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Capítulo trinta 
❝ Noite de Natal ❞

POV - Catalina Belchior

   Acordo mas me recuso abrir os olhos, a luz que entra na janela do meu quarto é tão forte que arde meus olhos se tento abri-los. Viro meu corpo para o lado, e suspiro frustrada quando lembro que passei a noite em Madri, minha mãe chegaria pela manhã então preferi passar a noite aqui. Eu e Gavi não nos vemos desde semana passada no jantar na casa do meu pai  , isso devido a semana de treinos intensa que ele está tendo. Enquanto isso eu estou a quase três dias de cama pois achei que seria legal eu e Sira passarmos a noite conversando e bebendo cerveja no quintal de casa em um frio de nove graus.

  Por esse motivo apenas meu pai foi para o aeroporto buscar minha mãe enquanto eu ficava deitada descansando. Tinha poucas coisas que eu odiava nessa vida, e com certeza gripe se encaixava em uma dessas. Nariz escorrendo, uma dor de cabeça insuportável, se eu estivesse no Brasil poderia afirmar que estava com dengue.

  Gavi ficou preocupado quando mandei uma mensagem noite passada falando que não estava muito bem e que estava começando a gripar. Falei para ele não se preocupar e se concentrar no treino pesado que teria hoje, mas conhecendo ele sei que é capaz de fazer Pedri dirigir até Madri só para se certificar se estou bem.

  —Filha! A pessoa mais amada na sua vida chegou — a voz de minha mãe ecoa pelo quarto e eu jogo o travesseiro por cima da cabeça abafando o som devido a forte dor de cabeça que estava sentindo — Vamos garota, levanta. Você está gripada, não grávida. Você não está grávida não é?

—Mãe! Não , tá doida.

—Menos mal. Sou jovem demais para ser avó. Vamos, anda, tomar um remédio. Se Pablo te ver nessa situação ele sai correndo minha filha.

—Nossa , obrigada. — fungo o nariz — vou ao banheiro, preciso escovar os dentes

—Vou fazer um chazinho para você. Aliás, falando em Pablo, ele vai vir para Madri hoje né?

—Acho que sim mãe. Ele tem treino hoje, não sabe que horas vai acabar.

—Espero que ele não esteja fugindo de mim

—Ele não está, fica despreocupada — Me levanto e vou arrastada até o banheiro. É como se eu desse um passo a mais fosse cair no chão pela fraqueza. —Faz um chá de camomila por favor

—Vou fazer. Não quero ver ninguém doente na véspera de Natal. É o dia mais legal do calendário

—Todo dia é o dia mais legal do calendário para você mãe.

—Que calunia! Não enrola no banheiro se não vou ter que ligar pro IML — a mulher deixa o quarto e eu solto uma risada baixa.

Incrível que toda vez que vejo minha mãe ela está cada vez mais bonita, dessa vez um pouco mais loira, mas parece que cada dia mais jovem, se isso era possível. Lavo o rosto e escovo os dentes, em meio a uma tosse e outra volto para o quarto colocar uma roupa que não fosse um pijama da Minnie de quando eu tinha quinze anos.
Acabo colocando uma calça legging e um moletom rosa bebê, estava morrendo de frio o que era um alto índice que eu seria atingida pela febre alta novamente.

—Bom dia querida — meu pai diz parando na porta do meu quarto — está se sentindo melhor?

—Um pouco. Ainda estou com dor de cabeça, mas vai melhorar.

—Estou indo até Barcelona, já volto

—O que o senhor vai fazer em Barcelona? — arqueio a sobrancelha enquanto pego meu celular no balcão

—Gavi está preocupado com você, Hija. Vou ir busca-lo para almoçar conosco.

—Papa, estou doente e ele tem um jogo importante em uma semana, não posso deixar que ele fique doente também

—E você acha que isso vai impedi-lo de vir até aqui ver como você está? Vou passar na farmácia na volta e te trazer um remédio para dor de cabeça .

Gracias Papa.

—Já já eu volto com seu digníssimo — rio com a fala do meu pai enquanto descemos as escadas

—Já achei que você tinha desmaiado no banheiro, garota.

—Fica tranquila mãe. Estava conversando com o papai. Ele vai até Barcelona buscar seu genro

—Ai que maravilha, vou conhecer ele pessoalmente, finalmente. Vê se não enrola viu Carlos

—Sim senhora — Papai deixa um beijo na minha testa — até daqui a pouco volto

—E você senhorita, vem pegar seu chá. Está pronto

Gracias Mama —os olhos da mulher me fuzilam — obrigada Mãe

—Bem melhor. Não coloquei tanto açúcar.

—Sem problemas — pego a caneca em cima do balcão — vou ir para o sofá, precisa de ajuda com alguma coisa?

—Não, pode descansar. Estou pensando o que vou aprontar hoje, não é sempre que se deixa o Rio para deslumbrar do frio Europeu

—Mãe, você odeia a Europa

—Que calunia, Catalina! Eu só prefiro o Brasil, é diferente — ela da de ombros — acho que vou mandar mensagem para Rosalie

—A de Crepúsculo?

—Minha amiga que mora em Madri, maluca. Conheci ela quando ainda era casada com seu pai. A filha dela tem sua idade, vocês poderiam se enturmar

—Aham, pode ser

Minha mãe tem dessa de achar que é fácil assim para mim fazer amizades, ainda mais sendo a figura pública que eu me tornei pós copa do mundo. Me sento no sofá com minha caneca em mãos e ligo a televisão que passava um programa de esporte espanhol. Tomo um gole do chá, sentindo o meu corpo esquentar, estava muito frio em Madri, mas eu estava sentindo muito mais frio do que a temperatura apresentava.

Mantenho meu olhar na televisão por um tempo mas devido chegar meu telefone, eu não tinha mexido nele desde a hora que levantei, então as notificações eram milhares. Primeiro respondo a mensagem do meu namorado falando que estava bem e esperando ele chegar com meu pai, depois a de Sira desmarcando o nosso rolê de hoje e Pedri que me deu bronca por ser irresponsável e ficar doente por coisa boba. Meu irmão sendo a pessoa carinhosa que ele é.

As redes sociais estavam tranquilas essa semana, se tinham notícias, essas não envolviam os jogadores do Barcelona.

—Acho que estou começando a ficar com febre. Vou voltar para a cama tá?

—Vou procurar um remédio para você. Terminou de tomar seu cha?

—Estou levando comigo — mamãe assente e eu subo as escadas voltando para meu quarto, coloco a caneca na mesinha e me deito na cama indo pra baixo da coberta

Viro de um lado para o outro tentando adormecer um pouco para ver se consigo acordar mais disposta, mas é impossível. Quando finalmente consigo pegar no sono trinta minutos depois, sinto mãos quentes afastarem meu cabelo do rosto.

Cariño, como está se sentindo? — abro os olhos aos poucos ao escutar a voz de Pablo , me viro  e sorrio vendo o espanhol a minha frente

—Oi, estou com um pouco de frio.

  —Da um espaço aí — faço e ele se deita do meu lado — trouxe remédio para dor de cabeça, está no balcão da cozinha. Estava com saudades

—Eu também estava. Você não tinha que estar aqui, tem jogo em uma semana e eu posso te deixar doente

—E eu ligo para isso? — ele leva suas mãos em meu rosto colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, o sorriso que tinha em seu rosto desaparece e uma feição preocupada aparece em seu rosto

—O que foi?

—Amor, você está queimando de febre. Já tomou remédio?

—Ainda não, estava com o corpo mole e precisava deitar — me enrolo mais na coberta sentindo muito frio — se bem que eu não estou me sentindo tão bem, o corpo ainda dói

—Vou ir buscar remédio para você

—Fica aqui por favor, você tá quentinho — me aconchego nele que me abraça forte — daqui a pouco você vai

—Estou preocupado com você Lina, você nunca foi de ficar doente assim.

—Estou bem, já disse. É só uma gripe, vai passar logo. Tem alguma outra coisa afligindo você, quer me contar?

—Estou pensando em ir ver meu pai em Sevilla no ano novo — a informação faz eu arregalar os olhos de surpresa. — Foi meio do nada essa decisão, eu não passaria a noite lá, só iria dar uma passada antes da minha mãe chegar, contando que vai ter jogo

—Tem certeza que está preparado para isso?

—Nunca vou estar preparado para ver meu pai.

—Se precisar que eu vá com você

—Não, pode ficar despreocupada. — ele deixa um beijo na minha testa — pensei em chamar sua família para passar o natal com a gente, aceita?

—Eu aceito, agora difícil é convencer meu pai. Minha mãe está maluca para conhecer você pessoalmente e sua família

—Ela me encheu de perguntas assim que pisei o pé naquela sala. Vocês são mesmo muito parecidas.

—Espero que ela não tenha falado nada constrangedor

—Não disse

Ainda

—Você me deixa assustado quando fala assim — solto uma risada baixa

—Desculpa. Como foi o treino hoje?

—Foi melhor do que o último, Torre tá começando a entrosar melhor comigo e Pedri em campo. Mas ainda não estamos tão confiantes assim para o jogo de sábado

—Vocês vão arrasar, fica tranquilo

—Espero, é frustrante quando nós tentamos ao máximo e parece que nunca conseguimos atingir nosso objetivo

—Nem sempre vocês vão estar no topo, é triste falar isso, mas é entender para não desgastar o psicológico

—Você deveria mesmo ter feito psicologia.

—Estou querendo trancar a faculdade — admito e ele me olha surpreso

—O que? Por que?

—Quando eu me inscrevi para o curso de direito eu achei que estava fazendo aquilo que eu queria, mas agora faltando dois anos para a faculdade acabar, parece que eu não tenho mais o mesmo sentimento, entende?

—O que você quer fazer então?

—Talvez tirar um ano sabático, e tentar de fato psicologia que é o que eu queria desde o início — deixo uma tosse carregada escapar — preciso ir ao banheiro

—' Tá tudo bem?

—Sim, não se preocupa — me desfaço do seu abraço correndo para o banheiro, a dor de cabeça se alastrou transformando-se em uma enxaqueca pesada fazendo com que agora eu estivesse ajoelhada diante do vaso jogando todo o chá que eu bebi mais cedo fora

Cariño — sinto mãos grandes segurar o meu cabelo o afastando do meu rosto — Quer que eu te leve ao médico?

—Não precisa, estou bem. Só preciso de um remédio para dor de cabeça, eu sempre passo mal quando estou com enxaqueca.

—Vem, vou te ajudar a levantar

Seguro sua mão enquanto ele me ajuda a ficar de pé, dou descarga e me direciono até a pia para escovar os dentes. Gavi me abraça por trás deixando alguns beijos pelo meu ombro

—Se sente melhor? — assinto com a cabeça enquanto escovo os dentes — não gosto de te ver assim. Queria pode fazer algo a mais para te ajudar

Termino de escovar os dentes e me viro para ele, suas mãos ainda estão em minha cintura quando eu abraço ele afundando minha cabeça em seu peito.

—Voce já está fazendo demais estando aqui comigo. — murmuro contra seu peito — Preciso voltar para a cama.

—O que acha de irmos lá para baixo hum? Você toma um remédio e fica deitada no meu colo lá no sofá, pelo menos assim eu posso conversar com seus pais e cuidar de você ao mesmo tempo

—Pode ser

—E eu vou fazer alguma coisa para você comer, está fraca e precisa se alimentar

—Sabe o que seria perfeito agora? — ele murmura um hum contra meus lábios quando eu aproximo meu rosto do dele — aquele queijo quente que só você sabe fazer

—Seu desejo é uma ordem corazon

Sorrio animada e de mãos dadas descemos para a sala. Minha mãe estava na cozinha pintando alguma quadro usando o balcão como apoio para sua tela, e meu pai no sofá assistindo a um reprise do último jogo do Grêmio contra Corinthians. Em alguns momentos ele curtia avaliar o futebol brasileiro.

—Ah que bom que você saiu da cama querida. Está se sentindo melhor?

—Estou mãe. Gavi vai fazer algo para a gente comer, querem também?

—O que você vai aprontar nessa cozinha, garoto?

—Queijo quente

—Hum.. seja bem vindo ao último teste então. Se você agradar meu estômago, será aceito na família

—Lígia — meu pai a repreende — não ligue para o que ela fala, Pablo.

—Ligue sim. Precisa da aprovação do meu estômago para namorar minha filha. Preciso ter certeza que ela será muito bem alimentada.

—Oh se vai — dou um tapa no seu braço quando ele sussurra a frase só para eu escutar —Ai! Tenho certeza que a senhora vai amar, dona Lígia

—Senhora não, me sinto velha. Pode ser só Lígia, eu já disse que não quero formalidades por aqui. Bom, vou tirar minha bagunça para vocês fazerem o que quiserem nessa cozinha. Não o que quiserem por favor, tem pais vigiando

Escondo meu rosto no pescoço de Gavi que tenta conter que a risada saia de sua boca. As vezes minha mãe fala as coisas sem pensar, com total tranquilidade.

—Só preciso que você me fale onde ficas as coisas

—Sim senhor — me sento no balcão — a frigideira tá naquele armário ali, o pão no armário de cima e o resto na geladeira. Por favor, não coloca fogo na minha casa

—Relaxa, eu sou ganhador de programa de culinária, sabia não?

—Aham claro, e qual era o programa? O pior cozinheiro da Europa?

—Vai ficar sem queijo quente também

—Não não, sua namorada linda maravilhosa está doente, e necessitando de um queijo quente — começo a brincar com as pontas do meu cabelo me distraindo das coisas ao meu redor — vou voltar para a cor natural do meu cabelo

—Posso ser sincero? A cor natural da de dez a zero no loiro. O loiro não combinou nadinha com você. Mas está linda do mesmo jeito

—É oficial, a única loira gata que eu conheço é a a Taylor Swift e a Sydney Sweeney

—Está conhecendo poucas loiras então

—Como é Pablo Gavi?

—Modo de falar corazón, modo de falar. Aqui está seu queijo quente — ele me entrega um prato com o sanduíche — não esquece de..

—Ai, queimei minha língua

—Assoprar — ele termina a frase contendo a risada — eu tentei avisar, quer uma água?

—Acho que um beijo seu sara mais rápido

—Então pera, deixa eu queimar minha língua também, aí vai ser necessário dois beijos — reviro os olhos e aproxima nossos lábios

—Você não precisa fazer isso, se pedir com carinho pode ganhar quantos beijos quiser

—Então por favor cariño, dame muchos besos

—Seu pedido é uma ordem, amor — acabo com a distância entre a gente com um selar de lábios , demorado e apaixonado

—Vocês não iam cozinhar?

   A voz de meu pai faz a gente afastar o beijo mas ainda deixando as testas  coladas. Dou uma risada baixa sentindo minha bochecha corar ao saber que meu pai viu a cena.

—Essa é uma casa de família garoto, ao menos esperem até eu ou Lígia não estarmos olhando por favor

—Sim senhor

—Eu e sua mãe vamos ao mercado, ai sim você estão liberados para fazerem o que quiserem nessa cozinha. Juízo

—Compra torrada

—Não

—Também te amo pai

Voce agora vai tomar remédio. Naquela sacolinha tem xarope, remédio para febre e dor de cabeça.

—Obrigada por cuidar de mim

—Sempre mi amor

***

Vamos Catalina! Que enrolação pra se arrumar garota — Minha mãe bate na porta do banheiro

Era véspera de Natal e íamos para Barcelona jantar na casa dos Paez Gavira. Ontem eu comecei a melhorar da gripe forte e hoje estou bem melhor, porém meus pais e Pablo ficaram muito preocupados com a minha saúde.

—Estou quase mãe, mais uns minutinhos

—Você está a quarenta minutos nesse banheiro. Espero que saia daí igual a Adriana Lima pela demora toda — abro a porta do banheiro e minha mãe abre e fecha a boca

—O que achou?

—Você estão tão crescida minha filha — a mulher me envolve em um abraço apertado — minha nossa, que mulher você está se tornando

—Para mãe

—É sério, você está linda. E obrigada por ter voltado com o cabelo natural. Aquele loiro te apagou

—Sera que podemos lembrar que a ideia da mudança radical foi sua?

—Mas era só em terras brasileiras. Como eu tenho orgulho da mulher que você está se tornando Catalina. Tanto orgulho. E olha, você vai matar o coitado do Pablo com essa roupa viu

A roupa em questão era um vestido longo, vermelho cor de tomate, de alças grossas, alguns babados que trançavam a cintura do vestido e um abertura na perna direita. No pé eu usava eu rasteirinha branca e o batom em meus lábios combinavam com a cor do vestido.

—Preciso de um namorado vivo. Então espero que ele só desmaie. Agora sim, estou pronta. Podemos ir?

—Por favor, seu pai estava quase botando ovos na sala de estar.

—Vocês são dois dramáticos.

—Obrigada, vou levar como um elogio.

   Pego meu celular enviando uma mensagem rápida para meu namorando avisando que estamos saindo de casa. Eram seis horas agora e estava previsto para chegarmos em Barcelona por volta das oito horas. Peguei o presente do garoto em cima da cama e desci as escadas rapidamente.

—Finalmente. Que demora foi essa...Ah como você está linda hija. Uma princesa

Gracias Papa.

—Agora vamos, não podemos chegar atrasados.

—Respira mãe. Já avisei Pablo que estamos indo.

Entramos no carro. Meu pai dirigindo em silêncio, minha mãe cantando as músicas brasileiras dela da Legião Urbana e Rita Lee, e eu conversando com Sira por mensagem. Chegamos em Barcelona em torno de três horas depois indo diretor pra a casa da família de Pablo. Eu sempre fui na casa dele, mas nunca havia ido na casa de sua mãe.

Estacionamos em frente a casa, era uma casa não tão grande, típica da região da Catalunha. Ambientada em meio algumas árvores, possuía dois andares e tinha um quintal enorme. Era como se eu estivesse dentro de um romance como cartas para Julieta.

—Vocês chegaram! — Aurora aparece na porta de casa — já estava ficando preocupada, achando que vocês tinham se perdido.

—Demoramos um pouco para sair de casa. Você está tão linda — a mais velha me dá um abraço

—Você está maravilhosa Lina. Gavi vai ficar maluco. Pergunta rápida, sua mãe entende o espanhol catalão né?

—Se você conseguir tentar falar mais simplificado melhor

—Está bem — ela sorri e vai em direção a minha mãe — boa noite dona Lígia

—Você deve ser an Aurora, não é? Tão linda.

—Eu mesma. Muito obrigada, a senhora também não fica para trás

—Ah querida não é pra tanto — ela deixa um abraço em minha cunhada

—Aurora!

—Oie Carlos. Vamos gente, vamos entrando. — meus pais vão na frente e Aurora fica atrás comigo — sou curiosa sim, o que é o presente?

—Sabe as chuteiras de Iniesta?

—Não brinca!

—Encontrei uma réplica delas. Acha que Pablo vai gostar?

—Gostar? Ele vai amar! — entramos na casa e fomos direto para a sala onde Pablo estava com sua mãe , e Javi, namorado da Aurora — pode parar de pirar Pablo, sua querida está aqui

Dios... está linda. Eu estou sem palavras

   Solto um sorriso envergonhada. Ele deixa um beijo rápido em meus lábios antes de ir cumprimentar meus pais, aproveito para cumprimentar o namorado de Aurora e a senhora Paez.

—Como você está linda querida — minha sogra diz me abraçando forte — Pablo soube muito bem usar a cabeça quando decidiu escolher você

—Mãe! Vai deixar ela com vergonha

—Pablo não se mete

—Mãe, Isabel falou que está chegando. Atrasou por que Juan teve que trabalhar hoje.

    Arqueio a sobrancelha e encaro Gavi e Aurora ao mesmo tempo , curiosa sobre quem é Isabel, ou Juan.

—Isabel é nossa prima — Pablo responde me abraçando por trás — como minha tia não está na cidade, ela, o marido e a filha vão passar o natal com a gente. Tudo bem para vocês né?

—Claro, a casa de vocês. Vamos ficar felizes em conhecer outras pessoa da família.

—Martina deve estar tão fofinha. — Aurora comenta e se afasta indo até Javi se sentando ao lado dele no sofá

—Se sentem, fiquem a vontade, vou até a cozinha terminar o jantar

—Eu ajudo — minha mãe se oferece e segue a senhora Gavira até a cozinha.

—Pelo visto o velhote aqui sobrou.

—Para com isso pai. Você pode conversar com a gente ué

—Vocês jovens são difíceis de conversar sabia? — Encosto minha cabeça no ombro de Pablo quando me sento ao lado dele no sofá — vou ver se as mulheres precisam de alguma ajuda na cozinha

—Então, como tem estado o relacionamento depois de toda aquela loucura de conquista?

—Até Javi está sabendo?

—Achou mesmo que Aurora não fosse mostrar o incrível poema que eu escrevi? Faltou só virar manchete de jornal, corazon

—E a foto? Você imprimiu? — Aurora me questiona e eu nego com a cabeça rindo — eu definitivamente não consegui decidir o que foi melhor naquela lista.

—Tudo naquela lista foi inesquecível

—Você se superou Lina — a irmã mais velha do meu namorando diz rindo mas é interrompida pela campainha tocando — deve ser a Isabel, vou lá atender.

—Eu trouxe um presente pra você

—Hum, por acaso seria aquela caixa que você deixou em cima do balcão? — assinto — também tenho um presente para você, mas está lá no meu quarto. Aliás, eu acho que já está na hora de você abrir ele

—Mas já?

—Aham. Eu vou la buscar ok?

—Vou ficar esperando.

—Bom Isa, você veio em um bom dia. — Aurora volta para dentro de casa, dessa vez acompanhada de um casal e uma bebê no colo da mulher que deveria ser Isabel

Isabel é da altura de Aurora, considerado uma altura mediana. Tem os cabelos castanhos ondulados, usa um vestido azul longo soltinho, tem uma aparência bem jovem. Me lembra muito Aurora . Segura uma neném no colo de aproximadamente 1 ano.

—Essa aqui é a Catalina, namorada do Pablo

—Oi — ela diz simpática e entrega a bebê, para quem deve ser seu marido, para me envolver em um abraço

  Essa família ama um abraço não é

—Prazer em te conhecer Isabel

—Pode me chamar só de Isa

—Então pode me chamar só de Lina. A neném é sua? — ela assente pegando a bebê de volta — ela é tão linda

—Ela é, Martina é a coisa mais preciosa da minha vida. Pena que puxou o pai

—Ei! — o homem a repreende rindo — sou Juan

—Catalina

Cariño voltei com seu presente. Oi Isa, oi Juan

—Oie Pablo. Então a criança finalmente aquietou. Obrigada por existir viu Catalina, esse menino precisava de uma motivação para parar com a vida de cachorro

—Vocês falam como se eu fosse o pior cara possível. Foi mal ai gente, eu tentei tá bom? Bom, aqui está seu presente corazón

  O garoto me entrega uma caixa pequena. Quando pego a caixa na mão ela começa a se mexer, olho curiosa para ele colocando a pequena caixa no chão e abrindo a mesma. No momento em que um filhote de cachorro sai lá de dentro meio atordoado, eu sinto meus olhos marejarem.

—Amor.. não acredito. Um cachorrinho

—Gostou?

—Eu amei! — pego a bola de pelo marrom no colo. Ele era tão pequeno, tão peludinho, tão fofo — é fêmea ou macho?

—Macho

—Oi bebê. Você vai se chamar Niall

—É sério isso? O nome do cachorro vai ser o nome de um dos cantores da One Direction?

—Não se esqueça que foi graças a ele que voltamos Pablito — aperto a bolinha de pelos em meu colo — eu amei ele. Obrigada Gavi

—Fico feliz que gostou

     Vejo a neném no colo de Isabel se mexer para descer do colo da mãe, tão apaixonada pelo cachorro quanto eu.

—Você quer brincar com ele Tina? — a neném bate palminhas animada

—Pode pegar ela no colo se quiser, Lina. Tina é tranquila em relação a isso

—Posso mesmo?

—Claro — ela me entrega a bebê e eu a pego com cuidado me sentando no sofá a ajeitando em meu colo

   Pablo se senta ao meu lado com o cachorrinho no colo. Martina brinca com a cachorro que lambe a mão dela fazendo a bebê soltar uma gargalhada, o que faz meu peito apertar em amor. Sempre tive o sonho de montar uma família, e agora vendo Pablo brincar com Martina e Niall me faz aumentar mais a vontade ainda de ter uma familia, uma família com ele.

  —Você gostou da Tia Lina? — Pablo pergunta para neném que bate palminhas — como pode você ser a criança mais fofa que eu conheci hum

—Vocês já pensaram sobre terem filhos?

    A pergunta de Isabel me atinge. Por mais do meu sonho, eu e Pablo nunca tocamos nesse assunto de maneira séria. Ele as vezes comenta sobre querer filhos, mas nunca sentamos de fato para conversar sobre esse assunto. Percebo que Gavi também se sente pego desprevenido.

—Não é algo que a gente conversou, mas é um sonho que eu tenho.

  —Você seria uma ótima mãe Lina.

      Solto um sorriso sincero com o comentário de Isabel e volto minha atenção a Martina. Niall havia descido do sofá e agora a bebê brincava com as mãos de Gavi que fazia algumas gracinhas com ela.

  —Ela está certa — Pablo sussurra para mim — você seria uma ótima mãe

  —Voce acha?

—Com certeza

  —Mas e você? Quer ser pai?

    Gavi fica em silêncio. O silêncio dele aperta meu coração. Será que Gavi não quer ser pai? Será que se algum dia tivermos filhos vai ser só por que eu quero?

  —Quero ué —A resposta dele não foi tão convincente. Finjo que a resposta dele não me atingiu de maneira ruim e volto a brincar com a bebê

—Vocês podem ficar com ela um pouquinho mais? Senhora Paez quer que eu prepare o doce especial de Natal.

—Podemos sim, sem problemas Isa

    A bebe começa a brincar com meus dedos mas logo percebo ela ficar sonolenta. Ajeito ele em meu colo vendo ela adormecer aos poucos.

—Aurora tem algum quarto para eu colocar ela para dormir

—Tem sim. Vou te levar até

    Aviso Isabel que estou levando Martina para o quarto pois ela dormiu, ela entrega a babá eletrônica para Aurora e subimos até o quarto. Ajeito a bebê no quarto que era de minha cunhada e organizo travesseiros ao redor dela para montar uma barreira evitando que a bebê caísse da cama.

  —Vou descer já

  —Vou ligar aqui a babá eletrônica e já desço.

—Tá bom.

     Ligo a babá e certifico que a imagem da bebê esteja aparecendo no monitor.

—Ei, podemos conversar? — Gavi aparece na porta do quarto , com os braços cruzados

—Vamos para outro lugar, se não ela pode acordar. — Saio do quarto encostando a porta. — só vou entregar o monitor para a Isabel, já venho

  Desço as escadas e deixo o monitor em cima do balcão. Isabel agradece e eu volto para o andar de cima, não encontrando Gavi. Porém tem uma porta aberta no fim do corredor, imagino que é lá que ele esteja.

   Adentro o quarto, Pablo está deitado na cama mexendo no celular. É um quarto não muito grande, tem uma cama de solteiro, um guarda roupa grande, uma mesa com cadeira e computador gamer, em cima da cama tem alguns quadros do FC Barcelona, e na mesinha dois porta retratos. Demoro um tempo para raciocinar que é o quarto do meu namorado, de quando ele ainda morava com a mãe.

  Observo a foto de um dos quadros,  tem duas crianças, e identifico como Pablo e Aurora. Ele está com um pano enrolado por cima da roupa e um amarrado na cabeça , como um pirata. Ela tem um lençol amarrado como um vestido por cima da roupa, um cinto provavelmente feito por ela mesma e correntes.

  O outro quadro está Aurora e Gavi, ao lado da mãe e de um homem que suponho ser o pai deles. A foto Pablo parece estar mais novo, então suponho que é de quando os pais ainda estavam casados.

—É uma das últimas lembranças que tenho de nós quatro juntos — ele murmura me abraçando por trás pegando o quadro de minha mão

—Vocês se parecem muito

Ele não diz nada, apenas coloca o porta retrato de volta na mesinha e vai até a cama fazendo sinal para eu me sentar do lado dele.

—Eu vi que você ficou chateada com o meu silêncio aquela hora que Isabel perguntou sobre filhos. Desculpa Lina, de verdade. Eu sei que nós nunca conversamos sério sobre isso, mas eu quero ter filhos, sempre tive o sonho de ser pai, é só que..

—Você tem medo de ser como ele

—Sim..

Envolvo meu namorado em um abraço apertado e reconfortante, ver o medo que ele tem de ser pai por conta do pai dele despedaça meu coração em milhares de pedacinhos.

—Me desculpa por isso Lina, mas se algum dia acontecer, se algum dia tivermos filhos eu te prometo que eu vou estar pronto, eu vou fazer de tudo para ser um ótimo pai para nossos filhos

—Eu estarei ao seu lado te ajudando nisso, o tempo todo.

Eu amo esse garoto, e agora nessa situação, sinto cada vez mais vontade de falar isso para ele, mas ainda me falta coragem.

A verdade é que estou esperando que Pablo diga primeiro. Talvez isso seja um resquício de insegurança pelo que aconteceu em Novembro. Pablo me rejeitou, e muitas vezes tenho medo que isso aconteça de novo. Tenho medo de ser vulnerável, de entregar a ele meu coração e recebe-lo de volta.

Então fico quieta apenas aproveitando aquele momento, o calor daquele abraço que fazia tudo se tornar melhor.

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