Capítulo 11: Prisão das Almas - Infernum
Olá Sra e Sr.... Feliz ANO Novo Bem Atrasado. 🎉🎉💜🎊🎊
Fazem 84 anos depois da Última Att de Demologia. Eu não irei me explicar muito, mas resumindo o sumiço eu estava com um Bloquei dos infernos para escrever este Capítulo e os próximos que estavam planejados.
Demologia participou de um segundo projeto de escrita, e ficamos em 2° Lugar nesta Edição. Ficamos felizes pois sempre entramos para nos divertir, e nem passa pela nossa cabeça em ganhar, pq logo a gente esquece que estamos participando. 🤣🤫
Mas sem delongas. Vamos ao Capítulo.
Votem e Comentem!
🔸️DEMOLOGIA🔸️
Capítulo 11: Prisãodas Almas — Infernum
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Romanas 3:23
Inferno. Lugar das almas condenadas e depravadas. Um lugar cheio de sofrimento e tormenta, e é para lá que os pecadores que não alcançavam a graça do Pai iam, e muitos que se diziam filhos do altíssimo estão lá neste exato momento. Sofrendo as punições dos pecados que cometeram em vida, rangendo os dentes em desespero, clamando por uma misericórdia que nunca chegariam a ter. Sedentos por uma água que nunca mataria a sua sede.
Havia uma alma em especial que Jimin gostaria de ver. Por muito tempo Jimin acompanhou a caminhada de Andrés antes do mesmo virar Padre, o homem teve seus momentos difíceis de tentação até se entregar completamente as graças da batina. Deixou tudo de lado para servir a igreja, e gradualmente foi conquistando o seu espaço, passando pelas fases para se tornar um grande Padre e ser reconhecido e acabar caindo nas graças do Vaticano.
Sempre sendo um homem temente a Deus, o que aborrecia o inferno, principalmente os outros príncipes. Pois, nada do que eles mandavam para tentar a vida de santidade de Andrés funcionava. Jimin admirava o posicionamento do servo, mas ele sempre teve um pensamento, ninguém era forte assim por muito tempo. Uma hora ele mostraria a sua verdadeira face, uma hora o elo que ligava ele ao Deus que tanto amava se quebraria, e seria nessa hora que Jimin destruiria a sua alma. Nem um homem que era tão obediente a Deus era santo como ele, e Jimin sabia muito bem disso.
Andrés teve seus acertos, mas não vigiou. As escrituras eram claras quando diziam que — O Amor de muitos esfriariam — até que um dia ele deixou de acreditar no pai. Á medida que ele descobria a verdade por trás de uma história bem contada cheia de lacunas para ser desvendada, o grande amor que sentia foi se esfriando. Ele entendia como ser humano, que existiam coisas que um mero mortal como ele não compreenderia.
Uma verdade que se revelada ao mundo, abalaria a fé da humanidade. Um segredo guardado a centenas de anos conseguiria destruir a maior base do mundo espiritual na terra. A igreja!
Essa era a vontade de Jimin. Abalar o maior plano já criado para a humanidade, arrancar as esperanças de todos como um dia fizeram com ele. Lançar a semente e depois parar de rega-la até que ela nunca mais cresça e nunca floresça. Ver tudo a sua volta entrar em colapso até que todos percebam que ele é a única alternativa de sobrevivência na terra.
A verdade estava mais próxima do que todos imaginavam.
Os portões do inferno se abriram, e0 do chão vermelho um vapor quente emergiu. Era o primeiro círculo do inferno e ele já sentia seu corpo se transformando. A casca humana que adquiriu se corrompia quando as trevas se apossavam do corpo do mestre. Sua verdadeira aparência se mostrava quando chegava ao ser lugar de domínio.
O fogo o obedecia com maestria, uma dança infernal emergia pelo fogo à medida que ele andava. As roupas que antes eram bonitas e finais das lojas mais caras de Nova Orleans, agora não passavam de trapos negros queimados pelo fogo. A pele alva de antes já não existia mais, agora tomando conta de sua verdadeira pele as manchas do horror. As asas de Querubim que antes eram reluzentes estavam envolvidas por trevas, desfigurada pela batalha que perdeu contra o Arcanjo, o que restou delas eram uma lembrança desse dia.
Naquele dia ele perdeu muito mais que suas asas.
Os olhos vermelhos fintavam cada alma, espectro, principados e potestades ao seu redor. Os demônios ao seu redor se afastavam dando passagem para o mestre. Essa caminhada até o nono círculo do inferno era gloriosa, as almas clamavam pela sua misericórdia e de certo modo isso enchia o seu ego.
Até o fim dos tempos esse lugar habitará à terra, e a adoração que saia dela seria toda dele.
No lugar mais profundo do inferno, Jimin observou a alma que tanto gostaria de ver. Andrés era um dos seus principais prêmios. O suspiro fraco que ouviu da boca do outro o fez sorrir, logo ouviria os gritos de desespero dele, seria como música aos seus ouvidos.
— Por favor pare. — A voz fraca do Padre ecoou fraca e quase falha.
O sorriso que Jimin deu não tinha preço. Estava satisfeito com o sofrimento causado naquele que interferiu por anos em seus planos.
— Eu não ouvir o que você disse, poderia repetir?
Com os braços presos, Andrés avistou a besta que zombava de si. Então tudo a sua volta era real! Por vezes imaginou estar preso em um pesadelo infinito que não conseguia acordar. Clamou sem voz por um Deus que não o ouvia, as lágrimas salgadas davam mais sede, as sombras a sua volta o torturavam da pior forma, e quando pensava que o seu sofrimento havia acabado, tudo voltava novamente.
Ele já sabia o que seu destino seria a morte, mas não sabia em qual lugar viveria ela. O inferno foi uma surpresa, e quando descobriu a verdade pensou que pudesse barganhar com o altíssimo. Pensou que se escondesse a verdade e fizesse uso delas em suas orações lhe garantiria a salvação. Julgando pelo lugar que se encontrava, ele tinha a certeza de que, com Deus não se barganha.
A moeda de troca que garantiria a sua salvação estava escondida, tão bem escondida que nem mesmo a besta a sua frente fazia ideia de onde estava. Ele tinha que admitir, todos na terra faziam parte de um jogo, um jogo de xadrez de vida ou morte. Qualquer passo em falso seria fim de jogo. O Xeque Mate a todo tempo estava nas mãos do altíssimo, e o Rei deste mundo perderia seu império a qualquer momento. O cavalo estava bem posicionado, tão bem colocado que ninguém percebia a onde ele estava. Os piões como ele, alguns caíram para fora do tabuleiro, e outros ainda fazem uma defesa contra a peça principal de Deus.
A pergunta que não saia da sua mente era. Se o xeque-mate estava pronto, porque não acabar com esse jogo de uma vez?
— Sei de algo que tirará esse sorriso horrendo do seu rosto. Algo que você almeja a tampo tempo que nem sabe que está diante dos seus olhos. Usei isso como moeda de troca pela minha salvação. — Revelou.
— Você é um tolo por acreditar que ele aceitaria você. Antes mesmo dessa tal descoberta, a sua alma já era minha! — A arrogância estava fixa em suas palavras.
— Bom, de certo modo você tem razão. Fui um tolo, deveria ter confiado mais nele. Talvez esse tenha sido o meu erro, a falta de confiança.
— Ele o trairia da mesma forma. — Lúcifer afirmou com convicção.
Andrés não tinha mais nada a perde. Já estava morto e no inferno. O mundo escolheria o que ele fará com aquela informação, o mundo sofreria as consequências por si só.
— Na igreja. — A voz dele estava falha, logo a tortura começaria novamente. — Na capela de São Pedro estão as respostas que você busca. Lá está a verdade! A abertura para o templo do céu está escondida lá.
Lúcifer estava triunfante, a satisfação estava presente no rosto desfigurado.
— Não pense que será fácil de achar. — Lembrou Andrés. — Há mais naquela igreja do que os olhos podem vê. Lá ainda existem pessoas que não serão facilmente corrompidas e eles estão dispostos a morrer para guardar esse segredo.
— Então, que a minha vontade seja feita. Matarei qualquer um que cruzar o meu caminho! — aquela seria a última vez que veria Andrés de novo, sua alma já não era tão importante assim.
Vendo que ele estava indo embora, as dores e a agonia tomaram a alma de Andrés, e em meio aos gritos ele falou o que estava engasgado.
— Água, por favor me dê um pouco de água. — Os olhos dizem muita coisa sobre nós, e ali Andrés viu um pouco de compaixão.
Lúcifer se aproximou da alma, observou o semblante amedrontado e desgastado pelo sofrimento. Dentro de si algo bradou, um som vibrante que o fez erguer a mão e conjurar um pouco de água fresca. Andrés, por outro lado, observou o que tanto ansiava. Aquilo mataria a sua sede, saciaria o seu desejo e faria com que ele resistisse as torturas e o calor infernal que estava sentindo.
A água se aproximou do rosto de Andrés, ele abriu os lábios para se deliciar.
Perverso! Era assim que ele era. Quando observou o outro abrir a boca ele não se aguentou, a água que flutuava se desfez caindo no rosto de Andrés que se desesperou para provar pelo menos algumas gotas antes que elas se misturassem com o suor.
A gargalha o fez parar, ele compreendeu o que o seu adversário a sua frente fez. Uma típica brincadeira de mal gosto, uma brincadeira que ele sabia que seria feita. Deus sempre dizia para não confiar no inimigo de sua alma. Ele mais uma vez estava certo.
— Você achou mesmo que eu lhe daria água para beber? Não me conheces mais Andrés? — Perguntou.
— Mentiroso, você é um mentiroso igual a ele. À o sorriso que dava foi se desfazendo, os olhos vermelhos se tornaram mais escuros, assumindo uma cor preta de ódio. Lúcifer chegou mais perto e suas garras afiadas penetraram na barriga do Padre o fazendo gritar mais que o normal. A mão dentro dele foram subindo até chegar em seu pescoço, as tripas, o sangue, os órgãos caiam para fora fazendo o alvo do abate arregalar os olhos.
— Não me compare a ele. Você é corajoso quando tem o controle nas mãos, mas não se esqueça que quem manda no inferno sou eu. Por toda a sua afronta, irei lhe apresentar uma velha amiga minha. Ela adorará te ter em sua coleção.
Com a mão presa no pescoço de Andrés, Jimin o soltou da cruz de onde ele estava preso e o levou até o centro do inferno. O caminho era uma verdadeira arena de terror, gritos e ranger de dentes para todos os lados. Almas condenadas sofrendo, demônios se divertindo com os sofrimentos alheios, potestades gritando em júbilo vendo para onde o senhor do inferno estava levando o Padre.
O lago de fogo estava no centro do inferno, e no meio dele uma árvore em chamas era vista, diferente das árvores que — quando vivo estava acostumado a ver -. Os frutos dessa árvore eram podres e fediam como carniças. O tronco era grosso como o de um carvalho, e seus galhos eram longos que se curvavam pelo tamanho e o peso daqueles frutos enormes.
Andrés não teve outra reação a não ser suplicar para que não fosse torturado ali, sua tortura era a cruz, era lá que os traidores ficavam, os que julgavam possuir direitos só por que um dia foram chamados filhos, e acabaram traindo a Deus por coisas banais.
A traição contra Deus já havia levado diversas pessoas para o inferno, a blasfeme-a contra o altíssimo era um pecado imperdoável. Muitos eram os que cometiam tal ato, e muitos não saiam impune pelo arrependimento.
A árvore em sua frente era o pior nível de maldade que ele experimentará, a sensação era como se ele ainda possuísse vida, mas acabará de ser sugada de si novamente.
Quando observou bem o centro dela, algo se mexeu entre os galhos, havia algo enrolado entre eles. O corpo do animal se desenrolou de um dos galhos e sua cabeça foi revelada. Embora os olhos da serpente fossem amarelos, a sua presença era ameaçadora.
A serpente se aproximou e Andrés pensou que seu tamanho não teria fim. O corpo era maior que o seu, sua grossura quase da mesma espessura do tronco da árvore, mas ele percebeu que a parte de trás do corpo da Serpente não se separava por completo do tronco da árvore, era como se elas fossem ligadas uma na outra.
— Andrés quero que conheça Zaqqum. A serpente do mal. — Os olhos da Serpente penetravam em sua alma, e ele sentiu quem era de fato aquele animal.
"Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera". Se lembrou daquela passagem. — Não pode ser!
O animal se aproximou sorrateiramente, ele era a presa pronta para o abate.
— Fique aqui por um tempo, talvez assim você aprenda a não me subestimar de novo. Zaqqum, coma-o. — Jimin retirou sua mão de dentro de Andrés, antes que ele fosse ao chão Zaqqum o abocanhou pela cabeça não dando oportunidade de o ouvir gritar. A serpente o devorou até que já não restasse mais nada dele. Zaqqum se aproximou de Jimin e recebeu um carinho do mesmo.
— Mostre para mim. — Ordenou.
Zaqqum se voltou para a árvore se enrolando em seus galhos novamente, mas havia uma mudando em Zaqqum. A serpente não parecia ter acabado de comer Andrés, seu corpo possuía a mesma forma de horas antes, não havia ondulações por sua extremidade. Nada que desse indício de que ela havia o engolido. No alto de um de seus ganhos, Zaqqum expôs um fruto podre, um novo fruto saia de um de seus galhos, e esse exalava um cheiro pior que os outros.
Os outros frutos efetuavam movimentos lentos, mais logo se revelavam. As murmurações podiam ser ouvidas, saiam da boca de cada fruto. Do alto, Jimin pode observar o rosto de Andrés preso ao fruto, os olhos do Padre abriram, e o espanto deu lugar ao desespero.
— Seu maldito! — Gritou contra as murmurações dos demais. — Maldito seja você estrela da manhã.
Jimin apenas virou a costa e saiu, mas antes disse.
— Sou a própria maldição!
(...)
Jungkook acordou ofegante, o pesadelo desta vez havia sido diferente. O modo como seus sonhos se tornavam pesadelos da (água) para vinho, eram diferentes.
Recentemente seus sonhos de início se resumiam em um lugar ensolarado, era um campo e ele gostava de se sentar embaixo de uma única árvore. Ficava ali até o sol desaparecer.
Quando ele sumia no horizonte e Jungkook, percebia que a noite tomava de conta do vale, Jungkook corria para algum lugar, chegando nesse lugar ele via um rio de fogo e no centro ele via a si mesmo preso a um tronco de carvalho velho.
Quando aparecia alguém para ajudar aquele Jungkook, ele acordava do pesadelo. Isso o deixou por vezes pensativo, talvez fosse o estresse que estava tento, para alguém que possuía muita calmaria, Jungkook estava passando por uma semana de muitas tribulações. Nunca se imaginou passando por tantas provações, e uma pior que a outra. Hoje será o dia em que resolveria com Padre Francis, a sua dispensa dos serviços e cuidados da Igreja.
Levantou-se e saiu do quarto, indo direto para o quarto de sua mãe, Jungkook abriu a janela deixando que a claridade do dia entrasse no local. Min-Kyung dormia tranquila, o rosto sereno da mulher nem denunciava o seu verdadeiro estado, Jungkook fez um carinho no rosto da mãe e afastou o lençol até a cintura dela.
Antes dele sair preparou o banho dela e um café reforçado para a mesma. Realizou alguns trabalhos manuais em casa e depois tomou um banho. A roupa já estava em cima da cama, sua camisa branca teria um par hoje, a escolhida foi uma camisa xadrez a calças jeans azul-claro era uma boa combinação, o dia estava lindo e Jungkook não deixaria os problemas estragarem logo isso.
Foi até Min-kyung se despedir, ficou mais um tempo olhando para ela esperando algum sinal ou movimento que o fizesse ter coragem para encarar o que estava por vim.
(...)
Sentado no Gabinete do Padre Jungkook, esperava a conversa iniciar. Sua coragem tinha se perdido no caminho que andava enquanto entrava pelos portões da Igreja.
— Obrigado por vim Jungkook, gostaria de ter essa conversa de uma forma calma e não rodeada de especulações, mas você já deve saber sobre o que se trata, estou certo?
— Sim, Padre. — Jungkook não o olhou nos olhos. Ele preferia fixar seus olhos em outro ponto do que no rosto de Francis.
— Então vou direto ao ponto Jungkook, a capela de São Pedro não tem mais fundos guardados para manter os seus serviços. Analisando o Livro Caixa da Igreja, percebi que Andrés anotava todos os meses a quantia que você recebeu. Juntando essa quantia o financeiro da Igreja percebeu um erro. — Pela primeira vez naquela conversa, Jungkook olhou para Francis.
O olhar assustado revelava que Jungkook não sabia de nada. Um erro? Não fazia ideia do que poderia ser essa falha.
— Padre me desculpe, mas não sei sobre este erro. — Foi sincero.
— Imaginei que não, mas fique tranquilo, pois, o erro não foi nada ruim. Como eu disse no início da nossa conversa, a Igreja não tem mais a capacidade de manter os seus serviços, não tem e nunca teve meu jovem rapaz.
— Mas como? Eu não estou entendendo. — Revelou a verdade. — Todos os meses eu recebia a mesma quantia, e Padre Francis sempre me dizia que tudo estava bem. Que nada faltava em nossa Igreja!
— Ele mentiu. Andrés era um excelente padre, mas ele lhe escondeu esse detalhe. São Pedro não possuía dinheiro o suficiente para lhe dar, o pouco que a Igreja recebia do Vaticano era para manter ela aberta e de pé, mesmo recebendo os Dízimos e ofertas dos fiéis, ainda não seria o suficiente para suprir as necessidades da Igreja e as suas.
Jungkook respirou fundo e fechou os olhos. Ele não queria formular mais pensamentos em sua cabeça, os poucos que já tinha estavam quase o consumido. A dúvida estava crescendo dentro de si, mas não podia deixar de não perguntar.
— Se o dinheiro da Igreja não era o suficiente, como todo mês ele me pagava?
— Nós não sabemos como, mas tenho minhas dúvidas meu rapaz. Andrés, era um homem esperto, e possuidor de bens ele podia tirar do seu próprio financeiro e lhe pagar. Agora como ele não está mais conosco, sinto em lhe informar isto, mas, você está dispensado dos seus serviços.
— O conselho desta Igreja determinou que seria difícil o manter no emprego devido à reforma da mesma, então aqui está o seu último pagamento como gratidão por todos esses anos que contribuiu para deixar a casa de nosso senhor impecável. — Francis colocou um envelope branco na frente de Jungkook, o garoto ficou olhando para o papel lacrado em vermelho com o símbolo do Padre.
Seus olhos se encheram de lagrimas, mas ele não chorou. Pegou o envelope em suas mãos se levantou da cadeira e agradeceu. Antes de sair do gabinete, Francis o chamou.
— Jungkook? — Ele o olhou. Francis reparou no semblante do rapaz. A tristeza estava estampada em seu rosto. — Sinto muito. — Disse calmamente.
De todas as dores que a vida lhe causou, aquela que estava sentindo era a segunda pior delas. A primeira foi quando percebeu que teria que lutar para sobreviver sem a sua mãe, e a segunda era deixar de trabalhar no lugar que mais amava. Mesmo sentindo tristeza, Jungkook sorriu, e seu sorriso foi lindo.
— Tudo bem! Eu entendo.
A porta se fechou atrás de si, e as lágrimas caíram. Saiu dali até aparecer no salão principal onde aconteciam as missas de domingo, e agora a reforma. Jungkook avistou Namjoon em um canto, ele estava distraído e não percebeu ser observado. Jungkook limpou o rosto, não queria que Namjoon o visse naquele estado, seria vergonhoso demais para o Jeon, ainda mais na sua idade. Ele se aproximou do mais velho até ser notado.
Quando Namjoon o viu parou o que estava elaborando para dar atenção a Jungkook, o mais velho percebeu o rosto do outro um pouco vermelho, ele havia chorado.
— Olá? — Disse tímido.
— Olá! Jungkook, a que devo a honra da sua ilustre presença? — Namjoon até agora estava se mostrando alguém muito educado e paciente. A cordialidade em que ele tratava Jungkook era admirável, e o mesmo estava começando a gostar dessa amizade.
— Na verdade não tem nenhuma honra na minha presença. — Falou a verdade fazendo o outro sorrir pela sinceridade dita.
— Vim resolver a minha demissão e acabei te vendo aqui, então resolvi observar o que estava recebendo tamanha atenção sua. Espero que não tenha atrapalhado nada. — As mãos de Namjoon estavam sujas, de início ele pensou que fosse tinta, mas olhando bem agora aquilo era argila molhada, então Jungkook olhou para o rosto dele. Não estava tão sujo como suas mãos, mas possuía alguns rastros de argila ali também.
— Seu rosto está sujo. — Alertou o mais velho, que logo parou de olhar para Jungkook e começou a limpar o próprio rosto, mas Namjoon por um momento não percebeu que suas mãos estavam sujas também, o que resultou em um Jungkook rindo pela falta de atenção do outro.
— Aqui. — Jungkook chegou perto o suficiente para ficar de frente para Namjoon. A diferença de altura não era tão grande, mais Jungkook ficou em meia ponta de pé para ficar na mesma altura.
Namjoon ficou parado olhando atentamente o que Jungkook irá fazer, manga da camisa xadrez era grande e isso facilitava para que Jungkook fechasse sua mão ao redor para segurar direito no tecido. O Kim sentiu o tecido limpar o seu rosto a onde estava sujo. Era um simples gesto, mais Namjoon não ousou por um segundo se quer mexer do lugar.
— Pronto, agora sim, está limpo. — Disse inocentemente se afastando de Namjoon, que ainda o olhava. — Namjoon? — O chamou. — Você está bem? Está com uma aparência estranha. — Revelou.
Namjoon piscou e logo mudou a sua postura, Jungkook nem percebia que suas atitudes lentamente estavam o afetando. Era adorável.
— Obrigado pela ajuda, e não, você nunca me atrapalha. — Respondeu de forma rápida deixando a mostra seu sorriso com covinhas.
— Que bom! Por um momento pensei que tivesse atrapalhado.
— Deixe disso, mas mudando de assunto. Você está bem? Ainda pouco me disse que veio tratar da sua demissão, quero saber se está tudo bem em relação a isso?
— Ficarei bem, não se preocupe. Amo esse lugar, mas pensando melhor talvez esteja mesmo na hora de procurar outros serviços, minha mãe precisa de mim, e é por isso que procurarei outro trabalho.
— Entendo e admiro a sua bravura, você é um bom garoto Jungkook, logo achará algo bom para fazer. Se precisar de ajuda, qualquer coisa não hesite em pedir. — Falou sério.
— Obrigada, mas não se preocupe. O meu pai (Deus) não permitirá que nada me falte. — Disse sorrindo esperançoso.
— Admiro a sua Fé Jungkook, é admirável nos tempos de hoje.
A conversa entre os dois fora espontânea, ambos desfrutavam da boa companhia que estavam se tornando. Apesar da desconfiança de Jungkook em relação a Namjoon no começo, o mais velho estava sabendo como contornar tudo aquilo.
De longe escondido entre as colunas do salão principal, Francis observava a interação dos rapazes. A raiva tomou o semblante de Francis, e o mesmo caminhou em direção dos outros dois. Aquilo era vergonhoso, ainda mais dentro da sua Igreja.
— Devo me preocupar com todo esse trabalho para ser feito, enquanto o senhor está de conversar com um dos fiéis, senhor Kim? — Jungkook se assustou com o tom do Padre, e Namjoon apenas o olhou de cima a baixo.
— Vejo você em casa Jungkook? — Namjoon se virou novamente para Jungkook e sorriu, o que enfureceu mais ainda o Padre.
— Vá para casa Jungkook, está perdendo o seu tempo aqui. — O tom de voz fora autoritário. Jungkook olhou Para Namjoon como se perguntasse o que fazer.
Namjoon concordou e Jungkook pediu licença aos dois homens ali, e saiu os deixando.
— Não acreditas que está indo com sede demais ao pote Namjoon? — Aquela pergunta presunçosa deixou Namjoon eufórico.
— Não se o pote já for meu! — Rebateu na mesma medida. Francis o encarou, mas nada disse. — Se eu não soubesse que você era fiel ao senhor, diria que está se sentindo ameaçado.
— Do que falas? — Perguntou se fazendo de desentendido.
— Jungkook se erguera sozinho você já deve saber disso, acredita que irá controlar ele por muito tempo? — Perguntou mudando de assunto.
— Se tens algo para me dizer Namjoon diga, mas não use suas especulações para dizer o que a Igreja irá fazer sobre Jungkook. Peço que não fique de conversas paralelas enquanto está trabalhando, e nem que troque caricias com outro rapaz dentro deste lugar santo. — Expôs tudo o que queria dizer.
— Está insinuando que gosto do Jungkook, só por que me viu ao lado dele? É isso?
— Apenas estabeleça limites em suas ações garoto. — Francis não esperou as palavras afiadas de Namjoon, o padre se virou e saiu dali.
— Vá para o inferno seu velho.
😈✝️
Zaqqum: De acordo com o Alcorão, essa Árvore existe no inferno.
Yo!!! Fim de capítulo e espero que vocês tenham gostado..
Sentiram o clima entre eles??? Deixem aqui se sentiram ou não. kkk
Bom, vejo vocês nos próximos capítulos, não iremos demorar dessa vez, e caso aconteça será em média a duas semanas para finalizar o capítulo, vai depender muito da minha vontade e do tempo da minha amiga.
😈
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