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Golden: O príncipe

O príncipe vai até o fim daquele espaço aonde se encontra mais uma passagem com várias correntes de ouro. Ele a olha fixamente enquanto acaricia aqueles pedaços cintilantes. Aos poucos abre sua boca inconscientemente e seu coração palpita cada vez mais, logo acaba por ceder meia volta e retirar-se do recinto.

Fora daquele portão de prata e de regresso ao salão central Eric dá de cara com um homem. Sua fisionomia é de um senhoril com seus oitenta anos juntamente a um torso arcado e quebradiço. 

Sua pele é ressecada como as terras no deserto, sua barba branca desce até a sua canela, utilizando um enroupado extenso de coloração verdejante e junto a sua batina dourada como as de um sacerdote. O príncipe olha com uma cara de agrura enquanto o velho sorri:

— Bom dia príncipe! — Seu dentes amarelados causam repulsa ao noviço.

— Chanceler Solomon... — Responde com frieza e cordialidade.

Mesmo sem se cumprimentarem começam a andejar um ao lado do outro em direção ao portão do palácio onde o singular estrondo que se ouve é unicamente do chinelo de lenho do senhor.

Chegando lá Eric posiciona-se no centro e empurra aquele arranjo de metal, que necessita habitualmente de nove homens para abri-la, exclusivamente com suas mãos. Fora do palácio o príncipe vê o comércio de seu reino estrear o dia, os atravessadores entram no império logo cedo com enormes cargas de mercadoria.

Acompanhados de algumas escoltas do verdadeiro reino Golden vendo que a absoluta fração importada para o poderio é comida condigno à impossibilidade de se haver uma plantação no deserto. Os soldados começam a trocar o seu turno com seus parceiros que haviam imperturbado na noite. 

Pássaros voam sobre a paisagem do sol e ermo. Ambos descem as escadas, algumas pessoas que veem aquela cena começam a alicerçar seus olhares ao príncipe. Eric parece um régio. 

Chegando na areia seguem a passos curtos e lentos um caminho para esquerda do palácio em direção a torre que se encontra no meio de algumas casas, os grãos saltam conforme ambos caminham na rota.

Após um pequeno estirão pela areia fria da manhã o chanceler e o príncipe chegam na torre guardada por um vigia de lança em sua armadura dourada. O homem que protege o portão velozmente o abre permitindo que o egrégio e seu mentor possam passar. 

Dentro da torre eles começam a ascender as escadas, nas paredes daquele recinto, uma divisão de rochas brancas de molde retangular e com tochas presas para que a negridão não preencha a acomodação. Os degraus curtos cabem metade de um pé.

Depois de uma longa subida eles chegam a uma sala com mesas empoeiradas e estantes enormes cheias de livros, pergaminhos e papéis avulsos, Eric vai para o canto esquerdino abrir a janela enquanto Solomon resolve desatar a do flanco direito. 

Pega um pano que está recostado num encosto, e com ele começa a azorragar nos móveis fazendo a poeira levanta e sair pelas janelas. Quando Eric termina, Solomon se senta aguardando os movimentos do exímio. 

O príncipe, chega perto das estantes a procura de algo, puxa dois livros e um pergaminho, e os leva para mesa sentando-se de frente para o chanceler, que o olha:

— Milorde? — Fala Solomon em seu tom baixo.

— O que foi? — Eric não faz questão de mirar para ele, pois, está fissurado naquelas páginas mofadas.

— Se mal lhe pergunte, posso saber sobre quais coisas que está procurando?

— Necromancia.

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