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IV - Amigos


Caro Amílcar,

Deves estar furioso por eu ter ousado escrever-te. Gosto disso. Gosto de te pôr furioso, é um dos meus maiores prazeres. Como arranjei a tua morada? Não interessa!

Nunca foi fácil conversar contigo. Havia sempre alguma coisa mesquinha que se interpunha entre nós. Coisas pequeninas, detalhes, aquelas minudências que parecem tão importantes na altura, mas que depois valem tanto como mijo de cão quando o tempo passa e relativiza os acontecimentos. E deves acreditar em mim – se conseguiste superar o asco e ler até aqui, se não amarrotaste o papel e o atiraste por cima do ombro – que também não é fácil escrever-te.

Mas bateu a nostalgia. Aquelas saudades doidas de um tempo antigo, mais simples e nítido, em que bastava uma merda qualquer para gerar uma ofensa, em que bastava duas palavras para criar uma zanga, uns socos bem dados no focinho. Pois, ri-te agora à vontade, meu cabrão. Sim, tenho saudades de quando éramos uns ranhosos e corríamos pelos campos, lutávamos entre a canalha, competíamos pelo número de passarinhos abatidos com a fisga.

E isto tudo para te dizer – se conseguiste mesmo continuar a ler, coisa que duvido – que depois desta carta não vais ter mais notícias minhas. Não precisas de ir ao meu funeral, dispenso. Nunca iria ao teu.

Somos dois guerreiros rudes do antigamente, curtidos nas adversidades e nas rivalidades. Dois gladiadores eternamente rivais que se enfrentam, uma e outra vez, infindamente, na arena da vida, desafiando-se, magoando-se, ferindo-se, até que a morte chega e as campas anónimas não recebem qualquer visita.

E se leste esta carta até ao fim, foi uma vitória. Deixo-te outra vez furioso e agora estou eu a rir-me.

Até sempre!

Do teu amigo Heitor

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