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Capítulo 18 - Devia ter sido eu. (Parte 3)

"E quanto mais dor recebo
Mais percebo que eu sou
Indestrutível."

- Pabllo Vittar

***

Lucien suspira intensamente, encara o teto e fala finalmente.

— Bom... Eu fui jogado no orfanato quando era apenas um moleque. Sofri bastante, muitas dessas marcas eu consegui lá. Até que nos meus 15 anos eu fugi daquele lugar. Comecei a trabalhar em uma lanchonete enquanto fazia faculdade pública um curso técnico de informática. Depois de um tempo, entrei pros Unknow e fim de história.

Fico meio triste com sua resposta. É como se na minha mente eu pudesse ver Lucien criança, com seus olhos sempre intensos, chorando em algum canto do orfanato. Fugindo. Sempre sozinho.

— Isso foi o suficiente? — continua ele.

— Como você conheceu meu pai? — pergunto de uma vez. — Você... Realmente conheceu ele?

Lucien fica em silêncio de repente. Se ajeita um pouco sobre a beirada da banheira e fica pensativo. Depois de alguns segundos ele puxa o ar e depois ergue a cabeça, olhando para cima. Lucien fica nesses movimentos por um tempo, o que aumenta minha aflição.

— É verdade. Eu conheci ele. Mas tem haver com os Unknow e meu passado. Nada com tráfico ou qualquer outra coisa banal. Eu sei que você quer toda a verdade, mas às vezes é melhor não saber tudo.

Engulo em seco com sua resposta, mas me sinto traído mesmo assim. Lucien tinha que ter me contado sobre isso.

— Lucien... mas como?

— Ei. É minha vez de fazer a pergunta. — ele sorri, me deixando frustrado — Lembre-se do acordo.

Com muita força de vontade aceito sua resposta, pois sei que é o máximo que eu conseguirei obter dele. Tenho certeza. Solto o ar que havia prendido e apoio minha cabeça nas mãos.

— Agora é sua vez Charlie. O que você tá sentindo?

Passeio minhas mãos pelos meus cabelos úmidos e aperto as pontas com força tentando tirar essa sensação desconfortável que surge toda vez que alguém me faz uma pergunta muito íntima. Odeio falar sobre mim, mas faço um esforço, agora eu devo isso a ele e não há nada pior que dever um favor a alguém.

— Eu... sinto que estou... me partindo. Tento ser forte o tempo todo e isso... é... frustrante.

— Ei — ele olha bem fundo nos meus olhos com o ar sério. — Ninguém é indestrutível. Você não é uma exceção. Tem que desabafar de vez em quando.

— Mas eu tenho que ser Lucien. Eu tenho. Se não... todos vão pisar em mim. Não posso ser fraco. Não na minha vida.

Lucien fica em silêncio. O que é péssimo. Queria que ele fizesse alguma coisa. Qualquer coisa. Não aguento tanto silêncio. Quero que ele me force a falar tudo sobre mim, pois sinto que estou me afogando.

Mas ele não faz nada disso. Lucien é educado demais, formal demais e a nossa conversa encerra por aí mesmo. Me levanto e saio daquele banheiro com minhas costas suando, pernas tremendo e coração pulsando rápido. Ouço Lucien e sei que ele está vindo atras de mim.

Sento-me na cama e observo Lucien ir até o frigobar. Em suas mãos vejo uma garrafa com um líquido marrom dentro, sem nenhuma embalagem. Quando ele abre a garrafa o cheiro de álcool impregna todo ar. 

— Acho que a gente precisa de um pouquinho disso.

Ele pega uns copos que estão em cima da mesa de madeira perto da janela. Percebo que ele enche dois.

— Quer? — ele oferece.

Eu nunca havia bebido, pelos simples fato de odiar o sabor amargo descendo pela minha garganta e a fama que essas bebidas tem. Todos sabem que quem fica bêbado tem uma tendência a revelar segredos. E é algo que eu não quero. Porém, posso usar isso ao meu favor.

— Quero.

Me levanto e pego o copo das mãos dele e bebo todo o líquido de uma só fez. Tudo queima dentro de mim, mas não faço careta. Tento passar o máximo de confiança.
Noto que ele está me olhando de um jeito estranho e diferente, talvez com um pouquinho de surpresa. Acho que ele não esperava que eu soubesse beber.

— Sua vez. — digo

Ele vira o copo e bebe o líquido devagar, degustando cada gole. Reparo que seus olhos me encaram com intensidade, como se estivesse olhando tudo que há por debaixo das minhas camadas de roupa e descobrindo todos os meus segredos. Fico um pouco incomodado com isso e, consequentemente, desvio o olhar para a janela encarando sua paisagem sem graça. Ele repara no meu movimento e termina de beber de uma vez, pondo o copo em cima da mesa quando não há mais nada nele.

Decido puxar a cadeira de madeira que está na minha frente e sento. Observo Lucien dá a volta por mim carregando a garrafa na mão e se sentando do outro lado, ambos ficamos encarando a janela em silêncio. Ele enche nosso copos novamente e tenho os vislumbres dos tons violetas do céu surgirem, dando todo um aspecto único as nuvens. O dia está nascendo e eu ainda não dormir e por incrível que pareça Lucien e eu começamos a conversar.

Entre nós dois a conversa começa a fluir de forma espontânea. Ele falava um pouco, eu prestava atenção, e depois chegava a minha vez. Nosso diálogo era sempre assim, simples, sem esforço nenhum. Parecia que tínhamos segredos em comum e, na verdade, meio que tínhamos. Quando se descobria um que valesse a pena, Lucien dava aquela risada — da maneira que só ele sabia dar. Era como a alegria provocada por fogos de artifício.

Pela primeira vez tive uma conversa com alguém que não fosse Sam, e eu desabafei com ele, falei sobre coisas da minha família que só ela sabia e ele me revelou algumas coisas também. Nada tão importante, eram apenas segredos bobos que se tornaram interessante somente pelo fato de Lucien está me contando. Acabo percebendo que finalmente estou conhecendo um lado dele que antes era inabitável. Vejo um Lucien frágil, misterioso e gentil.

Depois de mais algumas conversas sinto uma sensação de sono pesada e acabo me fechando novamente, mas pelo menos nenhuma lembrança dolorosa voltou a me assombrar. Acabo me questionando se isso é algum efeito da bebida. Tento encara-lo pelo canto do olho, mas percebo que ele já me encarava. Vejo seu sorriso de canto, meio debochado, surgir.

— Sabe um fato interessante sobre olhos? — sua voz sai meio arrastada.

Viro minha cabeça totalmente na sua direção e me arrependo de imediato por isso. Meu cérebro pareceu chacoalhar, aperto os olhos até a tontura passar, depois o encaro.

— Não. — digo firme.

— Bem, os olhos tem o incrível dom de transparecem a alma, sabia?

Sim, eu sabia disso. Desde quando era mas novo sou fascinado por olhos e os de Lucien me intrigam. Olho cada uma de suas pupilas e a luz violeta do sol lhe dá um ar angelical, o que me fez engolir em seco e apertar o braço da cadeira com extrema força.

— Então porque os seus são tristes? — minha fala sai rápido e nem eu acredito que disse algo assim. Foi tão direto e inoportuno. Acho que a bebida ligou meu interruptor de "foda-se"

De imediato os olhos de Lucien fitam os meus por inteiro e devastam todo meu corpo. A pouca luz do quarto deixava metade do seu rosto totalmente escuro, enquanto sua outra face era banhada pela luz do sol que surgia aos poucos dando-lhe o ar perigosamente sexy. Mesmo com baixa luminosidade seus olhos tinham certo brilho, que se destacavam e me fazia prender a respiração.

Rapidamente ele voltou a encarar a janela e deu um enorme gole na bebida que ainda havia em seu copo. Ao terminar de beber todo o líquido, pôs o copo sobre a mesa e puxa todo o ar que seus pulmões permitiam.

— Talvez minha alma seja triste. — ele deixa sua resposta permanecer no ar alguns segundos, mas logo em seguida me encara — E o seu?

— Como assim o meu?

Ele tenta olhar bem fundo dos meus olhos. Como se investigasse dentro de mim.

— Porque seus olhos são vazios?

Sua pergunta me pega de surpresa, mas não só isso, ele havia chegado a uma conclusão exata. Ele também é um ótimo leitor de olhos. Encaro sua irís e deixo a boca totalmente fechada, e depois sorrio amargamente.

— Talvez eu seja vazio. — revelo por fim, sem sorrisos e sem brincadeiras.

No silêncio dessa madrugada o barulho é interno, me sinto consumido pelo seu olhar triste e belo. Eu precisava sair daqui ou simplesmente dormir, apenas tinha que quebrar essa ligação de olhares que me deixa perturbado. 

— Acho que vou dormir — digo já me levantando — Com certeza essa bebida não me fez bem.

Ele apenas assenti e continua a beber. Vou cambaleando até a cama, minha sorte é que ela não estava muito longe de mim. Me jogo em cima daquela maciez e deixo minha mente vagar pelo meu íntimo. Essa noite os lençóis não tinham o cheiro agradável de Lucien. Essa noite eu estava complemente sozinho. Eu sabia que essa noite, seria uma das piores da minha vida.

Uou, esse capítulo
com certeza foi grande kkkk
Mas eu amei escrever ele, adorei que vocês finalmente pudessem conhecer um pouco sobre o passado do Lucien e afirmo a vocês que no próximo terá mais revelações, não só dele mas de todo o grupo. Fiquem ligados. Amo vocês demais ❤❤

:fixvibe

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