05 - Um homem libertino
Eu duvidei que fosse verdade. Que fosse uma pegadinha ou um sonho pervertido estranho. Mas Moretti estava falando sério, um homem como aquele não fazia pegadinhas. Eu olhei para ele com as sobrancelhas franzidas e as incontroláveis lágrimas de raiva, medo e repulsa escorriam pelo meu rosto.
— Não serei humilhada desse jeito.
— Eu mandei você falar, Serena? — Ele me olhou de um jeito que até a Moira encolheu os ombros. — Mandei? — Eu balancei a cabeça negativamente. — Se não ficar calada, terei de te amarrar e te amordaçar.
— Vince, não me disse que faríamos nada disso. — Moira disse quase sussurrando. Dava para ver que ela buscava cada palavra cuidadosamente. — Ela não precisa passar por um momento desse.
— Moira, eu não pedi sua opinião e não me importa com ela, ache ou pense. Além do mais, não é como se ela nunca tivesse feito isso.
Eu desviei o olhar para baixo. Guardei minha virgindade para o Ren. Desde que meu pai disse que ele era meu noivo. Eu nunca nem tinha visto um homem nu na minha frente. Agora eu estava sendo obrigada a ver um homem que eu simplesmente abominava comer a amante dele bem diante de mim.
— Vince... — Moira começou a dizer. — Sinceramente, ela não parece ser o tipo de pessoa que seja experiente...
Eu ergui o olhar e Moira estava olhando para mim com pena. Acho que estava escrito na minha testa que experiência era algo que eu certamente não tinha. Vince me olhou por cima dos ombros e depois seguiu até mim mais uma vez e me segurou pelo rosto.
— Não mente para mim. Se mentir mando vir um médico aqui amanhã e te examinar inteira. Já esteve com um homem antes? Aquele Ren meteu o pau em você? Hum? Ele era seu noivo, né? Responde!
— Não... — Eu disse num sussurro desejando que o chão se abrisse abaixo de mim e me devorasse.
— Ah... — Talvez um homem normal, teria dito que aquilo era mesmo um absurdo e me deixaria ir embora no mesmo instante. Mas Vincenzo Moretti não era um homem normal. Os olhos dele, estreitos como sempre foram, se arregalaram naquele instante e pude ver sua pupila levemente dilatada. — Que maravilha! Então, eu vou ver o primeiro. Isso me deixa ainda mais empolgado.
Eu desviei o olhar completamente envergonhada, humilhada. Ele se afastou dando dois passos para trás.
— Olhe para mim, Serena, é a primeira vez que vai ver um homem nu na sua frente. Na verdade, venha até aqui.
Olhei para ele desconfiada e pude ver a sua amante em cima da cama tão desconfortável que ele desejava sumir dali tanto quanto eu. Me endireitei na cadeira e me ergui devagar sentindo as pernas trêmulas. Caminhei até ele e fiquei diante dele pela primeira vez desde que cheguei ali. Na maioria das vezes eu estava sendo arrastada, ou estava ajoelhada. Estávamos descalços, eu fiquei parada diante dele e pude ver o quanto ele era alto. Eu alcançava na altura de seus ombros. Senti a respiração quente dele e seu suave perfume invadir meu nariz. Ele se inclinou levemente para a frente e disse quase num sussurro rouco.
— Você vai me despir.
Ergui o olhar para ele no mesmo instante. — Que?
— Vai me despir, Serena. Quero que veja em detalhes.
— Vince, vai transar comigo ou com ela? — Moira perguntou indignada.
— Fique calada, Moira. Deixe a Serena fazer o trabalho dela. — Ele tocou meu rosto e o ergueu para que eu pudesse vê-lo. — Ande logo querida, Moira já está impaciente.
Há um ditado que diz: "Já que está no inferno, abrace o capeta". Ali naquele instante não tinha mais opções. Se eu tentasse correr, gritar, brigar, nada ia adiantar. Muito pelo contrário, tudo ia ser mais difícil e mais doloroso. E meu medo nem era de morrer, isso seria um alívio, meu medo era o que um homem imprevisível como aquele podia fazer.
Ergui as mãos trêmulas até o primeiro botão de sua camisa preta e comecei a desabotoar devagar. O pavor estava dificultando um simples desabotoar. A camisa estava para dentro da calça, passei a mão devagar até a extremidade da camisa e a puxei para cima e terminei de desabotoar. Eu evitava olhar para cima. Provavelmente ele estaria me olhando com um olhar luxurioso e aproveitando aquele momento de forma cínica. Mas olhar para aquele corpo também não ajudava.
Quando terminei de desabotoar, hesitei por um instante e tomei coragem para abrir a camisa. O peitoral definido dele surgiu coberto por tatuagens. Tatuagens de todos os tipos e vários desenhos e símbolos. Eu certamente nunca tinha visto um abdômen tão perfeito finalizado com um V ainda mais perfeito.
Eu tirei a sua camisa por completo e toquei seus braços fortes. Desejei que ele e nem ninguém visse que eu estava com as bochechas queimando. Não queria que ninguém soubesse que mesmo eu estando naquela situação, eu admirei o corpo dele. E eu me senti um lixo por conta disso.
— Ótimo, Serena, agora tire a calça.
Eu hesitei, engoli em seco e olhei para baixo, mas mesmo assim comecei a desabotoar o cinto. Dava para ver na calça o enorme volume protuberante à frente.
— Não posso fazer isso... — Disse quase implorando.
Ele tocou meu ombro e me forçou para baixo. — Claro que pode, só que ajoelhada fica mais fácil.
Eu respirei fundo e puxei a calça para baixo revelando a cueca preta por baixo. E não precisava ser muito esperta para ver que ele estava de pau duro. Desci as calças por suas pernas musculosas e torneadas. Ele se apoiou em meu ombro e a tirou completamente.
A situação mais constrangedora...
Eu ajoelhada diante dele prestes a tirar a cueca dele. A peça modelo boxer preta parecia realçar tudo ali. Eu acho que parei de raciocinar diante de tudo aqui. Mal conseguia respirar pelo que eu estava prestes a ver.
— Vamos logo, Serena! — Ele disse impaciente.
— Eu preciso me acalmar! Eu nunca vi um! — Eu disse sentindo as bochechas queimarem ainda mais.
— Me dá sua mão. — Ele ordenava, era assim que funcionava. Ele mandava e eu obedecia. Ergui a mão e ele a colocou sobre o volume por cima da cueca. — Sentiu? Espera... — Ele colocou minha mão por dentro da peça íntima e senti a textura quente e pulsante. Completamente duro. Ele parecia pulsar ainda mais com meu toque. — Moira!
A mulher completamente indignada com aquela situação olhou para mim com uma raiva latente. Era normal ela sentir raiva. Eu também sentiria.
— Sim, Vince?
— Gaveta da mesa de cabeceira do meu lado. Pega o preservativo... Serena vai aprender a colocar um hoje. — Moira revirou os olhos com a ordem dele, mas se recusasse seria pior.
— E-eu... aprendi nas aulas de educação sexual.
— Mas aqui é diferente. — Ele pegou a embalagem colorida e entregou para mim. — Vai em frente.
Eu peguei a embalagem ainda tremendo. Tirei a cueca dele completamente e pude ter a visão do pau dele. Nunca imaginei que algo pudesse ser tão grande daquele jeito. Grande e grosso. Sinto vergonha disso até hoje. Eu só conseguia pensar: "Isso... vai mesmo caber?".
Rasguei a embalagem delicadamente e girei a ponta da borracha úmida e a posicionei sobre a cabeça daquela coisa assustadoramente grande.
— Isso aqui, vai mesmo caber?
— Obviamente, eu compro tamanhos maiores. Mas não demore, Serena. Moira está impaciente. Assim é fácil. Eu poderia pedir para você colocar com a boca.
Engoli em seco e fiquei pensando como fazia isso. Mas nem me atrevi a perguntar. Terminei de colocar o preservativo de maneira desajeitada sentindo o calor que emanava do pau dele. Eu fiquei imóvel quando terminei. Eu sentia tanta coisa ao mesmo tempo.
— Muito bem, Serena... — Ele deu um leve suspiro ao olhar para mim ajoelhada no chão. — Agora sente-se. Antes que eu mude de ideia.
Eu custei a levantar do chão. Quando me sentei na cadeira, parecia que meu corpo estava pesado. Ele se virou para caminhar até a cama e pude ver o enorme dragão tatuado em suas costas.
Ele se ajoelhou sobre a cama de frente para mim olhando em meus olhos com uma intensidade que me fez prender a respiração e meu coração acelerar ainda mais. Depois puxou Moira pelas pernas e a colocou diante dele. Não se preocupou em retirar o roupão por completo, nem em tocá-la com gentileza. Apenas a virou de costas e a colocou de quatro.
O olhar dela era uma mistura de tristeza e humilhação. Eu também me sentia assim, só que havia algo de cruel nisso. Ela era a mulher que seria usada enquanto ele me observava. E eu era a noiva forçada a assistir tudo aquilo. No fim, éramos duas mulheres infelizes, presas em nossos pesadelos.
Ele segurou o quadril dela com uma força assustadora e sem qualquer hesitação, a penetrou profundamente. Moira fez uma cara de desconforto, mas logo se entregou, seus gemidos se misturando com os sons de seu corpo sendo dominado por ele. Parecia um animal, implacável, cada movimento mais rápido, mas agressivo e o som dos seus corpos se chocando ecoava pelo quarto, perturbador e, ao mesmo tempo, estranhamente excitante.
Ela parecia se perder no momento, talvez estivesse mesmo gostando. Ou talvez fosse uma submissão involuntária.
E ele... não tirava os olhos de mim. O olhar dele estava fixo nos meus. Como se dissesse: "Isso aqui é o que vou fazer com você."
Os gemidos de Moira ficavam cada vez mais altos, e a intensidade daquilo só o alimentava. Ele a empurrava mais forte, mais rápido, cada estocada mais profunda. Eu encolhi as pernas, apertando-as contra meu corpo, mas a sensação de calor em meu ventre era impossível de ignorar. Eu nunca havia sentido algo assim, e isso me consumia por dentro. Me sentia culpada, assustada, mas ao mesmo tempo, incapaz de controlar o que meu corpo estava respondendo. Eu não conseguia tirar os olhos do corpo dele, aquele corpo perfeito e musculoso. E aqueles cabelos longos e pretos caindo sobre suas costas.
Aquilo era errado. Eu não deveria estar sentindo daquela maneira. Mas os olhos dele, o jeito como me observava... aquilo não ajudava em nada.
Ele ainda ficou lá por um bom tempo. Quando ele terminou e saiu de dentro dela, seu olhar ainda estava em mim. Ele foi até o banheiro e voltou sem o preservativo, vestindo um roupão preto. Ele caminhou até a mesa de cabeceira e pegou a carteira e jogou muitas notas de ienes sobre a cama. Moira se levantou totalmente envergonhada e começou a se vestir. Moretti parou diante da porta, a destrancou e abriu.
— Sai. — Ele ordenou e eu comecei a me levantar. — Você não!
Moira ajeitou o vestido e saiu andando de cabeça baixa. Eu confesso que me sensibilizei por ela. Não sei qual de nós estava numa situação pior.
— Não precisava fazer isso com ela...
— E quer que eu faça o que? A peça em casamento? Moira sabe o lugar dela. E você tem que saber o seu.
— Eu já posso ir?
— Não. — Ele me segurou pelo braço e me ergueu da cadeira.
— É só pedir! — Gritei puxando o braço.
— O que? — Ele disse franzindo o cenho.
— Não me arrasta por aí como se eu fosse uma boneca. Me pede que eu me levanto!
— Hum, que bravinha. — Ele se aproximou de mim a alguns centímetros do meu corpo. — Gostou do que viu?
— Como eu poderia gostar de algo tão absurdo? Me fez assistir, me fez te despir... me fez... — senti meu rosto corar só de lembrar que eu coloquei o preservativo nele.
— Não gostou? — Ele ergueu uma sobrancelha e depois só senti a mão dele passando na minha vagina por dentro da calcinha. Fiquei imóvel. Ele ergueu a mão como se analisasse algo e depois abriu um sorriso. — Então por que está tão molhadinha?
Eu reagi no impulso. Não podia ouvir tanta afronta daquele jeito. Eu era uma Romano. Eu só me dei conta do que tinha feito quando o som do tapa estalado ecoou pelo quarto e vi seu rosto vermelho. Eu tinha dado um tapa no rosto de um chefão da máfia. Eu era louca ou muito burra, ou talvez os dois.
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