Era uma vez um camarão selvagem.

Era lindo, deslumbrante e magro.

Mas tinha um grande defeito,

Mordia quando não se sentia tratado com respeito!

Este camarão, como todos os seres vivos, residia no seu habitat natural.

O oceano era vasto e reunia uma impressionante quantidade de espécies.

Era maravilhoso morar ali, numa água pura e cristalina.

Apesar dos seus encantos nem tudo era perfeito,

E existiam sempre predadores à espreita.

Um dia, uma lontra analisava-o com atenção.

Existiam muitos camarões naquele infinito oceano, mas aquele era tão desejado.

Aquele seria o seu eleito,

Tinha aspeto de ser tão delicioso e tão crocante!

Então a lontra, teve uma ideia brutal.

Pensou em desvalorizar o camarão, para que este se rendesse a ela,

Pois, sua fome e cobiça eram insaciáveis!

Seria a única forma de o apanhar, pois ele era demasiado astuto.

A lontra então aproximou-se do camarão.

Criticou-o por ser tão magro.

Desvalorizou-o face aos outros camarões,

Tratou-o como se ele fosse apenas um camarão doente e insignificante.

Mas o camarão, não mostrou indignação, com olhar bobo apenas sorriu e disse:

Aí te enganas! não sou magro, sou esbelto!

Como tudo o que quero sem precisar de dietas.

E sabes o que me dá vontade de rir?

É ver gente observadora demais que não se consegue enxergar.

Este ainda constatou:

Ontem a tua prima esteve cá com o mesmo género de conversa e sabes o que pensei?

Ela cada vez que me olha diz que estou magro, mas vejo-a cada vez mais avolumada!

Será que não tem espelhos em casa?

A lontra incomodada ficou paralisada!

Não esperava tamanha resposta.

Constatara o quanto pançuda se encontrava!

Envergonhada tentou alterar o que dissera sem sucesso.

Humilhada, deixou o camarão e não voltou a aparecer.

Assim o camarão sobreviveu.

No oceano permaneceu e viveu.

Ele saia sempre vitorioso das suas lutas.

Ele mais que ninguém sabia quem era de verdade!

Moral da história:

Não esperes que os outros te tratem com respeito se tu próprio não os respeitas.

Quem diz o que quer, ouve o que não gosta.

Quem mais crítica é quem menos olha para si!

Ninguém define o que tu és.

Impõe os teus limites.