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3. QUANDO O SOL SE PÕE (5 DIAS ANTES DO NATAL)

A primeira coisa que Mônica observou ao entrar na sala do diretor com aquela senhora foi o mural de fotos à esquerda do cômodo. As fotografias em suma sendo de crianças e adolescentes, muito provavelmente órfãos. E o diretor, que na mais recente já mostrava ter os cabelos esbranquiçados pela idade avançada.

Ela aguardou a mulher sentar-se na mesa do diretor, se ajeitando em seguida. O aquecimento do local a fez transpirar um pouco, ou era apenas nervosismo.

— Incrível como eles crescem rápido — comentou a idosa. — Posso parecer antiprofissional, mas são todos como meus próprios filhos. É uma sensação boa vê-los partir, mas fica aquele aperto no coração.

— A senhora deve ter presenciado muitos irem.

— E muitos rumam sem lar após cumprir a maior idade. Max quase foi um deles — ela disse, de forma contida.

A idosa a encarou, como se soubesse quem ela era. Monica se sentiu aliviada de certa forma.

— Me chamo Katherine. Sou funcionária no Saint Inner há quarenta anos. Aqui é como minha segunda casa.

— Ual, é muito tempo.

— Dediquei minha vida a manter esse lugar digno para essas crianças. Ninguém pede para nascer, minha jovem. Não devemos marginalizar essas pobres crianças por simplesmente não terem pais, ou pior, terem pais... — ela pareceu se perder nas memórias, até se virar para Mônica. — Mas como devo imaginar, você é uma das sobreviventes, certo?

— Sim. Maxuel era um colega da escola. E sei lá, mas não acredito que ele simplesmente tenha enlouquecido.

— E acha que o orfanato é indiretamente responsável por ele ter feito isso?

— Não, claro que não — ela se ajeitou na cadeira. — Quer dizer, seria bom saber como ele era quando jovem.

— Maxuel sempre foi um rapaz alegre, sensível e empático.

— Sério?

Katherine suspirou.

— Ele era como um pai para os mais pequenos. Veio com quatro anos, mas sempre foi um menino maduro.

— Lar difícil?

— Os pais foram assassinados. A família morava em outro país então eles não quiseram fazer os trâmites pra levar ele pra lá.

— Isso é horrível.

— O pior nem foi isso. Maxuel foi devolvido.

— Como assim?

— Ele foi adotado aos dez anos e a família o devolveu.

— Alegando o que?

Como se pega no flagra por dizer o que não devia a senhora coçou a cabeça e desviou o olhar.

— Isso é informação confidencial. Sinto muito.

— Mas isso pode me ajudar a saber porque ele tentou me matar. E porque matou aquelas garotas!

— É o máximo que posso falar. — Ela se levantou. — O diretor imaginou que vocês viriam, e pediu para eu informar apenas o necessário até ele voltar de férias.

— Isso não é justo.

— Eu sei. Mas sei que vocês ficarão bem. Afinal de contas ele está morto.

[...]

Mônica e Alyssa saíram com mais perguntas que respostas. Alyssa sentia a cabeça doer como nunca, e o frio certamente não ajudava naquela crise de enxaqueca.

— Se ela não ia dizer nada, porque te instigou?

— Ela não parece estar nas plenas faculdades mentais — Mônica suspirou.

Estavam andando em direção ao portão principal. O pôr do Sol podia ser visto e ficaram surpresas como o dia passou rápido naquela pequena mini investigação que não levou a lugar nenhum.

— E se eu te falar que há uma chance da gente ter acesso a essas informações?

— Como? — Mônica perguntou.

Alyssa pegou o celular e fingiu estar se preparando para gravar algo. Fez beicinho e fingiu arrumar o cabelo.

— Oi amores da Kris. Hoje o vlog vai ser sobre eu ser uma cleptomaníaca que está cumprindo pena fazendo serviço comunitário.

Mônica ficou olhando a cena incrédula enquanto Alyssa num acesso de risos dava meia volta e entrava no orfanato novamente.

— Vou marcar um neuro pra ela — a sobrevivente disse, decidindo seguir a amiga.

— Talvez um psiquiatra.

[...]

Era por volta das seis da tarde quando Kimberly saiu de casa com Carlos com os berros de sua mãe de fundo. A imagem da casa toda enfeitada para o Natal fazia tudo ser mais engraçado.

— Você vai se encrencar — Carlos disse, colocando a chave na ignição e dando partida.

— Não vai ser a primeira vez — ela disse. — Ela tá insuportável desde o incidente.

E por incidente ela queria dizer a fatídica noite. Onde Rebeca e outras três jovens foram brutalmente assassinadas.

Rebeca com um corte no pescoço.

Joana estrangulada.

Vera com um castiçal enfiado dentro do próprio olho.

E Isabelle queimada viva.

Esta última responsável por colocar fogo onde estava escondida com Mônica e Alyssa.

Kimberly passou aquela madrugada com Mônica na delegacia enquanto aguardava notícias de Alyssa. O clima na cidade estava péssimo. Os pais das garotas assassinadas incrédulos. Kimberly até ouviu uma das mães berrando para Mônica que ela e Alyssa nem deveriam estar com as filhas delas.

E Kimberly odiava racismo mais do que qualquer coisa.

Namorar com um brasileiro a fez pela primeira vez se ver fora dos privilégios que nem sabia que tinha. Foi obrigada a ouvir que o namorado era um feiticeiro porque seus pais eram da Umbanda. Que ele sabia conversar com macacos e que no Brasil os rapazes só jogavam futebol o dia todo e que as mulheres andavam com a bunda de fora enquanto sambava. E isso foi a parte mais leve já que todo o estilhaço do preconceito acertou Carlos e não ela.

— Tá quieta — ele disse ao parar o carro próximo da escola. Acharam melhor deixar o carro no estacionamento do Robs.

— Lembrando daquela madrugada. A mãe da Vera é uma racista de merda.

— A filha sendo um puro reflexo dela. Não sei porque a Alyssa e a Mônica andavam com ela e a Rebeca. Isabelle e Joana ainda eram de boa.

— Elas se aproximaram no verão... — Kimberly parou. — Mas claro, o curso de verão!

— O de cinema? Mas elas nem estavam juntas!

— Esse é o ponto, a turma da Rebeca estavam fazendo o de primeiros socorros, que era no próprio prédio lá da faculdade.

— E?

— E que a Alyssa e a Mônica ficavam com elas durante os intervalos, e que de repente algo possa ter acontecido!

— E elas não falariam nada?

— Talvez por não achar relevante. Mas acho que algo envolvendo a mulher que morreu...

Carlos encarou a namorada por um instante, querendo rir, mas mantendo o semblante sério.

— A instrutora? Kim, você tá delirando.

— Carlos, é simples. Elas se aproximam durante o curso. na primeira semana a garota se joga da janela do terceiro andar do prédio, justo na semana que a Mônica e a Alyssa pediram transferência para nossa sala!

— Mas isso foi dias antes da moça morrer. Que aliás tinha depressão severa. Aquilo foi um suicídio.

— Pode ter algo que deixamos passar. Agora pronto pra invadir a escola?

— Não vou levar isso como invasão — ele engoliu em seco. — E sim como excursão noturna.

[...]

— Devo lembrar que estou fazendo serviço comunitário e se eu fizer qualquer coisa errada vou ser despachada para a cadeia.

— E eu devo lembrar que sua carreira de influenciadora vai pro espaço se você não ajudar a gente.

Mônica sabia que Alyssa era decidida, mas jamais imaginou que ela colocaria Kristen contra a parede com tanto ardor. A garota, outrora sempre alegre, agora mesclava seu humor entre fúria e desespero.

— Se eu for pega, vai ser o meu fim.

— Deveria ter pensado nisso antes de roubar aquela loja.

— Meninas por favor, eu nem tenho acesso a ala administrativa.

— Ela tem razão, Aly — Mônica tentou intermediar.

Alyssa não queria se dar por vencida. A dor de cabeça só piorava tudo.

— Olha — Kristen suspirou. — Vou tentar colocar vocês lá. Mas depois irão sair por conta e risco, ok?

— Mônica?

— Vai ser a nossa única chance, então vamos lá.

[...]

A dupla de namorados esperou na lanchonete até o tempo ficar escuro o suficiente para poderem entrar na escola sem serem pegos por algum funcionário. Como Carlos frequentava os treinos noturnos sabia de cor a rotina do vigia então tinham meia hora para procurar algo de relevante no armário de Max. Ele duvidava que a polícia tinha deixado algo passar, mas ele mesmo testemunhou que o diário passou batido (já que estava com Madison) então fazia sentido.

O campo de futebol americano foi visto e Carlos sentia falta de correr. Além de ser impossível não associar a imagem de Maxuel àquilo. Kimberly sentiu um arrepio. Era muito estranho estar ali com tudo apagado. Não queria admitir o medo que estava sentido, por isso agarrou o braço do namorado e apressaram o passo até chegar na área dos vestiários.

— Damas primeiro? — Carlos perguntou ao chegarem na mesma janela. — É brincadeira — ele riu. Então abriu a janela e passou o corpo para dentro. Ajudou Kimberly a entrar e fecharam a janela.

— Trouxe a lanterna? — ela perguntou. Carlos tirou uma do bolso para ela e ligou o flash do celular.

Chegaram até o vestiário e logo apressaram-se a chegar ao armário de Maxuel. Kimberly conseguia ouvir a própria batida do coração e sentiu o cabelo molhado de suor na nuca. Quase não acreditou no que viu.

— Porra... — Kimberly mirou a lanterna e encarou os olhos do namorado naquela penumbra.

— Chegamos tarde — Carlos sussurrou ao notar o armário arrombado com todos os itens jogados no chão.

— Precisamos ir embora — Kimberly disse, mas antes mirou a luz dentro do armário e achou algo estranho. — Já fui líder de torcida, lembra?

— Sim? Por que o fato aleatório agora?

— Meu armário era mais fundo que esse. E olha que quase não usava ele.

Carlos apertou os olhos e notou que o armário parecia ter metade da capacidade. Ele mesmo abriu o dele e notou que parecia ser mais fundo. Kimberly não pensou duas vezes e enfiou a mão dentro do armário do falecido. Passou os dedos até sentir uma lasca, onde pressionou sua mão, tirando um fundo falso e o jogando no chão.

— Bingo — havia uma sacola com alguns papeis e caneta. — Parece que ele queria esconder algo.

— Mas por que aqui?

— Pelo mesmo motivo que quem veio antes de nós veio. Lugar menos óbvio. Agora vamos guardar essas coisas e fingir que nada aconteceu.

— E a polícia?

— Não quero explicar por que estou aqui pra começo de conversa. Além de que nessas histórias a polícia quase nunca é eficiente.

— Você diz como se isso fosse uma ficção.

— Um filme ruim da Netflix, mas ainda assim a polícia é incompetente.

— O que acontece com os mocinhos nesses filmes?

— A maioria das vezes é um final feliz e fechado. Agora vamos sair daqui.

Repentinamente as luzes se acenderam.

— Quem está aí? — ouviram uma voz masculina.

— Merda, o vigia — Carlos sussurrou. — Sabia que era uma má ideia.

— Fica quieto e me segue — Kimberly correu até o banheiro feminino. Carlos a seguiu como se fosse mais errado entrar no banheiro das mulheres do que ter revirado o armário de seu ex-amigo assassino.

— Vão nos encurralar!

— Não se você me ajudar aqui — ela chegou até um sanitário para deficientes. Abriu o box e se aproximou de uma janela com vidro fumê. — Vivia entrando por aqui quando me atrasava. — Ela abriu o vidro e fez o namorado pular para fora antes dela mesmo sair ao mesmo momento que o vigia entrou no banheiro, e ao não ver ninguém, deu as costas.

[...]

Kristen se tremia de ódio ao se aproximar do almoxarifado do orfanato. Roubou a chave reserva e não via a hora de ir embora. Alyssa e Mônica seguiam logo atrás, atentas ao redor. Um corredor escuro seguia até um quarto onde Kristen guardava suas coisas, seguido da cozinha. Era um risco enorme, mas se vendo sem opção a adolescente se rendeu às ameaças de Alyssa. Agora esperava que elas fossem rápidas ao mexer nos arquivos, coisa que poderia demorar de cinco minutos a horas.

Encarou Mônica ao se aproximar da porta, colocando a chave na porta maciça.

— Pensei que fosse minha amiga — ela bufou, acusando Mônica.

— Você está desesperada por engajamento usando os assassinatos desde que descobriu — Alyssa rebateu. — E vocês já tinham quebrado o ciclo como você mesmo disse.

— É encerrado o ciclo. — virou para trás, a cara carrancuda. — Você não sabe nada sobre amizade, Alyssa. É tão amarga quanto vinho barato.

— E você uma criminosa.

— Fiquem quietas — Mônica arfou. — Não estamos com tempo pra isso.

O click da porta foi ouvido e as três não tardaram a entrar. Alyssa e Mônica foram até os armários de arquivos enquanto Kristen se sentou na mesa com o laptop que ficava de frente para a porta. Achou mais prático procurar pelos arquivos digitais, temendo que a secretária não tivesse terminado de escanear todos os arquivos antigos no sistema novo.

— Pensei que trabalhasse na faxina — disse Alyssa.

— Como é? — disse Kristen, sem tirar os olhos do computador.

— Como você sabe onde tá tudo aí?

— Eu trabalhei aqui no arquivo quando comecei o serviço comunitário. Katherine me pegou enrolando e me deixou permanentemente na faxina. Não que eu ligue, o serviço aqui é tranquilo.

— Você nunca pegou no pesado quando fazíamos trabalho voluntário — disse Mônica. Fechou a terceira gaveta e partiu para a próxima. — Bons tempos.

— Sei que é clichê, mas esse lugar me mudou — a adolescente já filtrava as pastas por data e nome. Respirou fundo. — Aprendi a ser realmente grata. Isso é diferente daquela época.

As três permaneceram em silêncio. Após meia hora de procurar desistiram. Logo Katherine viria fazer a checagem da noite antes de ir embora e a última coisa que precisavam era da senhora às pegando no flagra.

— Vou continuar a procura amanhã — disse Kristen ao entrar em seu carro, já fora do orfanato. — Vocês tomem cuidado na volta, a estrada pode ser perigosa à noite.

— Iremos nos cuidar. E obrigado, Kris.

— Fui obrigada — ela respondeu, encarando Alyssa. — Mas foi bom relembrar os velhos tempos.

— Nos vemos amanhã? Boatos que vão suspender as aulas de novo.

— Por quê? — questionou Alyssa.

— Tem uma tempestade feia vindo, mas a meteorologia não sabe ao certo como proceder.

— Obrigado pelo aviso — Alyssa disse, encarando o céu. — Você não é a patricinha metida que imaginei ser.

— Ninguém conhece ninguém, nem nós mesmos.

Ninguém discordou.

[...]

Carlos e Kimberly pararam o carro na frente da casa da família Stuart. Kimberly postergaria o encontro com a mãe até onde pudesse, já preparando os ouvidos para o falatório infinito.

— Preparada? — ele disse.

— Nasci preparada — ela tirou as canetas e os papeis de dentro da sacola. — São comprovantes de compra?

— Da onde?

— Lojas de pescaria e artigos para... — ela arregalou os olhos. — Carlos, ele deve ter comprado o machado e as facas aqui, olha.

O adolescente encarou, um pouco incrédulo, talvez assustado.

— É da Califórnia. Um pouco longe, não? — ele coçou o bigode.

— Faz sentido. Mascarar as provas.

— Guardando dentro do armário da escola?

— É, não faz sentido... A menos que alguém tenha colocado lá.

Havia outro papel ali dentro.

— É um documento... — Kimberly estranhou. — Uma autópsia.

— Quem é Laura Stefanno?

— Esse nome é familiar — disse Max.

— Ai meu Deus! — Kimberly conteve um suspiro. — É a mulher que se matou no nosso curso de verão.

Carlos ficou lendo o documento, os olhos vidrados. Ergueu o olhar para a namorada, os olhos aguados.

— Kimberly, de acordo com a autópsia, ela não se matou. Foi assassinada.

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