C I N Q U E N T A E D O I S
Amélia não se fazia capaz de acreditar nas palavras de seu marido, apesar de tudo Aidan não podia querer o divorcio, ele estava sendo egoísta novamente, pois estava agindo daquela forma apenas movido pelo fato dela não ter correspondido suas palavras , contudo ele não tinha o direito de lhe pedir aquilo, ela não daria divorcio algum, ele era seu marido e assim o seria até o fim de seus dias , pois mesmo não o amando, queria, necessitava dele ao seu lado, sendo seu e somente seu, estando ali para cuidar dela , para salva—la como havia feito inúmeras vezes, como a havia salvado quando estava no meio do nada , presa em um carro e quase perdendo suas forças , ou como a havia salvado naquele dia que a segurou e não permitiu que caísse, infelizmente ele havia se tornado seu pilar, sua segurança, sua estrutura , era capaz de viver sem ele, entretanto não queria viver sem Aidan, não queria voltar aos dias em que não o tinha em sua vida , mesmo que eles vivessem um casamento disfuncional onde brigavam, faziam sexo, tinham segredos e contavam mentiras, queria estar com ele, mesmo com seus segredos que tinham abalado, queria Aidan com os segredos , afinal o teria querido mesmo doente e quase morrendo , afinal ele era seu marido e apesar de todos os defeitos e problemas daquela relação, jamais teria desejado outro marido que não Aidan Klein, pois ele dava sentido aos seus dias e a sua vida , apesar de tudo estava apaixonada por ele e o necessitava de um forma até um tanto quanto possessiva .
Ela podia sentir algo quente escorrer por seu rosto, eram lágrimas, seu coração doía de uma forma inexplicável, podia senti—lo bater contudo desejava que aquela tarefa que seu miocárdio realizava cessasse na esperança da dor também cessar , sentia ganas de agarrar Aidan , de agarrar sua camisa e prende—la em meio a seus dedos ou até mesmo envolver o pescoço dele em seus braços e não permitir que ele fizesse aquilo , necessitava que ele entendesse que o fato de não retribuir suas palavras e sentimento não significava que não o queria .
—Não – murmurou Amélia em meio a lágrimas – Não Aidan eu não quero o divorcio – afirmou – Você está sendo injusto , você não pode fazer isso comigo , não pode entendeu ? – indagou ela começando a se alterar – Eu te amava Aidan – disse ela com os dentes cerrados – Eu te amava seu maldito – afirmou , cerrando seus punhos e os levando em contra ao peito de Aidan – Mas você matou esse amor com sua indiferença, com sua ausência e falta de qualquer atenção – continuou batendo nele descontrolada – Se te trai foi culpa sua ... – afirmou ela cessando a agressão e apontando seu dedo indicador na direção de seu marido que permanecia imóvel – Sua , somente sua, porque eu me amaldiçoou pelo que fiz , por ter ido contra meus princípios , mas tudo que fiz foi culpa sua, somente sua – gritou ela
—Amélia – disse Aidan em um tom serio
—Não Aidan você não pode fazer isso – afirmou Amélia – Se fizer eu vou te odiar pelos restos dos meus dias – disse em meio a lagrimas levando novamente suas mãos contra o peitoral de Aidan, contudo não chegou a atingi—lo, pois as mãos de seu marido foram mais rápidas e as seguraram , envolvendo seus dedos em seu pequeno pulso
—Amélia – disse Aidan em um tom sério – Minha decisão já foi tomada – afirmou a fitando – Sugiro que arrume suas coisas porque você vai partir hoje – anunciou largando os pulsos de sua esposa e se pondo em direção a porta do quarto.
Assim que Aidan a largou Amélia pode sentir suas pernas bambearem e seu corpo tombar no chão com seus joelhos dobrados , rapidamente ela ergueu sua mão como se tentasse o alcançar, contudo ele já estava distante demais
—Não Aidan ! – gritou ela em um tom abafado devido a seu choro
Subitamente Amélia sentiu sua mão agarrar algo, podia sentir que era um pano, estranhou o fato pois estava sobre um carpe , olhou para baixo de si e viu um lençol , sua mente começou a se sentir completamente confusa , contudo não deu atenção a aquele fato e voltou seu olhar para a porta, podendo ver Aidan parado a fitando .
—Aidan – murmurou ela em um alto – Por favor – suplicou
Subitamente Amélia abriu seus olhos se pondo sentada, rapidamente levou seu olhar para seu redor e constatou que estava sobre uma cama, pode constatar que ocupava o leito sozinha, mas que estava dormindo, instintivamente levou sua mão direita até sua testa e seu olhar sobre a cama , como se tentasse entender tudo, não podia acreditar que tudo não havia passado de um sonho, novamente estava presa naqueles pesadelos que tanto a atormentavam .
—Amélia ? – disse uma voz em um tom de preocupação
Rapidamente Amélia levantou seu olhar e encontrou Aidan se sentando em sua frente, se obrigou a soltar um suspiro de alivio ao constatar que seu marido não estava bebendo , pelo contrario ele estava tomado banho e trajando uma roupa diferente da do dia anterior , não pode deixar de reparar no olhar dele de preocupação sobre si, ansiava por abraça—lo, pois ele era a única coisa que a mantinha na realidade, mas temia realizar tal ato e não agradar seu marido .
—Está bem? – indagou ele a fitando
Amélia apenas observou a mão de Aidan caminhar até a sua e a segurar , como em um gesto de apoio, ao sentir aquele toque se obrigou a cerrar suas pálpebras, e apertar com força a mão que segurava a sua , contudo logo volto as abrir seus olhos .
—Um pesadelo – murmurou ela tentando esboçar algo em seus lábios que seria um sorriso
—Quer me contar ? – indagou ele em um tom sereno e tranquilo
—Não – respondeu Amélia chacoalhando sua cabeça fazendo sinal de negativo – Já passou – afirmou ela , voltando a fita—lo ,era inegável, mas até dos pesadelos aquele homem a salvava , contudo para sua surpresa a expressão de Aidan mudou, de serena para cordial , pode sentir ele largar sua mão e observou ele se por em pé e a fitar
—Nosso voo sai em duas horas – afirmou ele
—Está bem – murmurou Amélia – Estarei pronta – afirmou
—Certo – pronunciou ele , a fitando e rapidamente olhando as coisas ao seu redor, como se buscasse alguma palavra para ser dita – Vou terminar um relatório ,qualquer coisa estarei na sala – afirmou ele, se girando e passando pela porta
Em nada lhe agradou a atitude de seu marido, contudo Amélia tinha consciência que se ele estava agindo daquela forma era sua culpa , até começou a sentir falta daquele Aidan possessivo que certamente a abraçaria, beijaria e até faria sexo com ela naquela manhã, contudo aquele homem que a instantes havia estado ali não era o Aidan possessivo, era um Aidan que ela jamais havia visto antes , tentou afastar aquela constatação e se pôs em direção ao banheiro, tomou um banho rápido , trajando uma roupa um pouco mais leve do que estava habituada a usar naqueles dias, pois certamente em Buenos Aires o clima deveria estar mais agradável que ali, logo todas suas coisas estavam prontas e o carregador já as descia, juntamente com as de Aidan. Durante o caminho do hotel até o aeroporto nenhum dos dois ousou a trocar uma palavra, pois Aidan tinha sua atenção voltada para seu celular, parecia tenso e nervoso com algo , durante o voo Amélia permaneceu com a poltrona ao seu lado vazia, pois seu marido preferiu ficar no fundo, trabalhando em seu notebook e com o celular pendurado em sua orelha, pelo tom da conversa podia constatar que estava com problemas , problemas que o estavam irritando . Amélia preferiu afastar sua atenção da conversa de seu marido e levar seu olhar para a janela do avião, observando assim as nuvens ao redor, instintivamente seus pensamentos trouxeram a lembrança daquele desagradável pesadelo , juntamente com um temor de que ele se concretizasse , temia que Aidan pedisse divorcio , era um temor que jamais havia sentido antes, se fosse a meses atrás até ficaria feliz ou ao menos se sentiria aliviada com aquela possibilidade, contudo naquele momento lhe dava temor um frio em sua coluna vertebral a possibilidade de Aidan deixar de ser seu marido, mesmo que brigassem ou estivessem distantes preferia que fosse assim e estivessem unidos por um matrimonio, do que estarem separados com nada os unindo , ela se obrigou a soltar um longo suspiro, pois sabia que toda aquela situação era sua culpa, desejava mudar tudo aqui, realmente queria dizer que amava seu marido ,contudo não podia, porque não o sentia, afinal apenas naquelas últimas horas havia passado aceitar os segredos dele com mais naturalidade a ponto de chegar ou ao menos tentar compreende—lo , contudo não podia negar que ainda sua cabeça estava uma confusão , tal qual seus sentimentos que pareciam um reboliço, ora odiava seu marido por tantos segredos e mentiras , ora sentia uma paixão que a fazia ter vontade de toma—lo em seus braços, ora apenas queria ficar sozinha e por seus pensamentos em ordem , ora e por fim sentia apenas temor .
Para seu alivio e desespero em poucas horas pousaram em Buenos Aires, Aidan durante todo o caminho dentro do automóvel, que estava sendo guiado pelo motorista, permaneceu com o celular em seu ouvido e com o mesmo tom irritado , então Amélia preferiu pousar sua cabeça no vidro e observar sua cidade, se dando conta que havia sentindo falta daquele lugar , sentido falta de sua casa , de suas coisas , antes que pudesse se dar conta já estava em casa, rapidamente saiu daquele carro, necessitava esticar seu corpo ,apenas observou os empregados subirem com as bagagens, enquanto Aidan permaneceu imóvel dentro do automóvel .
Amélia se pôs a subir as escadas até a porta de entrada que já encontrava—se aberta, em passos lentos adentrou sua moradia, esboçou um suave sorriso em seus lábios ao constatar que tudo estava como havia deixado, era inegável, havia sentido falta daquele lugar .
—Senhora !— exclamou uma voz em um tom entusiasmado
Rapidamente Amélia levou seu olhar para seu lado, encontrando Rose com um sorriso enorme nos lábios , como se estivesse feliz por vê—la
—Rose – disse Amélia em meio a um sorriso enquanto abraçava fortemente a governanta – Senti sua falta – confessou ela
—Eu também – confessou Rose – Deixei tudo como a senhora deixou – anunciou ela
—Percebi – comentou Amélia se afastando e a fitando
—Amélia — chamou uma voz masculina que parecia vir da porta
Amélia se desfez daquele abraço com sua governanta e voltou seu olhar para trás, encontrando Aidan parado, com uma expressão como se houvesse sido contrario, com um misto de desgosto.
—Com licença – pediu Rose se retirando
—O que foi Aidan? – indagou Amélia se virando ficando em frente ao seu marido e o fitando com uma expressão serena
—Tem um jantar essa noite e necessito que me acompanhe – anunciou ele , cerrando as pálpebras e as abrindo rapidamente, como se aquele fato não fosse de seu agrado
—Aidan eu ....— começou a murmurar Amélia que foi interrompida por seu marido
—Amélia acredite eu não quero ir também – respondeu ele como se soubesse a resposta de sua esposa – Contudo sou obrigado e como seus pais vão estar lá acho que não seria de agrado deles chegar sem você – comentou ele em um tom serio
Amélia realmente não estava no clima para eventos, contudo sabia que seu marido tinha razão, seus pais não gostariam de ver seu marido chegando desacompanhado , sabia que sua ausência geraria inúmeras indagações de sua mãe e realmente não estava disposta a criar novas chateações .
—Está bem – respondeu Amélia em um tom calmo – Estarei pronta no horário de sempre – afirmou – Mais alguma coisa? – indagou
—Não – afirmou Aidan – Qualquer coisa estarei no escritório – anunciou ele se pondo em direção ao seu escritório
Amélia apenas observou ele desaparecer e cerrar a porta daquele cômodo, lentamente iniciou a tarefa de subir as escadas, se dirigindo ao seu quarto, que estava com várias malas próximas a porta, agradeceu por ter Rose para organizar aquilo , pois não teria paciência para arrumar suas malas, sem muita pressa se dirigiu até o banheiro , em uma atitude tanto quanto distinta decidiu tomar um banho na banheira, não estava habituada a se dar aquela mordomia, contudo sabia que a noite seria uma batalha que teria que travar com Mel, entretanto não tinha a segurança que seu marido estaria ao seu lado naquela noite . Assim que adentrou o banheiro ligou a torneira enchendo assim a banheira de agua, sem muita pressa se pôs a se despir , em passos lentos caminho até a banheira, com os dedos de seu pé constatou a temperatura da agua, que estava agradável ,habilmente se posicionou , apoiando sua mão nas bordas e afundou seu corpo naquela agua morna, lentamente recostou sua cabeça e cerrou suas pálpebras, não podia negar que aquilo era relaxante e o que ela estava necessitando .
Permaneceu naquela banheira por cerca de trinta minutos, um pouco para mais ou para menos , saiu dela , sacou uma toalha e pôs a se secar , trajou seu robe e iniciou a tarefa de secar suas madeixas , logo que constatou que estava com o cabelo seco , prendeu o lado direito em pequenas tranças , jogando todo o cabelo para seu lado esquerdo , em seguida iniciou a tarefa de se maquiar, contudo essa tarefa se tornou difícil assim que Aidan adentrou o banheiro .
—Oi – murmurou ele a fitando e logo se dirigindo para o box
—Oi – respondeu Amélia o fitando através do espelho
Amélia começou a amaldiçoa—lo assim que ele tirou sua camisa e a jogou no chão, tirando em seguida sua calça, já encontrava—se sem sapatos, parte de dentro de si esperava que ele despisse a única peça que tinha em seu corpo dentro do box, contudo não foi o que ele fez, permitindo assim que ela observasse ele abaixar sua boxer e a deixar no chão, dando a ela total visão de suas nadegas, era inegável ,Aidan era irresistível, Amélia pode sentir isso ao sentir certa excitação tomar conta de seu corpo, não sabia o porque, também não queria sentir aquilo, mas havia ficado excitada com a visão de seu marido completamente desnudo , se obrigou a soltar um longo suspiro, tentando afastar tal excitação e voltar para a tarefa de se maquiar ,antes que seu marido saísse do box, se pôs fora daquele lugar, não podia permanecer ali , então resolveu ir se vestir, primeiramente vestiu suas peças intimas, no caso só uma calcinha , sacou seu vestido tomara que caia, longo ,na cor azul turquesa e o trajou , descalça se dirigiu até sua penteadeira abrindo sua caixa de joias , com o canto dos olhos pode observar Aidan se dirigir até o closet, trajando apenas uma toalha na altura de sua cintura , tentou ignorar tal fato e colocou seus brincos de brilhante , acompanhando uma pulseira também de brilhante , habilmente calçou suas sandálias prateadas que encontravam –se próximas e logo pode observar Aidan deixar o closet trajando seu smoking , enquanto em seu braço levava seu paletó , ela não sabia dizer se ele era mais bonito desnudo ou tão bem vestido .
—Pronta? – indagou ele a fitando
—Sim – murmurou Amélia esboçando um suave sorriso
—Então vamos – anunciou ele se dirigindo até a porta
Amélia estranhou o fato de Aidan estar sendo apenas cordial, normalmente ele a elogiaria ou não a deixaria sair daquela forma, contudo parecia que naquela noite ele pouco estava se importando com seu traje, sua beleza ou que outro homem a poderia fitar , entretanto preferiu não proferir nenhum palavra, apenas o acompanhou até o carro, onde ele lhe abriu a porta, sentiu um alivio por ele ainda prezar as gentilizas , em silencio se dirigiram até o centro da cidade , onde seria o jantar, que seria no melhor restaurante da cidade de Buenos Aires, logo que chegaram Aidan parou em frente a porta , rapidamente desceu abrindo a porta para Amélia e lhe oferecendo gentilmente o braço, ela atribuiu aquele gesto ao fato de haver alguns jornalistas na porta do estabelecimento, em passos lentos adentraram o salão, que encontrava—se já um tanto quanto cheio , estava repleto de mesas , com toalhas brancas , com enfeite que era indescritível no meio , todos os homens trajavam smoking, enquanto as mulheres desfilavam com seus longos vestidos e vários garçons circulavam com bandejas com taças e uma garrafa de champanhe na mão .
—Amélia – chamou a voz de uma mulher, contudo uma mulher que ela conhecia bem
Logo no campo de visão de Amélia pode ver sua mãe se aproximar, estava trajando um vestido vermelho, com o cabelo preso e cheia de joias , mas com um sorriso enorme nos lábios e os braços aberto
—Mãe – murmurou Amélia dando um forte abraço em sua mãe, que logo se afastou e foi cumprimentar seu marido
—Tudo bem Mary? – indagou Aidan com um sorriso nos lábios
—Tudo Aidan – respondeu Mary – O Steven está na nossa mesa conversando com alguns sócios – afirmou ela
— Vou falar com ele – afirmou Aidan , soltando o braço de sua esposa e não lhe direcionando nenhum olhar
Amélia apenas observou seu marido sumir em meio a multidão, seus ouvidos mal estavam prestando atenção nas palavras de sua mãe, pois estava lhe irritando Aidan estar agindo daquela forma, estar sendo tão frio e indiferente com ela , contudo tentou afastar aquela chateação e se pôs a prestar atenção na conversa de sua mãe, que lhe indagava como havia sido a viagem , aquele assunto rendeu alguns longos minutos de conversa , entretanto a conversa foi interrompida pelo soar do telefone de sua mãe, que rapidamente abriu sua bolsa e o sacou
—É uma amiga, necessito atender – anunciou Mary se afastando para um canto silencio
Amélia apenas teve tempo de assentir com a cabeça, para sua sorte um garçom passou em sua frente lhe oferecendo uma taça de champanhe, que ela aceitou habilmente levou a taça até seus lábios e em passos lentos caminho até uma parede, que continha varias fotos antigas penduradas, sempre que ia naquele lugar observava aquelas fotos, contudo sempre descobria algo novo nelas , entretanto seus pensamentos estavam em seu marido, não o havia avistado novamente, mas não ousaria procura—lo, não depois da forma fria que ele estava a tratando .
—Acho que você é a famosa Amélia Crawford – proferiu uma voz masculina atrás de Amélia
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