Elligor põe sua amiga detrás dele no cavalo e inicia uma corrida violenta para fora do reino. O alazão de guerra cavalga bruscamente sobre a pista desnivelada, como de hábito, as montarias do império, por serem camelos, não conseguem acompanhar a fugacidade daquela raça de corcel do deserto.

A grande extensão do território imperial impede que as informações cheguem a todas as províncias de maneira tão efetiva. O cavaleiro após um duradouro tempo consegue, pôr fim, desorientar os guardas, a rapidez que sua montaria alcança é demais para os simples camelos. As notícias não se espalham tão facilmente por aquele dédalo imperial.

Após buscas incansáveis o final da tarde é de mornidão, os soldados por todas as províncias não encontram rastros dos foragidos, enquanto rumores dos mercadores dizem que tinham avistado um cavaleiro de armadura vermelha atravessando o portão mais remoto do distrito mais desprezado do império.

Sentado ao trono, o inconformado recente monarca bate seus pés contra o piso de mármore enquanto sua mente absorve a informação derradeira sobre a evasão de sua irmã. 

No momento em que Solomon grita com íntegro o pulmão contra os generais, um inocente menino, criado do palácio, serve a taça de vinho do lorde, mas, nem sequer basta o copo ficar abarrotado para que Eric, em uma explosão de raiva, jogue o jarro de ouro no chão.

A força corta os dedos do menino, amedrontado e paralisado pela presença do régio, enquanto aquele licor purpúreo desce os degraus do trono. O chanceler ao assistir a cena sente um misto de regozijo e surpresa.

— Limpe logo isto escravo! — Grita Solomon.

Eric se levanta e caminha para fora do palácio, abre os portões com as mãos nuas deixando toda areia adentrar aos poucos. Seu mirar terminante ao horizonte traça seu destino hostil diante do fardo que acabara de suportar pela infelicidade em sua casta. 

Vou te encontrar Eliz. Pagará pelo que fez.