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02 - A prisioneira de Vince Moretti

Eu senti o mundo desmoronar ao meu redor enquanto Moretti me arrastava para fora do salão. Meu pai e meu irmão gritavam, mas suas vozes pareciam distantes, abafadas pelo pânico que tomava conta de mim. Moretti me puxou com força, e eu tropecei, tentando acompanhar seu ritmo.

— Você vai se acostumar, Serena — disse ele, sua voz fria e calculista. — E vai ser rápido.

— Meu pai! Eu quero ver meu pai! — Eu me debatia e podia sentir meu braço doer cada vez mais. E ele simplesmente me ignorava. Olhei para trás e vi meu pai gritar meu nome desesperado sendo segurado pelos homens de Moretti.

— Vai ficar tudo bem, Pai! Loren! Não se preocupem! Vai ficar tudo bem! — Eu repeti aquela frase várias vezes na minha mente na esperança de que fosse verdade.

Vai ficar tudo bem.

Vai ficar tudo bem

Vai ficar tudo bem...

Fui levada para fora da mansão, onde carros pretos esperavam. Moretti me empurrou para dentro de um deles, e eu caí no banco de trás, sentindo o impacto reverberar pelo meu corpo. Ele entrou logo atrás, fechando a porta com um estrondo.

— Para onde estamos indo? — perguntei, minha voz trêmula.

— Para um lugar onde você vai aprender seu novo papel — respondeu ele, sem olhar para mim. — E onde sua família não poderá te proteger.

— Por favor... minha família. Você vai cumprir sua palavra? — Eu disse quase implorando.

— Depende... — Ele se virou para mim me encarando com aqueles olhos castanhos gélidos enquanto me encolhia no banco do carro.

— Do que?

— Se eles cumprirem o acordo. E você será minha garantia. — Ele chegou tão perto que pude sentir o cheiro do whisky misturado ao seu perfume amadeirado e um leve cheiro de cigarro. Meu estômago revirou. Sentia vontade de vomitar.

— O que vai fazer comigo? — Ele não me deu ouvidos. Apenas acenou para o motorista.

O carro arrancou, e eu olhei pela janela, vendo a mansão se afastar. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu pensava em Ren, meu pai, e meu irmão. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que precisava ser forte.

A viagem foi longa e silenciosa. Moretti não disse mais nada, e eu fiquei perdida em meus pensamentos, tentando encontrar uma maneira de escapar. Quando dei por mim, estávamos saindo de Porto Paradiso. A viagem de pouco mais de duas horas nos levou até nosso destino. Ao longo do caminho, pude ver as colinas ondulantes da Sicília sob o céu estrelado, iluminadas pela luz suave da lua. Os vinhedos e oliveiras formavam sombras misteriosas no terreno, e o mar Tirreno refletia o brilho prateado da lua. Pequenos vilarejos, com suas casas de pedra e telhados de terracota, estavam envoltos em um silêncio profundo, apenas ocasionalmente interrompido pelo canto distante de um grilo.

Eu senti um calafrio percorrer minha espinha. Era a Sicília. A beleza do lugar era inegável, mas tudo o que eu conseguia pensar era na situação aterrorizante em que me encontrava.

Finalmente, chegamos a um grande complexo cercado por altos muros. Passamos por campos de limoeiros e laranjeiras, cujos frutos exalavam um aroma cítrico que se misturava ao ar fresco da noite. O portão de ferro se abriu, e o carro entrou, parando em frente a uma grande casa. A mansão era uma construção imponente, com detalhes arquitetônicos, adornada com varandas de ferro forjado e paredes cobertas de hera. As luzes suaves do interior da casa vazavam pelas janelas, criando um contraste acolhedor com a escuridão exterior.

Moretti saiu do carro e me puxou para fora, com a mesma brutalidade de antes. A essa altura eu já não tinha mais força para debater. Só sentia o medo tomar conta do meu corpo. Ele continuou levando-me para dentro da casa. O interior era luxuoso, mas frio. Ele me empurrou para um quarto e trancou a porta atrás de si.

— Você vai ficar aqui até eu decidir o que fazer com você — disse ele, antes de sair.

Eu olhei ao redor do quarto, sentindo o desespero crescer dentro de mim. Mas então, lembrei das palavras de Ren. Ele prometeu que me encontraria. E eu sabia que, de alguma forma, ele cumpriria essa promessa.

Eu me sentei na cama, tentando acalmar meus pensamentos. Precisava ser forte, por mim e por minha família. E precisava encontrar uma maneira de sair dali. O quarto era espaçoso, mas a decoração era minimalista e impessoal, refletindo a frieza do lugar. As paredes eram pintadas de um tom neutro, um bege claro que quase se confundia com o branco. No centro do quarto, havia uma cama grande com uma colcha de seda cinza e travesseiros perfeitamente alinhados. Ao lado da cama, uma mesa de cabeceira de madeira escura sustentava um abajur.

No canto oposto, uma poltrona estofada em veludo azul escuro estava posicionada ao lado de uma pequena mesa redonda, onde repousava um vaso com flores frescas, a única nota de cor viva no ambiente. Uma grande janela, coberta por cortinas pesadas de veludo cinza, deixava entrar uma luz suave, mas estava trancada, impossibilitando qualquer tentativa de fuga.

O chão era de madeira polida, e um tapete macio em tons de cinza e azul cobria a área ao redor da cama. Havia um armário embutido de portas espelhadas, refletindo a imagem do quarto e dando uma sensação de maior amplitude ao espaço. Ao lado do armário, uma porta levava ao banheiro anexo, que era igualmente luxuoso, com azulejos de mármore e acessórios cromados.

O quarto transmitia uma sensação de isolamento e vigilância constante. Verifiquei todas as janelas desesperadamente, mas estava realmente trancada ali. Abracei minhas próprias pernas e encostei na cabeceira, tentando segurar as lágrimas que insistiam em cair.

Fiquei ali por horas. Sozinha.

Cada segundo parecia uma eternidade. Meu coração martelava no peito, e a opressão do silêncio era sufocante. De repente, ouvi um barulho vindo do corredor. Alguém estava se aproximando. Encolhi-me na cama, buscando desesperadamente algo que pudesse me ajudar a me defender. A porta se abriu, e uma mulher entrou, carregando uma bandeja com comida.

— Você deve estar com fome — disse ela, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama. — Meu nome é Isabel. Vou cuidar de você enquanto estiver aqui.

Isabel era uma mulher mais velha, com cabelos grisalhos presos em um coque apertado, rugas profundas e olhos cansados. Apesar de sua aparência severa, havia uma gentileza em seu olhar que me fez sentir um pouco mais à vontade. Como se isso fosse possível ali. Eu a observei com cautela. Isabel parecia gentil, mas eu não podia confiar em ninguém naquele lugar.

— Obrigada. Mas, não estou com fome. Onde estou?

Isabel hesitou antes de responder.

— Este é um lugar seguro. Moretti quer garantir que você esteja bem cuidada.

— E o que ele quer de mim? — perguntei, tentando esconder o medo na minha voz.

— Isso eu não sei — respondeu Isabel, desviando o olhar. — Mas sei que ele não quer te machucar. Apenas siga as regras e tudo ficará bem.

Ela saiu do quarto, trancando a porta novamente. Voltei a ficar sozinha. O silêncio era opressor, e a sensação de estar presa começava a me sufocar. Precisava encontrar uma maneira de sair dali, mas cada tentativa parecia inútil. O tempo passava lentamente, e eu me perguntava se Ren realmente conseguiria me encontrar.

De repente, ouvi passos no corredor novamente. Meu coração disparou. Será que Isabel estava voltando? Ou seria Moretti? A porta se abriu, e era Isabel novamente, desta vez com várias sacolas nos braços.

— Eu trouxe algumas roupas para você — disse ela, colocando uma pilha de roupas limpas sobre a cama. — Achei que gostaria de se trocar.

— Obrigada — respondi, tentando esconder minha frustração. — Isabel, por favor, me ajude a sair daqui. Eu não posso ficar presa.

Ela suspirou, olhando para mim com uma expressão de tristeza.

— Eu gostaria de poder ajudar, mas não posso. Apenas tenha paciência.

— Mas eu não posso ficar aqui para sempre! — exclamei, sentindo as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto. — Minha família precisa de mim. Ren prometeu que me encontraria.

Isabel se aproximou e colocou a mão no meu ombro.

— Eu sei que é difícil, mas você precisa ser forte. Logo tudo vai ficar melhor.

Ela saiu do quarto novamente, trancando a porta atrás de si. Eu me sentei na cama, segurando as roupas que ela havia trazido. Sentia uma raiva latente crescer dentro de mim. Rasguei as malditas roupas em mil pedaços. Quem aquele homem pensava que eu era? Uma concubina?

Sentei-me no chão em frente à janela trancada. Fiquei lá chorando até o dia amanhecer, incapaz de pregar o olho. Estava exausta, com medo, preocupada, e a angústia me consumia a cada momento.

A porta se destrancou mais uma vez. Eu senti um misto de medo e ansiedade. Seria Isabel mais uma vez? Mas foi a imagem de Moretti que surgiu na porta, usando um terno azul-marinho e camisa preta, os cabelos soltos, presos parcialmente num coque frouxo. Eu me levantei, encolhendo-me na janela e tentando me afastar o máximo que podia dele. Ele olhou para a comida intacta sobre a mesa e para as roupas rasgadas no chão, coçou a sobrancelha com o polegar e deu um suspiro.

— A hospedagem não é de seu agrado, my lady?

— Vai se foder! — Gritei com escárnio, minha voz carregada de raiva e desespero.

— Ah... que gentil. Uma moça tão bonita, com a boca tão suja. Terei que te ensinar bons modos também?

— Eu quero sair daqui! — Minha voz tremia, mas eu tentava manter a firmeza.

— Você quer? Sinto muito. Vai ter que ficar aqui. Por um tempo indeterminado.

— Me mate de uma vez! — A angústia e o medo transbordavam em minhas palavras.

— Não, matar você seria um desperdício — disse Moretti, com um sorriso frio. — Você tem um valor muito maior viva.

Eu tremia de raiva e medo, mas não podia deixar que ele visse o quanto estava me afetando. Precisava ser forte, como Loren sempre dizia.

— O que você quer de mim? — perguntei, tentando manter a voz firme, apesar do pânico crescente.

— Tudo a seu tempo, my lady — respondeu ele, dando um passo à frente. — Por enquanto, apenas descanse. Você vai precisar de suas forças.

Ele se virou para sair, mas antes de fechar a porta, olhou para mim mais uma vez.

— E tente se comportar. Não quero ter que tomar medidas drásticas.

A porta se fechou com um estalo, e eu me senti ainda mais presa do que antes. As palavras de Moretti ecoavam na minha mente, como um veneno que se espalhava lentamente. Sentei-me novamente no chão, tentando pensar em uma maneira de escapar. Precisava encontrar uma forma de sair dali antes que fosse tarde demais. Mas como? O quarto era uma prisão, e Moretti parecia ter tudo sob controle.

As horas se arrastavam, e a fome começou a apertar. O incômodo da falta de banho também se tornava insuportável, eu não queria ceder a nada. Eu me sentia cada vez mais fraca e desesperada. Finalmente, ouvi a chave girar na fechadura e a porta se abriu. Isabel entrou, seu rosto sério.

— Você precisa colaborar — disse ela, pegando a bandeja de comida intocada e as roupas rasgadas do chão. — Não posso te ajudar se você não fizer a sua parte.

— Mas por que você não trouxe mais nada? — perguntei com a voz trêmula de fome.

Isabel suspirou, evitando meu olhar.

— O senhor Moretti disse que, se você quiser comida e roupas a partir de agora, vai ter que implorar.

Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago. Eu sabia que Moretti estava tentando me quebrar, me fazer perder toda a dignidade. Mas eu não podia ceder tão facilmente.

— Eu não vou implorar — eu estava tentando manter a voz firme, apesar do medo e da fome.

Isabel me olhou com uma expressão de pena.

— Eu entendo sua resistência, mas você precisa pensar na sua sobrevivência. Às vezes, precisamos fazer sacrifícios para viver outro dia.

Ela saiu e, quando fechou a porta, eu desmoronei. Deitei no chão em posição fetal e chorei ali sozinha, encolhida. Só pensava em comida. Eu não tinha nem forças para sair do lugar. Minha mente parecia turva. Queria que tudo fosse um sonho. E quando acordasse, estaria em casa outra vez.

Acho que dormi. Parecia estar tendo um sonho. Eu dentro de uma banheira de espumas e alguém lavando meus cabelos. Alguém de cabelos pretos e longos. Pequenos flashs desconexos e confusos. Senti alguém bater em meu rosto. Abri os olhos devagar. Era... Ren? Minha visão começou a ficar mais clara e o sorriso sumiu do meu rosto.

— Acordou, finalmente... — A voz de Moretti me despertou completamente.

— O que fez comigo?

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