Capítulo 9
Thomas e Mike se arrumaram antes de ir para onde Caroline e Bonnie estavam juntando brinquedos para depois doar para crianças que não tinham condições de comprar um.
—Oi, Caroline. —Thomas cumprimentou sorrindo e acenando com a mão para a loira.
—Tyler! —Caroline exclamou antes de correr para os braços do garoto. —Que bom que você veio.
—Nossa, já cresceu bastante, né? —Thomas comentou colocando a mão na barriga de Caroline depois que eles se separaram.
—É. —Caroline concordou sorrindo. —E falo pra você, ela tá muito pesada.
—Claro que está, tem dois bebês aí. —Thomas disse e puxou Mike para perto deles. —Caroline, quero que conheça o Mike, meu novo amigo. Mike essa é a Caroline.
—Oi. —Mike cumprimentou com um pequeno sorriso antes de estender a caixa de brinquedo que estava segurando na direção de Caroline. —Aqui.
—Ah, obrigada. —Caroline agradeceu sorrindo e pegando a caixa. —E quero que você saiba que todo amigo do Tyler é meu amigo também.
Os três sorriram e Thomas passou um braço pelo pescoço de Mike.
—Tomem. —Caroline pegou dois gorros de Papai Noel e entregou para os dois garotos. —Vocês vão ajudar também.
Mike e Thomas pegaram os gorros antes de se entreolharam sorrindo, então colocaram os gorros e foram cada um para uma pilha de brinquedos.
Porém, Thomas ficava irritado toda vez que uma pessoa entregava um presente simples, e isso estava fazendo Mike achar que não demoraria muito para o garoto pular no pescoço de alguém.
—Esse é seu presente? Adesivos? —Thomas perguntou indignado ao pegar cartelas de adesivos de um homem. —Parou no posto a caminho daqui ou tirou do lixo?
Os olhos do garoto ficaram negros misturados com amarelo e com veias embaixo dos mesmos.
—Na verdade, moço, ele quis agradecer pela doação. —Mike falou sorrindo nervoso ao ficar entre os dois, o homem se afastou e Mike se virou para Thomas. —Ty, os seus olhos. —Sussurrou e Thomas tocou com uma mão abaixo de um dos seus olhos, logo ele fechou os mesmos e quando os abriu, eles estavam normais novamente. —O que tá acontecendo com você?
—Eu não sei. —Thomas respondeu e tirou o gorro da sua cabeça.
—Vem. —Mike chamou pegando a mão dele e indicando a saída com a cabeça. —Vamos embora.
Thomas não disse nada e deixou Mike guiá-lo de volta para casa. E quando chegaram na mesma, eles sentaram nos sofá da sala de estar que era um de frente para o outro.
—Vai, anda. Me conta o que está acontecendo com você. —Mike pediu com os braços apoiados nas suas pernas e com suas mãos juntas.
—Desde que me tornei um vampiro novamente... Sei lá, é como se eu estivesse dois lados novamente. —Thomas contou com as costas encostadas no sofá. —Parece que a minha consciência ficar indo e voltando, e tenho quase certeza que estou ficando completamente louco.
—Ahh. —Mike murmurou sorrindo e Thomas franziu o cenho.
—Esse "ahh" era para significar alguma coisa? —O Blake questionou confuso. —Porque eu não entendi.
—Você tá sofrendo por algo conhecido como Desencargo de Consciência. —Mike explicou.
—E o que é isso? —Thomas indagou novamente e Mike abriu a boca, mas logo voltou a fechá-la.
—Eu não sei como te explicar isso. —Ele murmurou. —Mas espera aí, eu já volto.
Então ele se levantou do sofá e subiu as escadas correndo, e não demorou para ele voltar com um notebook nas mãos.
—Bem, aqui tá escrito que o Desencargo de Consciência acontece em vampiros que desligam a humanidade mas a consciência deles se apega ao alguém que é muito importante para essa pessoa ou pela preocupação dessa pessoa se machucar caso ela desligue a humanidade. —Mike disse lendo no notebook. —Isso é muito raro de acontecer, mas acontece.
—E como você sabe que eu tenho isso? —Thomas perguntou.
—Bom, os sintomas são literalmente ter como se fosse duas personalidades diferentes dentro do seu corpo. —Mike respondeu e Thomas suspirou. —E toda vez que você perde a consciência, acaba perdendo um pouco da sanidade também. E é isso.
Thomas encarou Mike ao sentir que ele estava escondendo algo.
—Eu não vou precisar te perguntar, não é? —Thomas questionou.
—Eu não sei do que você está falando. —Mike murmurou tirando uma mecha de cabelo da frente do seu olho.
—Mike. —Thomas chamou e o garoto o encarou. —Você sabe muito bem que eu sinto o que você sente, então fala logo o que você tá me escondendo.
—O Desencargo de Consciência é fatal. —Mike falou e Thomas suspirou novamente.
—Então quer dizer que quando eu desliguei a humanidade eu me apeguei em alguém? —Thomas indagou e Mike concordou com a cabeça. —Mas em quem?
Antes que Mike pudesse responder, a porta foi aberta e Colton entrou na casa.
—Voltei. —Ele anunciou e Thomas sentiu como se a sua consciência estivesse mais presente.
—Acho que eu acabei de descobrir em quem me apeguei. —Thomas murmurou olhando para o chão com um olhar perdido.
—Faz sentido. —Mike disse ainda olhando para Colton, logo sorrindo para o mesmo.
—O que vocês estão fazendo? —Colton perguntou, mas antes que Thomas pudesse responder, Mike tomou partido.
—Nada. —Ele respondeu fechando o notebook, o que fez Thomas o olhar estranhando aquilo.
—Vocês topam uma noite de filmes, pipoca e mais algumas besteiras? —Colton questionou mostrando as sacolas que carregava.
—Eu topo. —Mike falou deixando o notebook no sofá e se levantando.
—Isso aí, garoto. —Colton comemorou passando seu braço pelo pescoço de Mike antes de olhar para Thomas. —E você, Ty?
—É... —Thomas se levantou do sofá, mas foi impedido de continuar pelo toque do seu celular. —É... Me dê um minuto.
—Te dou meio minuto. —Colton resmungou indo para a cozinha junto com Mike.
Thomas sorriu e pegou seu celular, vendo que era Alaric que o estava ligando.
—Alguém anda espalhando meu número por aí. —Thomas murmurou para si mesmo, mas antes que ele pudesse atender, sentiu uma forte dor de cabeça.
—Tyler, atende logo esse celular! —Colton gritou e Thomas pareceu voltar a realidade.
—Alô. —Thomas cumprimentou ao atender a ligação.
—𝙏𝙮𝙡𝙚𝙧, 𝙥𝙤𝙧 𝙖𝙘𝙖𝙨𝙤 𝙫𝙤𝙘𝙚̂ 𝙨𝙖𝙗𝙚 𝙤𝙣𝙙𝙚 𝙖 𝘾𝙖𝙧𝙤𝙡𝙞𝙣𝙚 𝙚𝙨𝙩𝙖́? —𝙍𝙞𝙘 𝙞𝙣𝙙𝙖𝙜𝙤𝙪.
—Não. —Thomas negou. —A última vez que a vi ela estava ajudando na caridade de brinquedos para crianças. Por que?
—𝙋𝙤𝙧𝙦𝙪𝙚 𝙚𝙡𝙖 𝙩𝙖́ 𝙨𝙪𝙧𝙩𝙖𝙣𝙙𝙤, 𝙡𝙞𝙩𝙚𝙧𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚. —𝘼𝙡𝙖𝙧𝙞𝙘 𝙘𝙤𝙣𝙩𝙤𝙪. —𝙀𝙣𝙩𝙖̃𝙤 𝙚𝙪 𝙥𝙚𝙣𝙨𝙚𝙞, 𝙟𝙖́ 𝙦𝙪𝙚 𝙫𝙤𝙘𝙚̂ 𝙚 𝙚𝙡𝙖 𝙨𝙖̃𝙤 𝙢𝙚𝙡𝙝𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙖𝙢𝙞𝙜𝙤𝙨, 𝙨𝙚𝙧𝙖́ 𝙦𝙪𝙚 𝙫𝙤𝙘𝙚̂ 𝙥𝙤𝙙𝙚 𝙚𝙣𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖́-𝙡𝙖 𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙫𝙚𝙧𝙨𝙖𝙧 𝙘𝙤𝙢 𝙚𝙡𝙖?
—Claro. —Thomas concordou. —Pode deixar comigo.
Ele logo desligou a ligação e iria pedir para Mike fazer alguma magia para rastrear Caroline, mas ele parou e ficou pensativo.
Thomas sorriu e pegou a sua jaqueta no sofá antes de sair de casa.
—O que foi isso? —Colton perguntou ao ouvir a porta se fechando.
—Uma porta fechando. —Mike respondeu como se fosse óbvio enquanto comia um dos chocolates que Colton trouxe.
Colton foi para a sala de estar e viu que tinha sido Thomas que saiu.
—É mole. —Ele resmungou fazendo uma careta e voltando para a cozinha.
Enquanto isso, Thomas chegou ao cemitério de Mystic Falls e viu Caroline na frente da lápide da sua mãe.
—Oi, mãe. —Caroline suspirou e colocou uma guirlanda de Natal apoiada na lápide. —Acabei de perceber que esse será meu primeiro Natal sem você. É uma droga. —Ela fechou os olhos e se segurou para não chorar. —Ainda assim comprei uma coisa para você. Duas coisas, na verdade. Vou lhe poupar dos detalhes de como porque, sinceramente, estou cheia de falar disso.
Caroline se sentou no banco de concreto na frente da lápide e Thomas se apoiou numa árvore para esperar ela terminar de conversar com sua mãe.
—Mas vai acontecer. —Caroline continuou, passando as mãos pela sua barriga. —Estou grávida. —Ela sorriu, mas logo ficou séria novamente. —Eu costumava imaginar nós duas tendo essa conversa. Parecia diferente. Obviamente. Eu era humana carregando minha própria criança e você estava... Bem, viva.
O coração de Thomas se apertou nesse momento, sabia muito bem o quanto doía perder a mãe.
—Sei que não são meus mas são minha responsabilidade e eu quero... Eu tenho que fazer isso direito. —Caroline voltou a falar. —E não faço ideia do que estou fazendo. —Ela começou a chorar. —E só o que quero fazer é me sentar na bancada da cozinha enquanto você queima nosso jantar e fazer um milhão de perguntas. Sinto saudade.
—Oi, Caroline. —Thomas cumprimentou e a loira o olhou.
—Oi. —Caroline disse secando suas lágrimas e dando um pequeno sorriso.
—Não precisa fingir, Caroline. —Thomas falou se aproximando da loira. —Sabe que não precisa fingir comigo.
—O Alaric te contou o que está acontecendo comigo, não foi? —Caroline questionou e Thomas concordou com a cabeça. —Você deve achar que eu tô louca, né?
—Na verdade, não. —Thomas respondeu. —Você tá assim por causa dos hormônios da gravidez misturados com as suas emoções que já são à flor da pele por causa do vampirismo e eu tô igual a você por causa de uma doença, literalmente, que acontece raramente com vampiros.
Caroline riu e Thomas coçou sua nuca, ele queria que a loira ficasse melhor.
—Caroline, eu e os meninos vamos fazer uma noite de filmes e bobeiras, quer ir comigo? —Ele indagou. —Eu prometo que faço de tudo para o Colton não ficar enchendo o seu saco.
—E você tem certeza que o Mike e o Colton não vão se importar? —Caroline perguntou risonha.
—Tenho. —Thomas concordou. —E eu acho que eles vão até adorar te receber. Vem.
Ele estendeu a mão na direção de Caroline e a mesma se levantou do banco, mas logo o seu celular apitou por causa de uma mensagem.
—Deixa eu adivinhar, é o Stefan? —Thomas chutou revirando os olhos.
—É. —Caroline afirmou. —O Damon está com problemas. —Thomas cruzou os braços. —Olha, eu sei que vocês dois terminaram e que você odeia ele, com toda a razão, mas será que você pode vim comigo, por favor?
—Tá, eu vou. —Thomas suspirou. —Mas eu vou por causa de você, ok?
Caroline concordou com a cabeça e os dois foram para a pensão Salvatore, vendo Stefan agachado perto de Damon que estava jogado no chão da sala de estar.
—Meu Deus. —Caroline murmurou com os olhos arregalados.
—Damon queria que eu deixasse pra lá. —Stefan disse balançando a cabeça. —Eu deveria ter deixado pra lá. Mas não podia.
—Ela era sua mãe, Stefan. —Caroline falou começando a se aproximar. —E se acha que é fácil deixar algo assim pra lá acredite vindo de uma garota que acabou de voltar do túmulo da mãe. Não... Não é.
Stefan checou as suas lágrimas e olhou para Caroline, essa que se agachou ao lado dele e colocou a mão no seu ombro.
—Agora vamos descobrir um jeito de salvar seu irmão. —Caroline voltou a falar quando ela e Stefan voltaram a olhar para Damon.
Os dois se levantaram e Caroline pegou seu celular para ligar para Bonnie.
—Ela não está atendendo. —Ela avisou após tirar o celular de perto da orelha e cancelar a ligação, logo olhando para Stefan, esse que estava olhando para Damon com os braços cruzados. —Temos que ligar para Valerie. Stefan? —Chamou quando o mesmo ainda continuou em silêncio.
—Ele não vai sobreviver lá. —Stefan comentou ainda olhando para Damon.
—Vai sim. —Caroline replicou se aproximando dele.
—Aquela pedra é castigo para toda coisa ruim que você já fez. —Stefan disse olhando para Caroline antes de voltar a olhar para Damon. —É o Damon. Nem quero saber pelo que ele está passando.
—Ei. —Caroline chamou e Stefan a olhou. —Ele pode sobreviver a isso.
—Mesmo que consiga, ele será diferente. —A voz de Nora ecoou e ela apareceu do nada dentro da sala, com a espada contendo a Pedra da Fênix. —Assim como você.
Ela usou sua velocidade vampírica e fincou a espada na barriga de Stefan, fazendo Caroline suspirar surpresa.
—Stefan. —Ela chamou alto vendo o Salvatore mais novo caindo no chão e ficando imóvel.
Thomas olhou para onde Nora estava, mas a mesma tinha sumido.
E agora eles tinham um enorme problema. Stefan e Damon estavam presos dentro da Pedra da Fênix.
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