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Dança da Chuva - Parte I


Julia e Yasmin: Contém gatilhos emocionais;

Memórias!

Às vezes tão dolorosas, às vezes tão mágicas, às vezes tão repentinas.

Quando eu era criança, sempre ia para a casa da minha avó em tempos chuvosos. Ela sempre assava cookies, que vinham acompanhados por um copão de leite quente. E, logo em seguida, contava histórias que ela mesma inventava.

A minha favorita, foi de uma garota que tinha uma cadela batizada de Primavera. E esse nome não era atoa, pois não era uma cachorra doméstica e sim selvagem, e toda primavera ela corria para dentro da floresta e só voltava no outono.

Certo dia, a curiosidade da garota falou mais alto! Novamente a primavera chegou, e novamente a cachorra correu para dentro da floresta, e a menina a seguiu. Primavera era muito rápida, logo estava fora do campo de visão da garota. E neste dia ela se perdeu, sua cachorra havia sumido e ela estava sozinha dentro do vasto matagal verde cheio de pinheiros.

Com todas as suas forças, ela gritava desesperadamente pelo nome de sua cadela e de seus pais também, mas ninguém vinha ao seu encontro. Ela começou a andar, na esperança de achar novamente a civilização. Tomada pelo desespero, ela se sentou no chão úmido encostada em uma árvore e chorou. Chorou muito, em meio aos soluços suplicava por ajuda e prometia que seria uma boa garota para sempre.

O toque de algo peludo na costa de sua mão, a faz parar de chorar. Olhou para a cachorra selvagem, e teve certeza que aquele belo Golden Retriver era Primavera, pois somente ela tem a capacidade de acalmá-la instantaneamente.

Um sorriso fraco surge em seu rosto, ela ficou mais tranquila agora que estava acompanhada. Limpando suas lágrimas, disse.

Garota: vamos morar juntas na floresta Primavera? (diz com um enorme sorriso no rosto)

A cadela apenas ignorou o que a menina disse e latiu para um pinheiro, e três formas de vida surgiram. Elas eram pequenas, do tamanho de um saleiro, e suas asas eram azuis. Eram fadas, dóceis e delicadas.

Primavera ficou animada e começou a brincar com as pequenas criaturas, as mesmas sorriam e jogavam uma espécie de brilho na cadela. A garota olhava a cena com os olhos brilhando, era com certeza a coisa mais legal que havia lhe acontecido.

Porém, o sorriso das fadas desaparecem quando ambas olham para a garota. Estão surpresas que ela consegue vê-las, pois somente quem crer que fadas existem podem enxergá-las. Primavera latiu mais uma vez, e em uníssono as três levaram suas mãos delicadas até a boca, as mesmas olhavam para a garota com um olhar preocupado.

Uma delas se aproximou e disse.

Fada: eu sou a Outono! Essa é a Inverno! (aponta para a da esquerda) e essa Verão! (aponta para a da direita) vamos te levar de volta para a sua casa ok?

A garota não conseguiu falar nada, uma onda de euforia toma conta de seu corpo. "Fadas existem! E são lindas!", era o único pensamento dela. Outono entende seu pequeno braço, com cuidado, a garota segura. As três guiam a garota até sua casa, mas Primavera fica para trás. Logo ela perguntou, e Outono respondeu sua pergunta de uma maneira que a deixou ainda mais confusa.

Outono: ela precisa ficar para proteger os animais da floresta! Ela é mais forte nessa época do ano!

Milhões de perguntas se passavam na cabeça da menina. "Como assim mais forte? Por que elas tem nomes das estações do ano?", essas perguntas rodavam na cabeça da garota sem parar, mas ela não proferiu nada. Logo, o seu destino é avistado e as fadas voltam para a floresta. O que deixou a garota sentida, pois tinha muito o que perguntar.

Primavera se foi e o Outono chegou. Como de costume, a cachorra volta para a dona. A garota estava muito feliz em vê-la. Tentou falar com ela, mas não conseguiu. Durante todo o Outono, fez diversas perguntas para o animal, mas ela nunca respondia. Ela começou a ficar triste e achar que era tudo da sua cabeça, mas era cabeça dura demais para acreditar.

Garota: quando estiver pronta para falar comigo, estarei esperando! (disse com um enorme sorriso)

O tempo foi passando, as flores foram crescendo, e a garota também. Primavera sempre manteve o ciclo de sumir em uma estação e voltar em outra. Em nenhum momento, durante seus 18 anos, ela falou com a garota. A mesma estava com as esperanças baixas, achava que aquilo que aconteceu na floresta era apenas algo da sua imaginação, e por um tempo, deixou de acreditar em fadas.

Mais tarde, no mesmo dia, algo inesperado aconteceu. A cachorra, que antes dormia na floresta, pulou a janela do quarto da menina e deitou em sua cama como se fosse dona dela. O que tirou boas gargalhadas da garota, lhe depositando beijos e carícias.

Garota: vai dormir comigo hoje? (diz sorridente)

Primavera: sim Jane, e vou lhe contar uma história também.

Jane olhou de um lado para o outro à procura da voz. E percebeu que estava sozinha em casa. Olhou para a cachorra com os olhos arregalados, "será que?", pensou.

Primavera se senta na frente de Jane e, sem mexer a boca, fala com a mesma. Provavelmente por telepatia.

Primavera: era uma vez, uma fada que cuidava da floresta com suas três irmãs: Verão, Outono e Inverno. A fada tem o nome de Primavera!

O coração de Jane acelerou. Derramava lágrimas de felicidade, esperou muito por esse momento.

Primavera: elas possuem esses nomes, pois nessas estações elas são mais fortes, portanto, se tornam mais aptas a proteger os animais da floresta. Até que certo dia, uma ventania muito forte acabou levando Primavera para longe da floresta, e acabou caindo em uma casa. Dentro dessa casa, havia um lindo bebê, e Primavera se apaixonou imediatamente pela criança.

Um sorriso surge nos lábios de Jane e mais umas lágrimas descem.

Primavera: ela era linda, e seu nome era Jane. Primavera então, se transformou em uma linda cadela dos pelos dourados, para que pudesse ficar mais perto da garota. O que funcionou, já que a mesma tem um grande amor pelos animais. O tempo foi passando, e Jane foi crescendo, se tornando uma linda mulher, e nesse meio tempo, sua criança interior acabou se perdendo.

Primavera chega perto do rosto de Jane e lambe algumas lágrimas.

Primavera: mas ela queria dizer que está tudo bem, que ela sempre vai amá-la, não importa o caminho que tome!

Jane abraça sua cachorra chorando. E ali, naquela noite, a sua fé na magia retornou.

Amava esse conto, principalmente, porque era minha avó que contava. Meus olhos brilhavam toda santa vez que ela recitava. Infelizmente, esses momentos não foram eternos, assim como minha doce Amélia. Ela morreu quando eu tinha apenas 10 anos, e naquele dia, entendi a citação "criança interior perdida".

Eu não tinha mais vontade de brincar, de pregar peças, nem de pular na chuva como fazia com ela. Tudo perdeu a cor, o sentido, a razão. Meus pais também se perderam, uma casa que sempre tinha risadas e brincadeiras, se transformou em um lar frio de pessoas com a cara fechada.

Menos minha irmã mais nova, Yasmin. Ela nasceu depois que minha avó morreu, lembro que ela me chamava para brincar e eu negava, não tinha paciência para aquela perda de tempo. Me tornei uma adolescente fechada, carrancuda, mau humorada e pavio curto. A única brincadeira que me alegrava era levar o bico da garrafa até minha boca. Sim! Aos meus 16 anos eu bebia escondido dos meus pais, e me achava adulta.

Entrei em uma loja e me deparo com as seguintes opções: uma bala Fini tube de morango, minhas preferidas de quando era criança, ou uma garrafa de Vodka, algo que estava louca para virar goela a baixo.

Pego a garrafa sem pensar duas vezes, levo até o caixa e pago. Assim que pisei na calçada, abri a garrafa e bebi até minha garganta doer, só sei que precisava alimentar o meu vício, e rápido.

A voz das minhas amigas chamam o meu nome. Elas eram Roberta e Bruna.

Bruna: Julinha! (diz me abraçando eufórica) como vai querida?

Júlia: bem! (respondo friamente)

Roberta: bebendo a essa hora da manhã sua louca.

Me abraça junto com Júlia, e eu fico no meio com cara de paisagem. Não sou muito fã de abraços.

Júlia: me deu vontade, não resisti! (meu tom não mudou)

Bruna: nossa, pega um pouco desse gelo e coloca nessa bebida de uma vez! (debocha)

Roberta: temos uma surpresa! (muda de assunto)

Júlia: surpresa? (digo com uma sobrancelha arqueada)

Bruna: sim! Você está sendo arrastada para vigiar crianças em uma festa infantil conosco! (arregalo os olhos)

Júlia: você sabe que eu...(sou cortada)

Roberta: como você é nossa amiguinha do peito sabemos que não irá recusar! Certo?

Ambas me olharam com cara de cara de cachorro abandonado, sabem que eu não resisto. Não tenho paciência para isso, mas não posso deixar minhas amigas na mão.

Júlia: ok! mas o primeiro que me irritar desço o tapão na orelha!

Roberta: acho melhor alguém ficar com ela para garantir (diz imediatamente) e me dá isso!

Pega a garrafa e joga no lixo, revirei os olhos, pode nem mais beber em paz.

Fui praticamente arrastada até o local da festa. Chegamos em um terreno bem grande, onde estava tocando Xuxa no fundo, um cheiro enjoativo de algodão doce paira no ar, várias crianças estão brincando e se divertindo. E eu olhando para aquela cena com cara de nojo, onde já se viu um ser tão pequeno ter tanta energia, meu deus!

Roberta: se anima amiga! Garanto que eles são uns amores!

Bruna: e João me garantiu que não irá dar em cima de você hoje! (solto uma risada abafada)

Roberta: seu irmão é bem tarado viu! (começa a rir)

Bruna: ele só tem 6 anos, normal ele agir assim! (o defende)

Aos poucos, a conversa delas vai ficando distante e meu olhar foca no céu. Ele está nublado, hoje vai chover. Chuva me traz lembranças muito dolorosas de eu e minha avó pulando em poças d'água como duas tontas. Meu peito aperta só de lembrar que isso não vai acontecer!

Voz: mas pode acontecer!

Uma voz me faz olhar para trás, mas não vejo ninguém. Minhas amigas me chamaram novamente, dizendo que é hora de trabalhar. E fui, o primeiro trabalho que me deram era de fazer desenhos com tinta guache. Eu só sabia fazer aranha e flor, e já era de bom tamanho.

Um menino teve a audácia de me pedir para desenhar o Hulk no braço todo dele, santa paciência.

O segundo trabalho foi vigiar a cama elástica. Tinha que cronometrar o tempo e garantir que ninguém se machucasse, até que foi fácil. Até uma garota fazer birra para sair, nesse momento eu quase explodi, mas respirei fundo e lembrei que era só uma criança.

O terceiro e, finalmente, último trabalho, era dar algodão doce para as crianças. Esse foi o mais tranquilo, só colocava a nuvem de algodão no palito e entregava para a criança que logo ia embora. Pelo menos nesse minha paciência foi poupada.

Senhora: com licença minha jovem! Um algodão doce rosa fazendo favor.

Uma senhora me faz um pedido e começo a fazer os preparativos, colocando o açúcar e em seguida o corante rosa. Algo nela me parecia familiar, era o seu cheiro, era um cheiro doce e refrescante, era....o cheiro da minha avó.

Não falei nada, apenas continuei meus afazeres. Talvez seja só coisa da minha cabeça.

Senhora: ai essas crianças, sempre tão energéticas, e depois da dose generosa de açúcar ficaram mais ainda. (diz com um sorriso no rosto)

Júlia: nunca vi um ser tão pequeno ter tanta energia. (não há emoções em minha voz)

Senhora: sua voz está tão fraca minha querida! (começo a enrolar o algodão, que demora mais do que eu esperava) sinto que alguma coisa a fez ser tão fria, e seja lá o que for, saiba que. Ainda dá tempo de se recuperar.

Levanto meu olhar para encará-la, mas ela desapareceu misteriosamente. A voz dela ecoou pela minha cabeça, que coisa mais esquisita.

"Ótimo! O que vou fazer com essa bomba de glicose?", penso frustrada olhando para o doce em minhas mãos.

Yasmin: oi grandona! Isso é pra mim?

Yasmin chega do nada toda animada e pulando, confesso que eu não sabia que ela estaria aqui. Nem respondi nada, apenas entreguei o doce, e ela explodiu de alegria.

Yasmin: vem brincar comigo! Prometo que vai ser muiiiito legal! (diz erguendo os braços para fazer a expressão de grande)

Júlia: maninha tá trabalhando agora, não terei tempo.

Yasmin: mas você nunca tem tempo.

Júlia: baixinha! (olho em seus olhos) vai brincar com seus amigos vai, aproveita bastante!

Com muito esforço consegui esboçar um sorriso. Yasmin atravessou a barraca e abraçou minha cintura, retribui na mesma hora.

Yasmin: fiz você sorrir, ganhei meu dia! (diz animada)

Repentinamente, Júlia sente um calor instalar em seu peito, mas logo ele desaparece. Eventos como esse eram comuns, porém era apenas por um instante, logo se dissipava.

Yasmin se desfaz do abraço e corre para brincar com as outras crianças. Júlia apenas a observa sorrir e pular, sem nenhuma preocupação nos ombros. Imediatamente se lembra da época que também era assim, sorridente, brincalhona, livre. De certa forma, sente falta de ter essas sensações, mas sabe que já está perdida.

Voz: ainda há tempo, minha querida! (ecoa)

Júlia olha de um lado para o outro, tentando encontrar a dona daquela voz doce e calma. Porém, não há ninguém por perto. "Devo estar ficando louca!", pensou se levantando e indo ao encontro de suas amigas.

No meio do caminho, algumas crianças gritam, não, berram. Mas não de medo e sim de birra, pois os pais estão dizendo que está na hora de ir embora. Os berros enterram no ouvido de Júlia que se segurou para não bater na criança, principalmente, por que não é filha dela.

Roberta: viu! Falei que ia ser divertido! (fala com um sorriso)

Júlia apenas a encara com a cara fechada.

Bruna: amiga, já pensou em ser segurança? Ninguém iria roubar o lugar se você estivesse lá com essa cara de mau. (dá uma risada e Roberta acompanha)

Júlia: tão engraçadas hoje! Por acaso o palhaço que veio mais cedo entrou no...(cortada)

Roberta: não xinga aqui sua louca, tem crianças por perto. (diz rindo de nervoso)

Roberta e Bruna se acabam em uma crise de risos, Júlia continua com a sua expressão séria.

Aos poucos o sol vai se pondo, a lua toma o seu lugar no céu junto com as belas estrelas. Júlia já estava em casa com Yasmin, cada uma foi para o seu quarto. O quarto de Júlia é bem bagunçado e cheio de peças de roupas espalhadas pelo chão, a maioria pretas. Há uma cama com lençóis pretos, um guarda roupa de madeira mais amarronzado, um tapete de pelo, adivinha, preto e as paredes também são pintadas de preto. Essa é a cor dominante em seu quarto: Preto! Tanto que recebeu o apelido de Prima da Morte por conta disso.

Júlia deita em sua cama, que tem algumas roupas em cima, e liga a televisão. Televisão que ela própria comprou com o seu esforço, ela sente muito orgulho, pois foi a primeira coisa grande que ela comprou de forma independente. "O trabalho naquele lar de idosos rendeu!", pensa animada e, finalmente, um sorriso de canto esboçou em seu rosto.

Maurício: olha só alguém deu uma risadinha.

Sem aviso prévio, o pai de Júlia aparece entrando no quarto da garota, a mesma percebeu que esqueceu de fechar a porta.

Júlia: oi pai! (digo com a minha atenção voltada ao noticiário)

Maurício: como você está Abelhinha?

Júlia: já disse que esse apelido é bem infantil.

Maurício: já conversamos sobre isso. (se senta na cama ao lado dela) sempre vai ser meu brotinho. (deposita um beijo em sua testa)

Aquela sensação quente retorna, apesar dele estar ainda mais quebrado que ela, consegue ser muito carinhoso. Porém, assim como as outras vezes, seu peito esfria. Como se ela estivesse morta e mesmo assim continua andando, como um andarilho.

Nicole: mais que quarto mais horrível!

Agora foi a vez da mãe de Júlia entrar. A mesma respira fundo para não atacar farpa com farpa, não gosta de brigas.

Júlia: eu vou arrumar! É que estive muito ocupada hoje.

Em parte ela está certa, mas esqueceu de mencionar que está exausta mentalmente, lhe deixando sem ânimo até mesmo para fazer as simples tarefas do dia a dia.

Nicole: e já tem quanto tempo que eu te pedi isso? Uma semana?

Maurício: Nicole! (diz calmo)

Nicole: não, agora eu vou falar! (adentra no local) eu já percebi que você é uma preguiçosa que só se empenha para algo quando tem uma recompensa por trás! Percebi quando você comprou essa televisão! Eu sugiro você mudar de atitude antes que eu perca a paciência.

Sai do quarto pisando duro. Meu pai acaricia minha bochecha e sussurrou: "vai ficar tudo bem", se levantou e foi atrás da minha mãe. Dava para ouvir de longe o que estavam discutindo.

Desliguei a televisão, não estava mais com vontade. Yasmin entra no meu quarto e deita ao meu lado, ela sempre faz isso quando eles brigam, não gosta tanto quanto eu.

De nós três, minha mãe foi a mais afetada, afinal estamos falando da mãe dela, mas isso não significa que temos que servir de saco de pancadas para as suas dores. Eu só sei que...sinto falta de como ela sorria, antes de toda essa merda acontecer.

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