sombra
Nas sombras eu me resguardo.
Sussurro gritos que ninguém ouve.
Torno-me sombra,
Espuma do mar,
Resquícios de uma floresta.
Despedaçada, calada, esquecida.
Não resta mais de mim para dar,
Não tenho mais lágrimas e sorrisos para expressar.
Cada amor me levou,
Cada ódio me desgastou.
Sou um eco de segredos,
Um soprar de vozes.
As vezes me ouve,
Mas não passo de um murmúrio.
É só o vento na janela.
O que importa minha tempestade?
Por trás das cortinas,
O corpo que recosta no escuro,
Os braços que te sustentam na solidão.
Nada mais de mim.
Sequer o suficiente para me doer.
Talvez um fio do meu nome,
Mas também isso se esvai.
Menos que uma sombra,
Mais que um ruído.
Assim lhe pareço,
quando não lhe é conveniente.
E quando lembra,
Me torno quase real,
Quase me sinto sólida,
Mas logo te esqueces
E volto a pairar na memória.
Ecoando a mim mesma
E nunca mais achando o começo.
Entregue a todos
e não tendo ninguém.
Uma sombra da sombra.
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