Sinto em meu peito
Uma dor dilacerante
Minha alma sangra
Mas não sangra o bastante

Estou fadada
Em um viver não tão distante
Conviver com o remorso e a culpa
De um coração ainda pulsante

Talvez a hora de pagar pelos meus pecados
Esteja cada vez mais ao alcance
Pois a cada dia que passa
A dor fica mais maçante

E entre estes, algum dia
Cometerei um ato triunfante
Sobre a culpa que sinto
E de uma forma abdicante
Cantarei pelo jardim
de nuvem flutuante
A canção da culpa
Que seja reconfortante

Enquanto eu não domino
A culpa é dominante
A mente rasga
O sentimento extravagante

O remorso que sinto
É mais que exorbitante
A palavra para descrevê-lo 
Não está em meu alcance

Tomara Deus que eu parta logo
E que se acabe em um rompante
Toda dor e sofrimento
Deste coração culpado e ainda pulsante.