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04 - Se adaptando a uma nova vida


Os dias naquela casa passavam devagar. Era como se tivesse parado no tempo. Eu ficava ali como um souvenir, um artigo de coleção que poderia ser facilmente descartado. Nesse tempo eu só pensava em Loren e no meu pai.

Eu mal via Moretti nesse período. Depois de eu ter assinado o contrato, ele viajou a trabalho e me deixou naquela casa vigiada 24 horas por dia. Minha única companhia era Isabel, mas ela pouco falava sobre o que acontecia ali.

Eu ficava no quarto praticamente o dia todo, olhando pela janela como um pássaro engaiolado. Eu pensava em Ren... será que ele sabia onde eu estava? Eu só queria ter notícias. Ouço destrancar a porta e vejo a figura de Isabel.

— Senhorita Serena... O senhor Moretti deu permissão que pudesse usar o restante da casa. Alguns cômodos são proibidos, mas se tiver dúvidas pode me perguntar.

— Quanta gentileza... — Disse sarcástica. — E onde ele está?

— Viajando a negócios. Deverá chegar em breve. Me acompanhe, saia um pouco deste quarto. Precisa de um ar fresco.

Levantei da poltrona em frente à janela e acompanhei Isabel pela casa. Enquanto caminhávamos pelos corredores silenciosos, percebi detalhes que antes me escapavam. A casa era imensa, com móveis antigos e quadros caríssimos. Isabel me guiou até um jardim interno, onde o ar fresco e o som suave de uma fonte trouxeram um pouco de alívio à minha mente inquieta.

Quando vi o jardim, fiquei maravilhada. No centro, havia um gazebo elegante, construído em madeira escura e bambu, com detalhes intrincados. O gazebo estava rodeado por uma variedade de flores, como oleandros com suas flores vibrantes em tons de rosa, branco e vermelho, além de arbustos de ginestra e plumeria que adicionavam toques de amarelo e branco ao cenário. As árvores de limão e laranja espalhavam seu perfume cítrico pelo ar, criando uma atmosfera refrescante e acolhedora.

Caminhos de pedra serpenteavam pelo jardim, levando até o gazebo, onde bancos de madeira convidavam a apreciar a beleza ao redor. Lanternas de pedra, cobertas de musgo, iluminavam suavemente o espaço ao anoitecer, criando um ambiente mágico e sereno.

Ao lado do gazebo, uma fonte de pedra esculpida jorrava água cristalina, cujo som relaxante complementava o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas ao vento.
Sentei-me em um banco de madeira, observando as flores e tentando afastar os pensamentos sombrios. Isabel se afastou discretamente, me deixando sozinha com meus pensamentos. O silêncio era quase palpável, interrompido apenas pelo som da água e pelo canto distante de pássaros.

Ela voltou depois com uma xícara de chá e colocou sobre mim.
— Tome, senhorita. Ajuda a acalmar os nervos.

— Você sabe sobre minha família? — Perguntei pegando a xícara das mãos dela.

— Infelizmente não, senhorita, sou apenas uma governanta desta casa.

— Estou preocupada com eles.

— Não se preocupe... apenas fique tranquila... E tente não desagradar o mestre Moretti.
Ela falava como se eu tivesse escolhas. Eu vi um jovem caminhando na nossa direção. Tinha uma cicatriz no rosto e tinha o cabelo de tamanho médio que ele prendia num pequeno rabo de cavalo, tinha olhos castanhos e uma aparência gentil. Eu se aproximou ajeitando o terno preto característico dos funcionários de Moretti.

— Bom dia, senhorita.

— Bom dia... — Eu disse sem graça.

— Senhorita, este será seu guarda costas e motorista, Fabrizio Molina.

— É um grande prazer, senhorita. — Ele disse gentilmente.

— O prazer é meu.

— Eu vou terminar meus afazeres, senhorita.

— Claro, Isabel. — Eu forcei um sorriso. Ela começou a andar devagar e olhou para mim por cima dos ombros.

— Senhorita?

— Sim?

— O mestre Moretti não gosta de ser desagradado.

Eu engoli em seco ao ouvir a frase que mais parecia uma ameaça do que um aviso. Cada vez mais eu desejava sair daquela casa. Fiquei um tempo em silêncio observando as carpas no lago e depois comecei a explorar a casa.

Levantei-me do banco de pedra, ainda sentindo o peso das palavras de Isabel. Com Fabrizio me seguindo de perto, algo que não era nada agradável, comecei a explorar a casa. Cada passo Fabrizio estava ao meu lado.

Os corredores eram longos e adornados com tapeçarias antigas e armaduras samurais em exibição. As portas de madeira deslizantes revelavam cômodos decorados com uma mistura de tradição e luxo moderno. Eu me sentia como uma intrusa em um museu vivo, ou alguma loja de artefatos antigos.

Ao virar uma esquina, deparei-me com uma porta dupla de madeira escura, intricadamente esculpida com motivos de dragões e lobos. Empurrei as portas com cuidado e entrei em um espaço que me deixou sem fôlego.

A biblioteca era imensa, com estantes que iam do chão ao teto, repletas de livros antigos e novos. O cheiro de papel envelhecido misturado com o aroma de madeira polida criava uma atmosfera acolhedora e intelectual. Grandes janelas de vidro permitiam a entrada de luz natural, iluminando suavemente o ambiente.

No centro da sala, havia uma mesa de leitura de madeira escura, cercada por poltronas confortáveis. Sobre a mesa, estavam espalhados livros abertos. Candelabros de bronze pendiam do teto, prontos para serem acesos ao cair da noite. Abri um sorriso sincero depois de muitos dias.

— Esta biblioteca é incrível — murmurei, mais para mim mesma do que para Fabrizio.

— É um dos lugares favoritos do mestre Moretti — respondeu Fabrizio, com um tom respeitoso. — Ele passa horas aqui.

Caminhei lentamente pelas estantes, passando os dedos pelas lombadas dos livros. Havia volumes sobre história, filosofia, ciência e até mesmo magia. Peguei um livro ao acaso e comecei a folheá-lo, sentindo uma estranha sensação de paz. Ler era um dos meus hobbies favoritos. Uma leitora pode ser facilmente encantada com uma biblioteca daquelas.

— Se precisar de algo, estarei aqui por perto — disse Fabrizio, posicionando-se discretamente perto da porta.

Assenti, imersa na descoberta daquele novo mundo. A biblioteca parecia um refúgio, um lugar onde eu poderia encontrar respostas ou, pelo menos, um pouco de consolo.
Encontrei um livro que me chamou atenção. Não era todo mundo que tinha uma edição de luxo com capa dura de O Conde de Monte Cristo. Sentei em uma poltrona perto da janela e ajeitei as pernas sobre o móvel e comecei a ler. Passei o dia inteiro ali que nem me dei conta do tempo.

— Olha só... encontrou algo que goste. — A voz de Moretti me fez saltar no sofá assustada. Olhei para ele de soslaio, ele estava usando uma camisa parcialmente aberta, mostrando parte de suas tatuagens. Os braços também eram tatuados, algo que já tinha observado no primeiro dia. Ele estava de cabelos soltos, olhando para mim com aquela frieza de sempre. Ele era tão bonito quanto era detestável.

— Me deixou presa aqui o dia inteiro...

— Pelo menos deixei você sair do quarto. — Ele disse se aproximando. Chegou perto até demais. Tinha um perfume bom, era suave e gostoso. Mesmo assim, a presença dele me dava medo, repulsa. — A partir de amanhã vai começar a preparar o nosso casamento.

— Ainda está com essa ideia absurda? Pode se casar com qualquer uma.
Ele encostou na poltrona e se inclinou para frente, chegando cada vez mais perto do meu rosto. 

— E dar o gostinho de você correr para o Ren? Não... Antes disso eu mato você e te mando para ele dentro de uma caixa.

Senti um calafrio percorrer meu corpo e senti vontade de chorar, gritar, sair correndo... tudo ao mesmo tempo. Mas engoli o choro e o desespero e olhei fixamente em seus olhos.

— Eu prefiro a morte a pertencer a você.

— Agora é tarde... temos um contrato, lembra? E você assinou.

— A minha família? O que fez com eles?

— Sou um homem de palavra. Se você se comportar e eles cumprirem o acordo, está tudo certo. E você ainda ganhou um marido! Olha só que maravilha!

— Maravilha? — Eu ri forçadamente entre as lágrimas que brotavam em meus olhos. — Eu sinto nojo de você. Só de pensar em você me tocando eu sinto vontade de vomitar.

— Ah... — Ele estreitou os olhos e pude ver o brilho intenso neles. Ele segurou meu rosto com uma mão só apertando as bochechas. — Cuidado, Serena. Está falando com um homem que adora desafios. E tudo que eu quero, eu consigo. Isso significa que se eu quiser foder com você, eu vou foder com você quantas vezes eu quiser, do jeito que eu quiser e onde eu quiser.

— Vai me estuprar? — Eu disse chorando sentindo o medo estremecer meu corpo. — Me forçar a isso?

— Aí que está a graça, Serena, eu vou fazer você implorar para eu te foder.
— Nunca!

— É o que vamos ver. — Ele soltou meu rosto e se afastou de mim. — Te espero na mesa de jantar. E use aquele vestido verde que eu comprei.

O lugar que ele apertou meu rosto doía. Mas não mais que meu orgulho ferido. Jantar com ele como se nada tivesse acontecido. Subi para o quarto sendo seguida de perto por Fabrizio que ficou esperando na porta para eu me vestir. Olhei no espelho o vestido verde longo com um decote profundo que ia quase até o umbigo.

Desci para a sala de jantar e vi Moretti sentado com uma mulher de cabelos loiros e batom vermelho. Ela usava um vestido preto que parecia ter sido costurado ao corpo, seu olhar se voltou para mim e ela me analisou dos pés à cabeça.

Moretti olhou para mim com um olhar frio e deu um sorriso cínico.

— Vejo que o vestido lhe serviu muito bem.

— Sim. — Eu disse de forma seca.

— Moira, esta é Serena Romano. Ela é a minha noiva.

— Noiva? — Ela perguntou surpresa e depois deu um discreto sorriso debochado que ela não fez questão de esconder de mim. — Muito prazer, Serena. É a primeira vez que vejo uma Romano tão longe de casa.

Como se ela não soubesse que é contra a minha vontade.

— O prazer é meu.

Ela me ignorou depois disso. Ficou o jantar todo se insinuando para o Moretti. Na certa era uma de suas muitas amantes, o que fazia eu me sentir ainda mais ridícula.

— Vince, a Lorena e a Lara, já sabem da sua noiva?

— Elas não têm que saber. Além do mais, estão no exterior ainda. Nem devem chegar a tempo do casamento.

— E quando será este casamento?

— Em 15 dias.

Eu revirei os olhos e fiquei observando ela se jogar em cima dele. Quando terminei o jantar. Eu afastei a cadeira e me levantei.

— Se me dão licença...

— Ainda não mandei você levantar. — Ele disse com a voz séria e me olhou com raiva. — Senta aí.
Eu hesitei por um instante e vi Isabel vindo da cozinha balançando a cabeça para que eu não dissesse nada. Apertei os punhos com força e me sentei novamente na cadeira. Eles ainda ficaram conversando por muito tempo. Até ele finalmente se levantar. Ele deu um tapa na bunda de Moira e disse sorrindo.

— Me espera no quarto, querida. Eu já estou indo, vai se preparando. — Depois se virou para Fabrizio que estava na sala de jantar. — Está dispensado por hoje, eu vou ficar com a senhorita Serena.

— Sim senhor.

Eu olhei Fabrizio se afastar e depois olhei para Moretti. Ele segurou meu braço e me puxou para que me levantasse

.
— Está me machucando! — Eu disse tentando me soltar, mas parecia que quanto mais eu me debatia, mais ele apertava o braço.

— Fica calada. De agora em diante só vai falar quando eu mandar.

Ele me arrastou para a escada e depois seguiu para o seu quarto. Entrei no quarto de Moretti com o coração acelerado, sentindo um frio na espinha. O ambiente era imenso e opulento, refletindo o poder e a riqueza de seu dono. As paredes eram revestidas com painéis de madeira escura, decoradas com pinturas tradicionais que retratavam paisagens serenas.
No centro do quarto, havia uma cama king size com um dossel de seda vermelha. Os lençóis eram de um branco impecável, contrastando com a escuridão do ambiente. Ao lado da cama, mesas de cabeceira de madeira polida sustentavam abajures de porcelana fina.
Em frente à cama, uma lareira de mármore branco estava apagada. O chão era coberto por um tapete persa luxuoso, com cores vibrantes. Em um canto do quarto, uma escrivaninha antiga estava repleta de papéis e livros. Olhei ao redor, sentindo-me pequena e vulnerável naquele espaço grandioso. Eu tinha sensação de desconforto.

Ainda me segurando pelo braço, puxou uma cadeira e colocou de frente para a cama, e literalmente me jogou em cima dela.

— O que vai fazer... — Ele tapou a minha boca.

— Eu não mandei você falar. — Ele me encarou com aqueles olhos castanhos gélidos. Toda vez que ele me olhava assim, eu sentia uma mistura estranha de sentimentos que por muito tempo eu nunca consegui descrever. — Vai ficar sentada aqui. Não se atreva a abrir a boca, não desvia o olhar e nem fecha os olhos. Eu vou estar de olho em você.

Ele caminhou até a porta e a trancou e depois voltou-se perto da cama. Moira veio do banheiro dentro de um roupão de seda e olhou para mim sentada encolhida na cadeira tremendo de medo. E pelo olhar dela, estava tão surpresa quanto eu.

— O que... a sua noiva faz aqui? — Ela disse se aproximando de Moretti.

— Ah, não se preocupe com ela... — Ele se virou para mim e pude ver a satisfação em seu rosto. 

— Ela vai assistir.

Eu senti meu estômago revirar. Assistir? Ele tava falando sério? Ele era tão escroto a esse ponto?

— Espera, Vince, eu entendi direito? Disse que ela vai assistir.

— Isso, minha doce Moira. — Ele disse ainda olhando para mim. — A minha noiva vai ficar sentadinha aqui enquanto eu e você vamos transar bem ali naquela cama.

Naquele momento eu desejei ter morrido durante o ataque a minha casa. Era bem melhor do que ser humilhada daquele jeito.

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