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Capítulo 20

(Leonardo)

76 dias depois

11 de abril de 2042

— E então, ainda não se desapaixonou por ela? — Ouço a voz de Samanta ao meu lado.

Hoje é o aniversário da Safira. Seu décimo nono aniversário, o que todos nós pensamos que nunca chegaria.

Os pais dela decidiram comemorar fazendo um culto de ação de graças, e agora estamos todos na igreja. Safira está dando seu testemunho lá encima, e eu decidi vir aqui fora tomar um pouco de ar.

— Está sendo mais difícil do que pensei. — Respondo.

A verdade é que mesmo depois que ela voltou a falar e a andar, até mesmo depois que voltou pra casa, eu só tenho observado-a de longe. Samantha disse que ela não lembra de mim. Lembra de pouquíssimas coisas antes do acidente, aliás.

Virou o centro das atenções por onde passa, mesmo sem querer. Todos querem saber como foi o período que ficou em coma; como foi passar duas semanas sem conseguir voltar a falar ou andar; como é não saber do seu passado.

Eu escolheria ter levado aquela pancada na cabeça no lugar dela, queria tê-la protegido de tudo o que passou e de todos esses problemas que está tendo que enfrentar, tentando encontrar o seu verdadeiro eu, que talvez se perdeu em algum lugar das memórias que não tem mais.

É difícil demais ter que assistir a tudo isso de longe, sem poder ajudar, falar com ela, abraçá-la... Como se eu nunca houvesse sequer existido na sua história. Às vezes, tudo o que quero é correr para beijá-la, dizer quem éramos, que eu ainda a amo... Mas eu decidi que é melhor ficar mesmo de longe. Se eu voltasse, poderia estragar todas as chances do meu irmão, e eu prometi a ele que não entraria mais no caminho de ambos.

O que me acalma um pouco é saber que Ítalo está dando a ela agora todo o apoio que não posso dar. Mas não é a mesma coisa. Não, quando tudo o que eu queria era ela. Não, sabendo que nunca vou tê-la. Ficar sozinho agora é como gritar do fundo de um abismo, sabendo que lá em cima não há ninguém pra me ouvir.

Bom, desde que ela recebeu alta, Ítalo tem estado sempre lá para ajudar, como o excelente melhor amigo que ele sempre foi. E em meio a tudo isso, eu acabei ficando mais solitário do que pensei. Quer dizer... Acho que encontrei uma amizade de verdade e pela qual vale a pena ficar, porque eu realmente pensei em me mudar para onde os meus avós.

Samantha tem sido a pessoa com quem eu divido minhas desilusões, minhas dores e minhas histórias. Depois da nossa discussão no aniversário da Sarah, ela veio me procurar e me pediu perdão por ter agido daquela forma. Confessei que também estava um pouco cheio de ter que sofrer sozinho e acabei descontando nela, e então ela disse que a partir daquele dia, eu poderia simplesmente desabafar, ao invés de descontar.

Eu aceitei prontamente sua proposta, e até então não me arrependi. Muito pelo contrário. Eu consigo até mesmo sorrir quando estou ao seu lado, e esquecer por um momento o quanto estou sofrendo por ter perdido a Safira.

— Eu já disse que posso te ajudar com isso. — Sama fala, se referindo a uma conversa que tivemos semanas atrás, quando ela disse que poderia ajudar a Safira a lembrar-se de mim.

— E trair o melhor amigo dela, que por acaso também é o meu irmão e seu melhor amigo?! — Ironizo. — Não, estou bem assim, obrigado!

Ela ri e balança a cabeça. — Ultimamente, não posso mais dizer que eles são os meus melhores amigos. — Fala, encostando-se à parede e encarando as flores do jardim dos fundos da igreja. — Acho que você tem desempenhado melhor esse papel.

Recosto-me também, ficando ao seu lado. — Eu o entendo. — Falo.

— Claro. Você nunca falaria mal dele pelas costas!

— E você falaria? — Pergunto.

Samantha me encara com a testa franzida. — Se eu falasse, estaria traindo a memória da Safira. Ela o defendia com unhas e dentes.

— Com razão, né!

— Eles formavam um excelente casal de melhores amigos! — Exclama.

— Dá pra parar de falar como se ela tivesse morrido? — Falo, e Samantha me encara outra vez.

— Ela morreu, Leo! — Diz. E eu acharia muito frio da sua parte, se também não estivesse vendo seus olhos cheios de lágrimas. Se também não estivesse assistindo de camarote ao seu sofrimento. — As memórias te mantém vivo. Quando as memórias morrem, você morre também.

Sama volta a virar para frente e eu reflito sobre o que acabei de ouvir.

— Enquanto nós nos lembrarmos dela, ela vai estar viva. — Falo.

— Sua afirmação está sendo utópica. Você sabe, né?

Olho bem para ela e a encaro de frente.

— Sua amizade me faz muito bem, Sama, de verdade! Eu só espero que eu nunca sofra um acidente e perca a memória, pra não ter que ser tratado como você está tratando quem te chamava de melhor amiga! — Balanço a cabeça em negativa. — Se fosse o contrário, a Safira nunca desistiria de você. E você sabe disso.

Vejo as sobrancelhas da Sama se franzirem e as lágrimas escorrerem de seus olhos. A abraço.

— Está sendo tão difícil! — Ela começa a soluçar. — Eu não queria estar agindo assim, mas eu... Eu sinto que perdi a minha melhor amiga!

— Você não perdeu. Mas ela está perdida. E precisa da sua ajuda para se encontrar.

Ela se afasta de mim.

— Sabe... Quando ela estava em coma, eu via todo mundo sofrendo e eu... Eu tinha que suportar tudo aquilo, tinha que ser forte por todos e acreditar no melhor. Mas agora... Agora que ela voltou, estou vendo todos serem fortes, mas serem fortes por ela. E ninguém está aqui pra ser forte por mim. Eu sinto que estou sozinha!

— Está errada. — Passo o braço por cima dos seus ombros. — Você não está sozinha. — Ela então me abraça outra vez e ficamos em silêncio por um tempo.

— Acha que ela vai lembrar? — Samantha pergunta, depois de uns minutos.

— O que você acha? — Retorno-lhe a pergunta.

Sama respira fundo e olha para baixo. — Acho que não.

— Também achamos que ela iria morrer, depois da parada cardíaca. — Falo, e vejo-a abrir um sorriso.

— Você é um amigo muito melhor que eu! Às vezes me sinto envergonhada por desacreditar tanto na Safi, mesmo sabendo que ela não tem culpa de nada!

Esboço um sorriso. — Ninguém tem culpa. Mas às vezes Deus prova a nossa fé, e é aí que precisamos continuar firmes.

Ela assente com a cabeça e aperta a mão direita na minha cintura.

— Safira teria muita sorte se namorasse com você!

— Safira tem muita sorte por ter o Ítalo. — Respondo e vejo-a erguer as sobrancelhas.

— Você é a pessoa mais fiel que já conheci!

Penso um pouco. — Sabe, Sama... No acampamento, quando eu disse para o Ítalo que abriria mão dela por ele, senti como se estivesse dando uma facada em mim mesmo. Senti que eu estava me traindo, como um ato reflexivo, entende? E aquilo doeu demais. Doeu porque eu arranquei de dentro de mim a parte do meu coração que era dela... E dei pro Ítalo. — Engulo em seco. — Mas aí eu senti o Espírito Santo falando ao meu coração.

— E o que Ele disse? — Pergunta.

— Que os planos dEle são diferentes dos meus. — Fecho os olhos. — Que eu estava pensando que aquilo ali era o fim, mas era só o começo. Porque por causa do meu amor pelo meu irmão, eu abri mão da garota dos meus sonhos. — Respiro fundo. — Jesus abriu mão da Sua glória por amar pessoas que sequer mereciam o Seu amor. Na cruz, Ele mostrou o que foi o amor, o que foi a fidelidade. E quando somos fiéis aos nossos irmãos, Sama, estamos sendo fieis a Deus também! E aí eu senti paz, cara! Eu senti que segui os passos de Jesus, e isso nunca poderia me trazer tristeza.

— Eles dois merecem ser felizes, eu sei disso. — Completo. — Sei disso assim como sei que eu também vou ser feliz com a pessoa que Deus planejar pra mim! E eu estou disposto, Sama, a aceitar a vontade dEle!

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