Capítulo 8
(Sarah)
Horas antes
Ouço meu celular despertar e logo abro os olhos. Apesar de que a primeira coisa que vejo é o corpo da minha irmã inconsciente, uma alegria sincera está presente dentro de mim. Sempre gostei de aniversários — ainda mais dos meus —, e por mais que eu saiba perfeitamente que hoje não vai haver nada de tão especial por conta da situação da Safira, me sinto feliz.
Porque Deus me deu mais um ano de vida, porque Ele cuida de mim e me deu família e amigos incríveis, além de saúde.
— Bom dia, Deus! Feliz aniversário pra mim! — Falo baixo e abro um sorriso gigantesco. — Obrigada por tudo!
Geralmente eu costumo dar trabalho para acordar, mas acabo levantando logo do colchão e dobrando meu lençol. São 7:36 e sei que meus pais já levantaram, porque não estão no quarto.
— Parabéns, Sarah! — Imito novamente a voz da minha irmã, como venho fazendo toda vez que sinto muito a sua falta. — Ah, obrigada! — Respondo e a abraço, mesmo que não tenha o ato retribuído.
Troco de roupa, pego minha mochila e logo ando até o banheiro mais próximo, aproveitando o banho para pensar no que farei hoje. Eu posso fazer uma maratona de filmes, seria uma boa! Talvez possa até chamar Levi para assistir comigo, caso queira.
Escovo os dentes e me encaro no espelho por uns segundos.
Não. Pensando bem, é melhor não chamá-lo.
⁂
— Olá para a aniversariante do dia! — É a primeira frase que ouço de Levi assim que abro a porta da frente de casa. Não consigo evitar o sorriso e fecho a porta atrás de mim.
Ele me abraça e eu fico um tanto inebriada com o seu cheiro. De fato não faço a menor ideia de qual perfume está usando, mas eu poderia viver para sempre sentindo esse cheiro! Quando ele se afasta eu já estou quase hipnotizada, mas me recupero psicologicamente e entro no seu Urus preto.
Nem estou acreditando que Levi realmente pediu ao meu pai para irmos ao cinema juntos. Eu imaginei que ele não teria coragem, ou melhor, eu imaginei que meu pai nunca cogitaria a possibilidade de permitir isso. Mas pelo visto ele gostou mesmo do Levi.
Ele dá a partida no carro e eu ponho o cinto.
— E aí, em qual música vamos dançar hoje? — Pergunta, me fazendo sorrir ao lembrar da última vez que andamos de carro juntos, então conecto o Bluetooth.
Pela manhã fui ao Café Central com a Sama e a Dinha, e depois nós três, junto com Ícaro e Kaynon, passamos o resto da manhã na praia. Ainda não estou conversando direito com o Ícaro, talvez por orgulho, mas também tenho percebido que ele está um pouco distante. Será que nossa amizade nunca vai voltar a ser como era?!
Andei pensando nisso, ultimamente, e no quanto tenho sentido sua falta, mas na verdade preciso de mais um tempo para engolir toda essa história romântica que paira sobre nós.
Quando pensei que minha manhã fosse a parte mais alta do meu aniversário, eu e meus pais saímos para almoçar em um restaurante — o meu favorito — e eu ganhei presentes! Presentes! Nossa, nem pensei que fosse ganhar algum esse ano!
Minha mãe me deu um vestido azul marinho rendado: ele é justo na parte de cima, tem um sinto que se prende na cintura e desce godê até uns cinco dedos acima do joelho; a renda é sem forro nas mangas, que vão até um pouco abaixo dos cotovelos, deixando partes da pele dos braços à mostra. Ficou perfeito! Estou vestindo-o agora mesmo, com uma sapatilha rasteira de veludo azul.
Papai me deu uma câmera instax mini azul clara, pela qual estou simplesmente apaixonada! Estava querendo há tempos e ele acertou em cheio! O enchi de beijos quando abri o saco de presente dourado e vi aquela caixinha incrível com minha máquina fotográfica dentro! Obviamente estou trazendo-a comigo dentro da bolsa, só para prevenir. Já estou até pensando no painel de fotos que vou poder montar no quarto! A Safira vai ficar louca quando ver!
Levi disse que está me levando ao Litoral Shopping, que fica no seu bairro; apesar de não ser tão longe, eu nunca cheguei a visitá-lo.
— E então, o que você ganhou de presente? — Levi pergunta depois de um tempo apenas escutando a música que toca no som do carro, no momento: O admirável lamentável cidadão, de Lorena Chaves.
Abaixo o volume, olho de soslaio para ele e ponho a mão dentro da bolsa. Levi vira meio desconfiado e começa a sorrir.
— O que foi? Por que está com a mão dentro da bolsa? Não vai tirar uma arma daí não, né? — Ele pergunta, mas com os olhos fixos no trânsito. A essa altura já liguei a câmera, então a retiro rapidamente da bolsa e tiro uma foto sua dirigindo, que em segundos é impressa em papel de foto branco. — Ei! O que foi isso?!
Sorrio. — Isso... Foi o que eu ganhei de presente. — Falo e fico encarando sua foto, que acabei de tirar.
— Posso cobrar direitos autorais, sabia?
— Não pode não, hoje é meu aniversário! — Falo por fim e guardo sua foto dentro da bolsa. Levi apenas balança a cabeça e sorri.
Levamos cerca de 20 minutos para chegar ao shopping e vamos direto ao cinema comprar os ingressos e a pipoca. É meio estranho estar saindo sozinha com o Levi — e pela segunda vez. Fora que as pessoas nos olham como se fôssemos o casal de namorados perfeitos, o que acaba me deixando envergonhada.
Na hora de pagar, começo a abrir minha bolsa e pegar minha parte do dinheiro, já que mamãe me deu, caso eu precisasse.
— O que é isso?! — Ele pergunta sério, com uma sobrancelha erguida.
Lanço-lhe um olhar interrogativo. — O quê?
— O que você está fazendo?!
— Ahn... Pagando a minha parte. — Respondo e coloco o dinheiro sobre o balcão. O atendente fica meio em dúvida se pega o dinheiro ou não, mas Levi o pega primeiro e me devolve.
— Assim você me ofende! — Fala. — Óbvio que eu vou pagar!
Ainda não abri nenhum sorriso no momento.
— Mas eu posso pagar!
— Pode, mas não deve! — Então ele tira da sua carteira todo o dinheiro do pagamento e repassa ao caixa, que sorri discretamente, provavelmente achando que somos dois pombinhos no primeiro encontro. — Acha que eu não sou um cavalheiro? — Brinca. E finalmente eu sorrio, assentindo e guardando o dinheiro. É claro que ele iria pagar pra mim! É o Levi, não é?!
Recebemos o saco de pipoca grande e os copos com refrigerante e andamos em direção à sala 7. Acabamos escolhendo um filme de ação que já estávamos de olho há uns dias.
O cinema está lotado hoje, e nós pegamos as cadeiras da última fileira.
Em um determinado momento do filme nossas mãos se tocam dentro do saco de pipoca e eu sinto meu coração acelerar imediatamente — claro, porque eu não poderia viver um clichê pior do que esse no cinema, ainda mais com o Levi aqui, o rei do romance e das coisas clássicas! Não tenho coragem de virar e olhar sua reação, mas penso em parar de pegar pipoca e deixar que ele coma o resto sozinho, porque percebo que estou deixando minha mão lá dentro por mais tempo que o necessário, apenas para que ele a toque.
Droga, Sarah!
Chateio-me comigo mesma por estar fazendo isso, mas continuo demorando com a mão lá dentro e, quando a pipoca acaba, ele a segura como se fosse a coisa mais natural do mundo. Talvez seja mesmo, mas não pra mim. Não com ele.
Quando o filme acaba são 16:28, e nós vamos até a praça de alimentação para comer algo, já que terminamos a pipoca e o refrigerante antes de completar a primeira hora de filme.
— O que você quer? — Pergunta.
— Sério, estou com vergonha de ficar gastando o seu dinheiro! — Falo, e é verdade. Gastamos gasolina, ingresso, pipoca, e agora mais um lanche! Eu não deveria ajudar a pagar alguma coisa?
— Não seja boba, Sarah! Aliás, hoje é o seu aniversário, você mesma disse! — Conclui. — Gosta de sushi?
— Eca, não! — Faço uma careta.
— Que bom, porque eu também não! — Responde, me fazendo rir.
— Então por que perguntou?
— Porque hoje é o seu aniversário, ué!
— Vai ficar usando essa desculpa pra tudo, agora? — Sorrio.
— Não fui eu quem começou! — Fala, com as sobrancelhas erguidas.
— Ok, ok! Por mim, pode ser só um milk-shake.
— Milk-shake com hambúrguer? — Opina enquanto caminha pela praça de alimentação apertando minha mão, mas de repente para e me encara. — Espera aí! Você não é daquelas que ficam cismando que estão gordas, né? Porque, sério, se você não comer porque achar que está gorda...
— Não. Não sou. — Corto-o com um sorriso. — E milk-shake com hambúrguer não combina!
— Não precisa combinar! Só precisa matar a fome. — Responde.
— Ah, claro! — Reviro os olhos, mas o sorriso na minha boca não consegue negar que eu adoro sua companhia (sim, até mesmo suas piadas ridículas).
— Está rindo de quê? — Pergunta, mesmo sem olhar pra mim.
— Nada! — Respondo, mas parece que a cada segundo que passa o sorriso apenas aumenta. Já estou começando a ficar com vergonha.
Mordo as bochechas com força até sentir meus olhos lacrimejarem.
— Quer jantar? — Pergunta.
— Não, jantar é muito... — Eu ia dizer romântico. — Pesado.
— Esfirra?
— Pizza.
— Pizza?!
— Subway.
— Eu queria gostar de sushi. — Fala, por fim, e eu apenas o encaro com deboche. — Tudo bem, um subway.
— Não, não! Hambúrguer mesmo!
E assim, lanchamos hambúrguer com milk-shake e batatas-fritas.
Logo que terminamos e ele paga o estacionamento, voltamos para o carro. Enquanto caminhamos até o local, ele diz que quer me levar ainda para conhecer a Praça Narciso Ávilla, que é a mais famosa do bairro por ter um lago artificial e um espaço amplo com gramado e muitas árvores.
Do shopping até a praça leva apenas uns 10 minutos, e antes de sair do carro eu já começo a me encantar com a beleza do lugar. O que mais chama atenção, além do lago, que fica realmente bem centralizado, são as dezenas de ipês rosas e amarelos, dando um ar bem aconchegante, rústico e... Romântico! Clichê, pra ser mais específica. (Parece que ultimamente os clichês vêm me perseguindo!)
Começamos a caminhar ainda comentando sobre o filme, atividade que se estendeu desde quando saímos do shopping, mas em um determinado momento não há mais nada a se falar, então caminhamos em silêncio. Estamos a passos lentos, e depois de uns minutos Levi para abruptamente na frente de um arbusto para pegar uma flor vermelha. (Viu?! Mais clichês!)
— Pra você! — É o que diz quando me estende a flor: um hibisco.
Sinto que eu coro quando estendo as mãos e nossos dedos se tocam. Não sei bem como reagir a isso, o que acaba me deixando meio nervosa. Abro um sorriso tímido e nem mesmo chego a agradecer.
Estou ficando muito idiota perto do Levi, ultimamente!
Continuo andando olhando para frente e rodopiando a flor entre meus dedos quando ele para, senta-se debaixo de um ipê rosa e fica me encarando. Acabo sentando ao seu lado por não aguentar sustentar o olhar.
Ainda estamos em silêncio, e eu não gosto de ficar em silêncio quando estou com ele, porque fico nervosa. Eu simplesmente não sei o que fazer ou falar. Antes nós não sofríamos muito com isso, mas comecei a ficar assim depois que ele disse que sentia algo especial por mim.
Mordo os lábios e sinto as pontas dos meus dedos gelarem. O vento está um pouco frio, uma sensação térmica próxima a 18ºC, eu diria.
— Está gostando do nosso passeio? — Levi quebra o silêncio. Graças a Deus!
— Ah, eu... Ahn... — Travo. — Uhum! — Balanço a cabeça.
Ele então faz um barulho fofo com a boca e o canto dos seus lábios se movimenta rapidamente. Não entendo como sei disso, mas tenho certeza que foi um sorriso. Talvez pelos seus olhos.
— Ah, você está linda, a propósito! Tinha esquecido de dizer, mas não parava de pensar nisso! — Fala, fazendo um calafrio percorrer unicamente o meu peito. Acho que no mundo dos românticos chamam isso de "frio na barriga" ou "borboletas no estômago", sei lá!
— Deve ser o vestido. Minha mãe me deu hoje! — Tento fugir, entretanto percebo que, lá no fundo, fico feliz com o seu elogio! Ou com o fato de ter dito que não parava de pensar nisso.
Levi continua com seu sorriso discreto e balança a cabeça em negativa. — Tenho certeza que não é o vestido. — Dá uma pausa. — Não que ele não seja bonito também, mas... — Olha pra mim. — Você está perfeita!
Calma, respira.
— E nem fiz maquiagem! — Falo o que deveria ter sido apenas um pensamento e finjo ser uma brincadeira.
Dessa vez ele abre um sorriso mais claro.
— Tenho um presente pra você. — Diz, já se movimentando no chão.
O quê?! Presente?!
Não. Eu não acredito que ele ainda comprou um presente, depois de tudo o que já pagou!
— Eu... Estou com frio. — Falo.
Ahn?! Com frio?! Mas que raios está dando em mim?! Por que eu disse isso?!
Arregalo os olhos ao pensar que talvez seja porque eu queria... Digamos... Um... É... Abraço!
Fecho os olhos por um segundo e suspiro.
Não que eu não esteja mesmo com frio, só acho desnecessário ter dito isso. A nova Sarah está me deixando cada dia mais assustada!
Instintivamente Levi se vira e segura meu braço. — Quer ir para o carro? Eu ligo o aquecedor. — E faz força para levantar, mas dessa vez sou eu quem seguro seu braço.
— Não! — O que eu faço?! — Foi só... Um comentário bobo! Nem está tão frio assim!
Ele pensa um pouco. — Quer meu suéter? Estou com uma camisa por baixo.
— Não! Eu só quis dizer que... — Que o frio é no meu peito. — Que o clima está bom assim! Eu gosto do frio! — Tento sorrir simpaticamente, mas seu olhar sobre mim é intenso demais.
— Se quiser ir para o carro, a gente vai, não tem problema!
De repente meu rosto se suaviza. Sei que ele está cuidando de mim de novo, mas de algum modo surreal eu não estou com raiva por isso. Não dessa vez. Sinto-me apenas... Especial!
— Vamos ficar aqui. — Falo e me recosto no tronco do ipê, olhando para o seu rosto. Uma vontade súbita de segurar sua mão ou apoiar a cabeça em seu ombro começa a surgir em minha mente.
Ai, caramba! O que está acontecendo com você, Sarah?!
— Ah, o presente! — Levi volta à realidade e põe a mão direita no bolso da calça jeans azul escura. Ele está usando um suéter cinza com gola e um sapatênis marrom. Estamos próximos, e o cheiro do perfume que exala do seu pescoço ainda me deixa meio tonta.
Assim que tira a mão do bolso ele o estende na minha frente: é um colar de ouro com duas cordas, onde em cada ponta há um coração cheio de pedrinhas prateadas. É incrivelmente encantador — eu o usaria para sempre —, e sinto vontade de abraçá-lo e enchê-lo de beijos, assim como fiz com papai. Mas é óbvio que eu não sou tão maluca a esse ponto.
Sinto minha boca se entreabrir em formato de O e apenas alguns barulhos saem da minha garganta. Eu não sei o que dizer.
Meus olhos migram das mãos para o rosto de Levi, e vejo que ele está com uma expressão preocupada no rosto.
— Não gostou?! — Pergunta, e sinto pena pelo tom de tristeza que sai na sua voz. — Se não tiver gostado, eu...
— O quê?! Claro que gostei! — Corto-o. — Ai, meu Deus! Isso foi muito caro! — Coloco as duas mãos na boca. Como ele pode gastar tanto assim comigo?!
— Para de repetir essas coisas! — Ele diz e abre um sorriso extremamente fofo. — Foi de coração!
— Meu Deus... — Ele ainda está com o colar estendido em minha direção. — Meu Deus! Não precisava disso, sério!
— Eu já disse, Sarah... — Levi encara tão profundamente meus olhos que eu sinto vontade de fugir. — Você é importante pra mim, isso é apenas... — Prende os lábios. — Pra você lembrar.
Sorrio de nervosismo. — Ai, meu Deus! — É só o que sai da minha boca.
— Posso colocar? — Pergunta, e então assinto, viro de costas e afasto meu cabelo. Se ele pudesse olhar meu rosto agora, estaria vendo um sorriso do tamanho do mundo se abrir.
Seus dedos tocam levemente meu pescoço e eu fecho os olhos.
— Pronto! — Diz, me fazendo acordar.
Viro-me em sua direção novamente e levo a mão direita aos pingentes. Acho que nunca mais vou querer usar outro colar!
— Não combinou? — Pergunta, se referindo ao meu vestido.
— Ficou perfeito! — Ponho a mão em seu braço e o encaro. Ele também está me encarando. De repente, é como se só houvesse nós dois na praça (acho que isso também é clichê). Sinto os seus dedos se arrastarem em minhas bochechas. É um gesto carinhoso, e eu me sinto extremamente grata por estar com ele hoje. Na verdade, me sinto grata por ter tido a chance de conhecê-lo, e por receber sua atenção de forma tão peculiar.
Imagino que vá me beijar a qualquer momento, mas quando ele finalmente se aproxima lembro do Ícaro. Do seu beijo com Amanda. De como me senti traída. De como consegui esconder tudo o que eu sentia por ele.
Seu rosto está perto, entretanto eu me esgueiro e ponho a mão sobre seu ombro.
Ele assente como se entendesse o que quis dizer.
— Desculpa! — Pede e sorri envergonhado, sem mostrar os dentes. Por mais contraditório que pareça, eu diria que é um sorriso de tristeza. — Não sei o que pensei!
— Não! Não é você... — Passo a língua entre os lábios. — É que...
— Seu melhor amigo... — Ele ri. — Tudo bem. — Balança a cabeça. — Eu me precipitei... De novo. — Sussurra.
Sinto uma ponta de culpa, dor e pena dele. Será que o magoei?
Não quero decepcioná-lo. Levi tem sido um amigo e uma companhia incrível, e tem me feito descobrir um lado de mim que eu ainda não tinha percebido. Por isso mesmo eu quero ser sincera com ele. Não posso beijá-lo ainda pensando no Ícaro. Não posso e nem devo fazer isso. Ele não merece.
Eu só preciso esperar mais um pouco e depois tudo vai se acertar. É só questão de tempo.
— Desculpa! — É a minha vez de pedir.
— Não, você não tem que se desculpar! — Ele dá um meio sorriso. — Eu que peço desculpas! Sério, não pensei muito bem! Mas prometo que isso não irá se repetir! De verdade, me desculpa! Não quero que as coisas mudem entre nós, Sarah!
Eu também não quero.
Assinto e o abraço forte, de repente.
Mas já mudaram.
Ele retribui meu abraço na mesma intensidade, e eu sinto uma segurança enorme ao seu lado.
— Obrigada! — Agradeço, ainda com o rosto afundado em seu pescoço. — Pelo presente. Eu amei! — Sorrio com os olhos fechados.
Agora que sei a sensação de abraçá-lo, não quero mais soltar, porque ele me segura como se eu fosse o mundo inteiro, como se tudo fosse desmoronar caso eu me afastasse.
O seu perfume está mexendo com os meus sentidos, e talvez por isso eu acabe demorando muito mais do que devia no seu abraço.
Deus, eu não quero soltá-lo!
Sei que há algo diferente surgindo no meu coração pelo Levi. Eu só preciso administrar melhor esses sentimentos antes de fazer qualquer coisa, antes de tomar qualquer atitude, antes de declarar qualquer sentimento.
Entrega seu coração pra Deus, filha! Posso ouvir a voz de mamãe falando comigo, no quarto. Ele prepara tudo no tempo certo, não tente apressar as coisas! Só entrega pra Ele e descansa, prometo que Ele não vai esquecer de te fazer feliz! Apenas espere! E confie.
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