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Yorochi: Razões

Os irmãos chegam no império, afadigados e cabisbaixos, e logo de cara, ao atravessar dos portões, veem a feição emburrada da mãe, ela está pronta para dadivar um venusto sermão em seus filhos, todavia, ao contemplar o semblante de desamparo dos garotos acaba crendo que nada deve ser proferido. 

Shawn vai direto para os braços da mãe e começa a chorar, enquanto Edgar dá seu cavalo a um dos soldados e continua seu rumo a pé pelas populosas e solitárias ruas do reino.

Durante o objetivo, o rancor o cega totalmente, fazendo suas recordações virem a tona, conforme seus ombros rígidos batem contrário aos cidadãos. As palavras de seu colega e adversário ecoam em sua mente. 

Ele só pensa em procurar uma única pessoa. O príncipe parte até a biblioteca, um edifício de estrutura colossal, com grossas colunas de pedra calcária e escritas artísticas esculpidas sobre lenha rústica. Por dentro, andares de livros alocados em estandes de bambu.

O bibliotecário olha para o fidalgo, portanto, reverencia, mas é fortemente desprezado pelas passadas largas que ultrapassam a amabilidade do homem. 

Ele sobe a imensa escada em espiral, quanto mais ele ascende, mais livros aparecem ao seu redor até que chega em um andar onde se divide em um agigantado corredor dando a duas portas em cada ponta, o garoto pega a direção a esquerda.

Aquim, assentado à mesa e envolto de seus mais fiéis soldados. Conversa a respeito da composição sobre a guerra. Até que seu embravecido filho adentra a sala de maneira desordenada, todos os homens olham a faceta austera do príncipe que se direciona firmemente ao pai:

— Quando vamos conquistar a morada das águias? — Pergunta Edgar espumando de raiva.

— Tantos senhores velhos e medrosos nesta mesa. — Diz um dos cavaleiros. — Que senti falta dessa avidez jovem. — Alguns homens riram, inclusive seu pai.

— Você o encontrou né? — Pergunta Aquim. — Invariavelmente fica com o corpo entusiástico para guerrear quando encontra David.

— Posso falar contigo a sós? — De adjacente os soldados se levantam e mesmo sem a determinação do régio, começam a se retirar de sala deixando exclusivamente pai e filho.

— Quer um pouco de vinho? — Aquim lhe oferta uma taça cheia.

— Obrigado. — Edgar vira a taça deixando-a vazia, em seguida ele joga o cálice no chão e bate com os punhos cerrados no mármore da mesa gritando por cessação, com o ar que advindo de seu tórax. — Por quê!? Odeio muito aqueles urubus nojentos!

— Alguma vez se perguntou a justificação deste ódio? — Aquim pega o jarro a sua dianteira e enche sua taça. — Não sabemos a quantas gerações essa repulsa é cultivada, mas paramos de altercar o pretexto dela.

— Nunca me perguntei sobre isso... O senhor tem alguma resposta?

— Você se lembra do pai de David?

— Evron Halk? Um dos homens mais profundos que conheci por toda minha curta vida. — Edgar, já remansado, se senta ao flanco do pai.

— Aquele homem era como uma lâmina de dois gumes; de feição civil, cortês, versado, calmo e carismático; no entanto, nas guerras em que travamos ao extenso dos anos quando nos encontrávamos no campo de batalha o seu comportamento era como de um cão raivoso. Ou de uma águia agressiva como assim preferir.

Comumente as pessoas que enfrentam qualquer um em nosso reino teme o fato de utilizarmos venenos nas armas, mas ele parecia querer ser acertado. Eu tinha medo daquele homem quando nos enfrentamos, contudo, eu sentia uma cobiça insaciável de derrotá-lo. Não existia desafiante que me deixou mais excitado do que Evron. — Aquim toma um gole do vinho. — Mas aí eu te pergunto, socialmente, assim como você e David, eu e ele éramos praticamente irmãos, nunca senti uma sincronia tão forte com mais ninguém, logo por quê? Por que temos de enfrentá-los como se fossem uma ameaça iminente em nossas vidas?

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