Cap. 19-Discussão
Eu decidi ignorar o aviso de Lucy, a irmã de Dylan. Mike era o garoto mais bondoso que já vi. Eu e ele estávamos deitados na cama, lendo livros.
Minha mãe chegou, acompanhada pelo meu pai. Ela tinha uma expressão ligeiramente contrariada. Eu me sentei e coloquei o livro de lado, olhando os dois, me perguntando o que estaria acontecendo.
-Mãe?-chamei, silenciosamente fazendo uma pergunta a ela.
-Oi querida. Olá Mike, como vai? Filha, seu pai veio te visitar.-ela disse, rápido, fazendo uma careta desgostosa.
Meu pai apareceu e encostou na porta. Ele sabia sobre Mike, mas ao olhá-lo, algo passou sobre seu rosto. Como uma sombra.
-Senhor Mike... -ele disse, cumprimentando-o com a cabeça.
Mike devolveu o cumprimento, quase que como uma reverência. Ele continha uma expressão de ligeiro autoritarismo, que logo sumiu de seu rosto. Deve ter sido só coisa da minha cabeça.
Meu pai parecia ligeiramente irritadiço, e me chamou para irmos até a varanda conversar. Só que conversar com ele era a última coisa que queria fazer naquele momento.
Ele se apoiou no guarda-corpo e apoiou os cotovelos entrelaçando os dedos, olhando para o por do gigante sol no horizonte repleto de nuvens. Ele parecia distante, fora de órbita, e eu não estava com nenhuma paciência para aquilo.
-E então...?-pergunto, notando seu silêncio.
-Por que ele?- ele perguntou, com a voz seca.
-Ah, pai. Ele... Ele é tudo que eu sempre quis em alguém sabe?-eu digo, apoiando a cabeça em uma das mãos e contemplando o pôr-do-sol. -Ele é gentil, educado, carinhoso, protetor e inteligente.
-Mas em todos os garotos do mundo, tinha que ser esse?- ele disse, parecendo ligeiramente preocupado.
-Por que assim tão de repente você tá preocupado? Não manteve contato por todo esse tempo e agora veio tirar satisfações? Só pode estar de brincadeira.- eu disse, raivosa, olhando para ele.
-Querida, me preocupo por que te amo, eu não mantive contato por que achava que você precisava se adaptar e...-suspirou.-Porque sei que não quer me ver nem pintado de ouro.
-Pois saiba, queridinho, que eu me adaptei. E muito bem, sem você e suas mentiras.- eu disse, desafiando-o.
-Emma.- ele avisou, parecendo cansado.- Esse... Garoto, não é o que você pensa. Confie em mim. Ele não chega nem perto do que você imagina. Ele é perigoso Em.-meu pai disse, calmo.
-Por que todo mundo diz isso?!- eu perguntei, extremamente irritada.- Ele é um mestiço, o melhor e único mestiço que já conheci e eu o amo! E você deveria compreender... Você devia me apoiar! Mas nem quando você vê que eu estou te odiando você tenta ser um bom pai! Por que, hein? Por que a bondade parece algo tão distante pra você?- eu grito, com os punhos cerrados.- Deve ser por isso que Deus nunca o perdoou. Por que você não liga pra família!- eu grito.-Por isso que é um demônio.
-Emma!-ele grita, de uma maneira que me fez me encolher.- Você não sabe o que a aguarda. O que está acontecendo é pior do que você imagina, queridinha. -Ele cospe a palavra, com os olhos em brasa.-E esse garoto, só vai te fazer sofrer! Eu sou um demônio, eu sei reconhecer sofrimento eminente quando o vejo!
-Eu vou provar! Vou provar para todos vocês que estão errados!- eu disse, antes de desviar o olhar.-Isso é tudo que veio fazer aqui, contestar as minhas escolhas?
-Não.-Ele falou, se remexendo.-Eu larguei sua madrasta. Seus irmãos foram com ela. Eu fiquei com a casa e Spike.
-Finalmente, você foi sensato.-eu digo.-Agora, se me dá licença.-abri minhas asas e voar numa velocidade exorbitante em direção a grande floresta escura que ficava depois dos muros da cidade, como um míssil.
Capítulo curtinho galera, mas prometo que o próximo vai ser maior. Tá indo muito devagar isso aqui. Bora botar gás nessa bodega! Kkk bjooos.
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