NÃO ME perdoe
Um grito perfura a paz da noite.
Rasga o silêncio,
Está dentro de mim,
Dilacerando os meus ossos.
Sangro, derreto, me dissolvo.
Mortos clamam por minha vida.
Luto contra o tempo
Luto contra o tempo.
O chão está se tingindo,
Minha visão está turvando.
Não respiro,
Não tenho ar.
Os pulmões comprimidos,
O coração explodindo.
Sussurros de fantasmas acariciam-me
Acalentando-me para um sono eterno.
As paredes estão se curvando,
Ouço suas preces
Seus pesares construindo-me um túmulo.
A terra me toma para si,
Puxando-me intimamente.
Os anjos protestam
Suas vozes cantantes
Expulsando-me do paraíso austero.
As vinhas se entrelaçam nos meus cabelos
Os vermes devoram minha carne.
Quando a porta se abre
Meu corpo se afogou no vermelho,
Já sou esqueleto
Meus olhos vidrados na paisagem distante do teto.
Não respondo aos seus chamados,
Não posso,
Não quero.
Sinto a tempestade da tristeza
Quente, rola do seu rosto para o meu.
Seus clamores
Não podem abafar
Os gritos dos meus fantasmas.
Suas súplicas
não podem consolar meu desespero.
Preciso partir,
Preciso sair daqui de dentro.
Um último suspiro,
Um último toque nos lábios.
Não me odeie,
Não me perdoe.
Y.F Santne
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