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22 Pedido Às Estrelas

A beleza do firmamento é maior no parque mal iluminado, as conversas e risadas de repente não tem mais significado para mim, começam a me sufocar, então me afasto do grupo, ignorando a pele sendo pinicada pela grama me deito observando atentamente o céu.

- Você está bem? - a voz de Danilo vem até mim.

- Estou sim, só estou olhando as estrelas - respondo sem desviar minha atenção do espaço infinito.

- A noite está mesmo linda, também gosto de olhar o céu - o garoto se senta do meu lado.

- É bonito de um jeito triste, a luz que a gente vê são de estrelas que estão muito distantes ou até mesmo mortas, o céu é um cemitério brilhante - reflito contemplando a amplidão celeste.

- Tem razão, é como observar o passado, talvez até mesmo mundos que já foram destruídos. Acredita em vida fora da terra? - indaga curioso.

- Seria egoísmo demais pensar que num universo tão vasto só existem nós humanos. Talvez não seja bobagem fazer pedidos às estrelas, vai que algum ser espacial ouve e realiza. - com esperança fecho os olhos desejando uma vida mais feliz onde não tenha um pai violento e uma mãe incapaz de se proteger e me proteger.

Busco toda fé que existe em mim e mentalizo uma casa de paz e união, onde não tem brigas, choro ou palavrões, onde meus pais se amam e se respeitam, onde Jéssica e eu somos melhores amigas, deixo meu corpo todo ser tomado por essa vontade, lembrando das meditações guiadas que ouvi.

- Está dormindo? - Danilo questiona tocando meu ombro com leveza.

- Não, fazendo um pedido. - viro na sua direção e explico vendo o quanto fica bonito sob o brilho da lua.

- Parece triste. - seus olhos miram meu rosto, tão escuros e profundos quanto céu acima de nós.

- É que lembrei que o sol também é uma estrela que um dia vai fazer parte desse cemitério. Tudo vai acabar, toda a vida que a gente tenta construir vai desaparecer... - as palavras escapam enquanto o vazio toma conta de mim, pedidos às estrelas não são reais, daqui a pouco vou estar em casa e tudo vai continuar horrível como sempre.

Me levanto pronta para ir embora assim que as lágrimas escorrem pelo meu rosto com a dura veracidade que me atingiu.

- Ei, pode conversar comigo - pede com a voz suave.

- É muito complicado - sussurro passando a mão no rosto para limpar o choro.

A escuridão dos seus olhos encontra com os meus me chamando para caminhar na noite dentro de si, nesse instante infinito me perco no seu olhar sendo tomada pelo seu negror que me engole.

Inesperadamente Danilo corta a distância entre nós, me encolho tensa com o contato repentino dos seus braços em torno de mim, surpresa fico quieta sentindo o calor do seu corpo me envolver.

- Me desculpe, é que estava chorando e eu... eu - atrapalhado com as palavras faz menção de afastar diante da minha reação, contudo passo a mão nas suas costas trazendo-o de volta para mim apertando o abraço, colada a ele deito a cabeça no seu ombro, o leve, porém marcante perfume me inunda e inspiro seu cheiro cítrico.

- Você tem cheiro de limão - confesso, diante da minha fala Danilo abaixa o rosto respirando no meu cabelo, com o gesto um calor estranho queima dentro de mim incendiando minha barriga que borbulha formigando.

- Você tem cheiro de chocolate. Seu cabelo é tão macio - mergulha os dedos nos fios da minha nuca num afago que me faz estremecer, cada parte do meu corpo vibra arrepiando até meu coração bater agitado.

Assustada me afasto rapidamente, envergonhada mal consigo olhar para garoto que a segundos atrás estava abraçada.

- Vou para casa - sussurro andando em direção aos adolescentes barulhentos.

Para o meu alívio, ninguém parece ter visto Danilo e eu, sei que o garoto só tentou me ajudar por me ver chorando, porém os outros podem pensar de forma diferente.

- A Bia não devia estar lá com o Léo, ele vai magoá-la - deixo escapar um suspiro de preocupação.

- Ela quis ficar - Felipe diz calmamente sem parecer notar o risco que nossa amiga corre.

Por mais que insistisse, Bia decidiu continuar conversando com o Leonardo em vez de ir embora então Felipe veio comigo, agora ele conta empolgado sobre um anime novo que começou a assistir, contudo não consigo me concentrar na conversa aleatória.

O perfume do Danilo parece ter grudado no meu nariz, o aroma cítrico impregnado em mim me lembra do quanto foi gostoso estar naquele abraço, sua respiração no meu cabelo, seu toque na minha nuca, o calor em mim, os arrepios.

Com certeza essas sensações estranhas no meu corpo são efeitos da bebida, talvez vinho provoque febre, calafrios e taquicardia.

- Fê beber dá mal estar, né? - interrompo-o

- A gente não bebeu o bastante para ter ressaca, fica tranquila. -apenas concordo inquieta. - O que está te perturbando?

- Não é nada - balanço a cabeça para afastar os pensamentos que me incomodam.

- Se for porque estava se agarrando com o Danilo... Não se preocupe, ninguém deve ter visto, só eu que fui te procurar - Felipe lança de repente me deixando perdida.

- O quê ? Não é nada disso, eu só comecei a chorar e ele me abraçou para me consolar - as palavras saem atropeladas enquanto tento falar o que realmente aconteceu.

- Acalma o coração, não precisa se explicar, e prometo não contar Tati. - levanta as mãos como quem mostra inocência.

- Oh meu Deus a Tati! - apenas agora recordo minha amiga apaixonada por Danilo.

- Não acho que ela realmente goste dele, mas com certeza ia ficar chateada, é melhor ficar longe. - me aconselha com seriedade.

Um silêncio se faz entre nós, a culpa me corrói, Felipe parece não se importar com o que viu, porém sinto como se eu tivesse sido pega no flagra fazendo algo horrível, minha mente cruel me acusa por me aproximar do garoto enquanto Tati está doente no hospital.

Então percebo que não faz sentido toda essa minha agitação, não gosto do Danilo, não tem motivos para me sentir culpada, toda ebulição no meu corpo não tem nada de especial, foi só porque um garoto me tocou, certeza que quando for o Matheus vai ser muito melhor.

Olho para o Felipe andando despreocupado do meu lado, vez outra chutando algumas pedrinhas que vê no caminho, ele já namorou, lembro do brilho no olhar e da alegria sempre que estava junto da Alice, os dois se tratavam com tanto carinho. Ele entende sobre toques, arrepios e beijos.

- Você gosta de alguém? Depois da Alice nunca mais falou de nenhuma garota, ainda quer voltar com ela ? - a curiosidade me vence.

- Não, já entendi que a gente não dá mais certo, até fiquei com duas ou três garotas, mas não vejo a necessidade falar sobre isso. - dá de ombros tentando mostrar indiferença, mas alguma coisa no seu tom de voz denúncia que se importa.

Quando os dois terminaram ele ficou muito mal, uma tristeza infinita apoderou-se do meu amigo e foi doloroso vê-lo tão miserável, Felipe nunca contou para mim ou as meninas o motivo do fim, porém espalharam rumores de que tinha sido traído.

Como alguém pode ser tão cruel ao ponto de enganar assim quem diz gostar, é muito desrespeito e maldade.

- Você é incrível toca violão, faz um caramelo muito gostoso, é engraçado, gentil e tem esse moletom super fofo de patinhas de cachorro, a garota que te namorar vai ter muita sorte - enalteço sinceramente meu amigo, mesmo que a Alice não o queira, Felipe tem saber que é maravilhoso.

- Valeu - um sorriso tímido surge pelo elogio inesperado. - Mas porque está dizendo isso?!

- Porque é verdade e senti que precisava falar

- uhum... Não tem que me bajular, já disse que guardo seu segredo

- Idiota - empurro-o de leve rindo.

Pela janela vejo a chuva cair lentamente, os pingos batendo no telhado fazem uma sinfonia que ouço enquanto continuo deitada sob os cobertores com preguiça.

Jéssica, porém está cheia de energia, balança o corpo cantarolando com os fones nos ouvidos, na sua animação coloca os esmaltes coloridos junto cremes para cabelos e outras coisas suas na caixa de madeira pintada e pregada na parede.

Acima da minha cama tenho dois caixotes iguais, um cheio de ursos de pelúcias e a outro com alguns livros, minha irmã às vezes fala que sou muito corajosa, pois acredita que em algum momento o objeto vai simplesmente desprender pelo peso e os livros vão esmagar minha cabeça. Talvez esteja certa, porém não ligo.

Ao virar para pegar mais itens para por no nicho improvisado seus olhos param nos meus e abre um sorriso imenso que chega me assusta, tira os fones e senta na beira do colchão.

- Como foi fugir de casa, se divertiu? - me encara cheia de expectativa.

Conto com detalhes sobre meu passeio furtivo, omitindo a parte do Danilo, minha irmã escuta com atenção comentado de vez ou outra, é nítida sua alegria em me ver sendo corajosa como ela, foram poucas vezes que a vi entrando sorrateiramente pela janela de madrugada, quase sempre têm permissão para sair.

O som estridente das batidas na madeira interrompe nossa conversa, é algo tão insistente e urgente que levanto depressa indo abrir a porta, para que a pobre deixe de ser esmurrada.

- O que está fazendo que ainda não lavou o banheiro? - minha mãe indaga irritada com a vassoura na mão e um pano de prato pendurado no ombro.

- Nada... eu esqueci

- Esqueceu? Vive com a cabeça nas nuvens. Você mora nessa casa, tem que ajudar na limpeza - me repreende.

- Desculpe - murmúrio chateada, todo fim de semana faz faxina, e simplesmente esquece que Jéssica e eu quem cuidamos da casa nos outros dias.

- Não é para pedir desculpas, é para cumprir com seus deveres. Está na hora de ter responsabilidade, compromisso, crescer. - me entrega a vassoura e continua - É para lavar de verdade: esfregar o box, as paredes. Quero tudo brilhando. E você, a louça te espera - joga o pano de prato para minha irmã.

Para sorte minha e da Jéssica chamam no portão, minha mãe vai ver quem é cessando o sermão, pela voz reconheço a Cristina.

Sem Fábio em casa, minha mãe aceita que ela entre, cumprimento a simpática mulher e sigo resignada para o banheiro.

Sei muito bem que moro nessa casa e devo participar das tarefas domésticas, apesar de não ser minha atividade favorita e com certeza está longe de ser a mais divertida, não estou fugindo do trabalho, apenas me esqueci.

Minha mãe não precisava vir com tanta agressividade com três pedras na mão para me derrubar, entretanto sei o motivo do seu mau humor, Jéssica que contou ontem de noite meus pais estavam ocupados em mais uma briga para sequer reparar na minha fuga, devido a discussão meu genitor também saiu de casa.

Organizando a prateleira vejo o condicionador de cacau, inevitavelmente lembro de Danilo cheirando meu cabelo, do calor do seu corpo junto ao meu e uma agitação inexplicável surge fazendo meu coração bater acelerado, parecendo querer voar para os seus braços outra vez.

Balanço a cabeça me censurando por pensar no que não deveria, me esforço em terminar meu serviço, depois de minutos respiro fundo o cheiro de lavanda, fiz um bom trabalho, agora posso passar o resto do dia lendo sem ouvir reclamações.

Quando chego no corredor da sala ouço as vozes da minha mãe e Cristina, em vez de passar reto paro curiosa, provavelmente devem estar falando de receitas e novelas, isso não é lá muito interessante, porém permaneço distante o suficiente para bisbilhotar sem ser vista.

- O jantar na Carla foi uma delicia, ela faz um escondidinho de mandioca maravilhoso, mas que pena não deu para você ir - Cristina está animada, entretanto seu entusiasmo diminui - Fiquei sabendo que deu um churrasco aqui, nem me chamou.

- O Fábio que fez de surpresa, foi tão em cima da hora que não deu para mim convidar ninguém - minha mãe se explica visivelmente embaraçada.

- Falando nisso, vindo para sua casa eu vi seu marido, estava no bar... - Fala baixo num tom confidencial.

- Isso não é novidade, já esperava que ia ter essa atitude...Só bebe - a voz da minha mãe mostra sua tristeza.

- Vou te contar, porque se fosse comigo ia querer saber, ele não estava apenas bebendo... - Cristina fica hesitante, porém continua com cautela - jogava truco com uma mulher sentada em seu colo rebolando...

O silêncio recai sobre a sala, maciço, sufocando as palavras com sua tensão palpável.

- Quando nos conhecemos era jovem e bonita, seis anos mais nova que ele. Me apaixonei pensando que seria para sempre. - a voz da minha mãe corta a quietude com sua fragilidade quebradiça - Meus pais eram contra, mas o Fábio era carinhoso, gentil, trabalhador, tudo o que sempre quis. - o seu tom fica distante, com certeza tomado pelas lembranças - Não conseguia ver o motivo para não ficarmos juntos, boba achei que implicância dos meus pais deixava tudo romântico, coisa de amor proibido... e fui teimosa, continuei saindo escondido com ele e engravidei, fui expulsa de casa e então Fábio me acolheu para gente morar junto. Fui tão burra. - os soluços do seu choro ecoam preenchendo tudo com a sua dor.

- Quando a gente é mais nova tem a inocência de acreditar no amor... e se revolta sem sentido contra os conselhos dos pais. Faz parte da idade, não foi burrice, você só está apaixonada - Cristina tenta consolar.

- Devia ter ouvido minha mãe... agora depois de ter dedicado toda minha vida e juventude a ele, Fábio bebe, me maltrata e me trai com mulheres mais novas que não tem o peito caído de amamentar, ou a barriga flacida e cheia de estrias por carregar as filhas dele. - a sua mágoa transborda me inundando, cada palavra dessa confissão me atinge de uma forma que me deixa tonta, não sou capaz de ouvir mais nada. Passo rapidamente pela sala sem me importar que me vejam e saio de casa sem dar explicação.

É doloroso escutar minha própria mãe se culpando por ser traída, por um pai bêbado e violento, por ter o corpo flácido de te deixar nascer.

Caminho pelas ruas molhadas sem rumo, a vida é tão injusta, porque não posso ter pais que se respeitam, que se amam? Que me amam?

Chego no parque perto de onde moro, paro diante do rio que corta nossa cidade, ignorando a garoa gelada comtemplo suas águas escuras e plácidas buscando a paz que preciso...

Meus olhos viajam até um casal que passa correndo de mãos dadas do outro lado para fugir da chuva , seus olhares e sorrisos carinhosos me enchem de dúvidas, será que só minha mãe tem azar ou estão fingindo em público e dentro de casa tem traições e brigas.

Será que todo relacionamento é somente uma ilusão que traz sofrimento e arrependimento, uma família unida e alegre é apenas coisa de livros e comercial de televisão?

Talvez o amor, família feliz sejam tão reais quanto pedidos às estrelas e extraterrestres.

Oii, obrigada por sua leitura.

Acreditam em pedido às estrelas e vida extraterrestre?
Em amor e uma família unida?

O que acharam desse momento da Marcela com o Danilo?

Luísa contou seus sentimentos a Cristina, o que acham dessas confissões?

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Até mais 😘

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