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Sozinha?

Ariel abriu os olhos em meio à escuridão de uma cela fria. A menina estava atordoada, então abraçou seu corpo e esperou seus olhos se acostumarem ao escuro. Tentou se lembrar do que havia acontecido e quanto tempo deveria ter passado, mas só flashes de memória voltavam a sua cabeça: Kaique desacordado e machucado, gritos de suas amigas e uma forca...
- O que está acontecendo? - disse baixinho
- Ah.. Então você acordou.
Era uma voz grave e gélida masculina.
O coração de Ariel parou por alguns segundos e ela prendeu a respiração. 
- Onde está o seu pai? - a voz perguntou firmemente.

- Eu... Eu não sei.. Quem é você? Por que eu estou numa cela? Sozinha.. Eu tenho certeza de que eu estava com meus amigos... - falou confusa.

A luz da cela foi ligada revelando um homem alto vestido em trajes militares e com uma máscara branca cobrindo seu rosto.

- Sou o Coronel Chermont. E eu responderei suas perguntas se você responder a minha. - suspirou- Onde está o seu pai, Ariel?
A menina esbugalhou os olhos "como ele sabe o meu nome? ", pensou.
- Ele.. eu não sei... - olhou para frente, confusa- Eu não consigo lembrar.
- Faça um esforço. Se você não lembrar terá que passar o resto da vida nessa cela escura, sinto lhe informar.
- Por favor.. - choramingou- O que Está acontecendo? Eu não consigo lembrar de nada claramente, mas eu sei que eu estava com meus amigos. Onde eles estão?

- Até onde eu sei.. Eles estão presos assim como você. E só serão soltos quando você resolver colaborar.
O Coronel desligou a luz e saiu andando calmamente.
Ariel balançou a cabeça, estava extremamente perdida.. Foi quando a realidade caiu como uma pedra em cima de seu coração : seu pai estava morto. Ela, infelizmente, não tinha tempo para assimilar isso, seus amigos precisavam dela.

- Ele está morto. - disse colocando a cabeça entre as mãos e deixando as lágrimas cairem.

Coronel Chermont parou imediatamente e voltou para a cela da menina, furioso.
- NÃO BRINQUE COMIGO, GAROTA. O SEU PAI NÃO PODE ESTAR MORTO!

Ariel se encolheu, aquela voz era familiar.. Um flash veio a sua mente: ela estava em cima de um prédio, havia pessoas discutindo e,  de repente, um grito que parecia ser uma sentença de morte.

- Você.. Você estava naquela praça. - olhou para a escuridão - Você estava dando as ordens para enforcar as pessoas.. O que está acontecendo aqui? O que meu pai tem a ver com isso?
O Coronel chutou a grade da cela.
- O seu pai era um inútil mesmo.. Não conseguiu sobreviver nem ao primeiro dia.. Como sempre.. Foi um covarde.
- NÃO FALE ASSIM DO MEU PAI - A menina se levantou e o homem ergueu uma arma.
- Você é igualmente inútil. UMA MENINA INSOLENTE E INUTIL.

Uma porta se abriu no fim do corredor no momento em que ele apertou o gatilho.

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