Capítulo 2
Thomas, Damon e Bonnie estavam no mercado fazendo compras. E como sempre, Damon e Bonnie estavam brigando.
—Entendi. —Damon murmurou quando Bonnie empurrou o ombro dele com o seu.
Os dois estavam empurrando o carrinho de compras enquanto Thomas estava na função de olhar a lista e dizer o que eles estavam precisando comprar.
—Certo. —Thomas disse. —Precisamos de morangos, ovos, leite e velas.
Ele terminou a frase e pegou uma vela, logo a colocando no carrinho.
—Eu sei que faz um tempo, mas você não conseguia praticar magia como âncora. —Damon comentou olhando para Bonnie. —Estou curioso: que lapso de razão momentâneo faz você achar que vai conseguir agora?
—Sabe, quando tudo isso começou, você era péssimo em fazer panquecas e agora dá até para comer. —Bonnie falou e Damon a encarou de cara feia enquanto Thomas se segurava para não rir. —Leite. Não tem motivo para ser o Zé Pessimista. Temos provas de que não estamos sozinhos.
—Primeiro, nada de apelido. Isso é coisa minha. E essa prova... a palavra cruzada misteriosa, isso pode ter sido coisa sua. —Damon disse depois de pegar o leite e andar até onde Thomas e Bonnie estavam experimentando óculos, e logo ele pegou um também.
—Eu não preenchi nada. —Bonnie retrucou com raiva, o encarando.
—Não. Você não sabe se preencheu. —Damon rebateu, também a encarando. —Também não sabe que fala durante o sono. Ovos. —Ele apontou para os mesmos e Bonnie se apressou em pegá-los.
—Está dizendo o quê? —Bonnie perguntou colocando a cartela de ovos no carrinho. —Faço palavras cruzadas dormindo?
—Estou dizendo que faz mais sentido que a alternativa. —Damon respondeu tirando seu óculos.
Thomas revirou os olhos, será que era pedir demais para ter um dia sem as brigas dos dois?
—Já sei o que está fazendo. —Bonnie falou também tirando seus óculos.
—O que estou fazendo? —Damon questionou com desdém.
—Você se recusa a ter esperança de voltar à vida de novo, para não ter uma decepção. —Bonnie respondeu.
—Recuso-me a ter esperança porque não tem nada para esperar. —Damon rebateu.
—Ah, eu até que gosto daqui. Me faz lembrar de quando eu era mais novo. —Thomas comentou. —Eu, minha mãe e meu irmão morarmos praticamente numa cidade abandonada. Então era igual essa experiência que nós três estamos vivendo.
—Torresmo. —Bonnie disse e Thomas franziu o cenho, logo olhando a lista.
—Não está na lista. E eca. —Ele murmurou e fez uma careta.
—Não, Tyler, havia torresmo nessa prateleira. —Bonnie explicou apontando para a mesma. —Tinha torresmo aqui todas as vezes que viemos nos últimos quatro meses.
Eles ficaram se encarando em silêncio até que começaram a escutar o mini carrossel na frente do mercado tocando sua música terma.
—Ouviram isso? —Bonnie indagou e Damon e Thomas a encararam.
Logo os três foram até a frente do mercado, vendo o mini carrossel funcionando.
—Ouviu isso, Damon? —Bonnie perguntou sorrindo vitoriosa. —É o som da esperança.
Damon e Thomas se encarando sérios, mas logo sorriram com a possibilidade deles voltarem ao mundo normal.
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Depois de superar o choque, Damon foi até o compartimento que fazia o carrossel funcionar e o abriu.
—Deve ter sido um curto. Mau contato. Alguma coisa. —Ele falou.
—Ou alguém colocou uma moeda e ligou. —Bonnie disse sorrindo enquanto rodeava o carrossel.
—Sabe, estou confuso com essa esperança fora de lugar. —Damon comentou. —Está bem, digamos que tenha alguém aqui. Como você sabe se vamos conseguir sair?
—Bom, você diz que aqui é seu inferno, certo? —Bonnie questionou. —Se tiver mais alguém aqui, não é o seu inferno... e se não é, quer dizer que minha vó nos mandou para cá.
—E se ela nos colocou aqui, há uma saída. —Thomas completou sorrindo.
—Um belo nó de lógica esse em que você se amarrou. —Damon murmurou e olhou para Thomas. —E ainda conseguiu convencer o Thomas à se juntar à você.
—Obrigada. Agora que já localizamos nossa esperança, vamos fazer um jogo. —Bonnie falou depois que Damon fechou a portinha do compartimento do carrossel e se levantou. —Quando a gente sair, qual vai ser a primeira coisa que vocês vão fazer?
Thomas e Damon ficaram em silêncio, pensando na coisa mais importante que sempre quiseram fazer.
—Eu acho que iria ver o meu irmão. —Thomas disse. —Talvez voltar à viver ao lado dele.
—Já eu foi dizer a Caroline e a Elena para me desculparem por ter te matado, pois você é a pessoa mais chata do mundo. —Damon falou e Thomas o deu uma cotovelada. —Não sei como aguentei tanto. Mas tem uma coisa: eu acho melhor assim. Porque ela não era mais bruxa, e era bem inútil. —Ele continuou enquanto se afastava do mercado, e Thomas e Bonnie seguiram ele.
—Damon. —Bonnie chamou e Thomas olhou para uma direção, vendo o carro do Salvatore.
—O quê? —O Salvatore indagou irritado enquanto se virava para os dois.
—Eu não sei, você ainda me acha inútil? —Bonnie perguntou apontando para o carro.
—É meu carro. —Damon murmurou e se aproximou do mesmo. —É o meu carro.
Thomas sorriu enquanto negava com a cabeça, vendo o fascínio de Damon pelo próprio carro.
Logo Damon entrou dentro do carro e começou a brincar com ele, fazendo Thomas sorrir mais ainda.
—Por quanto tempo vamos ouvir... —Bonnie foi interrompida por um "shhh" de Damon.
—Esse som é o oposto do som da sua voz, e eu gosto dele. —Damon comentou se referindo ao som do motor.
—Como ele veio parar aqui, Damon? Você o deixou aqui em 1994? —Bonnie questionou o encarando.
—Eu não sei, Bonnie. Faz uns 18 anos. Muita coisa aconteceu naquele dia. —Damon respondeu.
—Está bem, então você admite que é impossível que tenha sido você. —Bonnie disse.
—Muito improvável. —Damon concordou com um sorriso no rosto, aparecendo uma criança animada que acabou de ganhar um presente, o que fez Thomas sorrir mais ainda.
—O que faz a gente pensar que... —Bonnie se interrompeu, querendo ouvir aquilo da boca do Salvatore.
—Alguém estacionou ele aqui, Bonnie. Sim. —O mesmo resmungou. —Eu admito.
Então Damon pareceu perdido em pensamentos, o que fez Thomas franzir o cenho e olhar em volta.
—Eu acho que vou com o Thomas. —O Salvatore falou, voltando à pergunta de "quando a gente sair, qual vai ser a primeira coisa que vão fazer". E isso fez Bonnie e Thomas sorrirem. —Depois vou me desculpar por matar você.
—Vocês viram isso? —Thomas indagou apontando com a cabeça para uma direção, onde eles viram uma silhueta passando por uma janela de um carro. Então eles se encararam confusos.
—Dessa vez eu vi. Vamos conhecer nosso amiguinho. —Diz Damon saindo do carro, então eles logo foram até o local.
—Estava atrás da picape. —Bonnie falou rodeando o carro.
—Não, estava na frente. —Damon retrucou fazendo a mesma coisa que ela.
—Tem certeza? —Thomas perguntou encarando Damon.
—Sim, eu tenho certeza. —Damon respondeu e um vento bateu, fazendo o pano que estava preso na picape, se mexer. —Estava bem aqui. Era uma lona. —Ele resmungou e o carrossel voltou à funcionar. —E aquilo... Aquilo tem timer. Ele liga sozinho.
Thomas não pôde esconder a sua decepção em frente aquilo.
—Mas seu carro...
—Eu deixei aqui em 94. —Damon interrompeu Bonnie, também parecendo decepcionado.
—As palavras cruzadas? —Bonnie questionou risonha, o encarando.
—Você preencheu, Bonnie. —Damon respondeu também a encarando, logo batendo fortemente a porta da caçamba da picape. —O que quer dizer que estamos sozinhos. No meu inferno, sem porta de saída da vovó. Nunca vamos sair daqui.
—Dê-me o seu anel. —Bonnie pediu, fazendo Damon e Thomas ficarem confusos.
—O quê? —Damon indagou e Bonnie tentou pegar o anel dele à força, mas ele não deixou.
—Dê-me o seu anel. Eu só escuto você dizer que não tem esperança e esse é seu inferno. Se é tão ruim, por que não acaba com isso de uma vez? —Bonnie perguntou e Damon a empurrou para longe dele. —Esperança é a única coisa que me mantém, Damon. Então, se para você acabou? Se você não tem, então acabe com tudo. Porque não está ajudando.
Bonnie se afastou à passos irritados. De saco cheio daquilo, Thomas voltou para dentro do mercado.
—Thomas. —Damon o chamou, seguindo-o. —Por favor, não me deixe também.
—Eu tento, Damon. Mas tá sendo difícil. —Thomas disse se virando para o Salvatore. —Será que é pedir muito para que vocês parem de brigar? Porque tá parecendo. Ainda mais pelo fato que você me prometeu parar com isso.
O garoto o deu as costas e Damon fechou os olhos e suspirou.
—Thomas... —Ele se interrompeu quando escutou barulho de alguém comendo alguma coisa crocante, então os dois deram dois passos para frente e viram um garoto de cabelo castanho-escuro e pele clara sentado numa cadeira com um pacote de torresmo na mão.
—Dia difícil, hein, Damon e Thomas? —Ele falou encarando os dois que franziram o cenho. —Desculpem. Educação. Sou o Kai. Muito prazer. —Então ele estendeu o pacote para eles. —Torresmo?
Thomas e Damon se olharam antes de voltar à olhar para Kai.
—Isso tem que parar. —Damon disse se referindo ao barulho de Kai mastigando os torresmos.
—Ah, está incomodando? —Kai questionou. —Tente ouvir você e a Bonnie se bicando a cada cinco minutos.
—Então estava nos seguindo. —Thomas concluiu cruzando os braços.
—Claro que sim. —Kai concordou. —Vocês são o mais próximo que eu tenho de uma TV. Sabe, não são S. O. S. Malibu, mas... Lembram de S. O. S. Malibu?
—Não, não lembramos. —Thomas respondeu. —Além disso, eu acho que nem cheguei à assistir.
—Caramba. Você tem que ver. —Kai falou. —Gosta de salva-vidas? Tipo... Gostosas?
—Hoje é um dia bem ruim em um mar de dias ruins. —Damon disse. —Então vou precisar saber quem você é, o que está fazendo aqui e como tem relação a gente, ou eu corto a sua garganta.
—Esse pavio curto vai lhe causar problemas, Damon. —Kai avisou com deboche. —Mas eu acho que você pegou do seu namorado. Enfim, já mandou a Bonnie embora quantas vezes? Espere aí, já sei. Treze.
—Acha que tenho pavio curto com ela? Eu gosto dela. De você, não muito. —Damon falou.
Então em uma velocidade anormal, ele pegou Kai pela gola da camisa e o ergueu.
—Certo, certo. Desculpe. Sério. —Kai pediu ofegante. —Estou meio enferrujado nessas interações humanas do tipo cara a cara.
—Meu Deus, Damon. Vai bater em qualquer um que cruzar o seu caminho hoje? —Thomas indagou revirando os olhos.
—Não seria uma má ideia. —Damon resmungou e soltou Kai. —Respostas. Já.
—Acho melhor você beber alguma coisa. Isso geralmente te acalma. —Kai disse enquanto Damon se aproximava das bebidas.
—Eu te conheço. —Thomas murmurou cerrando os olhos enquanto encarava Kai.
—É, eu também te conheço. —Kai falou. —Te reconheci assim que vi você pela primeira vez, só esperei para ter certeza de que era você mesmo, Tyler. —Então ele sorriu. —E, olha, se você quer saber por que estou te seguindo... é porque eu quero matar o seu namorado.
Logo Damon cuspiu a bebida que estava bebendo, fazendo Thomas encará-lo preocupado.
—Verbena no bourbon. —Kai pronunciou com um sorriso e Thomas deu menção de ir pra cima dele. —Se afasta, Tyler. Não quero te machucar. —Logo ele encarou Damon. —Quem não esperava por essa?
Damon continuou no chão enquanto tossia horrores enquanto Thomas ainda encarava Kai, ele também não queria machucá-lo.
—Quem compra mobília de jardim em um mercado? —Kai perguntou olhando para o local onde tinha isso. —Sabe, devem comprar. Ou então não venderia aqui, mas... —Ele deu uma pausa para pegar um guarda-sol. —Agora, eu não sei muito sobre vampiros. Mas pelo que eu entendi, uma estaca no coração resolveria. Certo?
Damon tentou alcançá-lo, mas Kai enfiou o guarda-sol que tinha acabado de quebrar no meio na mão do Salvatore.
—Kai, para! —Thomas mandou empurrando o mesmo para longe de Damon.
—Me desculpe, Ty. —Kai pediu. —Eu sei que ele é o seu namorado, mas ele é muito chato. Não seria melhor matamos ele. Ele chega à ser pior que o Colin.
—Olha, Kai. Primeiro, não compare ele ao Colin. Segundo, você entendeu tudo errado. Ele não é meu namorado. E terceiro... —Ele parou quando Kai bateu o guarda-sol nas garrafas, fazendo o líquido ir em Damon que tinha se levantado, fazendo-o gemer de dor e voltar para o chão. —Para!
—Eu não sabia que garrafa você ia pegar, então coloquei verbena em todas. —Kai disse olhando para Damon e logo ameaçando enfiar o guarda-sol nele.
—Fique longe dele. —A voz de Bonnie ecoou e os três encararam ela.
—A inútil chegou. Ainda bem. —Kai ironizou. —Eu vejo você tentar fazer mágica há meses. O que você vai fazer, falhar comigo? É constrangedor. Estou constrangido por você.
Kai ameaçou fincar o guarda-sol novamente em Damon e Bonnie encarou uma vela, logo vendo-a se acender. Então ela e Damon sorriram.
—Essa não. —Kai murmurou e Thomas o encarou.
—Corra. —Bonnie pediu para Damon e o mesmo sumiu numa velocidade anormal, então ela citou um feitiço e pegou fogo nos líquidos das bebidas no chão.
—Certo, certo, certo. —Kai falou abaixando o guarda-sol, o jogando no chão e erguendo as mãos em rendição.
—Já desistindo? —Bonnie questionou. —Estou constrangida por você.
Então Damon apareceu e bateu um guarda-sol na cabeça de Kai, desmaiando o mesmo.
—Desculpe ter dito que você é a pessoa mais chata do mundo. —Damon pediu encarando Bonnie. —Eu não tinha conhecido esse aqui ainda.
Ele largou o guarda-sol no sol e Bonnie sorriu para ele enquanto Thomas estava feliz por aquilo ter acabado sem que alguém morresse.
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Os três levaram Kai para a pensão Salvatore e o amarraram numa cadeira.
—Vocês disseram que se conhecem. —Damon disse se aproximando de Thomas que estava na frente de Kai com os braços cruzados. —Por favor, me diz que vocês não...
—Não. —Thomas o interrompeu enquanto o encarava. —Pra mim ele é como o Thomas. Um amigo.
—Só um amigo? —Damon indagou e Thomas assentiu sem olhá-lo.
—Ao contrário do meu irmão, eu sei ter só amigos. —Thomas falou e Damon franziu o cenho. —E não é piada.
Damon riu e logo os dois viram Kai acordando, então eles pararam de rir.
—Você acordou. Que bom. —Damon comentou. —Agora vamos passar para perguntas e respostas.
—Eu adivinho. Se eu acertar, ganho um torresmo. —Kai zombou olhando para o pacote de torresmo na mão de Damon. —Se eu errar, você me espeta.
—O quê? Não, não, não. Isso é para mim. —Damon disse escondendo o pacote atrás do seu corpo. —Para você, só o espeto.
—É, não tem que fazer isso. —Kai falou quando Damon encostou o ferro de virar lenha da lareira no peito dele.
—Não? —Damon perguntou afastando o ferro de Kai.
—Não. E sabe por quê? Porque eu passei um tempo com alguém que é especialista em tortura. —Kai disse e olhou para Thomas, fazendo Damon e Bonnie fazerem o mesmo. —O quê foi? Não achou que ele era inocente, achou? Ele é praticamente um especialista em tortura, além de ser sadomasoquista. —Ele continuou e encarou Bonnie. —O importante é que você recuperou sua magia. Deu certo.
Os três se entreolharam confusos, e Kai logo continuou à falar.
—O quê? Vocês não acharam que eu ia matar o Damon, acharam? Em que universo isso faz sentido? Eu não mataria um terço da nossa população. Eu não sou um monstro. Eu sabia que a Bonnie apareceria. Ela sempre voltou, as 13 vezes. E eu sabia que com a motivação certa, ela conseguiria acessar a magia. Mas eu fiquei um pouco preocupado com as brigas e que a vida do Damon não fosse motivação o bastante. Mas acontece que foi. Eu acho que é o jeito de vocês demonstrarem amor.
—Então você fez isso tudo para eu recuperar a minha magia? —Bonnie questionou.
—Claro que eu fiz. Porque a sua magia é a chave para gente sair daqui. —Kai respondeu e Bonnie, Damon e Thomas se entreolharam.
Pelo menos aquele dia tinha acabado com uma notícia boa para todos eles.
•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito.
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