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Avalon: Conflituosidade mental

— Julgo que todos precisamos chorar mais um pouco. — A irmã ao flanco do garoto de cabelo raspado se intromete tentando apoiar as falas entristecidas, com seu cabelo comprido e ondulado que vai até as pernas do assento. 

— Discordo. — O patriarca segura o garfo entortando-o. — Quero que isso acabe.

— Cronus. — Posiciona-se o rapaz de cabelo dread com corte raspado nas laterais. Seu lábio é munido de dois pedaços de metal como pequenas argolas nos lábios. — Se o senhor quiser eu poss...

— Não Axel... — Cronus o interrompe.

— Que ódio! — Gabriel se levanta. — Meu pai o senhor sabe o que deve ser feito, porque não toma uma atitude?

— Gabriel! — Contesta a garota de largos cabelos — Respeite nosso pai!

— Você sabe que tenho razão Eneli. — A voz alterada de Gabriel inunda a sala.

— Sente-se Gabriel. — Cronus pede com a mão. — A última coisa que quero agora são conflitos aqui em casa. Não tiro a razão de nenhum de vocês, mas é claro que todos aqui queremos agir no alicerce da odiosidade, e esta rancor só nos levará a ruína. Joana, Gabriel, Eneli, Isaac, Axel. Todos vocês foram presentes que os deuses me deram, e não deixarei que nada me tire isso.

As palavras do pai são tão lindas e dolorosas que seus filhos não sentem forças para esboçar, até aquela suculenta comida com uma variedade de legumes, cujos Avalon adoram saborear, torna-se algo laborioso de se digerir, os talheres deslizam sobre o prato. O silêncio deixa é som mais perturbador do recinto.

Aos poucos cada um foi terminando seu prato, e sem um resquício de pujança de se manter adjacente aos seus familiares. Por fim sobram somente Joana, Isaac e Cronus, posto que o filho se levanta a garota o acompanha com os olhos até que o jovem não encontrasse mais em seu campo de visão. 

— Vá com ele filha. — Cronus compreende o desejo da moça. 

Joana rapidamente se hasteia e reverencia seu pai. Então vai caminhando a passos largos a procura de seu irmão.

Todos vão para seus cômodos, Eneli recusa-se a permanecer em lar, sai pelo portão primário e pega no recinto do castelo um dos cavalos reais, e a fortes trotes direciona-se o mais distanciado exequível do palácio, entrementes, não sem rumo.

As pessoas que passam na rua apenas observam a jovem princesa correndo com o cavalo pelas largas ruas da província do flanco oeste do reino, chamada Balderan. Por conseguinte os fortes trotes reduzem-se a uma leve cavalgada para frente de um templo. 

Eneli para o cavalo e desce. A princesa olha para aquele enorme portão preto com desenhos de círculos dourados formando ao total seis moldes em pares paralelos.

A garota empurra aquele limiar que range grosseiramente, por dentro uma estrutura cheia de rosas verdes e vermelhas que tem suas raízes em buracos nas paredes, e no centro da sala um enorme lago que tem sobre a superfície de sua água uma leve neblina. 

Eneli se despe e a passos lentos anda em direção ao lago, a água morna cobre a sua pele quente e forma pequenas vibrações sobre sua calmaria.

Quando a princesa submerge até os ombros simplesmente fazem uma profunda respiração. Solta o ar uma intensa luz verde começa a contaminar a água, o brilho intenso ilumina o templo onde a iluminação das tochas torna-se imperceptível.

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