Capítulo 17 - Perdão é eterno.
O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.
-Martin Luther King
A sala de estar de Lucien está completamente destruída, o sofá se encontra rasgado com grandes furos verticalmente e o estofado amarelo está por todo o chão. Na cozinha alguns pratos estão quebrados e um grande rastro de tinta azul risca toda a parede que acompanha a escada. Uma energia horrível pairava no ar. Está tudo uma completa bagunça.
— E você disse que eles me deixariam em paz. — disse com meu tom sarcástico cruzando meus braços rente ao corpo.
Lucien nem me responde. Ele corre em direção ao seu quarto e eu o segui, ficando alguns degraus atras. O rastro azul parava na porta de seu quarto e um "X" riscava a madeira ainda polida. Ele a abriu e demos de cara com uma cama revirada, lençóis manchados de azul jogados por cima do guarda roupa e a janela está com os vidros quebrados e algo lá dentro fedia.
— Por que eles vieram aqui? — questiono angustiado apertando as mãos uma na outra. — Mais alguma coisa que a gente fez, sei lá?
Novamente Lucien não me respondeu. "Com certeza ele está mais preocupado que eu" seus olhos esbugalhados me afirmam isso. Vejo-o correr em direção ao guarda roupa e tenta empurra-lo para longe da parede. Não entendo que tá acontecendo.
— Me ajuda. — diz grunhindo enquanto faz força.
Corro até ele sem pensar e o ajudo a empurrar lateralmente até encostar na parede. Agora consigo ver o que Lucien procura, é uma espécie de cofre secreto, cinza e metálico, do tipo que vemos em filme. Ele digita alguns números de maneira rápida que nem consigo acompanhar.
— O que tem aí?
— Um pen-drive! — Lucien responde ao mesmo tempo que um som agudo indica que o cofre acabara de ser aberto.
Ele retira um pen-drive preto dali de dentro e alguns dólares. Percebi que Lucien suspira aliviado.
— Por que os Unknow iam vim atras disso? O que tem aí?
— Informações importante sobre eles. — Lucien fecha a porta do cofre e põe o pequeno aparelho preto no bolso da calça — Eu os venho investigando a anos, tentando achá-los. Toda informação que retenho está aqui, algumas pessoas coisas que você nem iria acreditar — ele bate no bolso. — Se eles fizeram isso quer dizer que estou perto de achá-los.
— E como você não me avisa um negócio desse. Como espera que eu confie em você?
— Não confie! — ele fala com sua voz seria, não parece nada com o Lucien do parque.
Ele abre o guarda-roupa e retira uma mala azul escuro dali de dentro, vejo-o pegar algumas roupas e jogar dentro dela sem ao menos dobra-la. Fico em choque, encarando-o sem falar nada, assimilando tudo isso.
Pairando meus olhos sobre o quarto todo revirado, e tentando entender o que ele acabou de me dizer, concluo que estou metido em uma grande merda e nem sabia o tamanho das minhas consequências em relação a isso tudo. Quando ele termina de fechar a mala, vem na minha direção.
— Lucien, espera. — paro na frente na porta e ponho a mão sobre seu peito — O que está acontecendo? Vamos conversar, me explica sem esconder nada dessa vez. E pensaremos num plano.
— É complicado. — ele diz soltando o ar levemente quando termina
Sorrio de canto e ele me olha estranho, sem saber o que vou dizer. Adoro essa sensação.
— Ótimo, adoro coisas complicadas.
Seus olhos azulados são intensos, ele bufa com raiva e respira fundo, vejo suas narinas se dilatando compassivamente. Lucien não fala nada. Passa por mim, empurrando-me de forma brusca e desce as escadas depressa. Escuto o barulho alto e distorcido da escada e saio do meu transe sinistro. Corro até ele e paro na beirada a ponto de vê-lo perto da porta da frente.
— Aonde você vai? — pergunto preocupado começando a descer as escadas.
— Tenho que sair daqui. — ele para na porta e se vira para mim, seu olhar era cauteloso e preocupado.
Fico sem me mexer no meio da escada, com a sensação de que meu coração está em minhas mãos enquanto observo-o sua mão apertar a maçaneta. Ele pensa muito antes de falar, deixando o silêncio preencher o cômodo. Depois de um suspiro longo ele diz.
— Você vem comigo?
Eu queria muito dizer "não", realmente queria, mas as minhas opções eram nulas. Não poderia ir pra casa da Sam, já que a mesma foi sequestrada e com certeza minha mãe não deixaria eu ficar em casa, ela ainda deve me odiar. E depois do que ele fizeram aqui, tenho medo deles tentarem alguma coisa comigo e eu acabar morto ou também sequestrado. Então só me sobrava Lucien. E ele será minha chave para salvar Sam.
— Pra aonde mais eu iria. — desço as escadas meio relutante e paro detrás dele — Não tenho lugar nenhum para ir.
— Ótimo!
Ele abre a porta e sinto o frio da noite atingir meu rosto. Olho para meus pés e vejo que ainda estou com a roupa toda ensanguentada.
— Droga!
— O que foi? — perguntou Lucien com seu tom normal.
— Temos que ir na minha casa. — digo ao entrarmos no carro.
— Pra que?
— Pegar mais roupas. — pego a bolsa que está no banco detrás — Essas coisas duraram alguns dias apenas.
Ele bufa frustrado e liga o carro.
— Tudo bem, mas seja rápido.
— Não se preocupe. Eu também não quero ver minha mãe.
Aos poucos um silêncio se instala no carro e dobramos o beco, era um tipo de atalho para minha casa que nem eu sabia, pois quase de imediato a visto ela a distância. Vejo as expressões de Lucien se tornarem suaves assim que alguns minutos se passam. Acho que finalmente se acalmou depois desse canaviais de emoções que esse dia se tornou.
Encaro as casas por detrás do vidro do carro e encosto a cabeça na janela, gradativamente começo a ficar nervoso por causa de saber que minha casa se aproxima, ou minha antiga casa, já que fui expulso de lá. Ver minha mãe vai doer, mesmo que eu não queira admitir para Lucien.
— Você sabe aonde vamos ficar? — pergunto. Não gosto de silêncio, muito menos desses meus pensamentos.
— Em um motel talvez.
— E você tem condições de pagar? — minha voz soa surpresa demais. — Você não trabalha, eu acho. Nunca te vi trabalhando.
— Não se preocupe Charlie, Dinheiro não é problema. Confie em mim.
— Você é muito estranho Lucien!
— Como assim? — pergunta ele sem tirar os olhos dos carros a nossa frente. Paramos em um sinal vermelho.
— Você disse agora a pouco que não era pra confiar em você, e agora pede novamente para eu confiar. É completamente confuso. — reviro os olhos — Depois você diz que eu que sou estranho.
— E você não deixa de ser — responde com um tom neutro — Eu falo algumas coisas no calor do momento, muitas vezes não são as coisas que eu realmente queria dizer. Me desculpa por isso. Com certeza eu sou um problema.
"E dos grandes." Concluo em pensamento enquanto o encaro meio sem entendê-lo, mas ele não me encara de volta.
— BI-PO-LAR — digo debochando e encosto minha cabeça na janela.
Ele sorri e isso é um bom sinal. Eu gosto.
—É quase isso.
Sorrio em silêncio de sua resposta e meu coração se aquece aos poucos, acabo deixando meu nervosismo de lado e me sinto mais confiante pra entrar lá. Vejo o carro diminuir a velocidade e a casa cinza com o jardim mal cuidado se aproxima.
Paramos em frente a ela e sinto meu estômago embrulhado. "Bem vindo ao lar" digo a mim mesmo.
— Eu espero aqui, ou você quer que eu vá com você?
Nem preciso pensar.
— É melhor não. Fica aqui.
— Se você demorar demais eu entro.
Assinto com a cabeça e abro a porta do carro e passo pelo jardim o mais depressa possível. Ainda tenho a chaves de casa, o que é bom. Pego elas do meu bolso e abro-a bem devagar. A porta range deixando meu coração aflito.
As luzes de casa estão acessas, o que indica que minha mãe está em casa. Mas não a encontro na sala e muito menos na cozinha, então subo as escadas que estão logo a minha frente. Encolho os ombros e ando nas pontas dos pés, o que faz minha panturrilha doer quando chego na porta do meu quarto.
Entro nele e fecho a porta com a chave. Respiro aliviado, pondo a mão sobre meu coração que palpitava intensamente. Já calmo, ando até meu guarda-roupa onde retiro minha mala preta de viagem e pego meus moletons favoritos e algumas calças, juntamente com sapatênis e sandálias. Ponho tudo,sem arrumar, e a fecho sem dificuldade.
Paro diante a porta do meu quarto onde um mural de fotos minha e de Sam se encontrava, havia fotos minhas e dos meus pais também. Alguns momentos bons que de imediato me faz lembrar de tudo o que aconteceu antes daquela foto. Acho que isso é a famosa magia da fotografia.
Gosto daquele mural e ter essas recordações fizeram meu estômago parar de embrulhar e minhas mãos já não tremiam tanto.
Abro a porta e passo pelo corredor já tranquilo, com minha respiração regular e calma, mas ao chegar na escada me deparo com ela e todas as sensações de enjoo voltam. Minha mãe está na sala com seu roupão branco e o cabelo preso num coque, seus olhos se encontram com os meus e me dou conta de que os delas estavam lacrimejantes e vermelhos.
Desço as escadas correndo, só que ela se move ficando na minha frente, a pouco metros de mim, impedindo de continuar andando. Espero o pior vindo dela, xingamentos, outro tapa como aquele de quando fugi, porém, para minha surpresa, ela me abraça, bem apertado. O cheiro de lavanda do seu hidratante me traz uma calma inexplicável e seu abraço, que a tempos não sinto, me passa segurança na qual necessitará a todo momento.
— Filho eu sabia que você ia voltar. — ela funga e volta a falar — Eu tava te esperando, nós precisamos conversar, sobre muitas coisas, sobre você e sobre seu pai .
Ela desfaz o abraço e me encara com os olhos sorrindo e cheios d'água.
— Eu não quero saber nada sobre aquele cara — tento me fazer de forte, mas é complicado quando a pessoa que está a sua frente é a sua mãe, sinto o nó se formando na minha garganta — Sai da minha frente, preciso ir.
Passo por ela empurrando-a e chego perto da porta, mas ela segura minha mão e me vira. Seus olhos agora estão encharcados de lágrimas que escorrem pelo seu rosto esguio. Alguns fios do seu cabelo estão grudados em sua testa por causa do suor.
— Filho por favor não vá. — suplica — Eu sei que minhas atitudes não foram de mãe, sei do que você sofreu, do que nós sofremos, mas estou aqui pra concertar tudo e entendê-lo, antes que seja tarde demais. Eu te aceito meu filho, todos seus jeitos e todas suas maluquices. Você sempre será único pra mim mesmo que me odeie, eu sempre serei a sua mãe e você sempre será para mim aquele garotinho de cabelos de anjos que adora balançador e que sempre me protegia. — ela acaricia meu rosto enquanto sorri — Você é meu anjinho da guarda.
Ouvir suas palavras me doeram mas do que qualquer coisa que os Unknow pudessem fazer, essa dor é intensa e nada de eufemismo, ela dói como se eu estivesse morrendo. Já não consigo segurar minhas emoções e sinto aos poucos as lágrimas preencherem meus olhos e deixando minha visão turva. Eu sempre vou amar minha mãe.
Sinto os braços da minha mãe em volta dos meus ombros e sem perceber estou a abraçando, bem apertando, matando a saudade que eu estava dela e não quero sair dos braços dela. Quero ficar aqui e deixar que ela continue afagando meus cabelos do jeito que fazia quando eu era criança, quero que ela ouça meus problemas e me faça esquecer todos eles.
— Eu tava com tanta saudades de você Charlie. — ela diz, posso senti-la sorrindo com a cabeça encostada na minha. — Você sabe que eu te amo.
Eu queria poder dizer que a amo de volta mas a dor intensa e as lágrimas me impediam, não quero estragar esse momento, temo que minhas palavras não sejam suficientes para expressar a falta que eu sentia do seu afeto. Então deixo que nossos choros inundem essa casa, que se tornem maiores que nos.
Uma pena eu não poder ficar aqui com ela. Eu a colocaria em perigo e minha mãe não merece isso. Tenho que ir com Lucien, mesmo querendo ficar.
Sinto os braços dela afrouxando e eu me afasto, mas não muito. Enxugo algumas lágrimas que sobraram e sorrio quando vejo seus olhos. Eu nunca passei por um momento tão intenso quanto esse. Nosso relacionamento precisava disso, eu precisava a disso.
— É bom te ter de volta — ela fala sorrindo enquanto uma das suas mãos continua cariciando minhas bochechas.
Respiro fundo e suspiro com pesar.
— Não vou poder ficar mãe.
— Como assim? Eu achei que...
O som da porta sendo aberta interrompe nossa conversa, nem havia percebido que se passara tanto tempo assim. Viro-me e vejo Lucien logo atrás de mim com olhos cheios de preocupação.
— Você vai embora com esse garoto?! — minha mãe aponta para Lucien e seu rosto expressa medo.
— Mãe, por favor, não é nada disso que você está pensando. — tento acalma-la, mas parece inútil — Ele está me ajudado a lidar com algumas pesso...
— Ele matou seu pai! — ela grita de uma só vez e suas palavras me deixam petrificado, seu coque agora estava completamente desfeito.
Minha mãe só pode está enlouquecendo, não tem como Lucien ter tido a chance de conhecê-lo. Ele só veio pra cá há algumas semanas, já meu pai morreu a meses.
— Mãe para! — digo alto, parecia que ela estava fora de si — Aquele cara morreu por traficantes, ele envolveu com gente errada. Se lembra?
— Ele fazia parte. — ela apontou novamente para ele com os dedos tremendo, parecia completamente louca — Esse rapaz já veio atras do seu pai aqui, cobra-lo. Eu me lembro, seu desgraçado. Você não vai levar meu filho também!! — grita essa ultima frase para Lucien.
— Mãe do que a senhora tá falando? — as suas acusações me deixam intrigado e Lucien não falar nada me faz acreditar que tem pitadas de verdade nisso aí, o que fez uma raiva começar a crescer.
— Seu pai se envolveu com um grupo, eles sabiam algo do seu pai, um segredo talvez, ou algo assim. Mas eles são perigosos, eles o mataram. — ela me puxou e segurou minhas mãos com uma força impressionante. — Esses desconhecidos vão lhe machucar filho, por favor, fica comigo. Esquece tudo isso. Eu te amo. Vamos ser felizes, só você e eu, longe dessa cidade.
Suas palavras mais uma vez aqueceram meu coração e me fizeram amá-la, essas promessas eram tentadoras e sempre foram o que eu queria ouvir. Mas agora eu sabia que algo estranho estava acontecendo.
Como Lucien conhece meu pai? E por que ele não me contou?
— Mãe... — sorrio entre as lágrimas enquanto seguro sua mão também com força, eu precisava conforta-la. — eu te am...
Um estrondo faz eu saltar para trás de imediato e meu coração vem parar na boca. Solto sua mão e tudo depois do barulho parecia ocorrer em câmera lenta, o que pareceu ser segundos duraram infinitas horas, algumas janelas haviam sido quebradas. Eu não fazia ideia do que está acontecendo. Aperto os olhos assustado.
Sinto as mãos de Lucien segurarem meus ombros não permitindo eu cair de bunda no chão. Mas sinto algo molhado tocando meu rosto. Abro os olhos e vejo o olhar petrificado da minha mãe me encarando, sua boca está levemente aberta e algo escorria na lateral direita da sua cabeça.
— Mãe? — chamo com a voz começando a embargar.
Fico sem resposta, antes que eu pudesse chamá-la novamente seu corpo pende para o lado e cai no chão me dando a total visão do seu crânio aberto e uma grande quantidade de sangue se formou ao seu redor. Metade do seu cérebro está amostra e o sangue escorria por seus olhos já sem vida. Aquele imagem nunca sairia de minha mente.
O choro começa a vim e deixo as lágrimas escaparem junto com meu grito recheado de dor. Não aguento isso. Preciso parar a minha vida. Canso dessa montanha russa que minha vida está se tornando. Talvez eu devesse simplesmente morrer. Era eu que devia está naquele chão.
Respiro fundo e dou alguns passos até ela. Meus braços tremem juntamente com minhas pernas e a dor em meu peito é constante, mas continuo andando. Não tenho medo de atirarem em mim, se o cara ainda estiver por aí nos vigiando.
"Foda-se ele." Penso raivoso.
Me ajoelho ao lado do corpo da minha mãe e acaricio seus cabelos que estavam grudados em seu rosto por causa do sangue. Mesmo desfigurada, ela continua sendo minha mãe e eu a amo, mas ela não sabia disso.
Sempre achamos que teremos tempo suficiente para dizer às pessoas que a amamos e acabamos nunca dizendo de imediato, apenas por orgulho. Mas agora vejo que nunca temos tempo o suficiente. Abraço seu corpo mesmo sabendo que me sujará de sangue e choro com ela em meu colo enquanto várias imagens nossa durante toda a vida se passa em minha mente me matando aos poucos.
— Ela não merecia isso Lucien — falo chorando. — Ela podia ser difícil, mas era uma ótima pessoa.
— Ninguém merece morrer assim Charlie — sua voz soa passivamente triste — Vamos, é melhor saímos daqui.
Assinto com a cabeça levemente enquanto ainda encaro o rosto da minha mãe e seus olhos estáveis. Ponho ela novamente no chão com cuidado e me levanto ainda chorando, mas não tanto quanto à cinco minutos atrás.
De repente, escuto algo estalando e olho na direção do barulho. Rapidamente, vejo na janela, que fica atras do sofá, a mesma que tinha sido quebrada quando minha mãe foi baleada, uma arma apontada para mim.
— Charlie se abaixa! — ouço Lucien e antes que eu pudesse me mexer, ele agarra meus ombros e me puxa para o chão.
Uma série de estrondo ecoam pela casa e várias coisas são quebradas. As balas acertam as paredes e deixam pequenos buracos nelas. Meus ouvidos estão zunindo e meu coração pula cada vez que a arma é acionada.
Nós estamos encostadosna parede do corredor da porta, os tiros estão atacando somente a sala e por questões inusitadas o meu corpo está colado com o de Lucien. Ele me segura com uma força surprendente, não me permitindo respirar direito. Estou entre suas pernas e uma das suas mãos seguram minha cabeça e me prendem junto ao seu peito enquanto sua outra mão segura minhas costas.
Os sons de bala finalmente cessam e finalmente consigo ouvir meu coração batendo. As mãos de Lucien afrouxam um pouco me permitindo respirar. Levanto minha cabeça e dou de cara com seu rosto e seus olhos. Encaro suas íris azulada com alguns fragmentos verdes, mas que com essa iluminação jurava que eles estavam brilhando.
Me levanto rápido nos afastando e o ajudo relutante. Encaro o corpo da minha mãe ainda no chão e sinto uma dorzinha se formando no meu coração novamente. Todo o arrependimento por não ter sido um filho melhor está caindo sobre meus ombros
— Vem — Lucien segura minha mão, me fazendo voltar à realidade — Temos que ir. Não sabemos o que eles vão tentar de novo.
Assinto e vou com ele sem dizer uma palavra. Sinto um aperto na minha garganta de repente, a vontade de chorar voltou.
Antes que Lucien pudesse abrir a porta ouvimos algo caindo dentro de casa, batendo contra as madeiras no chão. Parecia um som de uma pedra, mas ao me virar vejo uma granada. Sem pino. Lucien abre a porta correndo ainda segurando minha não e chegamos rápido até o jardim.
Um barulho alto ecoa nas ruas e fogos quebram todas as janelas e uma fumaça rodeia toda a casa.
— Eles realmente nos querem mortos —digo com medo e sem soltar a mão de Lucien.
Antes de uma resposta, Lucien me puxa para dentro do seu carro e saímos apressados. Deixando toda minha infância para trás. "Adeus mãe, adeus vida normal."
Dentro desse carro eu tinha a certeza que nada seria como antes, e essa mudança não seria de um jeito bom.
Desculpem a demora desse capítulo.
Muitas coisas aconteceram, provas trabalhos e alguns problemas. Mas eu caprichei pra compensar minha demora. Espero sinceramente que gostem. ❤🌟
E eu prometo que vou demorar menos a postar. Não desistam de mim kkkk🙏🏻
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