16
Estou perdida nos olhos esmeraldas de Victor, ainda o sinto dentro de mim é como se estivéssemos mais conectados que nunca, mas murcho com seu olhar de....Pena? Compaixão? Tudo bem eu não esperava flores mas isso é demais. Engulo em seco arrependida das palavras ditas e então finalmente ele diz:
— Eu não sou homem pra voce. — sussurra e acaricia meus cabelos enquanto com a outra mão segura minha coxa. — Quando terminamos suas sessões de cura, isso vai acabar. — suas palavras são como um soco no meu estômago, mas que haja um tom de gentileza em sua voz.
O que eu esperava afinal ?
— Então quando eu perder meu medo não seremos dominador e submissa? — meu rosto queima por perguntar, meu orgulho se encolhe num canto qualquer da minha mente, ferido. Victor se retira de dentro de mim e acredito ser um sinal de que esta conversa acabou. — Você só fica com suas submissas quando tem um trauma pra curar? — insisto e percebo que não o chamei adequadamente, mas ele parece ignorar enquanto começa a se ensaboar. — Por que você nunca me diz nada sobre você ? — foda-se meu orgulho ferido preciso saber e essa sera a ultima vez que tocarei nesse assunto.
— Não exatamente, mas no seu caso temos um objetivo...Meu único objetivo é ajudar você a superar seu medo. — Ele pausa como se processasse seus sentimentos mas não volta atrás e minha garganta fecha. — Você é uma garota incrível e...— fecha os olhos por alguns segundos como se lembrasse algo ruim. — Eu não sou homem pra você.
— Entendi. — digo baixinho evitando olhar em seus olhos, pois me sinto como uma adolescente boba e carente. — Posso sair do box Mestre ? — Minha voz embarga, ele apenas assentiu e saiu depressa buscando um lugar para me esconder, ainda nua.
Entro no banheiro em busca de um refúgio e também uma toalha, meu rosto arde ameaçando se inundar de lágrimas e noto que ao fundo no quarto a música ainda rola baixinho mas agora com Ultraviolence de Lana Del Rey, reviro os olhos como a coincidência irritante.
"Eu posso ouvir sirenes,
Ele me bateu e isso pareceu como um beijo
Eu posso ouvir violinos,
Me dê toda essa ultraviolência"
A melodia melancólica continua preenchendo o quarto, misturando-se ao aperto sufocante no meu peito. As palavras que joguei para Victor ecoam em minha mente, me fazendo sentir uma completa idiota. Quando foi que achei apropriado dizer aquilo?
Fecho os olhos com força, mas as lágrimas não pedem licença. Elas deslizam pelo meu rosto, quentes, até pingar no chão frio. Um nó se forma na minha garganta e me encolhi contra o azulejo gelado do banheiro, jogando a cabeça para trás. Pela primeira vez, sinto vontade de ir embora. Mas não tenho forças para isso. Quero pausar o tempo, prolongar o que temos, mas como segurar algo que já está condenado ao fim?
A porta se abre e pulo com o susto.
— Por que está chorando?
Victor está ali, nu, segurando uma toalha. Seu olhar me analisa com atenção, e limpo o rosto depressa.
— Não estou chorando. — Tento soar firme, mas minha voz vacila.
Ele se aproxima. Sinto o cheiro da sua pele quente, ainda úmida do banho. Antes que eu me afaste, ele ergue a mão e desliza o polegar pelas minhas bochechas molhadas. Meu coração dispara. Há algo diferente em seu toque, algo hesitante.
Seus olhos prendem os meus e, num gesto inesperado, ele encostou nossas testas. O calor de sua pele contrasta com o frio que sinto por dentro.
— Não precisa ter pena de mim. Está tudo bem — sussurro, tentando soar despreocupada, mas minha risada sai forçada, quase patética.
Victor fecha os olhos. Sua respiração está pesada. Quando fala, sua voz é baixa, mas cortante:
— Eu não quero que me veja como sou de verdade. Não posso te dar o que quer.
O aperto no meu peito se intensifica.
— E o que eu quero, Victor? — minha voz sai trêmula.
Ele hesita. É sutil, mas vejo quando seu maxilar se contrai, quando seu olhar oscila entre mim e algum lugar distante dentro dele.
— Você quer paixão, Amicia. Daquelas que viram amor, que não apodrecem com a vida. Sei disso... porque é o que todo mundo quer. — Ele solta um riso seco, sem humor. — Quer promessas... e um homem jovem. Um homem inteiro.
Ele abre e fecha a boca como se tentasse conter algo que ameaça escapar. Mas então solta, em um sussurro amargo:
— E eu? Eu sou o que sobra quando isso morre.
O silêncio que se estende entre nós é denso, sufocante. Algo dentro de mim se parte.
Um homem jovem? Sua idade nunca me incomodou. Mas "inteiro"? O que o faz pensar que não é?
Quero perguntar mais, mas há um limite invisível entre nós agora. O muro que Victor sempre coloca de mim para ele — mas nunca dele para mim.
Abaixo os olhos, sem saber o que dizer. E apenas me afasto.
Quando viro de costas, por um instante, sinto seus dedos roçarem de leve meu braço, como se quisesse me segurar. Mas antes que eu possa reagir, ele já me soltou.
E a distância entre nós nunca pareceu tão grande.
Sento na cama macia que afunda com meu peso, pensativa com a toalha enrolada no corpo, encaro a varanda distante e o mar agora pequeno ao fundo se fundindo com o céu. Preciso passar a noite com Victor hoje, não há pra onde ir e pra voltar somente pelo mar ou a cavalo. Solto um longo suspiro sentindo o clima pesado que se instalou, talvez se eu não tivesse dito nada estaríamos agora deitados ou...
— Vem comer. — Está usando uma calça moletom quando saí do banheiro e não posso deixar de reparar em seu peito repleto de pêlos, algo que me deixa totalmente atraída.
— Estou sem fome.
— Não vi você jantando.
— Comi os petiscos na festa.
— Isso não é janta, levanta e vem comer. — se tom é baixo e até cuidadoso eu diria e ele segue para a cozinha e ouço o barulho dos armários e micro-ondas mas continuo sentada, quero apenas deitar e dormir e então puxo os lençois da cama. — Amicia. — Chama-me distante.
— Estou sem fome.
— Você me força a ser severo com você. — diz voltando para o quarto e começa remexer numa bolsa próximo a cama. Estremeço quando retira da bolsa uma coleira grossa de couro com uma longa corrente.
— Desculpe Mestre...Mas não estou com fome. — Limpo a garganta nervosa.
— Quando eu chamar você quero que atenda de prontidão, entendeu minha cadela?
— Sim, Senhor. — sussurro e com apenas um toque minha toalha cai no chão, abaixo o olhar quando Victor me encara, não consigo olhar para ele depois de tudo. Com cuidado coloca a coleira em volta do meu pescoço pela primeira vez, e depois segura a corrente guia.
— De quatro minha cadela.
Não hesito e faço o que ele pede e sigo seus passos até a cozinha, sendo puxada pela corrente guia como um animal.
— Gosta de macarrão a bolonhesa? — apenas concordo com a cabeça evitando ficar presa em seu olhar, ele parece tranquilo e serve dois pratos enquanto fico no chão agora de joelhos, o cheiro de molho de tomate fresco com carne moída faz minha barriga ronca, mal sabia que estava com fome.
Ele se senta à mesa e acaricia meus cabelos enquanto me observa pensativo e desvio o olhar mais uma vez. Sem cerimônia reveza entre comer sua comida e levar garfadas de macarrão até minha boca como se eu fosse incapaz de fazer isso. Com cuidado limpa as bordas sujas de molho em minha boca e o simples toque se seu polegar contra minha pele me faz ascender instantaneamente, um calor se forma entre minhas pernas. Como isso é possível?
— Quer mais ? — sua voz sai rouca e me encara com luxúria.
— Sim, por favor Mestre. — roça o garfo em meus lábios e abro mais a boca para recebê-lo e abocanho a comida.
— Eu adoro ver você assim nua sendo alimentada. — me mantenho em silêncio e sinto meu joelho começar a doer pelo contato com o chão duro e frio e ele percebe. — Não vou ser mais severo com você por hoje. — Victor me puxa pela corrente até que eu esteja sentada em seu colo quente e macio.
Apenas aceito estou cansada demais para protestar e para minha surpresa ele acaricia meu rosto enquanto leva suco até minha boca para que eu beba, e o líquido desce fresco e refrescante com gosto de maracujá.
— Agora está pronta pra dormir. — ele sorri, um sorriso lindo o mesmo que ele dá em suas palestras mas sou incapaz de retribuir, mas Victor parece ignorar por um momento e retira a coleira do meu pescoço antes de voltarmos pro quarto.
— Coloquei seu vestido na máquina de lavar e secar.
— Obrigada Mestre. — Minha voz sai mais seca do que espero.
— Vou passar esse óleo em você pra tirar os vergões.
Sem relutância apenas deito, irei facilitar pra ele. Suas mãos são quentes e me causa arrepios quando começa a esfregar o óleo em minha pele. Luto contra meus próprios sentimentos de achar isso um ato de carinho, tento pensar que isso é um caso isolado. Fecho os olhos quando se aproxima mais e enluva meus pulsos fazendo massagem onde na noite anterior amarrou as cordas, sinto o calor do seu corpo.
— Por quê você está desviando olhar?
— Por nada. — sussurro e fito seus olhos verdes e permanecemos assim por alguns segundos.
— Não faz isso.
— Posso dormir Mestre? — Victor revira os olhos e não entendo sua reação se sempre o que ele me pede é isso, a submissão. Apenas concorda e apaga a luz.
Fecho os olhos, estou exausta tanto física como emocionalmente, esses dias no resort se parecem com anos de vida. Ainda estou nua mas agora aquecida e sinto Victor me abraçando por trás e me mantenho imóvel, seus lábios quentes beijam meus ombros e o ar fica mais quente, quase sufocante.
— Antes de ir amanhã vou deixar uma caixa pra você. — sussurra em meu ouvido e encolho o pescoço com o arrepio que se espalha pela minha pele. — Ouviu ?
—Sim. — sussuro e sinto sua mão pousar em minha cintura próximo a virilha, minha intimidade se contrai em resposta e logo sua ereção surge pressionando meu quadril.
— Você me deixa louco. — solta um suspiro quente sob a pele do meu pescoço, meus seios enrijecem e esqueço tudo, apenas o quero dentro de mim. — Mas já?
— Hmmm. — gemo quando seus dedos entram em contato com minha intimidade úmida.
— Já está com essa bocetinha melada? Eu nem toquei em você direto. — Victor pressiona meu clitóris com movimentos circulares, às vezes rápido, às vezes devagar e me remexo em resposta com o corpo em chamas de prazer e passo o braço em volta de seu pescoço trazendo-o para mim. Ainda de lado ergue uma de minhas pernas e se introduz dentro de mim, carne com carne, macio e firme, me abrindo a cada movimento.
— Ahhh Victor. — Uma de suas mãos agarram meu seios enquanto com a outra puxa meus cabelos pela nuca, mas desta vez não doi e ele juntou nossos lábios num beijo quente e voraz, por alguns momentos batemos os dentes pela sede e anseio um pelo outro. Geme com a voz rouca entre os beijos com suas estocadas lentas quase torturantes. — Ahhh por favor.....Eu....Vou gozar. — os espasmos tomam conta do meu corpo e gozo apertando seu pênis com minha intimidade e poucos segundos depois ele se crava em mim derramando seu líquido quente e espesso em minha extremidade quente.
Forma uma trilha de beijos pelos meus ombros, estamos suados e ofegantes.
— Eu te quero. — sussurro e fecho os olhos quase adormecendo, me abraça forte enfiando o nariz em meus cabelos.
— Você é minha. — segura meu maxilar me forçando a olhar para trás e pelo breu não consigo enxergar nitidamente seu rosto mas sim sua presença calorosa, ele aperta com tanta força que chega a doer. — MINHA. Entendeu?
— Assim machuca. — sussuro e meu pescoço doi.
— Você é minha Amicia.
— Eu sou sua, só quero ser sua. — confesso e ele me beija mais uma vez se movimentando na cama até que eu esteja deitada em seu peito e acaricia meus cabelos, adormeço.
Segunda- feira sinto um alívio quando chego no GEC e não vejo Jane em sua mesa é como estar no paraíso depois do final de semana no resort, talvez ela tenha pedido demissão por telefone ou até mesmo ontem antes de pegarmos o fretado de volta pra São Paulo.
Meus dedos deslizam pelo teclado de uma tecla pra outra e minha mente segue no mesmo ritmo vagando de uma lembrança pra outra, morro de vergonha quando me recordo da confissão que fiz a Victor e de sua reação, mas o pior é a ansiedade melancólica que invade meu coração sabendo que estamos fadados ao fracasso, ao fim que ele mesmo já planejou antes mesmo de começarmos.
— Amicia ?
— Me desculpe Sônia, não reparei que tinha chegado.
— Soube de algo que aconteceu com Jane no resort? — um arrepio frio sobe pela minha espinha.
— Não. Por que ?
— Por nada, bom ela me ligou hoje dizendo que está de atestado porque está com a mão machucada mas que retorna na quarta.
Que ? Como assim retorna na quarta ?
— Ela disse mais alguma coisa ? — Sonia ergue a sobrancelha como quem diz que estou querendo saber demais. — Digo por preocupação como estávamos numa viagem corporativa.
— Sim, tem razão a imagem do GEC é muito importante, mas a princípio ela disse que caiu.
Ufa!
— Que bom, logo vai estar recuperada. — E logo vai dar o fora da minha vida!
Espero que cumpra o pedido de seu querido mestre e saia do GEC o mais rápido possível, ainda assombra em minha mente o porquê de Victor ajudar Jane, algo me diz que essa relação vai além de um término entre Dominador e submissa. Mas o que me mantém ainda mais pensativa sobre ele é que Jane disse que havia um motivo pelo qual se aproximou de mim. Qual motivo seria esse se nos conhecemos por pura coincidência ? Como posso descobrir isso sozinha sem questionar a Victor que nunca revela nada sobre si mesmo ? Percebo que estou batendo nas teclas com muita força e tento espantar meus pensamentos.
— Posso me sentar aqui ? — Hugo para diante de mim no horário do almoço, seu nariz está com uma fita branca e imagino ser pelo soco que levou, apesar de tudo não consigo sentir raiva.
— Hã-hã.
— Amicia por favor me desculpa, eu estava com raiva e sei lá pensei que Jane fosse fazer apenas uma...
— Você sabe que ela não gosta de mim, como poderia pensar que era uma brincadeira ?
— Tem razão me desculpa.
— Tudo bem. — digo derrotada, não tem possibilidades de voltarmos no passado a consertar o que ocorreu. — E como ela está ?— Pergunto por pura curiosidade.
— Bem, ficou só um pouco inchado e o médico enfaixou.
— Que bom, mas bom ela mereceu.
Ela merecia muito mais.
— Eu também queria pedir desculpas pelo jeito que agi nas últimas semanas, sabe que eu gosto de você e tudo bem se não sente o mesmo. — Hugo me fita por longos segundos. — Só percebi que quero continuar sendo seu amigo.
Sorrio para ele.
— Eu também quero continuar sendo sua amiga, você era meu único amigo Hugo. — ele sorri, mas ainda assim seus olhos carregam uma tristeza. — Algum problema ?
— Eu não vou me meter na sua vida, mas "ele" é um sujeito estranho.
— "Ele"? O Victor ? — percebo que estamos falando baixo como se fosse um nome proibido.
— Você sabe que sim, eu vi Jane o chamando de mestre, você não ouviu ? Isso é bizarro Amicia, esse homem não é essa pessoa boa que todos veem aqui, ele não é pra você.
Você não sabe o que é bizarro Hugo, mas eu sei. Por que esses homens insistem em dizer para as mulheres que tipo de cara é pra gente ou não, isso não é surpresa alguma.
— Acho que não ouvi. — minto sabendo que é assim que o chamo quando estamos a sós. — Não se preocupe com isso, não temos nada sério e...Ele não gosta de mim. — Vejo um brilho surgir em seus olhos, fica tão visível que chega a ser ridículo e penso que talvez essa ideia de amizade seja apenas uma farsa como todos os homens fazem. — Só por favor não comente isso com ninguém, eu te peço Hugo pela nossa amizade.
— Jamais faria isso, jamais faria algo pra te prejudicar Amicia. — ele sorri.
Por um momento enquanto encaro Hugo me lembro da surra que Victor me deu com seu cinto quando estávamos no banheiro da festa dizendo que eu precisava pedir permissão a cada homem que fosse falar, olho para os lados me certificando que não esteja presente pois sua figura atua como um vigilante em meus próprios devaneios como uma assombração.
"É o que você faz, é o que você vê
Sei que se eu estou te assombrando, você deve estar me assombrando
É para onde vamos, é onde estaremos
Sei que se eu estou de olho em você, estou de olho em você
Estou de olho em você, você deve estar de olho em mim
O quarto é a minha passarela
Me dê um tapa
Estou presa à porta
Beijos, mordidas, preliminares
Meus pulmões assombrados, fantasma nos lençois
Sei que se eu estou te assombrando, você deve estar me assombrando
Minha língua perversa, onde ela estará?
Sei que se eu estou de olho em você, você deve estar de olho em mim
É o que nós vemos
Sei que se eu estou te assombrando, você deve estar me assombrando
É para onde vamos, é onde estaremos
Sei que se eu estou de olho em você, estou de olho em você
Estou de olho em você, estou de olho em você
Estou de olho em você, você deve estar de olho em mim
Você deve estar de olho em mim
Você deve estar de olho em mim
Você deve estar de olho em mim"
Beyoncé grita em meus ouvidos com Haunted quando chego em casa, encaro a caixa preta ainda em cima do balcão desde que cheguei de viajem, Victor me entregou depois que acordamos e ainda não tive coragem de abrir apesar de saber que nos veremos sexta e até lá preciso tomar coragem pra abrir, não sei o que esperar dele e isso me assusta.
A semana segue e as horas parecem se tornar dias me pego contantando quantos faltam para sexta e como esperado Victor não dá nenhum sinal de vida pelo celular e desta vez nem no GEC e sinto raiva por desejar vê-lo antes da hora e sei que isso faz parte do seu plano, tudo é premeditado para que eu seja cada vez mais sedenta por sua presença como um animal que espera pelo seu dono à porta por dias e dias.
Quando Jane a ferida retorna, a mão onde enfiei meus dentes está com uma gaze e acredito que não precisava de tudo isso apenas por uma mordida, espero durante todo o dia que ela avise a Sônia que quer pedir demissão mas isso não acontece e reviro os olhos para sua falsidade e como consegue agir como se nada tivesse acontecido, sendo gentil o tempo todo como se eu estivesse esquecido que sua real intenção era me eliminar, talvez ela espere os quinze dias de fato para pedir demissão e sei o quanto vai ser irritante passar mais duas semanas trabalhando com ela.
A noite está abafada e estrelada quando chego em casa na sexta-feira, após uma semana cheia de trabalho. Pela manhã, ele enviou uma mensagem avisando que me buscaria às oito e pediu que eu preparasse uma bolsa para o fim de semana, incluindo os trajes de banho que me deu. Fico pensativa, questionando se realmente quero passar mais um fim de semana com ele, como foi no resort. A ideia de que ele pode me levar para a natação faz meu estômago revirar, e uma pontada de tristeza me atravessa — se o plano dele realmente funcionar, o fim está cada vez mais próximo.
Minhas mãos tremem quando me aproximo da caixa preta, respiro fundo, puxo sua tampa e há um bilhete.
"Use apenas isso na sexta, apenas isso se é que me entende"
Reviro os olhos pensando sobre o quão exigente ele pode ser em apenas um bilhete, desembrulho o papel de seda branco que revela um...Vestido. Retiro da caixa para que possa ver melhor, é um lindo e longo vestido preto com um decote em "V" e uma fenda, engulo em seco é impossível usar isso sem nada por baixo. Isso está passando dos limites, como Victor pode exigir que use isso sem nada por baixo, esfrego as têmporas tentada a vestir qualquer outro tipo de roupa e lanço o vestido contra cama.
Após o banho, visto o vestido que abraça minhas curvas, destacando cada linha do meu corpo. Mas o fato de estar sem sutiã me incomoda profundamente. O tecido aperta meus seios, mas não o suficiente, parece que a qualquer momento podem escapar. Me sinto linda, porém... vulgar? Não sei se essa é a palavra certa. O que sei é que isso atrai olhares, e odeio ser o centro das atenções. Estar sem roupa íntima só torna tudo pior. Mas não importa o que eu ache, porque foi Victor quem escolheu e, querendo ou não, vou usá-lo é isso que ele quer. Quero ver sua reação, saber se ele percebe o desconforto em meus olhos ou se apenas apreciará o resultado do que me fez vestir e se sentir ainda mais controle.
Deixo os cabelos soltos a fim de disfarçar o decote, mas logo que entro no elevador com minha bolsa noto o primeiro olhar do vizinho em minha direção e ignoro, isso é tão irritante.
O sangue foge e meu coração acelera quando atravesso os portões e vejo Victor parado no meio fio com uma camiseta preta e os cabelos úmidos, ele sorri para mim e engulo em seco não posso demonstrar o quanto sua aparência me desarma.
— Boa noite, Mestre.
Olá Abelhas,
Um feliz dia das Mulheres ❤️❤️ Espero imensamente que estejam gostando, não deixem de curtir e comentar.
Provavelmente após a postagem completa do livro, depois ele estara disponivel somente na Amazon.
Bjss.
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