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Capítulo vinte e dois
POV - Catalina Belchior
A primeira coisa que faço ao sair do estágio na segunda feira é mandar uma mensagem rápida para um tal de Pablo Gavi.
Eu: tá em casa?
Ele: to
Eu: passa o endereço, em algumas horas chego em Barcelona
Pablo leva quase um minuto inteiro para responder
Ele: e se eu não quiser receber visitas?
Eu: Sério? Depois de tanto flertar vai mesmo dizer não?
A mensagem seguinte aparece no mesmo instante. Com o endereço. Meu próximo passo é pegar um trem até Barcelona, em geral não me importo de pegar uma viagem de duas horas e meia, mas estou com raiva o suficiente para ter que ir até outra cidade, com raiva e irritada. E completamente pasma.
Sabia que Javi que não tinha ficado feliz pelo ocorrido na festa, mas ele não me deu qualquer indicação de que aquilo seria o fim. Na verdade, foi bem compreensivo quando expliquei minha história com Pablo na volta para casa. O que torna o que aconteceu vem vezes mais desconcertante.
Quando chego ao destino, tenho que pegar um táxi para ir até o apartamento de Gavi. É a primeira vez que vou lá, e assim que chego, faço uma breve avaliação do lugar e toco o interfone.
—Oi — a voz sai do interfone
—Abre ai
—Sim senhorita
Entro no elevador e sigo em direção a porta do apartamento, 366, bato na porta e um entra sai de dentro do apartamento. Pablo está deitado no sofá , os joelhos dobrados equilibrando um livro aberto. Está com a testa franzida, como se estivesse concentrado na leitura, mas ao ouvir meus passos, volta o rosto na direção da porta.
—Chegou rápido — ele joga o livro de lado e fica de pé
—Qual é o seu problema? — esbravejo, em vez de dar oi — Você foi até Javi declarar suas intenções?
—Claro. Era coisa certa a se fazer. Não posso sair correndo atrás da garota de outro cara pelas costas dele.
—Não sou a garota dele — retruco — Saímos uma vez! E agora nunca vou ser a garota dele, porque Javi não quer mais sair comigo.
—Como assim? — ele parece assustado — Que decepção! Achei que ia dar mais trabalho.
—Sério? Você vai fingir que tá surpreso? Ele não quer mais sair comigo porque você falou para ele que não podia, seu idiota!
—Não falei nada disso
—Falou sim
—Foi o que ele disse?
—Não exatamente
—Certo. Bem, então o que foi que ele disse exatamente?
Cerro os dentes do tanta força que minha mandíbula dói.
—Que vai pular fora, porque não quer se envolver numa história tão complicada. Eu disse que não tem nada de complicado nisso, já que não estamos juntos. — minha irritação só aumenta — aí ele insistiu que eu tenho que te dar uma chance, porque você é... um Cara legal que merece outra chance
Pablo abre um sorriso.
—Tira esse sorriso da cara. Você colocou essas palavras na boca dele. O que você falou para ele Pablo?
—Ele é legal. Na verdade, agora que fiquei sabendo que ele pulou fora, acho o cara mais legal ainda. Não pedi nada, mas ele deve ter sacado o que você se recusa a ver.
—O que? — murmuro
—Que você e eu somos perfeitos um para o outro.
Não tenho palavras para isso. Não consigo transmitir com precisão o que estou sentindo. Solto o ar tentando me acalmar.
—Você me usou
—Involuntariamente. E to tentando compensar isso.
—Como? Me convidando para sair? Comprando Muffins e me beijando em festas? Não sei nem se você gosta de mim Pablo. Essa coisa toda parece girar inteiramente em torno do seu ego. O único motivo por que me viu de novo depois daquela primeira noite foi porque não conseguia lidar com o fato de que não transamos.
Suspiro, estou tão exausta que mal consigo pensar.
—E na festa, quando me viu com alguém, quis marcar território, ou algo do tipo. Tudo o que você faz é para si próprio, e não porque sente algo por mim.
—Não é verdade. Lembra dos nossos momentos no Catar, Lina. Eu te apresentei para minha mãe, te beijei em meio a multidão, pedi a permissão do seu pai para me relacionar com você Lina. Eu gosto de você Catalina.
—Por quê? — eu o desafio — Por que você gosta de mim?
—Porque... — Ele leva a mão ao cabelo escuro — Você é divertida. É inteligente. Doce. Me faz rir. Ah, e só de olhar para você eu fico louco.
—O que mais?
—Não sei direito, a gente não se conhece muito bem, mas gosto de tudo que sei sobre você. E tudo o que não sei , quero descobrir.
Parece sincero, mas uma parte minha ainda não confia nele. Sou a Catalina magoada e humilhada, de novo. A Catalina que disse que era virgem, e depois o viu pular fora da cama, como se ela estivesse coberta de formigas. Enquanto ele dizia que estava afim de outra.
—Me da outra chance — seu tom de voz é suplicante — Deixa eu provar que não sou um idiota egocêntrico.
Hesito.
—Por favor. Me diz o que preciso fazer para você sair comigo, e eu faço. Qualquer coisa.
Bem. Isso é interessante.
Não sou do tipo que faz joguinhos. Não mesmo. Mas não posso lutar contra essa desconfiança irritante, a voz cinica na minha cabeça me avisando que não tem boas intenções. No entanto, não consigo dizer não de novo, porque outra parte de mim, aquela que ainda sente algo por Gavi, quer dizer sim.
—Qualquer coisa?
—Qualquer coisa, linda. O que você quiser.
Uma ideia martela na minha cabeça. É uma loucura, um ultraje até. Mas, pensando bem, se Pablo não for capaz de enfrentar alguns obstáculos simples, então talvez não mereça outra chance.
—Tá bom então. Fica de olho no seu E-mail. Tchau Gavi
—Pera, o que?
Mas eu já havia deixado o apartamento dele.
🇧🇷🇪🇸🇧🇷🇪🇸🇧🇷
01. O que será que Catalina vai aprontar??
02. Gavi não tem vergonha na cara, tivemos a certeza disso hoje
03. Capítulo pequeno que foi mais o início da terceira parte dessa fanfic, Gavi tentando reconquistar a Lina.
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