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33 A Escolha

– Acordou cedo – Jéssica comenta assim que chega na mesa para tomar café.

Sorrio animada por perceber, a minha primeira mudança é evitar os atrasos, isso é coisa de livro, a mocinha está sempre correndo contra o tempo, além de ser desastrada, e eu resolvi sair do mundo da fantasia.

– A dona Maria é realmente esperta , o remédio me fez muito bem – com uma aparência melhor minha mãe elogia os conhecimentos da senhora.

– Aquela velha faladeira é raça ruim, não gosto dela vindo em casa, daqui a pouco enche sua cabeça de ideias, ou sai fazendo fuxico da gente. – no seu eterno mau humor, meu pai critica.

– A dona Maria é muito gentil, e gosta de ajudar, não tem nada de ruim. –saio em defesa da senhora.

– Gosta é de cuidar da vida dos outros. Vocês estão proibidas de receber aquela fofoqueira aqui em casa. – determina.

– Querido, a dona Maria é um amor de pessoa, se ela quiser vir me visitar será sempre bem vinda – minha mãe discorda usando o tom baixo e cauteloso de sempre.

– Não entendi Luiza, está dizendo que vai receber quem eu não quero na minha casa? Exijo que respeite, sou o homem que sustenta vocês. – dirige a minha mãe um olhar cortante.

– Essa casa também é minha Fábio, não se esqueça que sou eu quem trabalha o dia todo e ainda fica até a madrugada fazendo doces e salgados para pagar as contas. – sou pega completamente de surpresa com sua resposta firme.

A tensão se instala no ar, hesitante encontro o olhar de Jéssica refletindo a mesma apreensão que o meu, a mesa de repente se transformou num campo minado, onde cada movimento do meu pai é observado com receio do que está por vir.

– Tem certeza que quer me enfrentar mulher? Vá em frente, me desobedeça, traga quem quiser aqui, mas saiba que vai se arrepender dessa decisão– estremeço com o seu tom frio, é ainda mais assutador sem qualquer explosão de grito ou raiva.

Depois de proferir a ameaça simplesmente se levanta e sai, o barulho quase imperceptível da  porta se fechando ecoa dentro de mim como um alarme estridente, e sinto o gosto metálico do sangue na minha boca, percebendo só agora meus dentes cravados com força na bochecha.

Vejo minha mãe em silêncio encarando a xícara de café, o nervosismo estampado no seu rosto pálido, um suspiro alto e sofrego escapa dos seus lábios trêmulos.

– Eu não estou me sentindo bem –murmura tentando buscar  apoio na cadeira, porém cai inconsciente no chão.

– Ela desmaiou, o que a gente vai fazer? – fico desesperada.

– Calma, me ajuda – Jéssica pede e nós duas com dificuldade  conseguimos levantar a mulher e carregá-la até a sala.

Deitamos Luísa com a cabeça na almofadada e a perna elevada pelo braço do sofá, balanço uma tampa acima do seu rosto para ventilar, apenas para não ficar parada esperando que acorde.

– E se a mãe morrer? – fico assustada em ver os minutos passando e nada dela reagir.

– Que morrer Marcela, vira essa boca para lá.

– Você nem liga, né ? Sai desse celular. – reclamo agitada com toda a situação.

– Toma aqui, vê o que estou pesquisando! – bruscamente Jéssica coloca o aparelho na minha frente, na tela o site aberto traz informações sobre o que fazer em casos de desmaios.

– Me desculpe, é que estou preocupada – tento me explicar.

– E eu não, acha que só você fica triste, com medo? Me dói ver todo dia brigas, também sou xingada, humilhada.
Não é porque não choro pelos cantos ou surto revoltada com Deus e o mundo que não me importe, que eu não sinta. – admite com seriedade e fico mal por mágoa-lá.

É claro que se abala, estamos longe de ser uma família feliz, nós duas crescemos vendo  apenas abusos e violência, tem como não sofrer?

–Humm...o que aconteceu? – a voz surge fraca, minha mãe finalmente acordou.

– Como está se sentindo? Espera um pouco, não levanta agora. – Jéssica fala suave e toca o seu ombro para mantê-la deitada – Você desmaiou, é melhor ir no médico, vê o que tem.

– Não tenho nada, estou ótima. O único lugar que eu preciso ir é para o trabalho. – Luísa se levanta sem dar atenção aos nossos apelos.

Logo se arruma e leva Jéssica e eu para a escola, após nossa genitora insistir muito com o inspetor temos temos permissão para entrar. Vou direto para o bebedouro, ofegante e cansada por subir morro com tanta rapidez.

Faltam apenas alguns minutos para a segunda aula, então fico no pátio com minha irmã, outra vez a mais velha está concentrada no celular, porém agora entendo que sua postura não a faz ignorar a realidade, sabe o que acontece, porém o telefone é a sua distração do caos que vivemos, um refúgio assim como meus livros.

O que será que minha mãe usa para escapar do inferno que passa? O que a torna capaz de seguir sua rotina como se fosse totalmente normal desmaiar de pavor depois de ser ameaçada por Fábio, por quanto tempo ainda vamos aguentar esse terror?

O sinal toca e subo para sala tentando fingir que está tudo bem como sempre, contudo as  horas passam sem que consiga me concentrar em nenhuma aula, na minha cabeça a fala de Fábio se repete sem parar e aflita sequer ouso pensar no que posso ver ao voltar para casa quando terminar essa última aula.

– Marcela, o que está acontecendo ? – Gabriel pergunta.

– Não diga que não é nada, você não para de balançar a perna. Está nervosa com o quê ? – Júlia insiste na verdade.

– É que... e-eu – sinto o bolo de sentimentos emaranhado na minha garganta prendendo minha voz.

Seus olhares sobre mim demonstram sincera vontade de me ouvir, me entender, derrubam num instante as paredes que levantei, num efeito dominó as lágrimas rolam pelo meu rosto incapazes de serem contidas.

– Calma, respira fundo – Júlia paciente me instrui. – Isso devagar, mais uma vez.

Aos poucos vou me acalmando graças a ajuda da garota que inspira e expira junto comigo, com gentileza ela pega minha mão e vamos até a frente da sala sob os olhares curiosos dos outros alunos.

– Professora, a Marcela está passando mal, precisa sair um pouco. – Júlia conversa com Célia que não questiona o seu pedido, apenas libera a gente.

Esfrego os pulsos sob a torneira sentindo o frescor da água fria na minha pele, também passo água na minha nuca e o alívio se espalha por todo o meu corpo, em silêncio Júlia permanece ao meu lado evitando que o intenso descontrole emocional me arreste para as profundezas.

Procurando um lugar privado e mais higiênico que o banheiro, descemos para quadra sentado no chão sob as arquibancadas.

– Me conta o que está te perturbando desse jeito. Pode desabafar, falar vai te fazer bem. – a garota me incentiva a dividir minha tristeza.

Suspiro engolindo com dificuldade o choro que quer vir, não há dúvidas que está comigo por se importar, contudo me sinto constrangida por ter me visto inquieta, chorando, tão fraca, o pior a sala toda viu meu estado lamentável.

– Você viu a Isa e eu discutindo aquele dia, não é burra, percebeu que entre nós duas tem algo, ou melhor tinha. – inesperadamente começa um novo assunto – Eu não tenho vergonha de quem sou, do que sinto, e exatamente por isso que acredito que não preciso assumir nada. É só da minha conta de quem eu gosto ou não, porém muitos não pensam assim, é difícil ser diferente, esse é o peso que me faz ter momentos bem tensos, já ouvi muitas coisas horríveis.

– Sinto muito...

– Também teve um tempo que senti muito, me lamentei e até me odiei, contudo fiz as pazes comigo mesma, aprendi que machuca mais fingir. Gosto de mulheres, sou trevosa, os dias cinzentos de chuva são os meus favoritos. Essa sou eu : estranha, e quem não aceita que se dane.

– Não te acho estranha, estranho é alguém que te maltrata por ser corajosa o suficiente para ser verdadeira.

– Obrigada, as pessoas conseguem ser muitos podres quando querem, também te disseram coisas ruins, mas não dê ouvidos: você é forte Marcela, é inteligente, gentil, bonita – suas palavras firmes e sinceras me fazem abrir um sorriso em meio a tempestade em mim. – Agora para ficarmos quites, pode me contar o que te deixou tão mal, afinal acabei de te dizer coisas pessoais.

– É que... Meus pais se desentenderam hoje de manhã, foi muito sério... E estou preocupada... – é a resposta que consigo formular sem mentir, ainda que oculte os fatos.

– Seus pais brigam com frequência?– Júlia questiona hesitante, pegou no ar que é algo delicado para mim.

– Sim, quase todo dia... – admito sentido outra vez a angústia me envolver.

– Deve ser horrível viver numa casa com tanta discussão...

– É um inferno... Não aguento mais – confesso num fio de voz.

– Sei que se importa com seus pais, mas os problemas deles só cabe aos dois resolver, não adianta ficar preocupada até passar mal por coisas que não são sua responsabilidade – me aconselha, sem fazer ideia da gravidade da situação. 

De repente a garota pega o celular do bolso do seu moletom, com curiosidade observo ela se levantar e mecher no aparelho até começar a tocar a música Era venenosa.

– O que é isso? – fico confusa vendo-a estender a mão para mim.

– Uma saída, não fica presa nesses sentimentos tristes senão vai afogar na dor. – Júlia balança o corpo devagar claramente sem graça. – Vem, não deixa eu passar vergonha sozinha.

Reticente seguro sua mão ficando em pé, ela me gira desajeitada e o riso bobo brinca em seu rosto me contagiando, aos poucos a timidez inicial se dissipa  e a letra da canção sai desafinada das nossas vozes altas enquanto pulamos improvisando uma dança ao som de Rita Lee, a leveza do momento me enche de animação e aproveito a sensação de alegria correr por minhas veias e bombear meu coração de vida.

– Adorei os passos meninas – a voz divertida de Gabriel surge no mesmo instante em que o alarme ecoa por toda escola anunciando o fim do dia letivo.

– Obrigada – agradeço pegando a mochila, o garoto muito gentil trouxe a minha e da Júlia.

– Vocês dois querem ir almoçar lá em casa? – Júlia convida

Vamos conversando para a saída enquanto procuro Felipe com o olhar, para minha surpresa encontro-o perto da biblioteca junto com Danilo. 

Só de olhar o garoto minha barriga revira agitada lembrando do devaneio que tive com ele, mesmo relutante me aproximo.

–  Você apareceu. – Felipe fica claramente aliviado assim que me vê – Saiu da sala passando mal, fiquei preocupado...

– O que aconteceu, está melhor? –Danilo pergunta me observando com intensidade.

– Eu estou bem – digo com firmeza para acalmá-los

– Que bom,estava perguntando para o Felipe como estava, mas ele também não sabia. Agora fiquei tranquilo – dá para ver  que seu interesse é sincero, se importa com o meu bem estar, não é apenas curiosidade, perceber isso me traz uma gostosa sensação que faz o sorriso flutuar nos meus lábios.

Danilo repete meu gesto, seu rosto bonito fica iluminado e dentro da escuridão dos seus olhos vejo uma centelha reluzir.

– Gente, vou nessa. – ao ouvir Felipe volto a prestar atenção no mundo ao meu redor.

–Não Fê, vem comigo na casa da Júlia.

–  O quê ? Sério.  – não esconde seu espanto

– É, chamei a Marcela para almoçar, se quiser, está convidado. – Júlia explica.

– Bom almoço para vocês, tchau. – Danilo se despede e sai.

– Uiih Marcela, arrasando corações. – Gabriel cantarola sussurrando perto de mim.

– Quieto – peço constrangida e tento não estender o assunto : – Ju preciso te avisar que o paladar do Fê é muito sofisticado, ele não come abobrinha, pimentão, alface, espinafre, cenoura....

– Eu como essas coisas de coelho, mas não gosto. – tenta se defender.

– Eu como até sopa de pedra sem problema nenhum. – Júlia fala arrancando nossas risadas

Engatamos uma conversa descontraída sobre alimentos, enquanto seguimos a garota a até  sua casa num clima agradável e totalmente amistoso, como se fossemos amigos há anos, depois de tanta luta que passei desde que acordei, estou realmente feliz hoje.

Inevitávelmente penso na minha mãe chegando em casa e encontrando Fábio, o medo chega a apertar meu peito numa pontada, entretanto não me desespero, por mais que queira o bem da mulher que me deu a vida, não posso fazer nada, é sua decisão estar com o Fábio.

Balanço a cabeça deixando esses pensamentos de lado e decido aproveitar a tarde. Júlia, Gabriel e Felipe, são as melhores pessoas para mim estar.

Oii, esse foi mais capítulo, espero que estavam gostando de acompanhar Delírios de Marcela.

O que acharam da reação de Fábio após ser confrontado por Luísa? E ela, será que vai conseguir se libertar desse casamento?

Na escola Marcela, passou mal de novo, ainda bem que Júlia ajudou.

E o Danilo fofo se importanto com ela.
Torce por essa casal?

No fim a Marcela escolheu ir com os amigos, acha que foi uma boa decisão?

Como será esse almoço com Júlia, Gabriel e Marcela?

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