Domingo é dia da saudade.
Alguém me disse que domingo é o dia da saudade...
Estou sentada na sala de casa, com o controle da televisão em mãos, mudando de canal toda hora porque não há nada que me empolga.
Domingo é dia de folga, sem dúvidas. O meu bom humor foi dar uma volta por aí com o meu sorriso. Acredito que foram atrás de você. Traidores!
Me lembro como te era fácil me roubar o riso que eu não queria dar. Há um minuto eu estava tão zangada e de repente não estava mais, me lembro bem; hoje eu estou zangada desde a segunda-feira que você foi embora.
Hoje é domingo e alguém me disse que domingo é o dia da saudade. Me lembro quando domingo era dia de comer fora com você e depois ficar dentro de casa sem saber onde um começa e o outro termina. E eu sorria em plena segunda-feira de manhã como se fosse sexta-feira outra vez, mas não era; era apenas mais um dia com você.
Ainda estou na pequena sala. Ainda estou com o controle na mão mudando de canal... Eu ainda estou zangada! Estou zangada comigo, porque hoje é domingo e agora entendo a raiva do mundo nas segundas-feiras... Eles não tem você, e agora eu também não.
Hoje é domingo e ele passa tão lentamente que eu até parece ter mais de 24h; acordei cedo sem sono nenhum, devo ter dormido mais de 15h para acordar sem sono, não é possível. Me lembro quando domingo só tinha dois períodos: Tarde e madrugada; que era quando eu me dava o luxo de olhar no relógio em cima do criado mudo do quarto. Era 14h e depois 3h, logo era segunda-feira outra vez. Nós tinhamos todo esse tempo juntos, e parecia pouco porque eramos muito; éramos quase tudo, sendo dois, e às vezes apenas um.
Hoje é domingo e alguém me disse que domingo é o dia da saudade. Estou sentada no sofá o dia todo, mas ainda são 13h. Desisti do controle da televisão, ele só muda os canais e não te traz de volta. A graça de qualquer coisa estava no fato de ser feita com você, então não saiu mais para comer aos domingos, porém, mesmo assim tomo banho e me arrumo como se esperasse você chegar. Volto para o sofá e depois me levanto às 13h10 para comer... Você sabe, domingo é dia de folga; e a saudade é bem folgada mesmo, tomou o espaço que era seu! O único lugar que ficou vazio dela foi o meu estômago, então eu levanto do sofá às 18h, para comer outra vez, e termino o dia na enorme cama onde brigava com você por mais espaço.
Nossas brigas... Nem elas escapam das minhas conversas com a saudade. Falo que domingo eu marco hora, mas a saudade também aparece no meu trabalho; me busca depois do expediente e me acompanha até a casa das minhas amigas no meio da semana.
Eu sei que vou continuar a vida; e mesmo se você não voltar, não que eu espere, não espero, alguém vai trazer de volta o meu riso e o acelerador do tempo que te seguiram pela porta da sala. Eu sou dramática meu amor, você me lembrava disso todas as vezes que eu dizia que não ficaríamos juntos até o fim dos nossos dias na terra, porque não se mantém uma relação só com picos de paixão. Veja só, eu sou dramática, mas também podia ser rica agora, se tivesse arriscado alguns números na loteria e acertado em cheio, como acertei sobre o nosso fim.
Eu vou ficar bem! E um dia domingo será a minha folga da rotina, ao invés do dia marcado com a saudade de você. Por agora, domingo é dia da saudade.
(@demimenezes).
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