Sozinha? - Parte 2
Um tiro seguido por um silêncio sepulcral. Dor. Um líquido vermelho se espalhava por uma cela. Uma discussão havia começado enquanto a vida de uma menina de esvaia na escuridão.
- TIRE ELA DAÍ AGORA! - era uma voz feminina. - VOCÊ NÃO DEVIA TER FEITO ISSO. VOCÊ SABE QUE ELA PODE SER MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.
Mais três pessoas vieram atrás da mulher e a cela foi aberta. A menina foi carregada delicadamente e levada às pressas para o andar de cima enquanto a mulher e o Coronel continuavam a discutir.
- Por que você se importa tanto com uma piralha dessas? - disse alterado.
- Por que eu penso! - revidou- Ela é tão útil quanto os outros. É melhor você rezar para que ela não morra.
***
- Eu acho que ouvi um tiro.. - sussurrou Kaique - Ainda estou preocupado.. Por que Ariel não está com a gente?
- Eu não faço ideia.. - disse Mary - Ah... deveríamos ter voltado pra casa quando a Gabi disse que viu forcas, mas nãão.. Fomos idiotas.
- O que você está falando?? - disse Bia, incrédula - Nós fomos lá pela minha mãe! Agora... Se o Kaique não podia se controlar a culpa não é nossa.
- ERA O MEU PAI - virou indignado - Pare de ser hipócrita.
- Parem de discutir!! - Carollyne falou na cela ao lado - A culpa não é de ninguém .
- Existem outras prioridades agora, gente. Não tem por quê vocês quererem achar um culpado. - Heloísa suspirou, nervosa - Temos que nos preocupar com o fato de que estamos em celas e não sabemos o porquê, e tambem onde está Ariel.
- Será que ela.. - Gabi tossiu- Bem.. Ela pode estar morta, certo?
Todos olharam feio para a menina, que revirou os olhos.
-Voces sabem que eu só estou falando a verdade.
A conversa foi interrompida por dois garotos que estavam entrando no recinto das celas escoltados por militares mascarados.
- O QUE VOCÊS QUEREM COM A GENTE? - disse o mais alto
Os dois foram jogados na cela ao lado da que estava Carollyne, Heloísa e Henrique.
Todos estavam se olhando em um silêncio desconfortável até que um menino de cabelo azul claro falou:
- Vocês sabem por que estamos aqui?
- Não - respondeu Carollyne, que estava fascinada pela bela cor dos cabelos do rapaz que contrastava com seus olhos cinzentos.
O menino suspirou e continuou:
- Aconteceu tudo muito de repente.. Do nada havia sangue por todos os cantos e esses militares invadiram a escola. Estou completamente perdido.
- Todos estamos.. - disse Carolyne.- E a nossa amiga está desaparecida..
Os garotos se olharam, nervosos.
- Como ela é? Tipo.. fisicamente falando.
Henrique ergueu uma sobrancelha.
- Ela é bem pequena, tem cabelos pretos e grandes.. E olhos castanhos e uma pele beeeem branca e cílios bem grandes também ...
Gabi revirou os olhos. Pessoas aparentemente apaixonadas a irritavam.
- Por que vocês querem saber?
O rapaz que estava calado ergueu os olhos.
- Acredito que essa menina esteja morta ou .. indo pro hospital agora mesmo.
- COMO ASSIM? - Henrique puxou o garoto pela camisa. - NÃO MENTE DESSE JEITO.
Todos os outros estavam paralisados e se olhavam, os olhos esbugalhados e incrédulos com a realidade.
- EU NÃO ESTOU MENTINDO! EU NEM CONHEÇO VOCÊS! NÃO TERIA PORQUÊ MENTIR- ele puxou sua camisa de volta e se acalmou - Ela estava sendo carregada ainda há pouco, provavelmente levou um tiro.
- Temos.. Que sair daqui - disse Kaique com o rosto entre as mãos.
***
- Eu continuo sem entender o que você estava pensando quando atirou na menina - disse Belona, com raiva.
- Ela é irritante.
Belona fechou a cara e deu um tapa no rosto do Coronel.
- Pare de ser inútil! - e saiu pisando duro até os seus aposentos. - Se ela não sobreviver, os outros não vão cooperar com nada.
- Você sabe que não são só eles...
- Mas eles têm habilidades! São inteligentes. - virou para Chermont - Eu sinceramente não sei como você é Coronel com toda a sua burrice.
Chermont olhou para a sala de cirurgia e viu a menina mais pálida do que nunca. Suspirou e se retirou.
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