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#4 O Convite De Pedro

Você me queima por dentro...
Amor, você me queima...
Você arde como fogo...
Mas vou amar se me queimar...
By: Leide Emilly

Chegamos na faculdade de carro, alguns nos olhavam, outros nem notavam nossa existência, Carlos era popular, então várias garotas foram falar com ele, segui meu caminho até a primeira sala que eu iria estudar.

- vou procurar o Douglas, depois agente se fala.

Sofia disse me entregando sua bolsa, eu coloquei na cadeira ao lado da minha e sai da sala, Carlos tentava se livrar das garotas e me viu, fingir não ligar para aquela sena era muito difícil, mas fiz um esforço e fui andar pela enorme faculdade.

A quadra tinha uma nova pintura, estava muito colorida e esquisita, tinha verde, vermelho e laranja, estava meio brega.

- ridículo terem pintado a quadra desse jeito, né? Com essa cores

Um garoto falou ao meu lado, nos apoiamos na grade que ficava ao redor da quadra e eu sorri.

- sim, ficou feio e esquisito.

Falei olhando a quadra novamente. O garoto era novo ali, nunca o-vi por aqui, quando vinha só pra andar mesmo, o porteiro me deixava entrar para falar com Carlos. Ele tinha cabelos castanhos e lisos, mas curto, sua pele era clara e olhos escuros.

- meu nome é Pedro.

Falou esticando a mão, vi Carlos nos olhando de longe, parecia querer saber com quem eu conversava, mas não dei muita bola, nem importância.

- eu sou Ellen, prazer!

Apertei a mão dele e o mesmo deu um beijo em minha mão, senti meu rosto queimar de vergonha e sorri.

- O prazer é meu.

Sua voz era sedutora, seu jeito também, mas não era ele quem eu queria, não era ele quem eu estava afim de beijar e beijar e nunca mais parar, nem era o Carlos. Sinto que ainda não encontrei a pessoa certa... Mas vou encontrar, pelo menos espero que sim.

- você começou a cursar aqui a pouco tempo, né?

Perguntei tentando puxar assunto, não teria nada além de amizade, mas conversar nunca fez mau a ninguém.

- sim e você, está aqui a muito tempo?

Perguntou e saímos andando, não queria ficar parada em um canto, sem estar sentada, tenho pernas que se cansam rápido.

- bom... Comecei hoje, mas quase ninguém me nota, vai ser difícil fazer amigos.

Falei olhando as pessoas, a maioria eram novos ali, alguns já vejo a uns meses, eles sabiam que eu era de um orfanato, logo Pedro também iria ficar sabendo.

- eu sempre noto garota lindas como você.

Ele disse e eu abaixei a cabeça, meu rosto parecia uma pimenta de tão vermelha, parecia que hoje era o dia da vergonha, só passaria por isso.

- valeu... Preciso ir, a professora entrou na sala.

Falei vendo a professora de direito civil entrar, ele pegou o celular e pediu meu número, eu dei e fui pra sala, entrei igual ao Carlos, que nem quis me olhar.

Por mim, tanto faz...

(...)

Carlos foi embora sozinho, já que Pedro pediu para me levar e eu aceitei, já a Sofia foi com o Douglas pra casa dele.

No meio do caminho ele me olhou de lado e voltou a olhar a estrada. Eu me sentia exposta e vigiada, seu olhar não era muito fofo, nem muito safado, ele era respeitador, lembro que o pai de Carlos dizia isso, se referindo a ele mesmo, quando mais novo.

- você e o Carlos namoram?

Ele perguntou e eu fiz que não com a cabeça não tinha nada com o Carlos, não era porque eu não queria, mas sim por falta de oportunidade para demonstrar meu interesse, era timidez e falta de atitude dele. Não tô dizendo que quero algo sério, só queria beijá-lo só isso.

- não, somos apenas amigos.

Falei sorrindo, eu sei que isso mudaria pelo jeito que ele me olhava, pelo jeito que me tratava, queria curtir a companhia do Carlos de um jeito diferente e melhor.

- topa sair hoje a tarde? Vou acampar com uns amigos, numa casa abandonada no meio da floresta.

Olhei pra ele que sorriu, eu não tinha muito medo de coisas assombradas e tal, mas isso não era uma boa ideia.

- não sei...

Falei pensativa, ele estava realmente disposto a me fazer ir, vi que iria insistir, já estava quase cedendo mesmo.

- vamos vai, eu vou estar com você e quero te apresentar pra galera toda.

Chegamos na casa de Carlos e eu sai do carro, coloquei os braços no teto do carro e olhei fundo nos olhos dele.

- eu vou, vai ser de que horas?

Perguntei e ele pegou o celular, procurando alguma coisa.

- as sete da noite, caso eles mudem o horário te aviso.

Eu fiz que sim com a cabeça, dei tchau e entrei.

Pedro: 25 anos (Ethan Olson)

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