda se aproximando de Lucien - depois de ter tentando tirar o máximo de sangue do seu rosto - e dá leves tapinhas no ombro direito dele. — Graças a ele conseguimos salvar vocês.

— A propósito, não há de quer. — Lucien diz encarando Sam e a mim, parecendo levemente irritado.

Sam parece incrédula com as palavras de Linda e percebo que em nenhum momento ela deixa de ficar tensa.

— Obrigado. — responde ela. — Mas não confio em você.

— Tranquilo. Fiz isso aqui pelo Charlie mesmo. — Lucien fala e, no mesmo instante, seus olhos vão de encontro aos meus.

Retribuo seu olhar e sinto as palavras evaporarem em meu peito. O clima fica tenso,  com as palavras dele ainda ecoando pelo celeiro, até que Linda resolver quebrá-lo.

— Sam, sua vadia. — sorri — Eu tava com tanta saudades. — ela caminha até Sam e a abraça, tirando seu corpo do chão e a rodopiando.

— Tanto tempo que não te vejo. Nem acredito que você veio me ajudar. — ouço Sam sorrir enquanto fala.

Aproveito esse momento delas e me afasto, indo até Lucien que está ao lado da namorada de Linda.

— Acho que não fomos apresentados, eu sou Grace. — ela sorri abertamente para mim quando estou próximo e estende sua mão.

— Sou Charlie. E é um enorme prazer finalmente falar com você. — retribuo seu sorriso gentil e aperto sua mão. — Muito obrigado por ter se arriscado. Eu estaria morto sem a ajuda de vocês.

— Eu faço tudo que a Linda pede. — ela brinca. — Se você e Sam são amigas da minha namorada, com certeza são meus amigos também.

Fico tão contente em ouvir aquela palavra "amigos" que sem nem pensar eu a abraço calorosamente. Noto que ela se assusta de primeira com minha atitude, mas depois retribui, passando os braços ao redor da minha cintura. Nos afastamos e ela se direciona até Sam e Linda, que pareciam ter assuntos ilimitados, deixando eu e Lucien sozinhos.

De imediato, o clima fica completamente estranho, quase sufocante por ter Sam e Lucien no mesmo ambiente. Sinto como se meu dois mundos tivessem colidindo aqui e agora. Fico observado Lucien pegar algo no bolso do seu sobretudo e descubro que é uma faixa de gaze. Os dedos quentes dele seguram o pulso do meu braço cortado e ele, com o maior cuidado do mundo, começa a fazer o curativo.

Permaneço em silêncio analisando as belas feições de Lucien, até que ele, sem tira os olhos dos meus cortes, diz:

— Não vai me agradecer também?

— Agradecer por me machucar? - retruco.

— Agradecer por bolar esse plano em minutos. — ele volta seu olhar frio para mim.

— Muito obrigado Lucien. — digo com sinceridade, mas ele ainda parece chateado comigo quando desvia os olhos dos meus e retorna a encarar o curativo. — De verdade mesmo.

— Não há de quer. — ele diz, sem sorrir.

— Ainda precisamos falar do meu pai. E dessa liga rebelde. Fiquei sem entender nada quando Greg falou dessas coisas.

— Acho que te devo isso. Você merece saber de muita coisa, mas só te peço uma coisa. — sinto certa aflição nas últimas palavras de Lucien.

— O que?

— Quando eu te contar tudo... — Lucien engole em seco e encara cada um dos meus olhos procurando apoio — Não me odeie.

Prendo a respiração e, consequentemente, sinto calafrios em meu corpo quando ouço as palavras que ele disse. Antes que eu pudesse responder, Linda fala:

— O papo está ótimo, mas a gente tem que ir.

Lucien termina o curativo e eu permaneço atônito sem saber o que pensar e com medo sobre o que ele irá me falar.

— Linda e Grace, levem a Sam para aquele lugar seguro que eu disse a vocês e depois pegue a mãe dela e sua irmã. Eu e Charlie precisamos conversar e depois alcançamos vocês.

— Charlie não vai ficar sozinho com você. — ouço Sam dizer ao meu lado enfurecida.

— Fica calma. Lucien não vai me machucar. — respondo, mas sem parar de martelar em minha mente a ideia de que ele já me machucou uma vez. — Será rápido, eu prometo.

Sam olha para mim com certa preocupação e depois encara Lucien com raiva.

— Tudo bem. - diz ela dando o braço a torcer.

Antes que pudesse me mexer e ir até Lucien, Sam passa os braços ao redor do meu pescoço e me abraça mais uma vez. Sinto sua leveza sendo passada para mim e fico bem com isso. É sempre bom ser tocado por ela, sentir seus braços finos ao redor do meu pescoço e poder cheirar seus cabelos curtos. Sam se afasta alguns centímetros e encara meus olhos. No fim, deposita um beijo suave em meus lábios, pegando-me de surpresa.

— Não demora muito, por favor. — pede ela.

— Não vai.

— Tudo bem.

Sam caminha até Linda e Grace e as três se despendem enquanto caminham até a saída.
Viro-me para Lucien e percebo que ele está com a cara emburrada.

— Vamos até meu carro, tenho medo deles mandarem alguém para checar se tudo ocorreu bem aqui e flagrarem nós dois. — diz Lucien preocupado olhando para os lados. — Onde você deixou a caminhonete?

— Deixei numa estradinha que divide a BR. Não é longe.

— Okay, você me guia. — Lucien retira um celular do bolso e ligar a lanterna.

Ele segura minha mão e saímos do celeiro. Para minha surpresa, o céu já está escuro e cheio de estrelas, o clima está frio e levemente macabro. Aperto sua mão com mais força para não ter um ataque de pânico e passamos novamente pelo trigo até acharmos o veículo. Durante toda essa caminhada eu só conseguia pensar em uma coisa:

"Finalmente vou saber de tudo"

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro