Capítulo 11 - Preciso da sua ajuda.
"O orgulho mais inacessível nasce principalmente de uma impotência."
-Paul Valéry
Dia da mensagem
O dia passou rápido na medida do possível. Na aula de matemática tivemos que fazer uma prova surpresa e eu tenho certeza que não fui nada bem, aquelas letras pareciam gregas para meu pequeno cérebro entender e perder quase uma semana de aula também não ajuda.
Depois de tudo isso, enquanto andava pelos corredores entrei em meu facebook e com uma busca rápida no perfil de Gabriela consegui achar seu endereço. Hoje em dia tudo está exposto na internet.
Saio pela entrada principal da escola e apresso os passos rumo a casa de Gabriela. Antes de sair da escola havia visto ela saindo com os amigos para alguma lanchonete, o que me daria tempo perfeito para entrar lá e ver se encontro algo interessante.
O tempo está frio e o céu bem nublado, tenho a certeza de que em breve irá chover. Cruzo os braços na altura do peito e aqueço-me. Enquanto caminho, sinto uma gota caído sobre minha cabeça por isso decido correr um pouco.
Avisto uma casa de número 1872 no estilo vitoriano, com a frente branca e grandes portões pretos, o muro é alto, mas nada impossível. Olhei atentamente toda a frente da casa e tenho a absoluta certeza de que não há nenhuma câmera de vigilância e nem cerca elétricas. Fico aliviado, pois acabo de me lembrar que até hoje eu nunca comprei uma cartela de adesivos para ocasiões como esta.
— Você consegue Charlie. — digo a mim mesmo afim de me acalmar e fazer minhas mãos pararem de suas frios.
Olho toda a vizinhança e não avisto ninguém. Acho que todos devem está em suas casas se preparando para o temporal que está chegando. Eu devia fazer o mesmo, porém não sou todo mundo.
Subo na calçada da casa e me seguro na proteção que fica em cima da porta - aquelas para caso de chuva que a maiorias das casas ricas tem. Ponho força nos braços e puxo todo meu corpo para cima. Depois que subo até o topo do muro, respiro fundo e encaro o chão cinzento, sem gramas. Olho para o céu implorando para não doer muito e pulo de uma só vez.
Meus pés sentem uma pontada quando tocam o chão e, consequentemente, acabo me desequilibrando caindo como um boi no abate. Encaro o céu por um tempo e deixo meu coração desacelerar até eu poder conseguir respirar regulamente e a dor em meus pés diminuírem.
Alguns segundos se passam e eu já estou de pé. Olho toda aquela casa bem decorada de andar com grandes vidraças e fico impressionado. Toda casa é branca gelo o que dá uma ar egocêntrico e chique.
"Essa casa combinava com Gabriela." Penso. "Ambas exuberantes."
Dou a volta nela pela área da piscina e tento entrar pelas portas do fundo, as que sempre ficam abertas, visto que pessoas ricas sempre acham que bandidos tentarão somente a porta da frente, ou que somos tão ingênuos que não acreditaríamos que á uma porta dos fundos.
"Eles não esperam pessoas como eu."Sorrio com esse pensamento.
No quintal há uma piscina enorme rodeada por grama sintética verde e com uma grande churrasqueira de madeira ao lado da pia da cozinha externa que tem aqui atrás. Volto ao foco inicial e me concentro na pequena porta branca próximo a essa cozinha e tento forçar o trinco. Sem esforço a porta se abre, como eu esperava.
"Eu não sou tão burro como Lucien pensa que sou."
Entro na cozinha e meu queixo cai pelo tamanho de equipamentos de cozinhas caros que mal foram usados. Caminho pelo corredor de lajotas brancas com vários retratos da família de Gabriela na parede também clara. Tem um lustre enorme na sala com um grande sofá em "L" com aparencia de veludo e uma grande televisão de plasma.
Subo os degraus para o andar de cima e chego na parte dos quartos. Por sorte vejo uma porta com a letra "G" bem decorada com utensílios de papelaria dourado rodeando a letra cor de rosa. Abro a porta bem devagar e fico deslumbrando com o tamanho de seu quarto, acho que é maior que minha casa. Ele é todo cheio de detalhes de branco e rosa, alguns quadros com frases estão postas nas paredes, a uma mesinha para estudos cheios de potes de canetas e marcadores e a uma enorme penteadeira do lado.
"Tudo isso deve custar mais que a minha vida."
Acho seu notebook em cima da mesa de cabeceira e o ponho sobre minhas pernas enquanto sento na beirada da cama. De cara aparece a página para por a senha. Tento me lembrar do que Lucien me falou.
— Data do aniversário, seguido com as inicias do nome. — sussurro para mim.
Eu não sabia nada disso, mas pelo menos tinha um aliado. Facebook. Pego meu celular e rapidamente abro seu perfil. Quinze de janeiro é seu aniversário, ela nasceu em noventa em nove. Digito os números e depois as letras G e S. Aperto enter.
"Erro ao entrar"
Aparece na tela.
"Tente a senha novamente"
Começo a me xingar mentalmente.
É claro que não ia ser tão fácil assim. Se fosse com Lucien teria funcionado, apenas pela sorte nunca está ao meu favor. Me levanto e dou uma volta pelo quarto, estalando os dedos como se a senha pudesse acender como um raio em minha mente turbulenta e iluminar toda a escuridão que a ali. O céu lá fora escureceu rápido fazendo meu coração acelerar novamente.
Tento procurar outras coisas pelo seu quarto, mas não acho nada que tenha relevância. Minha mente não consegue se concentrar em algo específico, meus olhos passeiam pelos objetivos caros de Gabriela, mas minha mente esta dispersa, sempre voltando o pensamento a Sam.
Achei que isso me iria me fazer esquecer dela, porém não adiantou. Me odeio por isso, me odeio por não me conseguir desligar das pessoas. Bufo e saio do quarto com passos fortes.
— Gabriela é você que está aí em cima?
A voz era de mulher, calma e melodiosa, características de pessoas ricas. Deve ser a mãe dela. Respiro fundo e prendo ar dentro dos meus pulmões. Fico em silêncio e dou alguns passos para atras até entrar novamente no quarto de Gabriela e fechar a porta bem devagar.
"Eu estou ferrado." Penso nervoso. Gabriela deve está pra chegar e depois o pai dela chegaria e eu seria flagrado.
Escuto passos na escada e meu batimento acompanha aquele ritmo do salto contra o mármore. Prendo a respiração novamente enquanto seguro a maçaneta com força para ninguém tentar entrar.
— Mãe?
Puta merda, a Gabriela chegou, agora sim estou completamente e verdadeiramente ferrado. Os passos na escada param e começam se afastar aos poucos.
Corro em direção ao banheiro e fecho a porta, os barulhos dos saltos voltaram mas não pude distinguir se eram de Gabriela ou não. Pego meu celular e encaro o nome de Lucien na tela do meu celular.
Ligo ou não ligo?
Meu orgulho grita para eu não ligar para Lucien, principalmente por causa do que ele me disse na última vez que nos vimos. Eu queria fazer isso sozinho, mostrar que sou ao menos competente, porém nem isso eu conseguia fazer direito. Eu me odeio.
A porta do quarto foi aberta e escuto a cama gemendo como se alguém estivesse pulado nela. Escuto diálogos desconexos que deve ter vindo da televisão.
Aperto os olhos com força e ligo para Lucien.
Demora um pouco mas ele atende.
— Preciso da sua ajuda. — sussurro longe da porta.
— O que aconteceu? Você está bem?
"Merda, merda, merda", eu não queria recorrer a isso, não a Lucien, mas ele agora é minha única saída.
— Eu invadi a casa de uma menina da minha escola — digo relutante — Estou encurralado.
— Me passa o endereço. — a voz dele é de alguém que não estava para brincadeiras.
— Te mando por mensagem. — já consigo ver aqueles olhos de repreensão de Lucien.
Desligo o celular e começo a digitar o endereço. "Por favor Lucien, que você seja rápido" penso enquanto continuo a ouvir a televisão. Mas uma vez vou ser salvo pelo Lucien.
Genteeeee😍❤❤❤
Estou me segurando pra não postar logo o próximo capítulo, mas eu prometi a mim mesmo que seguiria as regras de postagem, então é só na próxima quarta-feira😔
Entretanto, eu estou tão, mais tão ansioso para esse próximo capítulo que vocês não tem noção💕💕💕 ahhhhhh❤
Então meu amores, até quarta, não se esqueçam de votar e deixar sua opnião. Um beijo!!👏🏻😘😘
:@fixvibe
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro