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Vivos com a força do ódio

Antes de mais nada, precisa-se explicar como toda aquela situação era absurda, além da parte óbvia da metralhadora, e das criaturas gostosas e góticas que saíram do portal gigantesco ali, no meio de um casamento.

Existem diversas dimensões em um multiverso. Ponto. Mas isso não é conhecimento geral, já que não dá para se viajar por dimensões assim facilmente, não é como ir na esquina, então é melhor que quase ninguém saiba mesmo, pra não gerar problemas. Às vezes, existem dimensões que ficam melhor não sendo tocadas nem compartilhadas por ninguém. São muitas culturas, raças, apocalipses e times de futebol diferentes, e se tudo isso se juntasse de uma vez seria uma bagunça tremenda, e uma hora o multiverso apenas implodiria e viraria um grande mingau de aveia estragado.

Por isso existem unidades pacificadoras de qualquer problema que possa desencadear algo desastroso nessa frágil massaroca de dimensões diferentes, e Frank e seu pequeno chefe faziam parte de um grupo que atendia alguns desses casos específicos. Mas pelo o que se sabia, apenas esses grupos singulares tinham capacidade de viajar entre dimensões e eles não podiam interferir no desenvolvimento das sociedades ou de qualquer outra coisa complexa, para continuar mantendo as coisas em seu perfeito equilíbrio.

Até agora. Já que ninguém ali sabia de que inferno aquilo tudo tinha saído, porquê na teoria mais ninguém deveria ter esse tipo de capacidade de viagem interdimencional, e adivinha: um portal interdimencional estava ali, aberto em seu maior explendor.

Frank continuava embaixo da mesa de salgados, pensando em uma linha de ação enquanto agarrava Charlie com toda sua determinação. Infelizmente não tinha sua montante consigo. Com ela ele era invencível. Não que ele planejasse lutar com eles, mas talvez fosse necessário, já que ele sabia muito bem com quem estava se metendo, e uma espada seria útil de alguma forma.

O único barulho naquele salão de festas antes animado por música dos anos 90 era do zunido de eletricidade meio instável que se propagava do portal pelo local silencioso aonde todos os convidados já haviam fugido. Frank não tinha fugido. Charlie também não, já que tinha sido abraçado pelo estagiário e estava apenas seguindo o fluxo, pois não era muito de lutar contra ser protegido de alguém que porta uma metralhadora. Cheryl, por outro lado, estava impassível na frente dos recém chegados, furiosa em seu vestido de noiva bonito.

A figura mais baixa começou a repetir o mesmo enunciado, com a arma apontada pra cima, ignorando por hora a existência da noiva ali.

- FRANK VICENT, PROC-

- Quem diabo você pensa que é, pra invadir meu casamento com essa cara lavada e ainda gritar na minha frente depois de estragar toda uma festa infernal que deu trabalho pra arrumar? Voltem pro buraco de que saíram e enfiem essa gritaria no cu. Estou com uma tremenda dor de cabeça. Meu marido humano acabou de fugir com as três dúzias de humanos que estavam aqui. Dinheiro jogado fora. Não sei se ele vai querer me ver novamente ou se vai ter surtado já que a mente humana é fraca. Então vão embora. Caralho. - Cheryl murmurou, interrompendo o anúncio, cega de raiva. Era uma maluca mesmo, mas a festa tinha sido cara. Ela usava um vestido bonito, o marido podia ser um humano mas gostava dela e nada tinha dado errado ainda naquele relacionamento de bosta. Ela só queria se casar naquele caralho. Foda-se se levasse um tiro, ainda era injusto e o universo sabia disso. Eu também considero uma injustiça destruir corações apaixonados, mas convenhamos que é engraçado ver a desgraça alheia. Às vezes.

A figura que segurava a metralhadora encarou Cheryl por alguns segundos, o maxilar tremendo de raiva, feito um pincher com parkinson. E simplesmente disparou uma rajada de tiros contra a noiva, e contra as mesas atrás dela, e a parede, e o lustre, e a janela, e os aparelhos de som.

Charlie deixou escapar um pseudo-grito de desespero. Ok. Tinham atirado na Cheryl. Ele ficou chocado por uns segundos, ao ver ela cair no chão ali, após ser metralhada. Olhou para Frank. Frank também estava chocado. Frank só precisava se arrastar até uma porta e tudo se resolveria. A porta mais próxima era a do banheiro. Perfeito. Ele estava com o cartão. Ia dar certo. Né?

Era só fugir. Fugir é fácil.

O pseudo-grito de desespero de Charlie foi ouvido pelo dono da metralhadora e a outra.

- Loydie. - Repreendeu a maior, encarando o atirador raivoso de cima, como uma mãe que repreende uma criança por ter quebrado um vaso de planta. Ao ouvir o barulho feito pelo demônio fez um sinal com a cabeça pra que o outro fosse checar o que era.

Loydie bufou, pisando no chão com raiva feito criança, resmungando agarrado em sua metralhadora, e foi andando pelos destroços que tinha deixado com sua rajada de tiros. A de rabo de cavalo permaneceu na frente do portal, quase como de guarda, ainda com a expressão meio apática.

Charlie ainda estava um pouco em choque, encarando o corpo do outro lado do salão. O choque foi embora quando Frank sussurrou no ouvido dele, enquanto lhe entregava um retângulo de plástico amarelo com extremidades de ferro e umas escritas estranhas.

- Eu vou ser seu escudo. Vou correr até o banheiro junto com você. Você vai colocar esse cartão na porta, e falar "senha". Não vou morrer com tiros, então vou te proteger se eles vierem. É o plano.

- MAS VOCÊ NÃO É DE ADAMANTIUM. ESSE BANDO DE TIROS VÃO TE ATRAVESSAR E ME ATINGIR, IDIOTA. - Charlie sussurrou de volta, irritado.

- É o único jeito que e-

- EU VOU TE POSSUIR. ACABOU O DRAMA.

- Me possuir?!?

- ENTRAR EM VOCÊ. CALA A BOCA. VÃO OUVIR A GENTE.

Frank não sabia da capacidade de possessão dos demônios. Charlie não pretendia usar mais essa capacidade para não causar mais problemas com a detenção dele no vazio, já que tinha perdido quase todos os poderes menos esse, o qual ainda era proibido de usar. Mas era uma emergência, e as vezes, em raros casos, Charlie resolvia não ser um antipático inútil do caralho e ajudar os outros. Raros casos como acabaram de metralhar a ex ficante dele no casamento dela e ele estava chocado demais pra seguir a risca a própria personalidade de lixo.

Loydie ouviu murmúrios. Pisoteou cacos de vidro e cadeiras até os murmúrios. E abriu fogo contra os malditos murmúrios embaixo da mesa de comidas.

Mas antes, Charlie possuiu Frank, com seus não muito incríveis poderes demoníacos. E gritou. Porquê doía muito ser o estagiário, puta que pariu, a coisa da cabeça arrancada doía o tempo todo, mesmo na forma humana. E ele agora estava sendo metralhado também, então doía mais ainda, já que balas de metralhadora não são muito gentis. Só saiu correndo derrubando a mesa e tudo junto, enquanto berrava como aqueles caras de anime fazem enquanto lutam. Ainda bem que aquele corpo era mais forte que um corpo humano, porque depois de quase dez tiros qualquer um já teria caído.

Tudo aconteceu muito rápido, então farei o meu melhor pra resumir de uma forma compreensível eventos que aconteceram em menos de 30 segundos.

Charlie correu que nem um filho da puta até o banheiro, enquanto Loydie gritava que nem um maluco ao mesmo tempo que tentava matar o imortal possuído à tiros. Aretha (a gótica número dois que segurava o chicote na frente do portal) arregalou os olhos com a cena, e antes que pudesse fazer qualquer coisa, Charlie chegou até a porta do banheiro e colocou o cartão contra a sua superfície, gritando no desespero padrão de qualquer um naquela situação a palavra "senha", mesmo que não soubesse de quê aquilo adiantaria. Antes de que qualquer coisa acontecesse pois Charlie mal tinha acabado de pronunciar a palavra, Demian abriu a porta do banheiro com uma cara meio indignada, tomando um susto ao ver aquela imagem de destruição. Estava meio bêbado, a camisa desabotoada, o rosto manchado de batom e um chupão no pescoço. A irmã do noivo estava numa situação meio parecida na parede de canto do banheiro. Charlie só entrou ali rápido fechando a porta e empurrando Demian pra um canto.

- MAS QUE DIABO TÁ AC-

Foi o que gritou Demian de início, com a voz meio extridente, antes de ser interrompido por um tapa na cara.

- EU QUE PERGUNTO, O MUNDO TÁ ACABANDO LÁ FORA E TU NÃO OUVIU PORRA NENHUMA E FICOU AQUI DENTRO COMEN-

- PUTA QUE PARIU ELES TEM UMA ARMA?- Gritou demian de novo, enquanto Charlie gritava, já que a porta começou a ser destroçada com uma outra rajada de tiros e ninguém se importava de ouvir o grito do outro.

A irmã do noivo estava com o batom borrado e meio descabelada, e tinha se encolhido num canto do banheiro com toda aquela merda. Demian e Charlie tinha feito o mesmo, ficando longe da porta, o que impediu deles terem sido atingidos.

Enquanto isso, Loydie se preparava pra atirar mais, já que metralhar coisas era seu estado de espírito. Aretha veio correndo até ele, muito brava, com o chicote em mãos, agora ambos na frente do banheiro aonde o povo se escondia. Ela segurou o ombro de Loydie com força, como se pudesse arrancá-lo apenas com as unhas.

- Não atire. De novo não. Só precisamos levar ele até lá. Esses tiros vão doer nela.

- MAS E-

Loydie pensou em argumentar a base de gritos, mas antes que pudesse fazer isso, uma garrafa de vinho quebrada foi estilhaçada com toda a força contra sua cabeça, por uma noiva enfurecida que vinha de trás, com o vestido todo vermelho de sangue dos tiros que havia recebido. Estava completamente regenerada e pálida, os caninos bem a mostra, os olhos meio vermelhos, extremamente puta da vida. Vampiros não morrem com 16 tiros de metralhadora. Muito menos morrem quando acabam com o casamento deles e abrem buracos de tiro em seus vestidos alugados. Eles permaneciam vivos com a força do ódio. Muito ódio.

Loydie caiu no chão feito um saco de batatas, desmaiado, o sangue pingando da nuca. Aretha já se virou em reflexo, dando uma boa chicotada no rosto de Cheryl ao se afastar em um pulo, a fazendo cair no chão novamente. Aretha olhou pra Loydie no chão, preocupada, mas precisava acabar com aquilo logo, pois já tinha se prolongado demais e o portal estava meio instável. Quando fez menção de entrar no banheiro, Charlie (no corpo de Frank) saiu correndo, enquanto puxava Demian e a irmã do noivo, cuja se chamava Jennifer, apesar disso não ser muito importante.

Charlie tinha um plano: tentar fazer o que Frank tinha mandado de novo, e se desse errado, apenas se entregar para a morte. Era um bom plano. Jogou Demian e Jeniffer em cima de Aretha, como se faz com uma bola de boliche (ao menos pra isso aquele corpo prestava, apesar da dor infernal constante) derrubando ela e a deixando meio imóvel pelos segundos seguintes nos quais tinham duas pessoas esparramadas em cima dela, a distraindo tempo suficiente para que Charlie fizesse seu plano. Fechou a porta com violência, colocou o cartão nela meio desesperado, e gritou "SENHA".

Loydie estava desmaiado. Cheryl também. Aretha começou a se levantar muito puta, jogando Jennifer pro lado, mas Demian mordeu o braço dela e a derrubou no chão de novo, em uma briga meio animalesca de jardim de infância, para imobilizar ela e o outro fizesse seja lá o que ele fosse fazer. Jeniffer achou tudo muito estranho, apesar de apreciar as habilidade violentas de Demian e até achar sexy, mas preferia se manter viva. Levantou e saiu correndo pra fora dali como qualquer ser humano normal faria em uma situação daquelas.

Charlie estava surtando com a dor em todo o corpo que sentia sendo Frank. Em algum lugar ali dentro daquele corpo Frank apenas perdeu o controle sobre manter sua forma humana e voltou a ser uma caveira deformada de terno com o crânio meio solto do pescoço. Algum barulho começou a vir de trás da porta do banheiro, como se algo estivesse rolando, algum tipo de mecanismo ou engrenagens. O portal verde começou a tremer mais, diminuindo, e Aretha se desesperou ao ver isso, mas logo  conseguiu se desvencilhar das mordidas de Demian, ao começar a enforcar ele com o chicote, o que foi um pequeno alívio. Ela se levantou, chutando o demônio anarquista para o lado.

Novamente, tudo a seguir aconteceu em uma fração de segundos, que quase ninguém ali pode testemunhar, já que a maioria estava desmaiado, semiconsciente ou possuído.

Aretha usou novamente o chicote, na tentativa de puxar logo Frank pra si, como o Indiana Jones faz com as coisas. Mas o corpo de Frank estava fudido demais com todos aqueles tiros. Charlie simplesmente não estava mais aguentando ficar naquele corpo. A chicotada foi o ápice pra ele ser praticamente expulso daquele receptáculo, e ser puxado pra fora no lugar do estagiário, agora já ficando tangível e caindo desmaiado sobre Aretha.

O barulho de dentro da porta do banheiro ficou um pouco mais alto. O portal parecia muito mais instável. Aretha se desesperou, em uma confusão palpável. Pessoas desesperadas não pensam, mesmo quando elas tem objetivos claros que precisam ser compridos. Não tinha entendido daonde aquele homem fedorento com chifres tinha surgido, porquê ele tinha surgido, como ele tinha parado ali e o que diabos ele era, mas por algum motivo ela achou que ele seria importante. Ela não sabia se iria conseguir pegar Frank sozinha. Loydie estava apagado, e mesmo que o estagiário estivesse meio debilitado, ainda seria difícil, e o portal estava sumindo. Aos poucos. Não ia dar tempo. Talvez ela conseguisse pegar ele sozinho sim, ela era forte o suficiente pra isso, mas o portal sumiria antes. Não tinha o que fazer. Precisava voltar rápido, mas precisava que Frank fosse até lá. Não sabia se seria possível invocar um portal novamente, então apenas pensou como pessoas desesperadas pensam: muito mal.

Colocou Charlie no colo e saiu correndo, se jogando no portal, que sumiu no exato momento em que ela entrou. Frank tinha caído no chão por um segundo, a mente atordoada, muito confuso e com muita dor. Demian viu. Demian olhou pra Loydie desmaiado no chão. Demian olhou pra Frank e Frank olhou pra Demian, como se perguntassem um pra outro o que diabos tinha acabado de acontecer, ambos ofegantes.

A porta do banheiro atrás deles abriu com certa violência e se ouviu um PLIM, juntamente com a música garota de Ipanema tocando de fundo e um barulho de elevador. Ulukie estava ali dentro, com uma cara de que não dormia faz oito anos e meio, com duas pistolas na mão, o casaco de pelos meio sujo sobre ombros o fazendo parecer uma bolinha de pelos de 1,50 de altura muito puta. Ele respirou fundo e bradou aos céus:

- MAS QUE DIABO ACONTECEU AQUI?!?

Mas os céus não lhe deram resposta alguma, obviamente.




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