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Gaillard: Honra contra desafio

No dia subsequente todos os três corvos são acordados pela empregada do palácio, pois, o líder há tramado uma congregação cedo junto a seus hóspedes, e a senhora deseja organizar aquele quarto. 

Eles vão em direção ao saguão central, e encontraram Gilgamesh com trajes mais leves tomando chá. Gentilmente com um movimento de mãos pede para que eles se sentem:

— Como passaram a noite? — Gilgamesh aparenta um semblante mais suave.

— Bem! — Zyra resolve tirar a tensão da manhã, já que seus companheiros se recusaram a começar a conversa.

— Muito bom, fico fausto por isso. — O monarca põe a xícara de chá numa mesa ao flanco de seu sofá. — Vocês têm sorte por eu ser um homem tão perdulário. Son invadiu minha biblioteca ontem à noite e pelo meu caritativo estado de espírito, e igualmente de minha imperatriz, a sua carola está em seu devido lugar. — Aloramir olha para seu irmão e vê em seus olhos o desespero.

— Desculpe a falta de educação vinda de meu irmão. — O mais velho o reverência. — Se quiser punir alguém faça isto comigo.

— Você gosta mesmo de tomar as dores. — Ri Gilgamesh. — Relaxe, vocês são preciosos para mim, é verosímil que saibam o porquê.

— Por causa das viventes não é? — Aloramir penetra em seu olhar

— Existe alguma hipótese de produzir mais delas?

— Não que eu saiba, só existia um ferreiro que conseguia fazê-las. Mais ninguém consegue, e julgo que ir até o norte não será profícuo, a grande parcela das viventes está espalhada.

— Pode ser, mas tem uma que não. — Gilgamesh se ajeita no acolchoado — Como retribuição eu forjaria uma aliança com vocês e inegavelmente os deixaria com não somente um domínio, mas toda a liderança do Norte.

— Eu nunca lhe concederia um segredo de família.

— Meu jovem. — Gilgamesh se levanta até chegar próximo a Aloramir. — Quando vai conceber que não tem escolha? Está em meus domínios. De fato são um trunfo para que eu ganhe a guerra, mas caso não colaborem vou lapidar toda aquela montanha que vocês chamam de lar dia após dia até encontrar o ferro que necessito.

— Eu nunca permitirei que faça isso com minha honra! — Grita Aloramir trincando os dentes com raiva.

— Honra... Honra... Honra... Que tal uma luta? No coliseu! O último a permanecer em pé vence, caso ganhe lhe darei a liberdade e tudo que carecer para restaurar sua vida, no entanto, se eu ganhar terei a sua subordinação. — Propôs Gilgamesh.

Loucura? Idiotice? Ou uma adoração incondicional pela morte? Essas são as perguntas que Son faz a si mesmo enquanto vê seu irmão se equipando para ingressar no coliseu, o sorriso do mais velho é unicamente para disfarçar o pavor. 

Son sabe que seu irmão não é fraco, pois a longa viagem do Norte ao sul foi cenário de diversas batalhas para a sobrevivência dos três.

Como um prenúncio sobre o fim dos tempos, toda a povoação soube da batalha, a notícia espalha-se como praga e a oportunidade de ver Gilgamesh lutando no coliseu é algo de ouro para os moradores. 

Desperdiçar aquela exibição para muitos seria incabível, os homens se arrumam, as mulheres tomam banho e as crianças já ansiosas correm para arena para pegarem os melhores lugares. Por conseguinte o coliseu lota, com entrada gratuita disposta pelo inerente líder.

Gilgamesh não está mais no palácio. Alguns minutos após a saída do régio Mundi chama o desafiante para que a acompanhe, travestida com seu elmo abarrotado de desenhos de ferro sobre galhos tortuosos com espinhos. 

Os parceiros de Aloramir o seguem, a capital não possui um singular vestígio de existência. Casas abertas que só têm o ar da solidão dentro de si.

Quanto mais propínquo eles se encontram da arena, maior são os gritos e vibrações, o machado treme na mão do desafiante e seus passos não dispõem de firmeza. Num clima brando do ardor da manhã ele soa frio, e sua mente acumula medo.

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