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Capítulo Único

Essa One Shot foi feita especialmente para a  kazzwtora em comemoração ao seu aniversário, que estou entregando com um dia de antecedência. Antes de mais nada, gostaria de te desejar muitos anos de vida, paz, saúde e felicidades. Saiba que você é uma pessoa incrível e muito especial e merece o mundo. Espero que goste desse pequeno mimo que fiz pra você. 

Antes de dar início a leitura, gostaria de ressaltar que alguns dos personagens citados nessa obra, tiveram suas personalidades modificadas, de forma que pudesse se encaixar melhor com o roteiro. Apesar de ser uma fanfic de Tokyo Revengers, a história se passa em um universo alternativo, onde nenhum dos acontecimentos canônicos serão mencionados. 

Avisos: palavras de baixo calão, menção a traição, crises de ansiedade e sexo explicito. 

O capítulo possui: 13.600 palavras. 

Boa leitura! 

— Você tem certeza de que está pronta, querida? — Karyn se inclinou no banco da frente para observar a filha sentada logo atrás, os olhos verdes da mulher que se pareciam bastante com os da garota, demonstravam uma grande ternura e preocupação. — Sabe que não precisa fazer isso agora se não estiver se sentindo bem, ninguém está te pressionando a fazer uma faculdade. Você pode começar daqui alguns anos, nunca é tarde demais para se formar.

— Karyn! — Ysagi chamou pela mulher num tom repreensivo. — Deixe ela, Naomi já pode tomar suas decisões sozinha.

— Eu sei, mas ela não pisa num ambiente acadêmico desde aquele aci... — A morena se calou antes de completar a frase. — Certo, nós vamos entrar com você, não se preocupe.

Naomi observou sua mãe se ajeitar no banco da frente, desviando os olhos dela para apreciar o prédio gigantesco que havia logo a frente, a arquitetura era muito bonita, as cores eram claras, mas ele possuía tantas torres, que parecia mais com um antigo castelo que tinha sido reformado. As construções se assemelhavam com as da Era Vitoriana. E por um instante a Hatori se perguntou, se realmente não era daquela época?

Pelo menos assim sua mente poderia se ocupar com algo que não fosse os pequenos surtos de sua mãe, que mesmo sem querer, a fazia se lembrar de tudo o que ela estava lutando para apagar de sua mente.

O casal desceu do carro primeiro e Naomi foi logo em seguida, ajeitando a mochila sobre um dos ombros, enquanto seu pai retirava sua única mala de dentro do carro. A mãe dela continuava resmungando que não tinha necessidade alguma de Naomi dormir lá durante a semana, que eles sempre poderiam estar buscando ela a noite e a trazendo no dia seguinte. Mas a primogênita da família Hatori achava que não tinha necessidade deles dirigirem a cidade toda para buscá - la todos os dias. Podia muito bem voltar pra casa nos fins de semana. Isso seria bom para todos, inclusive para ela que tinha acabado por se apegar demais aos pais nos últimos anos. Era apegada ao ponto de não conseguir mais sair de casa sem a companhia de um deles e ela precisava se tornar um pouco independente.

Os três caminharam pelo gramado, passando pela fileira de carros estacionados logo à frente da entrada. No topo da escadaria havia uma mulher de longos cabelos negros, um sorriso gentil no rosto e uma postura que por um instante Naomi admirou. Ela parecia tão segura de si naquele terninho sob medida azul, com saltos tão altos que a Hatori sabia que quebraria a cara no chão se usasse um igual.

— Bom dia, família Hatori. — Ela os cumprimentou assim que se aproximaram. — Meu nome é Ryoko Baji, sou uma das professoras, coordenadoras e médica responsável por esta instituição.

Quantos cargos. — Naomi pensou, admirando ainda mais a postura da mulher.

A mesma a encarou com uma expressão sorridente e calorosa, que fez a mais nova se sentir bastante à vontade diante dela.

— Você dá aulas de que? — Se atreveu a questionar, finalmente abrindo a boca depois de horas.

— Medicina avançada. Serei responsável por sessenta por cento da sua grade acadêmica. Nos veremos muito, Naomi.

Eu vou ter muito o que aprender com ela. — A garota sorriu internamente em meio aos pensamentos.

—Nós gostaríamos de conversar com os diretores antes de irmos. — Karyn se adiantou, ela parecia eufórica e receosa ao mesmo tempo. E Naomi entendia perfeitamente os motivos dela.

— Claro, eles já estão esperando por vocês para uma reunião. Infelizmente a nossa inspetora está de licença maternidade e eu estou me responsabilizando pela chegada dos alunos novos. Podemos apenas hospedar a Naomi no quarto dela primeiro? — O casal assentiu prontamente, vendo a mulher adentrar o prédio e todos a seguirem.

O longo corredor era feito de paredes de vidro com um fundo falso cheio de prateleiras onde havia fotos de ex-alunos, troféus acadêmicos, certificados e fotos dos lecionadores e os diretores. Eram dois homens, um com cabelo azulado mais comprido e o outro com a cabeça raspada. Um tinha o sorriso vagamente gentil enquanto o outro tinha um olhar mais duro e uma expressão que chegava a assustar um pouco, apesar de ser bastante atraente. Havia uma foto de Ryoko também, ela parecia um pouco mais nova do que atualmente, mas não havia tanta mudança assim. Conforme andavam a Hatori notou outras fotos da mulher, fotos dela muito mais jovem, provavelmente na idade dela, sempre carregando troféus ou certificados.

Claramente era muito inteligente.

Ryoko explicava sobre a construção da universidade, desde o ano em que foi fundada e o nome do fundador. Os diretores se chamavam South Terano e Taiju Shiba. Ela falava alegremente, Naomi às vezes desviava sua atenção para observar a arquitetura, as cores claras misturadas ao escuro que enfeitavam os rodapés tornava tudo mais interessante. Ela ouvia seus pais concordarem e Karyn fazia questionamentos desnecessários, como alimentação, dormitórios, divisão dos sexos entre a ala feminina e masculina, privacidade de estudo, sobre drogas, envolvimento entre alunos. A Hatori mais nova começava a se sentir desconfortável, mas a Baji respondeu a todas as perguntas sem parecer se incomodar.

Chegaram até um enorme salão que se dividia em duas escadarias do lado esquerdo, uma porta de saída ao lado direito e mais a frente uma enorme porta dupla com o cartaz dourado em cima escrito "AUDITÓRIO". Naomi virou o rosto para as escadas e observou um homem esguio de cabelos platinados descer os degraus rapidamente e se aproximar deles.

— Ryoko-senpai, aqui está a grade curricular da nova aluna. — O mesmo estendeu uma folha para a mulher que se recusou a aceitar.

— Que bom que está com você, Wakasa. Assim pode me fazer um grande favor. — Ryoko agitou as mãos no ar com certa euforia. — Eu estou atrasada e preciso levar os pais da Naomi para a reunião com South e Taiju. Será que você poderia levá-la até o dormitório dela e explicar um pouco sobre a grade?

Ele pareceu ponderar por alguns instantes, olhando na direção da menor, que finalmente pôde observar o olhar lilás dele e uma cicatriz que parecia dividir metade do olho esquerdo. Mas que mesmo assim não afetava nem um pouco na beleza natural que ele possuía. Queixo fino, lábios finos. Era alto e a voz grave que denotava uma postura bastante dominadora. Ele logo assentiu e se virou para os pais de Naomi que o observavam como se ele fosse uma criatura estranha.

— Não se preocupem, cuidaremos bem da filha de vocês. — O platinado torceu um sorriso de lado e se aproximou de Isagi. — Eu posso levar a mala dela?

O Hatori assentiu e passou a mala de rodinhas para Wakasa que rapidamente a puxou e se colocou ao lado de Naomi. A morena se virou para acompanhá - lo, mas foi barrada pelo aperto forte de sua mãe em torno de seu corpo. Naomi não teve opção, ela abraçou a mais velha de volta na mesma intensidade. Em poucos segundos pode-se ouvir ela fungar.

— Mãe, pare de chorar. Vocês vão estar do outro lado da cidade e eu volto pra casa todos os fins de semana. — A mais nova garantiu num tom meigo, se esforçando para não se abalar com o choro de sua mãe. Ela também não gostava muito da ideia de estar distante deles, mesmo que fosse um período curto.

— Eu sei, mas eu me preocupo. Me mande mensagem todos os dias, certo? — Agarrou os ombros da filha e tombou a cabeça para trás, a fim de encará - la. — Se alimente direito e não esqueça de tomar seus remédios nas horas certas.

—Claro, mãe. Não se preocupe.

Karyn a puxou para mais um abraço antes de se afastar secando as poucas lágrimas que caiam por seu rosto. Isagi apenas acenou para a filha e Naomi retribuiu com um sorriso, antes de se voltar novamente para o platinado que a aguardava na porta de saída do Hall. Apressou os passos e se aproximou dele rapidamente, o acompanhando pelo longo corredor do lado de fora que dava acesso ao pátio do lado direito e às salas de aula do lado esquerdo.

— Antes de qualquer coisa, meu nome é Wakasa Imaushi e eu vou ser seu sensei em Medicina aplicada. — Explicou tranquilamente, lançando um sorriso gentil para a garota.

— Eu sou Naomi Hatori, mas você já deve saber. — Riu consigo mesma.

— Sim. — Ele assentiu. — Eu stalkeei sua ficha acadêmica escolar inteira, ainda mais depois de ver que você gabaritou na prova pra entrar aqui. Isso é a primeira vez que acontece depois de vinte anos. Até mesmo pra mim aquela prova da um pouco de trabalho, mas você se superou. Estou ansioso para ver como se sai nos semestres.

— E eu estou ansiosa para começar.

Wakasa a guiou pelo gramado do Campus, em direção à um conjunto de prédios que ficava logo ao lado do prédio principal da universidade. Apontando pra ela o campo de futebol onde era cercado por uma enorme arquibancada um pouco mais abaixo e do outro lado uma quadra de ginástica e outros esportes. Também havia uma pequena ilha coberta com piscina logo atrás do prédio da ala feminina e ele explicou que haviam duas, outro também atrás do prédio da ala masculina.

— É extremamente proibido garotos nos prédios da direita e vice e versa. Temos regras bastante severas aqui para manter um pouco a conduta dos jovens. — Explicou conforme subiam as escadarias para entrar no prédio que mais se parecia com um hotel, já que havia um enorme Hall de entrada que interligava duas grandes escadarias. — Já adianto que você é a primeira aluna bolsista que a universidade de Kanto está aceitando, todos os alunos aqui são de família nobre que constitui toda a cidade. Mas posso garantir que a maioria são pessoas de bom coração e tenho certeza de que vão se dar bem com você.

Naomi mal se lembrava desse detalhe, ela era bolsista em uma das universidades mais caras de todo o Japão. Seus pais não tinham condição alguma de bancar as mensalidades e ela também não teria coragem de pedir isso a eles, mesmo que tivessem. Só havia ido para Kanto porque sua psiquiatra lhe indicou e com a prova que ela fizera, conseguiu uma bolsa integral de cem por cento graças a nota máxima que ela nem acreditava que tinha conseguido. Coincidentemente logo depois disso, seu pai recebera uma proposta de emprego para trabalhar com o ministro da economia da cidade, um cargo que ele aceitou de primeira e com o salário, pode até mesmo dar entrada em uma casa logo na saída da cidade.

Eles estavam tendo uma grande maré de sorte e ela esperava que continuassem assim apesar de todas as complicações.

— Wakasa-sensei? — Naomi o chamou quando já estavam na metade dos degraus, fazendo o homem parar e encara - lá de cima. — Eu estou dois anos atrasada e vão me jogar diretamente em uma turma avançada. Eu não sei se vou conseguir acompanhar o ritmo.

— Relaxe quanto a isso, eu e a Ryoko-senpai já nos disponibilizamos para auxilia - lá no que necessitar. Não vai ser difícil para alguém com seu nível de Qi.

A fala dele lhe transmitiu bastante segurança, de forma que Naomi pode se sentir um pouco mais relaxada.

Subiram as escadarias até o terceiro andar e caminharam por um longo corredor estreito, onde havia algumas portas, no final, havia uma bem diferenciada, com glitter, e diversos rabiscos de borboletas e corações, tudo muito colorido. A Hatori chegou a sentir até medo com aquilo, não queria nem imaginar qual seria o tipo de garota com quem dividiria o quarto. Rezava para que não fosse alguma patricinha mimada, porque ela definitivamente não tinha paciência para esse tipo de gente.

Wakasa deu duas batidas na porta e logo os dois se assustaram com o estrondo do que parecia algo muito pesado caindo no chão.

— Ai! — Escutaram um pequeno grito feminino e mais barulho de objetos sendo arrastados. — Quem... Quem é? — A garota gritou do lado de dentro.

— Emma? Você está bem?

Ela não respondeu, apenas escutaram mais barulhos vindo do lado de dentro, antes da chave girar e a garota colocar apenas a cabeleira loira para fora. Seus olhos escuros denotavam certo espanto, mas ela tinha um largo sorriso no rosto, olhou rapidamente para Naomi e depois se voltou para o maior logo ao lado.

— Bom dia, Wakasa-sensei. Como você está?

—Tem alguém com você ai? — O platinado questionou num tom mais sério.

— Alguém? — A garota balançou a cabeça para os lados rapidamente. — Claro que não, eu to sozinha... Estava fazendo faxina...

— Não minta pra mim, Emma. Abra essa porta. — Wakasa se aproximou da garota que recuou, abrindo um pouco mais. — Vamos Draken, eu sei que você está ai, caia fora logo, antes que eu os leve até a diretoria.

Um rapaz alto de trança loira com a cabeça raspada nas laterais, surgiu na visão periférica de Naomi, terminando de colocar a gravata de seu uniforme que estava todo amarrotado. Sua trança também estavam bagunçada e ele tinha a expressão tão assustada quanto da loira.

A Hatori agradeceu mentalmente por seus pais não terem ido com ela até ali, ou com certeza Karyn mudaria de ideia sobre deixar sua filha passar a semana no campus, não quando o controle dos alunos não era tão severo quanto o slogan da universidade mostrava.

— Desculpe, Wakasa-sensei, isso não vai acontecer de novo. — O rapaz proferiu rapidamente, já passando pela porta, mas fora barrado pela mão do Imaushi que o puxou pela gola do uniforme, o deixando tremulo diante do olhar frio que o platinado lhe lançou.

— Vocês conhecem as regras e eu não vou ficar passando pano pra vocês o tempo todo, então, eu realmente espero que essa seja a última vez, ou trarei o Takeomi-senpai na próxima.

— Nã... Não será necessário... Isso não vai mais acontecer. — Ele gaguejou tão alarmado quanto a garota loira que também tremeu com a ameaça.

Quem era Takeomi? — Foi a única coisa que Naomi pensou enquanto via Wakasa soltar o rapaz que saiu correndo pelo longo corredor.

Assim que ele sumiu da vista deles, Wakasa olhou para Naomi e lhe lançou um sorriso apaziguador, antes de indicar que ela adentrasse o quarto. A garota seguiu na frente e passou pela loira que tinha os braços entorno de seu corpo com uma expressão de coitada que ela chegou a sentir pena.

— Depois conversamos sobre seu comportamento, Srta. Sano. — Ela apenas assentiu rapidamente. — Eu vim apenas trazer sua nova colega de quarto, não a assuste, por favor.

Naomi olhou ao redor do quarto, ele era enorme, muito maior do que dois cômodos de sua antiga casa. Haviam duas camas de solteiro, duas escrivaninhas com abajures, dois armários e dois espelhos espalhados por todo o local, também tinha uma porta em um canto onde deveria ser o banheiro. Naomi colocou sua mochila ao lado da cama que só tinha um travesseiro e lençóis, diferente da outra que estava cheia de ursos de pelúcia e completamente bagunçada. Wakasa colocou a mala dela logo ao lado de sua cama e lhe estendeu uma enorme folha com as grades de aulas dela, eram tantas aulas que a morena não tinha a minima noção de por onde começar. Ele lhe explicou rapidamente que ela começaria no dia seguinte, que seu uniforme também seria entregue pela manhã e logo se despediu das duas, fechando a porta ao sair.

Houve um longo silêncio no cômodo por longos segundos, Naomi encarou a loira pelo canto dos olhos que ainda estava na mesma posição, até deixar seus braços cairem ao lado do corpo e soltar um enorme suspiro.

— Graças a Kami que era o Wakasa, se fosse o Takeomi eu estava morta. — Ela confessou, tombando a cabeça pro lado e abrindo um largo sorriso para a Hatori. — A propósito, meu nome é Emma Sano. — Estendeu a mão pra ela, que correspondeu ao cumprimento rapidamente.

— Naomi Hatori.

— Nome bonito, gostei do seu cabelo também.

A morena deu um pequeno sorriso, fazia tanto tempo que não ouvia alguém elogiar seu cabelo que até sentiu seu rosto corar.

— Obrigada, o seu também é muito bonito.

Mentira não era, Emma tinha um enorme cabelo loiro, quase dourado com uma franja que se partia no meio de sua testa. 

— Água oxigenada. — Ela riu, fazendo a outra também lhe acompanhar. — Soube que é estudante de medicina, quanta coragem.

— É uma área que eu sou apaixonada. — Explicou enquanto puxava a mala pra cima da cama, abrindo para começar a guardar suas coisas. — Qual seu curso?

— Design de moda, minha grande paixão. Uma pena que me proibiram de ter uma máquina de costura aqui por conta do barulho, então, sou obrigada a voltar pra casa todos os fins de semana para costurar lá. — A loira mordiscou uma das unhas pintadas, se sentando na beirada de sua cama. — Como uma boa colega de quarto, eu preciso te avisar que talvez você não tenha uma boa estadia aqui, não só por ser bolsista e a maioria dos alunos aqui odiar esse tipo de gente, mas porque você passou com a maior nota que já existiu nesse lugar. Sabia que sua prova foi usada como exemplo? O diretor Shiba acha que somos a geração mais burra que já passou por aqui, ele vê esperança em você e isso acabou deixando muitos alunos furiosos.

Ótimo, tudo o que Naomi menos queria era chamar a atenção e agora tinha descoberto que já tinha inimigos apenas por existir naquela cidade.

— Você é uma dessas pessoas que se incomodam? — Se atreveu a perguntar, olhando para a loira por sobre o ombro.

Emma apenas balançou os ombros com desdém.

— Eu não me importo se você é inteligente ou não, só me importo que seja legal. Meu curso não exige muita intelectualidade, apenas criatividade e isso eu tenho de sobra. Acho que inteligência se baseia em coisas que você pode fazer e conseguir algum lucro com elas. — Naomi apenas maneou a cabeça, concordando parcialmente com aquela resposta, mas não iria dar palpite. — Você está com fome? Já está na hora do almoço, vamos comer alguma coisa e depois você guarda isso ai. — Ela se levantou num salto, se aproximando de Naomi e a puxando pelo punho para fora do quarto.

A morena ainda estava se sentindo tão atordoada com aquele lugar novo e as informações que recebera que a última coisa que ela queria era ter de sair do quarto, mas não conseguiu recusar Emma, ainda mais pela loira trata-la normalmente.

Naomi pegou apenas um hamburguer e uma caixa de suco, enquanto que Emma enchia sua bandeja com vários tipos de salada e uma vitamina de cor suspeita que fez a Hatori sentir certo nojo, parecia até com algum tipo de detox. E não duvidava que fosse, porque a maioria dos alunos ali eram tão magros que ela se sentia até numa agência de modelos. Todos eram magros demais e altos. Ela se sentia minúscula.

A Sano a guiou para o centro do local, onde havia uma mesa mais a esquerda com diversos alunos uniformizados, os rapazes com ternos pretos e gravata vermelha, enquanto as garotas usavam um terno na parte de cima com gravata e na parte de baixo uma saia rodada e sandália de salto preto com meias brancas três quartos. A Hatori não conseguia se imaginar naquele tipo de roupa, mas sabia que no dia seguinte estaria tão idêntica a eles que a única coisa que a diferenciaria eram seus cabelos negros e repicados na altura do ombro.

Se sentou logo ao lado de Emma que se acomodou ao lado do loiro de mais cedo, do seu outro lado havia uma garota ruiva, ao lado dela um rapaz com rabo de cavalo preso no alto da cabeça, os cabelos negros, com duas mechas loiras caídas ao redor do rosto, uma cara de maconheiro que Naomi conhecia muito bem, mas que não tirava o charme que o mesmo carregava, apesar do uniforme não combinar nada com ele. A sua frente havia uma garota loira, o cabelo dela tinha um tom mais apagado, diferente do de Emma que era brilhante. Ela estava agarrada ao braço de um garoto loiro de mechas compridas, ombros largos e uma expressão amigável. Logo ao lado deles uma garota de cabelos curtos e platinados, a cadeira ao lado dela estava vaga, mas ela parecia estar esperando alguém , já que desviava os olhos o tempo todo.

— Você deve ser a garota nova. — O loiro começou com um largo sorriso no rosto, seus olhos escuros eram tão brilhantes que lembravam os de Emma, quase que hipnotizavam qualquer um. — Meu nome é Manjiro Sano e essa aqui é a Aiko Takaba. — Apontou para a mesma ao seu lado, que não tinha uma das melhores expressões.

— Sou Naomi Hatori. — Retribuiu ao sorriso, mas um pouco contida, já que as íris violetas da loira pareciam lhe fuzilar.

— Sou Yuzuha Shiba. Esse aqui é o Kazutora. — Apontou pro moreno que estava praticamente dormindo sobre a cadeira.

— Hanemiya... — Ele completou com a voz arrastada.

— Eu sou a Senju Kawaragi. — A platinada de olhos azuis sorriu amigavelmente para Naomi. Mas logo ela desviou os olhos, no instante em que um rapaz de cabelos medianos se aproximou da mesa. — Esse é o meu namorado Rindou...

Naomi ergueu o olhar e nem conseguiu prestar atenção no que a garota falava, já que seus olhos pousaram sobre as íris do rapaz, que também paralisou diante dela. Sentiu todo seu corpo tremer e chegou a comprimir seus lábios, teve de se esforçar ao máximo pra desviar os olhos dele e conter o ímpeto de saltar aquela mesa e voar no pescoço do rapaz, porque o ódio estava percorrendo cada fibra de seu DNA.

Houve um silêncio mórbido na mesa, como se todos estivessem sentido a enorme nuvem negra que tinha se formado sobre suas cabeças, mas logo as conversas retornaram, com Senju comentando alguma coisa com o de cabelos lilases ao seu lado, que apenas fingia escuta-la, acenando para tudo, mas com os olhos fixos em Naomi que se sentia extremamente incomodada com aquilo.

Estava sentindo um bolo em sua garganta e uma sensação de falta de ar que lhe deixou extremamente incomodada.

— Naomi? — Yuzuha pousou uma mão sobre o ombro dela, seus olhos amendoados a observavam com preocupação. — Você está pálida. Ta tudo bem?

A morena apenas balançou a cabeça concordando, mas todos voltaram seus olhares pra ela, o que só serviu para piorar ainda mais a situação.

— Eu esqueci uma coisa no quarto, já volto. — Arrastou a cadeira rapidamente e se levantou num salto, dando as costas para todos e caminhando em passos largos para sair daquele local.

Assim que alcançou o lado de fora do refeitório, sentiu suas pernas falharem e teve de se agarrar na parede, a falta de ar parecia um pouco mais intensa, junto do tremor que já tinha se alastrado por todo seu corpo. Ela sentia uma enorme vontade de chorar e xingava a si mesma por ainda estar tão frágil e vulnerável em relação a certas coisas.

Péssima ideia ir para aquela cidade e ter colocado os pés naquela universidade. Se seu objetivo era fugir do passado, ele tinha acabado de ir por água abaixo.

— Naomi?

A Hatori fechou os olhos e respirou bem fundo, reconhecia bem aquela voz. Não queria se lembrar de que ela já tinha lhe causado tantas sensações boas, agora, era apenas uma sensação horrível e amarga que a deixava raivosa.

Se virou e nem ao menos perdeu tempo em observar a expressão surpresa do Haitani, ela apenas ergueu a mão no ar e desferiu um tapa pesado contra o rosto dele. O golpe chegou a fazer sua mão queimar, seus dedos ficaram desenhados na face do rapaz que tombou a cabeça pro lado. Ele não se moveu por longos segundos, mas seus olhos lilases a encaravam de canto, ele nem ao menos parecia surpreso com o golpe, como se estivesse esperando por aquilo de certa forma.

— Nunca mais chegue perto de mim. — Ela rosnou, virando sobre os calcanhares e seguindo em passos largos e rápidos para o mais longe possível do Haitani, que nem ao menos fez menção de segui-la. O que deixou a morena um pouco mais aliviada.

Ela mal tinha chegado e já estava querendo sumir de todas as formas possíveis.

Naomi saiu do prédio olhando para os lados, apenas para ter certeza de que ninguém a tinha visto sair de fininho de seu quarto aquela hora. Encarou o lado de fora, a única coisa que iluminava aquela noite sem estrelas ou lua, eram os postes que faziam trilhas até o campo de futebol, outro até o ginásio e uma outra até o prédio principal da universidade.

Desceu os degraus rapidamente, terminando de fechar sua jaqueta, já que estava um pouco frio naquele horário. Já era quase madrugada, ela deveria estar dormindo, assim como Emma estava fazendo na cama ao lado mas não conseguia, não quando sua mente estava lhe atormentando com tantas lembranças e o simples fato dela ter esbarrado com Rindou ter despertado uma maré de sensações ruins dentro de si.

Ela caminhou pela pequena trilha de pedras que formavam uma ponte até o prédio principal, as luzes do corredor exterior estavam acesas, o que facilitava o trajeto dela. Tudo estava silencioso e poderia até soar assustador aquele horário, se Naomi já não estivesse tão acostumada com aquilo. Seria um bom momento pata explorar os perímetros da universidade e poder se sentir um pouquinho normal antes de finalmente colocar um uniforme igual a todos os outros e mesmo assim se sentir deslocada e estranha.

Dobrou a primeira esquina, seguindo pelo longo corredor cheio de portas, todas com o nome "laboratório" gravadas no alto. Estavam fechadas também e ela até suspeitava de que pudessem estar trancadas considerado que sempre haviam materiais inflamáveis nesses locais.

Logo mais a frente havia uma enorme porta dupla de madeira que parecia ser bastante reforçada, além de haver um candelabro que lembrava muito os que se eram utilizados nos séculos passados. Naomi se aproximou, e agarrou a maçaneta redonda, girou entre os dedos ouvindo a madeira estalar. Chegou a recuar um passo para trás, com medo de que aquilo pudesse vir a ceder. Mas a porta apenas se abriu sozinha, fazendo um rangido. A morena se aproximou mais uma vez e colocou a cabeça pra dentro. Seus olhos brilharam no instante em que ela pode contemplar as enormes estantes cheias de livros que haviam ali dentro. Não conseguiu mais resistir, entrou totalmente e fechou a porta atrás de si. Caminhando pelo espaço largo entre a bancada onde deveria ficar a secretária e as estantes gigantes que percorriam um longo espaço naquele cômodo.

Dobrou o primeiro corredor e trafegou entre as estantes, olhando as etiquetas e numerações que separavam os livros categoria por categoria. Ela sabia que passaria muito tempo ali, seria seu refúgio durante todos os anos letivos. Ela passou pela sessão de anatomia e dobrou outro corredor onde os livros eram o dobro do tamanho dos outros, havia uma etiqueta logo acima da estante gravado "medicina prática e avançada". Sua sessão. —  ela pensou. Continuou andando mais para o fundo, até parar na equina entre duas estantes, uma de literatura inglesa e a outra de ciências sociais. Sentiu um cheiro forte de nicotina, tão forte que seus olhos chegaram a lacrimejar e sua garganta ficou seca no mesmo instante.

Aquilo não poderia ser cheiro de cigarro, ela estava em uma biblioteca e não tinha sinal algum de que pudesse existir alguém ali naquele instante.

O cheiro estava tão forte que Naomi já sentia suas mãos tremerem devido a sensação de abstinência. Mas ela acreditava fielmente de que estaria delirando e torcia para que realmente fosse fruto de seu subconsciente misturado a sensação de abstinência precoce.

Seguiu reto pelo mesmo corredor onde estava. Logo a frente havia uma área mais aberta, cheia de mesas para leitura, ela virou a cabeça pro outro lado e se assustou com a figura de um rapaz sentado em uma das poucas poltronas próximo ao aquecedor. Ele parecia concentrado na leitura do livro que estava em seu colo, mas o que mais chamou a atenção da Hatori foi o cigarro que ele carregava na boca. De onde vinha o cheiro tão intenso.

Quem é que fumava numa biblioteca? Ainda mais quando se tinha tantas placas espalhadas pelo local, indicando que era proibido fumar ali.

Se aproximou sorrateiramente do rapaz, cabelos longos presos no alto da cabeça, com as duas mechas loiras caindo ao redor do rosto, reconheceu ele de primeira, estava na mesma mesa que ela sentou no almoço. Kazutora.... Acho que era esse o nome dele, tinha escutado Yuzuha apresenta - lo, enquanto o mesmo parecia dormir sobre a mesa. Ela desceu os olhos para o livro que ele tinha em mãos, Extraordinário. Gostava daquele livro, tinha sido seu favorito na adolescência. E ele parecia realmente alheio ao restante do mundo com seus olhos fixos nele.

— Vai ficar aí me encarando por quanto tempo, novata?

Naomi deu um salto ao ouvir a voz dele sendo direcionada a ela. O rapaz ergueu os olhos do livro e a encarou, pegou o cigarro da boca com a mão livre e soprou toda a fumaça que tomou conta do lugar e deixou a garota mais desconfortável ainda.

— Eu... Acho que não pode fumar aqui. — Soltou a primeira coisa que veio em sua mente, se sentindo desconfortavelmente ansiosa.

— E você é policial por acaso? — O questionamento soou grosseiro, mas ele tinha um pequeno sorriso debochado nos lábios.

Naomi apenas maneou a cabeça para os lados, pensando em dar meia volta e sair o mais rápido dali. Mas ela não conseguia se manter calada.

— Sabe quantos tipos de câncer está ingerindo?

— A mesma quantidade que você também ingeriu. — A garota ficou estática com a resposta dele, mal pode conter o espanto em sua face, ainda mais por conta da secura que passou a incomodar seus lábios, obrigando que ela passasse a língua sobre eles. — Suas pupilas estão dilatadas e suas mãos estão trêmulas, ou você está tendo um aneurisma, ou isso são sintomas de abstinência química. — O rapaz se levantou num salto da poltrona, deixou o cigarro sobre um cinzeiro pousado na mesinha de centro logo a frente, largando o livro que lia logo ao lado e se aproximou da morena, quebrando a distância suficiente para que a garota se sentisse pequena diante dele. Enfiou uma mão no bolso de sua calça e tirou uma pequena barra de chocolate, entendendo pra ela. — Pega, isso vai te ajudar.

Ela recuou um pouco, ponderando sobre o doce que ele lhe oferecia. Mas tinha que concordar que ele estava certo, ela precisava de açúcar para inibir um pouco dos efeitos da nicotina. Pegou a barra e a abriu, dando a primeira mordida no doce e sentindo a saliva voltar a umedecer sua boca novamente.

— Obrigada. — Sussurrou para o mesmo já dando a segunda mordida no chocolate. 

Kazutora tombou a cabeça para o lado, observando - a atentamente. Estreitando os olhos pra ela como se fosse um predador com aquelas pupilas douradas.

— Você não deveria estar aqui.

— Eu sei... Mas estava sem sono, queria conhecer a universidade. — Explicou tranquilamente, vendo o maxilar dele trincar numa expressão nada agradável.

— Não me refiro ao local, mas sim, a cidade.

Ela arqueou uma sobrancelha ainda confusa, até se tocar do que ele estava realmente falando.

— Você é um dos que se incomoda com uma bolsista? Eu me esforcei bastante para estar aqui.

— Tsc... — Kazutora balançou a cabeça para os lados, soltando uma risada nasalada. — Eu não me importo se você é pobre ou rica, isso não faz diferença alguma na minha vida. Estou me referindo ao fato dessa cidade não ser um bom lugar para você.

— Por que não?

— Digamos que aqui seja como a ilha de Paradis...

— Está fazendo referência a Shingeky no Kyojin? — Ela sentiu vontade de rir por reconhecer de primeira o anime que havia assistido há pouco tempo.

— Que bom que você tem bom gosto. — O sorriso aumentou nos lábios do Hanemiya, que se aproximou ainda mais dela, fazendo com que Naomi caminhasse para trás, tentando fugir de toda aquela aproximação. Mas suas costas bateram contra uma das estantes e ele a encurralou ali. —Eu gosto do peso histórico que esse anime carrega.

Ele estava próximo demais. — Essa era a única informação que seu cérebro lhe mandava naquele instante. O moreno apoiou uma da mãos ao lado da cabeça dela e inclinou seu corpo esguio sobre a mesma, fazendo Naomi sentir o roçar das roupas dele contra as suas.

— Por que está chamando Kanto de cidade dos demônios?

— Porque digamos que aqui seja o inferno de todo o mundo, é o último lugar onde alguém deveria colocar os pés, ainda mais alguém tão inocente. — Ele se atreveu a levar a outra mão até o rosto dela, deslizando a ponta dos dedos por sua pele.

— Eu não sou inocente. — Respondeu prontamente, desviando os olhos dele, tentando se esquivar dos toques. Seu corpo estava reagindo de forma positiva a ele e isso não era nada bom. — Você não me conhece, não tire conclusões precipitadas.

Ela ouviu um riso baixo vindo dele, o rapaz pressionou seu corpo contra o dela a apertando contra a estante. Sentiu a boca dele roçar contra sua orelha e isso lhe causou arrepios por todo o corpo, teve de se esforçar ao máximo para não suspirar.

— Bom, se é assim. Seja bem-vinda ao inferno. Espero que não morra. Tenha uma boa noite, novata. — Sussurrou rente ao ouvido dela, o cheiro de nicotina estava muito mais intenso naquele instante e a garota se encolheu diante dele. O Hanemiya se afastou um pouco, a encarou nos olhos e deslizou o polegar sobre os lábios dela, só então a Hatori notou que ele estava limpando uma mancha de chocolate.

Seus olhos se encontraram mais uma vez, ela contemplou as íris escuras dele antes do mesmo se afastar e lhe dar as costas sem dizer nada. Sumindo por entre os corredores.

Ela soltou o ar que nem sabia que estava prendendo e sentiu seu coração bater violentamente no peito.

O que diabos tinha acabado de acontecer ali? 

Na hora do almoço, Naomi estava sentada entre Yuzuha e Kazutora, o moreno nem sequer tinha olhado na cara dela aquela manhã e no almoço continuava a mesma coisa, não que ela se importasse com isso, não era como se fosse uma adolescente bobinha que se encanta pelo primeiro que chega tão perto dela. Não que o Hanemiya não tivesse um charme natural, daqueles de fazer seus pais questionarem sua sanidade e acharem que você entrou pro mundo das drogas e que vai largar os estudos por causa de um rapaz bonito com roupas largas, um coque no alto da cabeça e que na maior parte do tempo carregava um cigarro no canto dos lábios. Mas ela estava acostumada e apostava que ele sofria de uma bipolaridade severa ao qual ela queria se manter longe.

— Vamos beber hoje? — A voz de Mikey ecoou por toda a mesa minutos depois, quebrando o silêncio monótono que tinha se instalado desde que todos haviam se sentado.

A morena virou a cabeça pro lado e flagrou os olhos claros do Haitani lhe observando atentamente do outro lado da mesa. Ela virou rapidamente, não querendo manter nenhum tipo de contato visual com ele, ainda mais que a namorada do mesmo estava logo ao lado dele, completamente alheia do que acontecia.

— Ainda é terça-feira, Mikey. Não invente coisas. — Kazutora resmungou enquanto mexia sua sopa sem realmente dar atenção pra ela.

— Não seja chato, Kazutora. Desde quando você liga pro dia da semana em que vamos beber?

— Desde que deixamos acumular trabalho por conta das farras que você planeja.

— Como se você já não tivesse feito todos eles. — O loiro estalou a língua no céu da boca antes de dar uma mordida no seu sanduíche. — Já falei com o Baji e ele concordou, Sanzu ficou de cuidar das bebidas. A gente só precisa comparecer mesmo.

— Sério que vamos nos juntar com eles novamente? — Aiko finalmente abriu a boca e só então Naomi pode perceber que ainda não havia escutado a voz dela. E desejou não ouvir novamente, porque era extremamente enjoativo, parecia que ela forçava aquela voz fina como a de um rato. — Sabe que não gosto de me misturar com aquele grupo, querido.

— Relaxa que desta vez a universidade inteira vai participar, então a probabilidade de você esbarrar com o Izana são bem menores.

A loira fechou a cara e um bico se formou em seus lábios numa expressão de desagrado.

Mimada. — Naomi pensou. Agradecendo mentalmente da loira nunca ter dirigido uma palavra pra ela até o momento.

— Você vai participar, não vai, Naomi? — Yuzuha bateu o cotovelo nela para lhe chamar atenção.

— Não sei, eu ainda tenho muita coisa pra...

— Sem essa. — Emma a cortou, lhe lançando um olhar intimidador. — Você vai participar da festa com a gente, vai ser como um "bem-vinda ao inferno". — A loira riu apesar de ter soado um pouco maquiavélica.

Foi impossível não se recordar das palavras que o Hanemiya lhe dissera na noite anterior sobre aquela cidade ser um completo inferno. Mas Naomi ainda não tinha visto nada anormal pelo menos não na universidade. Apenas vários alunos ricos, metidos e esnobes que não enxergavam um palmo a frente do nariz deles. Nenhuma novidade até ali.

— Vamos, Naomi. Vai ser divertido. — Mikey incentivou, ganhando um fuzilar de olhos de sua namorada.

A morena ainda não conhecia Aiko o suficiente para fazer julgamentos. Mas ela e Mikey eram completamente opostos e nem parecia ser no bom sentido. Ele estava sempre com um sorriso enorme no rosto, enquanto a loira ao lado dele tinha uma cara de quem iria vomitar no primeiro que esbarrasse nela.

— Vai ser divertido, podemos azarar alguns rapazes. — Yuzuha continuou.

Uma coisa que a Hatori havia percebido na Shiba, é que ela era uma completa tarada e nem ao menos escondia esse lado. Não que Naomi não fosse, mas a última coisa que ela precisava no momento era perder tempo azarando rapazes, sabendo que isso seria um caminho sem volta pra ela. Precisava se concentrar nos estudos, até porque, ela tinha ido para aquela cidade justamente para fugir da maioria dos homens que invadiram sua vida de forma ruim.

— Certo. — Ela deixou um longo suspiro escapar por seus lábios. — Eu posso ficar uns minutos.

A mesa se agitou com a resposta dela, Yuzuha começou a fazer planos para a noite, Emma disse que a ajudaria escolher uma roupa bem legal para que ela chamasse bastante atenção, mas Naomi se recusou, a última coisa que ela queria era chamar atenção naquele lugar. Senju disse que a ajudaria a se livrar das garras da Sano e Mikey conversava com Draken sobre quem cuidaria das caixas de som daquela vez. Kazutora ficou responsável, contra sua vontade, de conversar com os diretores e ver se eles autorizavam a festa. Apesar de sempre haver algum produto ilegal ali no meio, eles sempre prezavam em não descumprirem quase todas as regras

Naomi tentou se concentrar no seu almoço, mas estava difícil com os olhares do Haitani sobre ela, que nem sequer disfarçava. Ela queria tanto xinga - lo naquele instante e manda - lo tomar vergonha na cara, porque sua linda namorada estava ao lado dele, lhe dando toda atenção do mundo. E ele ainda conseguia ser um grande cretino. Ela olhou na direção de Emma que havia lhe chamado para perguntar sobre sua última grade de aula, mas ficou estática quando sentiu o roçar de dedos sobre sua coxa, brincando com a barra de sua saia. Abaixou o olhar e depois o ergueu novamente, Kazutora não olhava pra ela, ele estava acenando para tudo o que Mikey e Draken falavam, mas sua mão estava pousada na perna dela, alisando de uma forma que lhe causou arrepios por todo o corpo.

Mas o que diabos ele estava fazendo?

Ela bateu sua mão contra a dele, afastando - se do toque. O mesmo nem pareceu se abalar com isso, passando a responder os amigos como se nada tivesse acontecido. A Hatori achou aquilo um absurdo da parte dele, mas no fundo ela não conseguia negar que seu corpo reagia bem a esse tipo de situação. Ele apenas não precisava ficar sabendo desse lado dela. Ninguém precisava.

Tudo o que a morena pensou naquele instante, era que Kazutora tinha tudo para ser um grande problema na sua vida. E ela precisava evitar ao máximo esse tipo de problema, por isso, se esforçaria para não tornar a ficar a sós com ele novamente. Porque se fosse abordada igual na noite anterior na biblioteca, ela não se responsabilizaria por seus atos.

Naomi estava sentada na primeira carteira, encarando fixamente o platinado que repassava pela quinta vez como funcionava a regeneração celular de um corpo humano e que a turma insistia em dizer que não tinha entendido nada, enquanto que a Hatori já se sentia extremamente entediada por saber aquele tipo de assunto de cor e salteado e não suportar mais ouvir sobre. Ela via na expressão do Imaushi que ele mesmo já não aguentava mais aquele assunto, mas se esforçava ao máximo para repassar aos seus alunos de forma que eles pudessem entender melhor.

— Certo. — Ele deixou um suspiro escapar por seus lábios, jogou o livro sobre a mesa e apoiou as mãos sobre o mógno, ficou de cabeça baixa por alguns instantes até se voltar para sua sala novamente. — Vou passar um trabalho para vocês me entregarem até o final dessa semana. Vão pesquisar em livros e na internet o que é regeneração celular e vão fazer um manuscrito sobre tudo o que entenderam. Tenho certeza de que se pegarem na prática vocês conseguem entender melhor.

A sala de aula inteira fez um couro deprimente, deixando claro que não estavam nem um pouco felizes com aquilo, mas não foi como se Wakasa realmente se importasse.

Naomi não ligou, ela poderia fazer isso rapidamente na manhã seguinte e entregar ainda no período da tarde. Só não adiantaria o trabalho aquela noite porque havia uma festa para ir, uma ao qual ela não estava nem um pouco afim de participar.

O som do sinal indicando que a aula havia chegado ao fim, fez com que a morena se sobressaltasse na cadeira. Todos os alunos se levantaram rapidamente e saíram sem nem sequer olharem para trás, já ela permaneceu sentada por alguns instantes, sentindo os olhos claros do Imaushi sobre ela.

— Você está bem, Naomi? — Ele questionou enquanto guardava seus livros na pasta, a encarando rapidamente antes de dar total atenção a suas coisas.

— S-Sim... — Ela maneou a cabeça rapidamente, fechando seus livros e se levantando. — Eu entendo sobre regeneração celular.

— Eu sei, você foi a única que não ficou com cara de idiota durante a minha explicação.

Ela ponderou por alguns instantes se aquilo era um elogio ou uma ofensa, mas terminou por apenas balançar os ombros com certa indiferença. O platinado se aproximou dela, com um pequeno sorriso gentil, estreitando os olhos de uma forma que o fazia parecer até fofo.

— Será que poderia me passar algumas atividades de reforço, Wakasa-sensei?

— Pelo que eu vi e o que o Takeomi-senpai andou comentando na sala dos professores, eu não acho que precise de exercícios de reforço. Mas posso preparar alguns para você e lhe entregar amanhã se desejar.

Ela assentiu, lançou um sorriso em tom de agradecida e passou por ele, levando seus livros juntos para poder sair da sala de aula.

— Ei, por que demorou tanto? — Emma se afastou da parede onde estava escorada e se aproximou da morena.

— Eu estava pedindo exercícios de reforço pro Wakasa-sensei.

— Aí que horror. — Emma balançou a cabeça fazendo uma careta. — Mas não quero falar sobre trabalhos acadêmicos, vamos, estamos atrasadas, precisamos escolher uma roupa maravilhosa pra você. — A Sano a agarrou pelo punho e saiu puxando Naomi pelos corredores.

A garota correu junto com ela, mas com um receio enorme de cair de cara no chão por conta daqueles saltos. Por que eles tinham de ser tão altos? Ela se sentia uma completa destrambelhada sobre eles.

Daria qualquer coisa para alguém permitir que ela pudesse usar seus velhos hall star, eles eram muito mais confortáveis que aquelas sandálias que apertavam ainda mais em conjunto das meias.

Chegava a sentir inveja de Emma que andava pelos corredores como se estivesse desfilando em uma passarela. Até mesmo para correr a loira parecia graciosa.

A Hatori olhou para o outro lado do corredor, onde o muro era bem mais baixo, ainda caia uma fina garoa, mas o piso do corredor ainda estava molhado por conta dos respingos da chuva pesada de algumas horas atrás. Ela sentia seus pés deslizarem e tentava ao máximo não cair, ainda mais por conta do peso dos livros que carregava.

— Emma... Mais devagar. — Tentou frear a loira lhe puxando pelo braço para que as duas não acabassem caindo juntas.

A loira parou de correr, mas Naomi não conseguiu parar no mesmo momento, ela apenas se soltou da colega de quarto e sentiu seu corpo deslizar pra frente bem na esquina do corredor. Seu corpo se chocou com o de outra pessoa e ambos cederam ao chão, junto dos livros dela que arrancaram um gemido de dor do outro.

— Aí meu Deus! — Ela ouviu a loira gritar em choque.

Mas Naomi ainda estava atordoada, ela balançou a cabeça para os lados e piscou algumas vezes para focar sua visão que estava embaçada. Observou a expressão da pessoa abaixo de si e arqueou uma sobrancelha por ele lhe lembrar alguém, que no momento ela não sabia especificar.

Os olhos liláses dele a encararam com espanto primeiramente, depois se estreitaram e pareceram furiosos. Só então ela se tocou de que ainda não tinha se movido e estava parcialmente deitada sobre o homem. Rolou o corpo pro lado rapidamente e se sentou no chão, ajeitando sua saia que subirá um pouco durante a queda. Seu rosto estava queimando e ela sabia que estava morrendo de vergonha.

— Mas que merda. — O homem rosnou enquanto se levantava, passando as mãos na roupa social que utilizava.

Naomi ergueu o olhar para encara - lo melhor, os cabelos curtos e roxos num estilo despojado, a pele branca e uma cara de poucos amigos, ele se parecia muito com Rindou, tirando o fato de que não parecia ser um filho da puta como o outro, era uma versão do Haitani bem mais maduro.

— Desculpe, Ran-sensei. Ela não faz por mal, apenas escorregou no piso molhado. — Emma tentava se desculpar rapidamente, um pouco embaraçada.

— Por que eu não estou surpreso que você esteja aqui? — Ele questionou, mas parecia usar um tom bem ácido de deboche. — Você melhor que ninguém conhece as regras, Srta. Sano, é extremamente proibido correr nos corredores para evitar acidentes como esse. Não passou as regras para sua nova colega de quarto?

— Ainda não tive tempo, mas farei o mais rápido possível. — Ela prometeu.

— É claro que fará, porque não vai querer que eu chame seu avô aqui. É sabe que se eu o fizer, ele vai proibir seu namoro com o Draken.

Emma paralisou e automaticamente ficou mais branca do que papel, ela estava da mesma cor que a parede atrás dela naquele Instante e Naomi sentiu - se um pouco culpada, já que a desastrada da história havia sido ela. Não queria que a loira pagasse por algo que ela não fizera.

Pegou seus livros espalhados pelo chão e se reergueu novamente, colocando - se de frente para o professor, que ainda observava a loira tremer diante do olhar ameaçador dele.

— Não precisa castigar a Emma, sensei. A culpa foi totalmente minha, sou um desastre encima de salto alto. Então, se quiser punir alguém por estar correndo no piso molhado, que esse alguém seja eu.

Ran a encarou, com o mesmo olhar ameaçador que lançava para a Sano, mas muito diferente da loira, Naomi não tremeu ou sequer demonstrou abalo. Ela sustentou o olhar do superior por alguns instantes, até ver ele manear a cabeça de forma positiva.

— Conversaremos depois, Srta. Hatori. — Ele deu as costas para as duas e seguiu seu trajeto pelo corredor por onde ambas vieram.

Emma e Naomi acompanharam os passos do homem, até ele desaparecer no final do corredor, depois a loira se voltou para a colega de quarto, mudando sua expressão de pavor para uma risada alta.

— Eu não acredito que você se encrencou com ele só pra me salvar.

— Não foi uma encrenca, foi um pedido de desculpas sincero. O que ele pode fazer? Transformar minha vida num inferno só porque eu derrubei ele?

— Exatamente. — A loira assentiu. — Ele é o professor mais carrasco de toda a universidade, nem mesmo o Rindou escapa dos castigos dele, e olha que são irmãos. — Tudo o que Naomi precisava ouvir para confirmar suas suspeitas.

— Então você vai ficar me devendo essa se ele resolver me punir porque você estava correndo e me arrastou junto.

— Claro, claro. Relaxa. Agora vamos pro quarto que precisamos de um banho e nos arrumar. Falta duas horas para a festa começar.

Elas terminaram de sair do corredor e alcançaram o pátio, a garoa já tinha cessado e as nuvens começavam a ir embora, deixando o céu num tom alaranjado por conta dos raios de sol do fim da tarde. Ambas seguiram em direção ao prédio da ala direita, não havia nenhum aluno perambulando por ali naquele momento, o que tornava o local um pouco assustador para Naomi.

Naomi estava sentada na cama, com apenas uma toalha envolta do corpo, digitava algumas mensagens rapidamente para seus pais, dizendo que estava bem, que os professores eram excelentes e ela estava se esforçando para pegar o ritmo de todos. Disse que também haveria uma festa aquela noite e prometeu para eles que não colocaria uma gota de álcool na boca, mesmo que ela não precisasse dar todas essas explicações, tinha pego essa mania de faze - las devido as sessões com a psiquiatra. A Dra. Saito sempre deixava claro que ser aberta como um livro para todos, poderia ajudar com seus problemas de insegurança e paranoias.

Emma saiu do banheiro com uma toalha entorno do corpo e outra na cabeça, parou no meio do quarto e apoiou uma mão no quadril enquanto encarava a morena. Naomi deixou o celular de lado e encarou a outra de volta, arqueando uma sobrancelha em confusão com os olhares que estava recebendo.

— Você está me assustando. — Confessou depois de longos segundos.

Emma ainda permaneceu estática na mesma posição, até abrir um largo sorriso e bater palmas enquanto saltitava pelo quarto como uma criança.

— Você vai ser meu novo projeto essa noite, então, não reclame de nada, apenas me deixe fazer meu trabalho. — Ela se virou para o armário de Naomi e começou a fuçar lá dentro, resmungando sobre a maioria das roupas dela serem pretas e não ter nenhuma cor viva lá. Ela deu um gritinho de alegria minutos depois, erguendo uma peça de roupa. — Isso aqui vai ser perfeito.

Naomi encarou o vestido cor de rosa que ela segurava em mãos, havia sido um presente de sua mãe no último aniversário dela, mas que a Hatori nunca sequer havia usado. Era longo até a altura dos joelhos, a saia rodada e o tronco todo justo, sem decote, tinha mangas longas e era bem simples, uma gracinha, coisa que Naomi não era. A loira jogou a peça para ela e voltou a mexer no armário, mas agora na parte dos sapatos. Voltando a resmungar sobre o fato de que a morena só tinha tênis e botas, nenhuma sandália de salto.

Por fim, ela retirou um par de hall star pretos e jogou para a mesma calça - los.

— É só uma festa de jovens, vai ter bebidas e drogas. Porque quer me vestir como se eu fosse ver a rainha? — A Hatori resmungou, ganhando um fuzilar de olhos escuros da loira.

— Você não vai ver a rainha, você é a rainha.

Naomi sentiu vontade de revirar os olhos com aquela frase, mas sabia que as intenções da Sano eram boas, por isso, nem sequer retrucou. Ela se levantou da cama e seguiu até o armário para pegar um conjunto de peças íntimas, as vestiu rapidamente e voltou para a cama pegando o vestido que ainda estava jogado ali. O colocou e sentiu que o tecido estava um pouco mais largo do que quando ela experimentará no seu aniversário. Ela estava mais magra, sua mãe não gostaria nem um pouco daquilo, isso se Karyn já não tivesse reparado, mas era um pouco difícil considerando que a morena estava sempre usando roupas largas pra não chamar tanta atenção assim.

Em Tokyo as pessoas costumavam dizer que ela era linda, a garota mais linda que já viram, ainda mais com aquele pequeno defeito genético que deixará seus olhos tão verdes quanto esmeralda. Seus pais costumavam dizer que eles eram azuis quando ela nasceu, que foi mudando a cor conforme foi crescendo, até se tornar aquele verde brilhante. Ela gostava daquilo, de como todos diziam que ela parecia uma boneca, até o dia que sua beleza se tornou maldição. Odiava pensar no fato de que ela era única, de que foi por essas diferenças do restante das outras garotas que ela sofreu tanto.

Balançou a cabeça para os lados e tentou afastar o amargo que subiu em sua boca. Se sentou na cama e calçou o par de tênis. Ela foi até o espelho onde Emma estava terminando de se arrumar, a loira estava com uma saia azul tubinho e uma blusa preta com lantejoulas passada por dentro, os cabelos louros estavam soltos, com a típica franja.

— Você está bonita. — Ela torceu um pequeno sorriso para Emma, que sorriu de volta pelo reflexo do espelho.

— Você também está.

Naomi não concordava, ela achava que estava parecendo um cosplay da Avril Lavigne só que de cabelos pretos. O vestido era bonito, valorizava seu corpo sem parecer vulgar e os tênis pretos lhe davam um ar mais gótico. Emma se afastou dela e logo retornou lhe estendendo um colar vermelho.

— O que é isso?

— Uma gargantilha, pode ficar, comprei na semana passada mas ela não combina comigo, acho que um pouco de vermelho vai lhe cair bem.

Naomi pegou a gargantilha e colocou no pescoço, aquilo mais se parecia com uma coleira, era de couro avermelhado, com um pingente em formato de coração no meio, mas que estranhamente lhe agradou.

— Obrigada.

A loira apenas lhe lançou um sorriso rápido e foi cuidar da maquiagem, Naomi optou por passar apenas um batom nude e um delineador para apaziguar a expressão cadavérica que seu rosto tinha. Seus olhos verdes ganharam um pouco mais de brilho, o que pareceu deixa - la mais bonita.

Assim que Emma terminou a maquiagem, a agarrou pelo pulso igual a mais cedo e saiu lhe puxando para fora do quarto. Elas quase tombaram com algumas meninas que passavam no corredor e Naomi sentiu que poderia cair a qualquer momento naquelas escadarias, mesmo que não estivesse usando saltos como a Sano.

Sério, como Emma conseguia passar o dia inteiro encima de saltos sem reclamar de dor nos pés? Um dia inteiro e Naomi já estava chorando de dor nos tornozelos.

Elas saíram do prédio e a Hatori já podia ouvir uma música tocando um pouco mais distante, havia algumas luzes piscando também na mesma direção do campo de futebol e foi por onde ambas seguiram tranquilamente. Naomi começou a se sentir um pouco enjoada, suas mãos estavam suando com a probabilidade de tudo dar errado aquela noite, não queria estar ali, não queria se misturar entre pessoas que eram tão diferente delas. Apesar da maioria ter sido bastante receptiva, sabia que uma grande porcentagem não a queria ali. E isso provavelmente geraria encrencas as quais ela gostaria muito de evitar.

Pensou em dar meia volta e retornar pro quarto várias vezes, mas sempre que ela cedia os passos, Emma pressionava seu pulso com mais firmeza. Deixando claro que não a deixaria escapar.

Elas desceram o pequeno terreno íngreme que dava acesso às arquibancadas, havia uma fogueira acesa em um canto com vários jovens bebendo e gritando ao redor, do outro lado estava uma mesa com vários copos de bebida e barris de cerveja, onde também havia um grupo de jovens bem aleatórios se acabando de beber como se o mundo fosse acabar. Havia alguns casais se pegando em algumas bordas, jovens sentados sobre as vigas que sustentavam as arquibancadas e outros dançando ao som da música alta que tocava, estava tão alta que Naomi nem sequer conseguiu reconhece - lá, já que seus ouvidos começaram a doer.

Ela deixou que Emma a guiasse por entre todos os universitários presentes ali, até um local mais afastado, onde estava todo seu grupo reunido, mais algumas pessoas que ela não conhecia.

— Olha, eu não vou te apresentar para aquelas pessoas que estão ali, então saiba que não tem problema nenhum se você não gostar deles, porque quase ninguém gosta. — A Sano se explicou enquanto diminuía o passo para chegar perto dos amigos.

— Quem são eles? — Naomi questionou, depois de reparar que seus olhos pararam fixos no moreno que estava ao lado de Mikey, ambos pareciam conversar com bastante afinidade.

— É o grupo do Keisuke Baji, a maioria é um bando de otários, os únicos que salvam ali são a Hinata e o Takemichi, uns amores de pessoa, só não estão no nosso grupo porque o Hanma e o Mikey não se dão muito bem. — Ela explicou rapidamente, tendo de falar próximo ao ouvido da Hatori para não ter que gritar por conta do som alto. — Pelo que eu tô vendo a namorada do Baji não veio, o que o torna um pouco tolerável sem ela.

— Credo, você fala como se eles fossem os demônios desse lugar.

— É basicamente isso. — A loira riu.

Elas finalmente alcançaram o grupo e Emma soltou o pulso de Naomi para poder se atirar nos braços de Draken que a capturou num abraço confortante, selando os lábios aos da namorada. A Hatori até estava começando achar eles bem fofos.

Ela se sentia bem deslocada, a maioria estava em casais, mesmo ela tendo sido bem recebida, ainda sentia que não fazia parte daquele grupo, era como se eles a aceitassem por aceitar, porque ela não pertencia a mesma sociedade deles.

— Ei, Naomi, fico feliz que tenha vindo. — Mikey acenou pra ela, a chamando para que se aproximasse e a garota o fez. — Esse é o Baji, meu melhor amigo.

— Olá. — Ela acenou rapidamente pra ele, torcendo um pequeno sorriso. Mas o rapaz não retribuiu e nem sequer abriu a boca, exceto para virar o líquido que estava em seu copo na boca.

— Relaxa, ele tá de mal humor porque a namorada abandonou ele essa noite. — Mikey se desculpou pelo outro, abrindo um largo sorriso animado. — Você quer uma bebida? Posso pegar pra você.

— Não, obrigada. Eu não bebo.

— Ah.... Eu posso ver se o Sanzu arrumou refrigerantes.

— Não precisa se incomodar, eu estou bem. — Garantiu, achando extremamente fofo a preocupação dele para que ela estivesse a vontade.

— Eu sei onde tem refrigerante, posso ir com ela buscar. — Rindou saiu do meio da multidão, com as mãos escondidas nos bolsos da calça jeans que ele usava. Naomi segurou o ímpeto de revirar os olhos, ela queria se recusar de todas as formas possíveis a ir para qualquer lugar com ele, mas não conseguia processar nenhuma desculpa boa o suficiente. E como se ele lê - se seus pensamentos, ainda teve a audácia de abrir um pequeno sorriso e apontar para uma direção logo atrás dele. — Senju também quer refrigerante, mas ela machucou o joelho na aula de natação mais cedo, não está conseguindo andar muito bem.

Filho da puta. — Naomi quis soca - lo com toda sua força naquele momento, mas ela apenas maneou a cabeça e começou a subir o trecho íngreme novamente, sabendo que o Haitani vinha logo em seu encalço.

Ele a alcançou rapidamente e sem toca - lá, mantendo uma distância segura e razoável de seus corpos, indicou para seguirem até a ala da cozinha onde haviam deixado os fardos de refrigerante, ele explicou que sempre priorizavam mais as bebidas alcoólicas, porque eram muito poucos os alunos que não bebiam. Mas a Hatori fingiu que nem estava ouvindo, andando em passos largos até a cozinha. Queria pegar os refrigerantes e sumir dali o mais rápido possível para ficar longe de Rindou e não ser obrigada a lhe dar um soco.

Assim que adentraram a cozinha, Naomi tremeu por conta da temperatura estar muito mais baixa ali, talvez por conta dos freezers que sempre se mantinham ligados. Ela abraçou seu próprio corpo e seguiu o Haitani que foi diretamente para o último freezer do lado esquerdo do refeitório.

— Anda logo com isso, quero ir embora daqui. — Ela rosnou quando percebeu que ele estava enrolando demais pra abrir a porta.

— Por que está com frio ou por que quer se livrar de mim? — Ele a encarou por sobre o ombro.

— Eu morreria de frio feliz... Se não tivesse de ver sua... Cara nunca mais. — Rebateu, começando a sentir uma falha na sua voz, já que seus dentes começaram a bater um contra o outro.

Ele tombou a cabeça pro lado, a observando atentamente com aquelas íris tão lilases que eram quase transparentes. Se virou totalmente de frente pra ela e se aproximou, mas Naomi recuou dois passos pra trás.

— Você está tremendo, deixa eu te ajudar a se aquecer. — O tom era sério, ela jurava que ele parecia irritado com algo.

— Não encoste em mim, Haitani. — A morena ergueu o indicador em riste na direção dele, observando sua mão tremer diante de seus olhos. — Pegue logo a porcaria... Desses refrigerantes e... Vamos embora.

— Eu só quero conversar com você.

— Não tenho nada para conversar, anda logo, vamos embora.

— Naomi... — Ele a chamou num tom mais raivoso, estendendo uma das mãos pra ela. Mas a Hatori recuou ainda mais.

— Se você não vai fazer o que deveria aqui, eu estou indo embora. — Naomi se virou para sair daquele lugar, mas Rindou a puxou pelo braço, no impulso a morena girou o corpo na direção dele, usando da mão livre já fechada em punho para acertar o rosto do Haitani, mas ele agarrou a mão dela no ar, lhe puxando contra o corpo dele, a prendendo com força para que ela não saísse. — Me solta, Rindou. — Ela rosnou, se debatendo contra o corpo dele.

— Eu só quero falar com você, da pra parar e me ouvir, caralho?!

— Não! — Ela gritou, se debatendo ainda mais para livrar - se do aperto dele. — Me deixa em paz.

Naomi gemeu quando as mãos dele a apertaram com mais força, machucando seu braço e seu punho para que ela cedesse por um instante, mas mesmo com a dor, ela ainda insistia em se debater, lutando intensamente para se livrar dele.

— Rindou, solte ela!

A voz grave ecoou por todo o local, foi como um choque para ambos, já que o Haitani a soltou automaticamente, dando um passo para longe dela. Naomi andou pra trás e voltou a contornar os braços entorno de seu corpo, ouvindo atentamente os passos da pessoa que adentrava o refeitório sem pressa alguma. Ele estava completamente despojado, como sempre, usando uma calça camuflada, botas de motoqueiro e uma camisa social preta com os primeiros botões abertos. Os cabelos presos no alto da cabeça o deixavam tão rebelde. Mas nada era tão intimidador quanto a expressão serena e os olhos espertos.

— Eu não estava fazendo nada demais. — O Haitani ergueu as mãos no ar em sinal de rendição. Naomi o encarou e sentiu mais ódio ainda, se contendo pra não avançar nele.

— Caia fora daqui. — Kazutora ditou.

— Você não manda em mim, Hanemiya. Eu vou...

Rindou nem se quer teve tempo de completar sua frase, já que o outro rapaz ergueu o celular no ar, mostrando uma foto do Haitani agarrando a Hatori naquele exato instante, uma prova clara do que estava acontecendo ali.

— Se você não quiser que eu mande isso pra Senju agora mesmo, é melhor que suma da minha frente o restante da noite.

Naomi viu Rindou cerrar os punhos, a expressão dele era de puro ódio para o Hanemiya que não parecia nem um pouco abalado com aquilo. O Haitani se afastou de Naomi e seguiu para a saída do local, não sem antes bater seu ombro contra o de Kazutora, que apenas o observou  desaparecer porta a fora. Ele guardou o celular tranquilamente no bolso de sua calça e encarou a morena que ainda estava no mesmo lugar.

— Obrigada. — Naomi sussurrou, mais pelo frio que estava sentindo, do que por receio daquela foto vazar ou não.

Como ninguém mais estava tremendo como ela ali dentro? O lugar deveria estar quase congelando.

— Vem comigo, vou te levar em um lugar mais quente.

Ele lhe deu as costas e Naomi saiu rapidamente atrás dele, ignorando todos os avisos que dera para si mesma de que ficaria longe dele. Ela ainda estava tremendo muito e sentiu o choque térmico quando finalmente alcançaram o corredor. Kazutora não disse nenhuma palavra, apenas continuou andando, dobrando alguns corredores e seguindo reto de forma paciente, as vezes ele assobiava no meio do caminho, até Naomi perceber que eles estavam seguindo para a biblioteca.

O que diabos ele queria lá?

Ela cessou os passos quando pararam em frente a enorme porta dupla, Kazutora abriu uma delas e deu espaço para a garota passar, mas ela nem sequer se moveu de onde estava.

— Não vou entrar aí com você. — Ela recuou um passo, estava mais arisca depois com que aconteceu com o Haitani, que ela não queria ter de passar pela mesma coisa novamente, apesar de ter sido Kazutora a livra - la daquela cilada.

— Primeiro que aqui é o lugar mais quente de toda essa universidade, tem um aquecedor aqui dentro. Segundo, não vou fazer nada que você não queira. — Ele deu um sorriso ladino e entrou.

Naomi sabia que se entrasse ali dentro, ela faria coisas das quais iria se arrepender amargamente. Não dava para negar que já sentia uma grande atração pelo Hanemiya, ele tinha charme e o pior de tudo, sabia bem o que ela queria, também sabia que ela não podia, mas não estava nem aí quanto ao fato de ficar provocando - a.

Ela tinha feito promessas, depois de como as cosias terminaram com Rindou há seis meses atrás, ela tinha prometido para si mesma que nunca mais se envolveria com nenhum homem, isso era para seu próprio bem.

Mas se ela ao menos tivesse feito o tratamento corretamente e não se deixado levar pelos olhos claros do Haitani.

Fechou os olhos por breves segundos e respirou fundo, não dava para fugir a vida toda disso e seria apenas uma vez. Não seria? Kazutora não parecia ser do tipo emocionado que iria atrás dela para repetir a dose ou querer algo a mais. Não custava nada arriscar.

Ela encarou a porta ainda aberta e adentrou o local, empurrou a enorme madeira para que se fechasse e caminhou pelos corredores da biblioteca, sabia bem onde ele estava, então seguiu direto para lá. Encontrando um kazutora completamente jogado sobre a poltrona, um cigarro recém aceso entre os lábios e uma expressão de cafajeste que Naomi deveria estar detestando, mas sua libido estava falando mais alto por ela naquele momento.

Mal soube dizer se estava começando a sentir calor por conta do aquecedor no local ou se era por outra coisa. Como o fato de que ela estava se pegando presa em cada ponto do corpo do rapaz, mesmo coberto por aquelas roupas largas.

— Você não deveria fumar aqui. — Tornou a repetir a frase parecida com a que tinha usado na noite anterior.

— Assim como você não deveria estar aqui. — Ele rebateu, soltando uma grande quantidade de fumaça que tomou conta do lugar.

Naomi tentou conter o ímpeto de respirar fundo e inalar todo aquele cheiro de nicotina, parecia uma tortura para sua sanidade.

— Você tem algum doce aí? — Ela pediu, porque sabia que ele tinha. A maioria dos fumantes sempre carregava algum tipo de glicose nos bolsos para amenizar a sensação de dependência.

— Vem aqui ver.

O rapaz abriu os braços e Naomi o xingou mentalmente por isso. Parecia mais uma brincadeira de gato e rato, ela sabia que deveria dar meia volta e ir embora, fingir que aquilo nunca tinha acontecido. Mas o seu corpo a traia da pior forma possível. E ela só percebeu que estava novamente rendida aos seus desejos, quando já se encontrava curvada sobre ele, apoiando as mãos nas coxas do rapaz que a observava atentamente, com um olhar selvagem e quente.

Kazutora a agarrou pela nuca e forçou a garota a se colocar de joelhos diante dele, a visão que ela tinha dali era bastante agradável, ainda mais que os olhos dele não abandonaram os seus em nenhum momento. O rapaz se curvou pra frente, aproximando seu rosto do dela, retirou o cigarro da boca e roçou seus lábios aos da garota, expelindo a fumaça da nicotina contra a boca dela. A Hatori não resistiu e inalou aquilo, sentindo seus olhos lacrimejarem e a garganta queimar, mas logo depois a sensação ficou tão boa que ela chegou a soltar um pequeno gemido.

O Hanemiya a segurou mais forte pela nuca, finalmente unindo seus lábios aos dela, sua língua pediu passagem e a morena cedeu sem pensar duas vezes, se entregando totalmente aquele beijo intenso. Eles puxaram o ar com força pelo nariz, apenas para sustentarem ainda mais aquele gesto. Naomi sentia o gosto de álcool e nicotina na boca dele e isso a fazia desejar por mais e ele lhe deu, chupou sua língua, mordeu seu lábios inferior e depois deslizou para o interior de sua boca novamente, arrancando novos gemidos abafados da garota que estava totalmente rendida a ele.

Se afastaram quando o ar ficou muito mais necessitado, Naomi tombou pra trás se sentando sobre seus tornozelos e Kazutora jogou as costas contra a poltrona, respirando de forma pesada assim como a garota. Mas ela não perdeu tempo, queria mais e teria. Esticou suas mãos sobre a calça dele, começando a abrir os botões e o zíper, o volume ali já era bem proeminente e isso encheu sua boca de saliva, enquanto os gestos dela enchiam o Hanemiya de expectativas.

Ela puxou a calça dele junto da cueca até a altura dos joelhos, se reergueu um pouco segurando o pau dele pela base, enquanto o Hanemiya tornava a segurar os cabelos dela com força pela nuca, num rabo de cavalo mal feito. Colocou o cigarro novamente na boca e guiou o rosto dela para perto de sua ereção. Naomi passou a língua sobre a glande, contornando toda aquela região, antes de envolver seus lábios entorno da circunferência dele. Chupou apenas a ponta, enquanto sua mão passava a subir e descer numa massagem lentamente tortuosa. O ouviu gemer rouco, expelindo mais fumaça do cigarro.

Ela não sabia dizer se estava sendo mais tortuoso para ela ou para o rapaz, já que a mesma estava excitada e o misto do cheiro de nicotina a deixava um pouco alucinada.

Abriu mais a boca e foi permitindo que mais alguns centímetros dele adentrassem, sua língua massageava toda a extensão dele e a mesma fazia questão de chupar forte, fazendo estalos com a boca e arrancando gemidos cada vez mais altos do rapaz. Kazutora tombou a cabeça pra trás, expeliu um pouco mais de fumaça e passou a empurrar a cabeça da garota contra sua virilha, obrigando que ela engolisse o restante dos centímetros de seu pau. Quando ela o fez, ele passou a investir contra sua boca, fodendo até o fundo de sua garganta, a fazendo as engasgar algumas vezes e até mesmo gemer contra o pau dele.

Naomi estava amando aquilo e ele claramente já tinha notado. Ela tentava chupa - lo o máximo que conseguia, mas a saliva já escorria por seu queixo onde as bolas dele estavam lhe castigando.

Teve seus cabelos puxados a obrigando tombar a cabeça pra trás e tira - lo da boca, aproveitou para puxar uma grande quantidade de ar para seus pulmões. O encarou e viu o moreno curvado na direção dela mais uma vez.

— Você ainda quer um doce ou quer meu pau enterrado em você? — Ele questionou com a voz mais rouca que o comum, carregada de luxúria.

— Os dois. — Naomi respondeu prontamente e o viu abrir um largo sorriso.

O rapaz a ajudou se levantar, tirou o cigarro da boca e deixou sobre o cinzeiro na mesa ao lado, Ao qual ela se questionava de onde ele vinha, já que não era permitido fumar ali. Naomi observava os movimentos dele atentamente conforme já tirava a calcinha por debaixo do vestido, ela ia jogar a peça no chão, mas o Hanemiya pegou da mão dela, enfiando no bolso de sua calça, antes de dar um tapinha em sua coxa desnuda para que a garota subisse nele.

A Hatori não perdeu tempo em se acomodar no colo de Kazutora e ele também não demorou a segurar seu pau pela base e guiar para a entrada molhada dela, penetrando sua buceta aos poucos, com a mão livre segurava o quadril dela a empurrando pra baixo lentamente, fazendo com que ambos gemessem de forma sôfrega a cada centímetro que era colocado dentro dela.

— Você é muito apertada. — Ele rosnou depois de já ter entrado totalmente dentro dela, puxando-a pelo quadril para que roçasse ainda mais em seu colo. — Rebola pra mim, vai. Eu sei que você gosta disso. — Apesar de haver um sorriso em seus lábios, o tom dele era totalmente autoritário e Naomi se sentia totalmente rendida a ele naquele momento, passando a rebolar, de forma que sua buceta o apertava ainda mais e ela se deliciava com a sensação de estar totalmente preenchida. — Maldita hora que você apareceu com isso. — A Hatori ficou confusa sobre o que ele estava falando, até sentir os dedos do Hanemiya agarrarem a gargantilha que ela usava. — Fica parecendo uma cadelinha submissa procurando por um dominador... Todos os caras estavam te devorando na festa, apenas você não viu.

Ela sorriu, não pode conter uma sensação gostosa que aquilo lhe causou, a de ser desejada. E estava pensando justamente na cobiça de outros homens enquanto sentava em um. Apoiou as mãos nos ombros dele para ter mais apoio e passou a subir e descer, de início bem lentamente, rebolando aos poucos só pra ver a expressão de tesão e desespero do rapaz embaixo dela. Kazutora tombava a cabeça pra trás e gemia rouco, suas mãos apertavam com ainda mais força o quadril dela a obrigando se sentar mais forte sobre o pau dele.

— Oh... Você também queria me devorar? — Ela o questionou da forma mais ousada e cretina possível, ganhando um olhar quase ameaçador do outro.

— Estava louco pra te foder desde ontem. — Confessou com um riso nasalado.

Naomi estava pronta para começar a cavalgar sobre ele com mais intensidade, quando ganhou um tapa estalado na bunda que a fez dar um gritinho. Ela foi empurrada de cima dele logo em seguida. Gemeu frustrada com a sensação de estar vazia, enquanto o via se levantar. Kazutora a agarrou pela nuca mais uma vez e selou seus lábios um ao outro num beijo superficial, agarrando - a pelos braços e a virando de costas pra ele, lhe empurrando para a poltrona onde estava antes, fazendo com que ela se ajoelhasse ali.

A morena se escorou na parte superior da poltrona, sentiu seu vestido ser erguido até a altura do quadril e um novo tapa estalou ali, a fazendo empinar para o rapaz. Inclinou a cabeça por sobre o ombro para observa - lo, lhe lançando um sorriso ladino. O Hanemiya se curvou sobre ela e a segurou pelos cabelos, aproximando a boca do ouvido dela, onde mordiscou seu lóbulo. A garota amoleceu um pouco com aquilo, ainda mais sentindo o pau dele roçando em sua buceta que estava necessitada por atenção.

— Me fode logo... — Ela rosnou com impaciência, movendo seu quadril contra o dele em busca de mais contato.

— Quanta pressa... Eu quero ver você implorar mais por isso. — Sussurrou no ouvido dela.

O Hanemiya passou a mover seu quadril contra o dela, fazendo movimentos de estocadas contra a entrada de sua buceta, fazendo com que Naomi praticamente choramingasse por mais. Ela estava quase subindo pelas paredes e necessitada para gozar. Tanto que desceu uma de suas mãos para acariciar sua buceta, mas Kazutora a impediu, agarrando os braços dela e prendendo em suas costas, praticamente a obrigando ficar bem mais empinada pra ele, com o rosto colado a cabeceira da poltrona.

— Kazutora... Por favor...

— Por favor o que, novata?

— Me fode logo, caralho.

Ela poder ouvi-lo rir com o xingamento. Mas logo se enterrou dentro dela, foi fundo e forte, lhe arrancando um gemido alto, a obrigando se empinar ainda mais pra ele.

Os dedos dele contornaram sua garganta e pressionaram forte ali, apenas para mantê-la, imobilizada, já que ainda tinha as mãos praticamente atadas nas costas. Sentia os trancos das estocadas fortes dele em sua buceta que a jogavam pra frente o tempo todo. Ambos gemiam e ela se deliciava ainda mais com os gemidos roucos do Hanemiya. O som das bolas dele batendo contra sua intimidade a cada estocada tornava tudo ainda mais excitante. Ele era duro e bruto ao mesmo tempo, do jeito que a Hatori gostava.

Logo o orgasmo começou a dar sinais de que chegaria, já sentia os espasmos dominarem todo seu corpo, assim como suas pernas começavam a tremer. Kazutora pareceu notar isso, ainda mais que sua buceta se contraia com muito mais intensidade ao redor dele.

— Já vai gozar? — Questionou sussurrando no ouvido dela e Naomi só conseguiu balançar a cabeça. — Vamos, garota. Goza no meu pau, vai. Gostosa. — Mordiscou a orelha dela e a fodeu com mais força ainda, puxando o corpo dela contra o seu, apenas para ir mais fundo nela.

Naomi gemeu muito mais alto e com isso ele apertou seu pescoço mais forte para que ela não fizesse tanto barulho, chegou a sentir o couro da gargantilha arranhar sua pele, aquilo deixaria marcas as quais ela não se importava no momento.

Mais um tapa em sua bunda, Naomi tremeu inteira com aquilo, gemeu toda manhosa enquanto suas pernas pareciam gelatina e ela gozava com uma intensidade incrível. Kazutora não parou de se empurrar para dentro dela em nenhum momento, estendendo ainda mais aquele orgasmo. Ouvia os rosnados dele, a respiração pesada batendo contra sua nuca, ele foi mais rápido, soltou os braços dela e seu pescoço, para agarra - lá pelo quadril e empurrar mais forte, bem mais rápido. Até sair de dentro dela rapidamente e a puxar pela nuca mais uma vez.

A garota tropeçou até se colocar de joelhos no chão de frente pra ele, tendo a bela visão do rapaz se masturbando diante dos olhos dela. Ainda trêmula, se aproximou mais e sem usar as mãos o colocou na boca, podendo sentir seu próprio gosto no pau dele. O chupou forte, Kazutora empurrou a cabeça dela contra sua virilha, indo ao fundo de sua garganta até finalmente gozar, deixando escapar um gemido mais alto. Naomi engoliu tudo, gemendo de prazer com aquela sensação, seus olhos lacrimejavam, em efeito da nicotina e do sexo.

Ele saiu de dentro da boca dela e a Hatori aproveitou para se sentar no chão, se sentindo satisfeita e exausta. Mas seu corpo ainda tremia e ela sabia que aquela sensação não iria passar tão cedo, junto do arrependimento que viria no dia seguinte.

Kazutora ajeitou suas calças e ajudou a garota a se levantar, conferindo se seu vestido estava mesmo no lugar e se não tinha ficado tão amarrotado. Ainda passou os dedos pelos cabelos dela, arrumando algumas mechas bagunçadas, para depois lhe dar um selinho demorado.

— Onde está a minha calcinha. — A Hatori o encarou.

— Vai ficar de lembrança pra mim.

— Não posso voltar pra festa sem calcinha.

— Relaxa, eles estão olhando pra esse colar no seu pescoço, sua bunda vai ser a última coisa que vão reparar. E olha que ela é maravilhosa. — Ele riu de forma sapeca, passando um dos braços sobre os ombros dela e a guiando pra fora da biblioteca. 

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