Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

1. Tudo por ela

Savannah manteve seu olhar fixo no cartaz preso no quadro de avisos da sala de aula. Em letras elaboradas estava escrito ‘Baile de dia dos namorados’ e logo abaixo um casal dançava sob uma luz branca forte. Eles sorriam alegres e exibiam suas coroas de rei e rainha do baile. O casal em questão eram os vencedores do ano anterior daquele título: Logan e Amélia. O casal que todos invejavam por sua beleza e popularidade.
Senti um nó se formar no meu peito ao ver o olhar triste de Savannah. A expressão em seu rosto deixava nítido o quanto ela estava chateada, mesmo assim ela forçou um sorriso e se afastou do quadro de avisos, seguindo na direção do fundo da sala, onde nós sempre nos sentávamos.
Savannah jogou a mochila no chão e se acomodou na cadeira mais próxima da janela. Ela virou o rosto e passou os minutos seguintes prestando atenção nas líderes de torcida que terminavam seu treino no gramado. Seu semblante continuava triste, mas eu não fazia ideia de como colocar um sorriso em seu rosto.
Ela escondeu o rosto atrás dos cabelos pretos lisos e ignorou minha presença ao seu lado. Um pouco antes da aula começar, Amélia se sentou na cadeira na frente de Savannah. A garota loira e de olhos azuis virou para trás e fez uma careta ao ver a expressão triste no rosto da outra garota.
— Por que essa carinha triste? — Amélia perguntou, fazendo um biquinho para a amiga.
— Baile do dia dos namorados. — falei no lugar de Savannah.
— Vocês vão, não é mesmo? — ela perguntou, animada.
— É uma festa para namorados, Amélia. — Savannah fez uma careta, como se aquela palavra lhe provocasse dor. — E, caso você tenha se esquecido, nenhuma de nós namora.
Ela me lançou um olhar amargurado e eu senti meu peito doer com aquela frase. Sabia muito bem o que ela estava insinuando, mas eu não fazia ideia do que fazer a respeito daquilo.
Nós tínhamos um acordo. Na verdade, fora Savannah quem tinha insistido naquela história e agora estava ali, jogando indiretas sobre aquilo tudo. Como se fosse culpa minha ela não poder ir para o baile.
— Podemos ir juntas. — Amélia sugeriu. — Ninguém disse que precisávamos estar namorando para participar da festa…
— Não estou afim de ir para uma festa cheia de casais. — resmunguei. — Desculpa, mas prefiro passar meu dia dos namorados em casa.
— Escondida dentro do seu quarto, como tem feito a vida toda. — Savannah retrucou, num tom ácido.
Balancei a cabeça de um lado para o outro e me virei para frente, me recusando a começar uma discussão. Ela estava brava e eu entendia isso, mas Savannah não tinha direito nenhum de me tratar daquela forma. Não era justo que ela me culpasse por algo que nós duas tínhamos concordado.
Passamos o restante do dia trocando poucas palavras, o que só serviu para deixar nossos amigos em estado de alerta. Nós duas éramos inseparáveis e tínhamos uma ligação tão forte que geralmente uma conseguia completar a frase da outra, mas naquele momento, parecia haver um peso imenso sobre nós.
Quando o sinal tocou, anunciando o final das aulas, caminhei até o carro de Savannah. Amélia tagarelava sem parar ao meu lado e tentava me convencer de que não havia nada de errado em irmos ao baile sem um namorado.
— Quem precisa de um namorado? — Amélia perguntou.
— Você. — Savannah e eu falamos ao mesmo tempo, fazendo a garota loira revirar os olhos.
— Eu gosto de namorar, me julguem! — Ela revirou os olhos e entrou no carro. — Não tenho culpa se eu me sinto melhor por ter alguém cuidando de mim. Eu gosto de sentir o frio na barriga ao ver a pessoa que eu gosto e de saber que existe alguém que iria até o inferno por mim.
Olhei para a garota morena, sentada atrás do volante e engoli em seco. Ela me lançou um sorriso triste antes de ligar o carro, mantendo-se calada.
— Eu sei que vocês não sabem o que é isso ainda. — continuou Amélia. — Mas quando vocês se apaixonarem, vão querer gritar para o mundo o quanto essa pessoa te faz sentir especial.
Savannah freou o carro bruscamente, fazendo com que meu corpo fosse jogado para frente com força. Abri a boca em choque e olhei em sua direção. Seus olhos amendoados estavam marejados e, quase que instantaneamente, os meus também ficaram.
— Se você for continuar com esse papo chato, vou te fazer ir andando para casa. — avisou a motorista, sem olhar para trás.
Amelia sussurrou um pedido de desculpas e permaneceu calada pelo restante do caminho até a sua casa. Quando ela saiu do carro, Savannah suspirou alto e bateu com a cabeça no volante.
Coloquei minha mão sobre sua coxa e apertei de forma carinhosa. A mão dela desceu de encontro a minha e ela entrelaçou nossos dedos. Eu odiava não poder cuidar dela da forma que eu queria. Toda vez que a tocava, precisava olhar para os lados uma porção de vezes.
Sei que muita gente acha legal namorar escondido, mas vai por mim, é um inferno. Principalmente quando isso é algo imposto. Nosso relacionamento sempre seria visto com maus olhos pela maioria das pessoas. E eu queria dizer que não me importava com a opinião alheia, mas a verdade é que eu estava aterrorizada com o que aconteceria se soubessem que Savannah não era só minha melhor amiga.
Eu tinha medo de que ao assumir nosso relacionamento, as pessoas começassem a nos atacar. Não queria ter que suportar os olhares hostis ou os xingamentos pichados nos nossos armários.
Só que eu não fazia ideia do que era pior: ter que me esconder toda vez que quisesse demonstrar meu amor ou enfrentar o preconceito daqueles neandertais.
— Você quer ir ao baile? — perguntei quando Savannah voltou a dirigir.
— Quero ir ao baile com a minha namorada. — Ela respondeu.
— Tem certeza de que está pronta para isso?
— Estou cansada de ter que esconder o que sinto por você, Caroline. — Savannah retrucou, sem desviar os olhos da rua. — Eu quero fazer o que a Amélia falou. Quero poder dizer para o mundo o quanto eu te amo e o quanto meu mundo é melhor com você. Não ligo para o que as outras pessoas vão pensar.
Quando ela estacionou na frente da minha casa, saltei do carro e corri para abrir a porta para ela. Estendi a mão e Savannah a segurou um pouco relutante. Seus olhos me analisavam e ela parecia um pouco assustada. Sem pensar muito no assunto, dei um selinho nela e a puxei até a entrada da minha casa.
— Tem certeza de que não quer mais se esconder? — perguntei.
Ela engoliu em seco antes de concordar com a cabeça.
Entrelacei nossos dedos e abri a porta de entrada. Puxei Savannah pelo corredor, parando na frente do sofá da sala, onde minha mãe estava sentada, com um balde de pipoca no colo. Ao seu lado meu irmão mais novo mantinha o olhar fixo na tela da televisão, sem sequer piscar.
— Tenho uma coisa para falar.
— Você não pode esperar o filme acabar? — perguntou Lucas, sem me olhar.
— Aconteceu alguma coisa, docinho? — mamãe perguntou.
— Eu estou namorando. — anunciei.
Minha mãe estreitou os olhos e me encarou, parecendo meio cética. Não era a primeira vez nos últimos anos que eu inventava um namoro para que ela parasse de me atormentar sobre o assunto.
Lucas, pausou o filme e ficou olhando de Savannah para mim, com um pequeno sorrisinho nos lábios.
— E quem é o felizardo? — Minha mãe ergueu a sobrancelha.
— Eu. — Savannah sussurrou.
Seu rosto ficou vermelho como um pimentão quando minha mãe soltou um gritinho e saltou do sofá para nos abraçar. O balde de pipoca caiu no chão e meu irmão deu risada.
— Eu sabia! — gritou ela, enquanto envolvia minha namorada em um abraço de urso. — Eu sempre soube.
— Mentirosa! — cantarolou Lucas. — Falando nisso, você me deve vinte dólares.
— Vocês fizeram uma aposta?
— Mamãe duvidou que vocês fossem assumir o namoro esse ano, ela pensou que isso só iria acontecer na formatura ou depois disso. — Lucas deu de ombros. — Eu tinha certeza de que nenhuma das duas ia aguentar se esconder dentro do armário por muito tempo.
Aquela, definitivamente, não era a reação que eu esperava ao contar para minha família sobre o meu relacionamento. Minha mãe era uma mulher liberal e sempre nos incentivou a nunca nos importarmos com rótulos, portanto eu sabia que não seria julgada por ela. Só que nunca cheguei a imaginar que ela e meu irmão fariam uma aposta sobre aquilo.
Dois dias depois, Savannah me levou para um jantar em família na sua casa. Seus pais eram pessoas amorosas e um tanto quanto conservadoras, portanto a reação deles ao descobrir que sua única filha estava namorando uma garota não foi exatamente um mar de rosas. Na verdade, foi um tanto quanto caótico.
Houve uma discussão acalorada, lágrimas, gritos e portas batendo. Savannah tentou não se abalar com a forma como sua mãe a olhava, mas eu sabia que era difícil. Seu pai fora um pouco mais tranquilo. Ele deixou claro que não concordava com nosso relacionamento, mas que se importava mais com a felicidade da sua filha do que com o que era certo ou errado.
Era estranho perceber que aos olhos de muitas pessoas nosso relacionamento era considerado errado. Um pecado, segundo a bíblia. Eu não conseguia entender como amar uma pessoa poderia ser errado. Simplesmente não fazia sentido.
Como o amor poderia ser pecado?
Infelizmente, eu sabia que esse tipo de comentário sempre acabaria nos perseguindo.
No colégio continuamos mantendo a fachada de melhores amigas para a maioria das pessoas. Contamos somente para nossos melhores amigos e, acabamos sendo alvejados com milhões de perguntas. Ficou claro que eles chegaram a desconfiar sobre nós algumas vezes, mas era difícil ter certeza, uma vez que a gente se esforçou muito para manter tudo em segredo.
Com o passar dos dias nós duas fomos perdendo o medo de agirmos como um casal em público. Savannah sempre que podia entrelaçou nossos dedos enquanto andávamos pelos corredores. Ela passou a sorrir mais e parecia estar andando nas nuvens de tão feliz.
Eu não me sentia muito diferente. Várias vezes por dia, fazia questão de dar um beijo no canto da sua boca, o que a fazia rir feito uma boba. A abraçava sempre que tinha a oportunidade.
Conforme o baile se aproximava eu me tornava cada vez mais uma pilha de nervos. Queria ser confiante e ter tanto otimismo quanto a minha namorada, mas eu era o oposto. Enquanto ela estava cheia de expectativas, eu estava apreensiva, amedrontada, até. Mesmo assim, segui a risca meu plano de fazer Savannah ter a experiência completa.
No dia da festa, pedi para Savannah me buscar em casa. Coloquei o vestido preto cheio de brilho e um salto e praticamente tive uma crise de pânico quando ela tocou a campainha. Minha mãe e Lucas se esconderam na cozinha e enquanto eu tentava não cair dura no chão ao abrir a porta.
Meu coração acelerou e foi como se eu perdesse a capacidade de falar ao olhar para Savannah. Ela estava linda. Uma parte do seu cabelo havia sido presa em uma trança e o restante caia sobre seus ombros. O vestido branco com rendas contrastava com o seu tom de pele. Eu tinha certeza que ela era a garota mais bonita que eu já vi na vida.
Puxei-a para dentro de casa e tranquei a porta. Assim que Savannah atravessou o corredor e andou até a sala de estar, um suspiro escapou de seus lábios e ela se virou para me abraçar.
A sala estava cheia de balões de coração pendurados no teto, com fitinhas amarradas. Em cada uma dessas fitas havia uma foto nossa. Fotos que iam desde a infância até alguns dias atrás.
No chão havia pétalas de rosa e eu quase dei risada para o quanto aquilo tudo era exagerado, mas ao olhar para Savannah, percebi que ela estava encantada com tudo aquilo. Naquele momento, me dei conta de que tudo o que ela sempre quis era viver algo desse tipo.
Seus lábios tocaram os meus e ela riu, quando uma fitinha fez cócegas no seu rosto.
— Alguém já te disse que você é maravilhosa? — Savannah perguntou, enquanto depositava vários beijos pelo meu rosto.
Uma luz forte chamou nossa atenção e minha mãe entrou na sala, com uma câmera em mãos, tirando milhares de fotos. Ela nos fez fazer inúmeras poses, desde as mais bregas até algumas caretas e então nos expulsou de casa, dizendo que não queria nos atrasar ainda mais.
Ao entrarmos no ginásio do colégio, minhas mãos suavam e eu não fazia ideia do que fazer. Nossos amigos dançavam na pista de dança, junto com o restante dos casais, enquanto eu não conseguia sequer dar um passo.
Quando uma música lenta começou a tocar, as pessoas que estavam sem par saíram da pista de dança e foram se sentar. Savannah olhou para mim, um pouco apreensiva ao ver o quanto eu estava assustada com aquilo tudo e sorriu com ternura.
— Você quer dançar? — Savannah perguntou.
Balancei a cabeça, negando. Temendo o que aconteceria depois daquela dança. Temendo que as pessoas destruíssem as coisas maravilhosas que construímos juntas.
Infelizmente eu não era corajosa como minha namorada. Eu não era a garota que erguia a cabeça e enfrentava o mundo. Savannah era assim… Eu era a pessoa que me escondia com medo.
— Dance comigo, Cami, e finja que o mundo não existe. — implorou Savannah, estendendo a mão para mim.
Engoli em seco e ignorei o pavor crescente antes de entrelaçar nossos dedos. Ela colocou a mão na minha cintura, e eu abracei seu pescoço. Nossos corpos se aproximaram ainda mais e ela me deu um selinho. E eu soube que depois disso, não havia como voltar atrás.
Senti o olhar de várias pessoas em nós, mas fiz o que Savannah pediu. Ignorei o mundo ao nosso redor, porque no fundo nada daquilo importava.

Natália Palomare
@mysweetfreya

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro