Amélia ao ouvir o nome da pessoa do outro lado da linha, sentiu seu corpo ser tomado por um frio ,por uma angustia , mas ao mesmo tempo uma raiva pela ousadia daquela mulher e pelo fato de seu marido nem ao menos ter pedido a Claire que não ligasse em respeito a ela , mas infelizmente não havia sido assim e lá estava ela falando com a amante de seu marido , ao recordar o fato que Claire era amante de seu marido sentiu seu corpo ser acometido por um calor , parecia que o sangue dentro de si estava em ponto de ebulição . Em nenhum momento ela deixou de fitar Aidan que estava em sua frente com uma expressão de santo , aquilo lhe causava mais raiva, pois não acreditava como ele conseguia ser tão hipocrita .
— Quem é? — indagou Aidan a olhando com a expressão calma
— Sua amante querido — respondeu Amélia em um tom sarcastico e forçando um sorriso nos lábios e esticando seu braço com o telefone em sua mão em direção a ele — Acho melhor você atender — sugeriu ela , levando uma de suas mãos sobre seu leito e movimentando seu corpo, ficando sentada na cama e com as pernas penduradas .
Prontamente Amélia viu Aidan vir em sua direção e pegar seu telefone, enquanto mantinha um contato visual com ela, mas o fato que mais irritou Amélia foi o fato de ele não ter em nenhum instante alterado sua expressão, se indagava como em um momento ele parecia estar triste e no outro voltava a ser aquela pedra de gelo que ela abominava. Amélia levou sua mão até as muletas que estavam em seu lado , apoiou cada uma em baixo de seus braços e as apoiou no chão, dando um impulso e levantando—se enquanto fitava Aidan que atendia a chamada de sua amante.
— Agora não posso Claire, depois te ligo — respondeu Aidan calmamente a mulher do outro lado da linha , finalizando a chamada em seguida.
Amélia já se dirigia ao banheiro quando ouvia as palavras de Aidan, naquele momento causou uma certa estranheza o fato dele não ter respondido a Claire, será que temia que ela descobrisse que ele estava com sua esposa, mas seus pensamentos foram interrmpidos por uma mão pousando em seu braço e a impedindo de continuar seu caminho .
— O que foi Aidan? — indagou Amélia em um tom serio e o fitando com o canto dos olhos
— Amélia não pense o que não é — disse Aidan em um tom de ordem enquanto a fitava
— Aidan eu penso o que eu vejo — respondeu ela de forma rispida e esboçando um sorriso sarcastico nos lábios
— Amélia você está me julgando, sem ao menos de proporcionar a oportunidade de uma defesa — disse Aidan em um tom sério e fechando sua expressão
— Aidan não vou ter essa discussão com você hoje — murmurou Amélia calmamente — Então suplico que me solte — suplicou ela em um tom de ordem
— Não Amélia — respondeu Aidan em um tom serio — Você vai me escutar — disse ele em um tom de ordem
— Não vou Aidan — respondeu Amélia em um tom alterado e tentando soltar seu braço dos dedos que a prendiam
— Amélia me ouve — pediu Aidan em um tom firme enquanto a fitava
— Não quero Aidan — disse enquanto lágrimas começavam a escapar de seus olhos — Me deixa em paz — continuou Amélia em um tom alterado , conseguindo libertar seu braço das garras de seu marido e levando sua mão até o apoio da muleta
— Amélia nem todo mundo tem amante como você teve — soltou Aidan em um tom alterado e formando uma expressão de espanto em seu rosto apos terminar de proferir aquelas palavras .
Amélia ao ouvir aquelas palavras, apenas fechou seus olhos, parecia que acabara de levar uma facada em seu peito, aquela era a constatação que Aidan realmente a culpava por tudo , mas sentiu uma raiva tomar novamente conta de seu corpo, contendo até suas lagrimas, ele havia descido baixo , em qualquer outro momento ela não daria importancia a aquelas palavras, mas naquele momento aquelas palavras foram tudo .
Amélia apenas respirou fundo, moveu seu corpo podendo iniciar um contato visual com Aidan, podendo perceber que ele estava estatico e apenas a fitava , ela estava acometida com uma raiva e um odio com as palavras que seu marido havia proferido, habilmente Amélia levantou seu braço, enquanto ao mesmo tempo prendia a muleta contra seu corpo, e levou sua mão de encontro com a bochecha de seu marido, causando um forte estalo que se expandiu pelo quarto devido ao silencio .
— Te odeio — murmurrou Amélia olhando nos olhos de Aidan e rapidamente retomando seu caminho até o banheiro .
Amélia tentou ir o mais rapido que podia até o banheiro, quando adentrou naquele recinto , fechou a porta atras de si, girando juntamente a chave e trancando a porta , enquanto virava—se e ia em direção a pia de marmore, lentamente ela tirou as muletas que a apoiava e se fitou no espelho, podendo pela primeira vez depois de tudo constatar como encontrava—se seu rosto, pode perceber que tinha a expressão tomada por uma profunda exaustão, seu rosto continha apenas pequenas escoriações, que sabia que não ficaria marca e sumiria com o passar dos dias, mas as marcas mais profundas que aquele acidente havia deixado não estavam visiveis , estavam bem ocultas, mas eram as feridas que mais doiam em seu corpo e em sua alma . Mas um barulho roubou sua atenção era a porta do quarto batendo e ecoando por todo o ambiente e a fazendo dar um pulo devido ao susto que aquele som lhe havia causou .
Lentamente Amélia voltou a si e se pos a dificil tarefa de se despir , algo que fez com certa dificuldade pois todo seu corpo reclamava a cada movimento que realizava com seus membros , mas finalmente concluiu a dificil tarefa , sacou um plastico incolor que havia sobre a pia de marmore e passou em torno a sua atadura , colando em seguida com uma fita, pois não podia tirar o curativo, muito menos molha—lo durante alguns dias , lentamente se dirigiu até o box, onde rapidamente levou seu corpo até o banco de plastico branco que encontrava—se logo abaixo do chuveiro, habilmente ligou o chuveiro sentindo a agua morna cair sobre si . Como resposta a aquelas sensação Amélia fechou os olhos , permitindo seu corpo se relaxar por fim, mas infelizmente aquele ato apenas permitiu com que seus sentimentos se intensificasse e a dor que havia dentro de si tomasse conta de seu corpo, fazendo com que algumas lagrimas escapassem de seus olhos, rapidamente Amélia levou a mão até seu ventre e o acariciou
— Meu bebê — murmurrou ela intensificando seu choro
Amélia sentia um vazio dentro de si , sentia como se não tivesse mais motivos para sorrir, pois havia perdido a única pessoa que pertenceria a ela para sempre, seu filho , porém doía mais ainda o fato de Aidan a culpar por aquela desgraça , as palavras dele não saiam de sua cabeça , necessitava tanto dele ao seu lado, mas naquele momento o queria somente para ela e não dividi—lo com mais ninguém, necessitava de um marido que fosse seu , somente seu.
Amélia perdeu a noção do tempo dentro daquele box, não sabia quanto tempo havia se passado desde que adentrara naquele pequeno espaço, então quando sentiu que não tinha mais lagrimas para derramar , tomou caragem e saiu dali, com certa dificuldade se secou e vestiu a roupa que Aidan havia deixado já pronta para ela no banheiro , sacou suas muletas e se dirigiu até a porta, levou sua mão até a maçaneta e respirou fundo, temia encontrar seu marido e se o fizesse necesistava de forças para não fraquejar em sua frente, lentamente rodou a maçaneta fria que seus dedos envolviam e se pos a abrir a porta, levou rapidamente os olhos por todo o quarto, constatando que não havia ninguém, aquele fato lhe fez soltar um suspiro de alivio . Amélia então se dirigiu até seu leito, pousando seu corpo sobre a cama e antes que pudesse se dar conta havia pego no sono .
Amélia pela manhã foi se despertando, mas aquela manhã a primeira coisa que suas sensações perceberam , não foram os raios solares e sim o barulho do chuveiro ligado que vinha do banheiro, ela temia abrir os olhos e encontrar Aidan, não queria logo cedo travar uma nova batalha com seu marido e nem tinha forças suficientes para tal, mas ao mesmo tempo tinha consciencias que se fazia necessario falar com ele, pois em algum momento seria obrigada a isso, logo pode perceber que o chuveiro não fazia mais barulho, então lentamente resolveu abrir seus olhos e rapidamente levando seu olhar para a porta do banheiro, que para seu alivio ainda encontrava—se fechada . Enquanto ainda despertava todos seus sentidos, ela levou suas mãos até seu lado e impulsionou seu corpo, assim sentado—se , levou sua mão para tras e ajeitou o travesseiro atras de si , rapidamente levou seu olhar para seu lado na cama e percebeu que o lugar encontrava—se intacto , constatando assim que Aidan não havia passado a noite ali . Contudo antes que ela pudesse pensar em qualquer coisa , o barulho da porta se abrindo roubou sua atenção, levando juntamente seu olhar , permitindo que Amélia observasse seu marido atravessar a porta , trajando apenas uma toalha envolta em seu corpo, na altura de seu quadril . Aidan saiu com o olhar fitando a toalha que ainda prendia o seu corpo, mas rapidamente levou seu olhar para frente encontrando o de sua esposa .
Amélia ao encontrar o olhar de Aidan não sabia o que sentir, se magoa, raiva, tristeza ou carencia , mas naquele momento preferiu não se permitir a sentir nada, muito menos se permitiu a percorrer com os olhos o corpo de seu marido, pois sinceramente não sentia a minima vontade que ele a tocasse, apenas queria ficar só , para se recuperar emocionalmente.
— Bom dia ! — murmurrou Aidan em um tom baixo a fitando — Como está se sentindo? — indagou ele com uma expressão de preocupação
— Um pouco melhor — respondeu Amélia , tentando esboçar um leve sorriso nos lábios, mas não tendo exito .
Os dois permaneceram alguns segundos se fitando, nenhum dos dois expressavam nada em seus olhares, apenas se miravam , como se um tentasse entender o outro e estivessem procurando as palavras certas para aquele momento.
— Amélia! — disse Aidan quebrando o silencio do ambiente e fazendo uma breve pausa — Perdão pelo que eu disse ontem , foi um erro — se desculpou Aidan em um tom calmo e a mirando nos olhos .
Amélia não sabia como reacionar com aquelas palavras de Aidan, jamais havia esperado ou imaginado ver seu marido um dia pedir perdão por algo, ainda mais com tanta sinceridade, ela podia perceber que ele realmente estava arrependido, mas infelizmente aquelas palavras não sanavam a culpa dentro de si .
— Tudo bem Aidan — murmurou Amélia em um tom calmo e o fitando .
— Vou me vestir e já ordeno que a Rose suba seu café — informou Aidan se dirigindo até o closet.
Amélia permaneceu em silencio durante o tempo em que seu marido trajava uma roupa, logo ele saiu vestindo uma roupa informal, aquele fato lhe causou certa estranheza, mas não iria questionar , logo o viu passar pela porta do quarto, sem proferir nenhuma palavra , ele apenas a fitou e saiu . Ela apenas permaneceu em silencio esperando, seus sentidos estavam praticamente despertos e juntamente com a dor voltou a acomenter seu corpo, Amélia ousou levar sua mão até sua perna , mas precisamente na sua coxa e passou a mão por seu machucado , pressionando levemente, podendo se dar conta o quanto estava inchado .
Logo ela percebeu a porta se abrir, apenas podendo avistar a bandeja que levava seu café, mas logo pode ver com clareza a pessoa que a carregava, fazendo um sorriso suave formar em seus lábios e uma certa alegria tomar conta de si ao ver aquela mulher de pele cClaire e cabelos escuros
— Anna !— pronunciou Amélia em um tom alto
— Vim trazer o café para a senhorita — respondeu Anna com um sorriso nos lábios e se dirigindo até a cama e pousando a bandeja na mesma .
— O que você faz aqui? Como você esta? Sinto muito por tudo amiga — falou Amélia rapidamente enquanto mirava sua amiga
— Primeiro eu vim te visitar — respondeu Anna sentando—se na cama ao lado de Amélia — E trazer seu café e estou bem amiga — respondeu Anna esboçando um sorriso nos lábios — Não tem porque se desculpar Amélia, acho que você sofreu mais do que eu — terminou Anna a fitando com um olhar triste
— Ai amiga — murmurrou Amélia levando seus braços em torno do pescoço de Anna , que retribuiu o gesto de carinho — Eu perdi meu filho — murmurrou ela enquanto lagrimas escorriam por seu rosto
— O Aidan me contou Amélia — disse Anna calmamente — Mas pense que logo você vai estar melhor e vai poder ter outro — aconselhou ela em um tom calmo , enquanto ambas se separavam do abraço que as unia .
— Não tenho certeza amiga — murmurrou Amélia , levando seu olhar para sua mão que agarrava a mão de Anna — O Aidan me culpa por haver perdido nosso filho eu vejo nos olhos dele — confessou ela acompanhado de um suspiro — E desde que sai do hospital a unica coisa que temos feito é discutir — terminou Amélia enquantos lágrimas escorriam por seu rosto
— Ele também está sofrendo Amélia — disse Anna , enquanto secava algumas lágrimas de Amélia com o polegar — Acredite ele não te culpa , vocês apenas estão passando por uma fase dificil , pois perderam um filho — terminou Anna a fitando e percebendo que seu conselho havia acalmado Amélia — Agora que tal tomarmos café e falarmos de outras coisas — sugeriu ela com um sorriso enorme nos lábios, recebendo outro sorriso como resposta de Amélia .
Amélia apenas assentiu a cabeça e aproveitou o dia com sua amiga, a presença dela ali espantava sua tristeza e melancolia , pois Anna a fazia rir e a distraia, deu graças por ela passar o dia lhe fazendo companhia, sentiu—se como quando eram adolescentes e uma das duas ficava doente e passavam o dia na cama assistindo filmes de comedias romanticas, para o alivio ou tristeza de Amélia ela não viu Aidan durante todo o dia , nem mesmo quando Anna foi embora ao cair da noite , trazendo assim Amélia para sua rotina odiosa e dolorosa, pois novamente teria que se submeter a demorada tarefa de tomar banho , mas naquele dia tentou ser o mais breve possivel, pois a unica coisa que necessitava era repousar novamente seu corpo na cama e dormir .
Amélia apesar de cansada não conseguia pregar os olhos naquela noite, cada vez que levava seus olhos ao relogio , parecia que sempre era o mesmo numero , já era madrugada e não havia visto ainda rastros da presença de seu marido pela casa, infelizmente aquela situação a levava para o passado , onde ela sabia que ele estava ali, mas um permanecia longe do outro , pois sabia que se o fosse procurar o encontraria em seu escritorio como sempre , mais alguns minutos ou horas se passavam e nada do sono acometer seu corpo , aquela situação a estava deixando impaciente , então rapidamente ela levou sua mão de encontro ao seu leito e impulsionou seu corpo, pondo—se sentada , levou suas mãos até as suas muletas e as agarrou , em poucos instantes já se dirigia até a porta , parou em frente a escada se indagando como faria aquela dificil tarefa , mas lentamente desceu as escadas, demorando mais do que de costume , ao chegar ao pé da escada , levou seu olhar para sua direita, podendo fitar a porta do escritorio de seu marido que encontrava—se entre aberta , podendo assim avistar uma luz acessa e ouvir a voz dele, que falava em um tom serio, não sabia o porque, mas uma curiosidade acometeu Amélia, queria saber com quem Aidan falava, lentamente se aproximou da porta, podendo ouvir com clareza as palavras que ele proferia .
— Então quer dizer que o senhor Hernández esta a beira da morte Andres? — indagou Aidan ao homem do outro lado da linha
— Sim, os presos cuidaram bem demais dele — respondeu Andres a Aidan
— Que bom, fico feliz — disse Aidan em um tom sério e seco
— O que houve com o Matt? — indagou Amélia parada na porta do escritorio, encarando seu marido .
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