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08 - Como uma boneca

O corpo às vezes nos trai.

Eu descobri isso naquele dia. Por mais que minha mente dissesse que eu o odiava, o repudiava, queria ele morto, eu não conseguia separar os meus lábios dos dele. Nem minhas mãos dos seus cabelos. Sentindo meu corpo inteiro aquecer e implorar por mais.

Eu não o afastei, não pedi para parar. Nem quando sua mão estava dentro da minha calcinha ou quando ele mordeu meu pescoço. Mas como nada com Moretti era simples, ele parou e ficou olhando para mim com a expressão satisfeita enquanto meu rosto incendiava.

— Viu? Isso é um beijo de verdade.

— Você... eu não acredito! Fez isso para zombar de mim? — Olhei para ele completamente envergonhada.

— Não, te mostrei o que é um beijo de verdade e você gostou. Gostou muito. Agora vamos dormir. — Ele me puxou me abraçando por trás e pude sentir que ele ainda estava duro, o que me causava uma estranha sensação. Mal consegui dormir aquela noite. Eu só pensava naquele maldito beijo.

Quando acordei pela manhã, ele já não estava no quarto. Deixou apenas um recadinho: Vista-se como quiser hoje. Eu ri pelo nariz e fui para o que deveria ser o meu quarto e escolhi algo menos sensual, algo difícil em meio às escolhas dele. Acabei achando uma blusa azul clara de seda e uma calça branca.

Desci as escadas já me preparando mentalmente para o dia que viria. Respirei fundo e vi Isabel já me aguardando no pé da escada.

— Bom dia... Tem visitas, senhorita.

— Bom dia, Isabel. Visitas?

— Está te aguardando no jardim para tomar café com você.

Saí um pouco ansiosa. Queria que fosse minha família, meu pai, meu irmão ou pelo menos um rosto conhecido. Quando vi quem era, abri um sorriso sincero. Sentada observando o jardim, usando um vestido longo roxo e com uma barriguinha saliente. Seus cabelos ainda mais longos do que eu me lembrava e ali percebi que a gestação realmente deixava algumas mulheres ainda mais deslumbrantes.

— Elena! — Eu corri até ela e a abracei fortemente. — Tô tão feliz em te ver aqui.

— Serena!

— Você está lindíssima. Está... grávida?

— Sim! De 4 meses! Eu e Salvatore estamos tão felizes que parecemos dois bobos.

— Como soube que estava aqui?

— O Vince pediu que eu viesse, porque você estava se sentindo sozinha.

— Ele pediu...? — Eu fiquei surpresa com isso e depois disso pensei bem no que ia dizer. Por mais que Elena fosse uma amiga muito querida, ela era esposa do Rossi. E certamente eu não era a prioridade.

— Sim. Estava preocupado com você.

— Entendi. Vamos tomar café. — Apontei para a mesa. Ela sentou-se e colocou as mãos na barriga.

— Ai vamos, gravidez dá uma fome.

— Já sabe o que é?

— Ainda não. Mas acho que é menino. Salvatore acha que é menina.

Fabrizio estava parado próximo a nós o tempo todo. E havia um segurança com ela também. Um jovem de cabelos castanhos claros que não parecia ter mais de 20 anos.

— Você já se acostumou em ter um segurança? — Perguntei olhando para o rapaz.

— Acostumei. Às vezes nem lembro que o Ian está aqui.

— Eu acho que nunca vou me acostumar.

Ela se endireitou na cadeira e se aproximou de mim abaixando o tom de voz.

— Eu soube como você veio parar aqui. Eu sinto muito.

Eu senti os meus lábios tremerem discretamente e olhei para os lados. — Eu estava no meu noivado, Elena. Eu nem vi o que aconteceu direito. Só sei que no fim eu fui obrigada a vir para cá.

— Eu também não vim para cá porque quis. Você se lembra como foi.

— Mas... Loren veio atrás de você. Deveria ter voltado com ele.

— E começar uma guerra? Às vezes a vontade da gente tem que ficar em segundo plano. No fim, acabei me apaixonando de verdade pelo Salvatore e hoje não consigo viver sem ele.

— Mas o começo foi difícil, né?

— Foi e não. Salvatore conversou comigo e me disse que ele não pediu por essa situação, mas ele faria de tudo para que eu me sentisse à vontade. Ele me trata como uma rainha.

Cada um tem o rei que merece pelo visto. Não quis dizer a ela que meus primeiros dias ali foram o verdadeiro inferno e que Moretti tinha uma personalidade estranha e problemática.

— Entendo. Moretti também tem se esforçado muito.

— E os preparativos para o casamento? Moretti disse que era para eu te ajudar com os detalhes do casamento.

Lena sorriu, tentando aliviar a tensão. Eu retribui o sorriso. — Vamos então? Temos muito o que fazer e não tenho a menor ideia de como começar.

Depois do café, saímos juntas de carro e depois seguimos caminhando pelas ruas movimentadas da cidade, sendo seguidas de perto por Fabrizio e Ian. O sol brilhava intensamente, refletindo nas vitrines das lojas. A primeira parada foi em uma loja de vestidos de noiva. A vitrine exibia modelos deslumbrantes, com rendas delicadas e bordados brilhantes, mas eu não conseguia sentir nada além de pesar. Eu tinha pensado em cada detalhe com o Ren.

— Vamos começar pelos vestidos? — sugeriu Elena, puxando-me pela mão.

Entramos na loja e fomos recebidas por uma vendedora simpática que nos mostrou uma variedade de vestidos. Experimentei vários modelos, cada um mais bonito que o outro. Lena ajudava a ajustar os vestidos e dava sua opinião sincera.

— Esse ficou perfeito em você! — exclamou Elena, quando encontrei um vestido que parecia ter sido feito sob medida para mim. Era um modelo clássico, que realmente combinava comigo, se fosse Moretti a escolher seria provavelmente o vestido mais sensual dali.

Depois de escolher o vestido, fomos para a próxima loja, onde escolhemos os sapatos e os acessórios. Lena tinha um ótimo gosto e me ajudou a encontrar tudo o que eu precisava para o "grande dia". Chegava ser irônico.

— Agora, vamos ver as flores? — perguntou Elena, enquanto saíamos da loja de acessórios.

Fomos até uma floricultura encantadora, cheia de flores de todas as cores e tipos. O aroma doce das flores preenchia o ar, criando uma atmosfera mágica. Escolhemos buquês de rosas brancas e lírios, que combinavam perfeitamente com o tema do casamento. Acho que Lena deveria ter escolhido essa profissão, ela era perfeita nisso.

— Acho que estamos quase prontas, só falta o bolo — disse Elena, olhando para a lista de preparativos.

Nossa última parada foi em uma confeitaria famosa na cidade. Experimentamos vários sabores de bolo até encontrar o perfeito: um bolo de baunilha com recheio de frutas vermelhas e cobertura de chantilly. Fizemos a encomenda e saímos da confeitaria.

— Foi um dia produtivo, não foi? — perguntou Elena, sorrindo.

— Sim, foi maravilhoso. Obrigada por toda a ajuda, Elena. Não sei o que faria sem você.

E não sabia mesmo, por mim ele escolheria tudo, até a cor dos esmaltes que eu ia passar. Depois fomos almoçar juntas e botamos as fofocas em dia. A conversa fluía naturalmente, que nem parecia que eu estava literalmente presa por um contrato ridículo. Em um momento de pausa, decidi tocar em um assunto delicado.

— Eu recebi o convite do seu casamento, Lena. Mas, por respeito ao Loren, que gostava tanto de você, eu não fui — confessei, olhando para o prato.

Lena suspirou e assentiu. — Eu entendo. Foi praticamente pelo mesmo motivo que eu não fui ao seu noivado, Serena.

Senti um aperto no peito e abaixei a cabeça. — Eu nem tive um noivado de verdade. Tudo aconteceu tão rápido... — minha voz falhou um pouco.

Lena colocou a mão sobre a minha, com um olhar de compaixão. — Sinto muito, Serena. Eu realmente sinto.

Respirei fundo, tentando afastar a tristeza. — Você se arrepende de ter casado, Elena?

— Casar com Salvatore foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Ele me faz feliz de uma maneira que eu nunca imaginei ser possível.

— Fico feliz por você — respondi, sinceramente. — Você merece toda a felicidade do mundo.

Elena apertou minha mão, e naquele momento, senti que nossa amizade era mais forte do que eu pensava, havia muita empatia em seu olhar e eu tinha a sensação que ela sabia exatamente com quem eu estava lidando, mas ali naquele momento, não tive coragem de perguntar. Terminamos nosso almoço e seguimos de volta.

Ao chegar na casa seguimos para o quarto para levar as compras. O vestido tinha que terminar os ajustes ainda e ela se ofereceu para me ajudar com o restante. Até me sugeriu contratar uma cerimonialista. Quando chegamos ao meu quarto, senti as bochechas esquentarem e pensei como ia fazer aquela pergunta.

— Elena?

— Sim?

— Sua primeira vez foi com quem?

— Com Salvatore. Eu lembro que eu quase me entreguei ao Loren. Mas teria me arrependido. Eu e Salvatore nos completamos.

— E o que você sente quando ele te beija?

— Sinto que vou incendiar. Se o beijo demorar muito as roupas parecem que saem automaticamente. — Ela deu uma gargalhada.

— Deve ser bom.

— Não beijou o Moretti ainda? — Ela perguntou e eu tentei disfarçar. O que eu ia dizer? Que ele me beijou e eu quase me derreti?

— Ainda não.

— Quando beijar você vai ver. Quando Salvatore me beijou pela primeira vez, eu ainda estava meio insegura e com medo. — Os olhos dela brilhavam como duas estrelas e pude ver que ela realmente amava o marido. — Eu cheguei na casa dele com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ele me deixou no quarto durante o dia e depois trouxe uma caixa de chocolates e me disse: "sei que vai ser difícil para você, esse mundo nosso é injusto principalmente para as mulheres, mas farei o possível que seus dias aqui comigo sejam os melhores e quando você não puder me amar, eu te amarei em dobro."

— Nossa. — Senti uma pontada de inveja, eu não nego. Principalmente quando lembro que entrei ali literalmente arrastada.

— A gente conversou a noite toda. Ele me disse coisas tão doces e tão gentis... Aí ele me perguntou se podia me beijar. Queria saber como era o toque dos meus lábios. E quando ele me beijou, Serena... Nossa! Eu senti tudo ao mesmo tempo, todas as sensações boas possíveis. Como se eu estivesse flutuando.

Lena amava Salvatore, como eu pensei que amaria o Ren. Como imaginei que seria nosso casamento. Ao invés disso, vi Moretti comer outra mulher na minha frente. Eu abaixei o olhar e dei um sorriso fraco.

— Fico muito feliz por você. — Eu tirei mais algumas coisas das sacolas de compras e hesitei com a próxima pergunta. — Você conhece o Moretti? Tipo... o que sabe sobre ele?

— Eu não sei muito. Só que ele e Salvatore são melhores amigos desde pequenos e que Salvatore mataria qualquer um por causa dele. E o Vince faria o mesmo por ele.

— Você sabe o que o Ren fez? Para que Moretti o odiasse tanto?

— Não, mas... — Ela abaixou o tom de voz e olhou para a porta. — Posso tentar descobrir para você.

— Faria isso por mim?

— Claro. Mas... quer um conselho?

— Por favor.

— Esquece o Ren. Você é noiva do Moretti agora.

— Ele... me obrigou, Elena. — Eu disse com os olhos lacrimejando.

— Eu sei, Serena. Mas é a Máfia. Nascemos neste mundo e sabemos bem como funciona. As regras são eles que fazem, nós apenas cumprimos. Lembra o que aconteceu com sua mãe?

Como esquecer? Minha mãe estava infeliz no casamento e se apaixonou por outro homem. Quando meu pai descobriu os dois morreram num suposto acidente de carro. Mas todo mundo sabia quem tinha feito aquilo.

— Eu lembro, Elena.

— Então aceite seu destino e tente ser feliz.

— Foi o que você fez?

— Não me complique, Serena. Eu estou feliz e é só o que preciso saber. — Lena disse com as sobrancelhas franzidas.

— E é só isso? E nossas vontades?

— Serena! Se não mudar seu ponto de vista, pessoas que você ama vão morrer e você não poderá fazer nada para impedir! Siga as regras, vista roupas caras, joias, faça compras, dê para ele quando ele quiser e seja fiel. Ouviu, Serena?

Era mais uma ameaça do que um conselho. Dava para ver o medo nos olhos dela.

— Elena... você... Poderia ter sido feliz com Loren. Não pensa nisso?

— Tem um filho na minha barriga. Ele é a coisa mais valiosa que eu tenho. O resto não importa. — Ela limpou as lágrimas. — Agora, vamos repassar o que já fizemos.

— Claro.

Seguir as regras.

Ser fiel.

Ser uma boneca.

Minha vida pelo visto seria servir a um líder mafioso e suas vontades excêntricas. Quando o fim do dia chegou, Lena se despediu de mim, me senti mal por mais cedo. Acho que extrapolei.

— Me perdoe, Elena. Eu acho que excedi os limites.

— Não se preocupe. O começo é difícil mesmo, mas depois vai ser feliz. Eu acredito nisso.

— Volte, Elena. Por favor. — Pedi quase implorando.

— Claro. Estarei sempre aqui.

Eu senti um aperto no peito quando vi ela sair. A minha rotina voltaria ao normal, as mesmas regras, sendo vigiada 24 horas por dia. Me sentei no jardim observando as carpas. Enquanto observava as carpas nadando, não pude deixar de pensar em como minha vida havia mudado drasticamente. A visita de Elena trouxe à tona sentimentos que eu havia tentado enterrar. A realidade da máfia era dura, e eu precisava encontrar uma maneira de sobreviver nesse mundo.

— A visita dela te fez bem. — Fabrizio disse gentil.

— Ela é minha melhor amiga.

— Não leve a mal as coisas que ela disse. Notei que te chateou.

— Por que as coisas tem que ser assim, Fabrizio?

— É a Máfia, senhorita. Aqui não tem tempo para lamentar e nem sofrer. Temos que apenas obedecer.

— Entrou nisso por que quis?

— Não necessariamente. Eu não tive muitas escolhas.

Eu sorri para ele. Um dos poucos sorrisos sinceros que tive até aquele momento. — Quando quiser conversar mais sobre isso, estarei aqui.

— Muito obrigado, senhorita.

Fabrizio retribuiu o sorriso, e por um momento, o peso da situação pareceu diminuir.

— Senhorita? — Ele começou a dizer tomando cuidado com cada palavra. — O homem de ontem, o Carmino?

— O que tem ele?

— Pegaram ele durante a noite e lhe cortaram uma das mãos.

Eu senti o estômago revirar. Foi ali que comecei a entender um pouco como de fato as coisas funcionavam. Mesmo assim, eu precisei sofrer mais para que eu realmente acreditasse.

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