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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 3

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Três dias se passaram, e eu ainda lutava contra o sono toda noite , tentando permanecer acordada para conversar com Simon. Muitas vezes, acabava adormecendo em seu escritório enquanto lia alguns de seus livros. A coleção de Simon era vasta, repleta de volumes sobre política, estratégia e táticas militares, diplomacia, legislações, economia, administração, entre outros temas. No entanto, o que mais me chamou a atenção foram seus mapas, cartografias e, especialmente, seus registros de batalhas.

Simon tinha documentos sobre todos os reinos ao redor. Historicamente, Oufir travou muitas guerras com o reino ao sul, Askan, que foi fundado um século após Kalid colonizar a região central, leste e noroeste. Askan surgiu nas terras férteis ao sul das montanhas brancas. Diz a lenda que as primeiras tribos nômades descobriram fontes termais naturais e decidiram se estabelecer na região devido às suas propriedades curativas. A aldeia inicial rapidamente prosperou, transformando-se em um centro de comércio e cultura.

Entretanto, Askan enfrentou muitos conflitos ao longo de sua história, principalmente com Oufir. Essas guerras eram frequentemente motivadas pela disputa por territórios ricos em recursos. Apesar disso, a diplomacia de Askan era igualmente forte. A rainha Elara e o rei Carsian, conhecidos por suas habilidades diplomáticas, conseguiram negociar acordos de paz duradouros e alianças estratégicas que garantiram a segurança e prosperidade do reino.

A economia de Askan era diversificada e robusta. Além da agricultura e das ervas medicinais, destacava-se na produção de queijos e laticínios de alta qualidade, bem como na pesca abundante em suas águas costeiras. O comércio de sal e a conservação de alimentos eram vitais para a economia local, permitindo longas jornadas e armazenamento eficiente. Askan também exportava seus vinhos e cervejas finas, valorizados nos reinos vizinhos. Os artesãos eram mestres na criação de cerâmicas, tecidos e móveis finos, enquanto os exploradores e cartógrafos mapeavam novas terras e registravam suas descobertas. Nas florestas, curandeiros e herbalistas preparavam remédios naturais, preservando os segredos das plantas medicinais.

Mas, ao que parece, essa era a grande Era de Ouro. Pelos registros de batalha, antes mesmo de Kalinda nascer ou do rei atual subir ao trono, Askan tentou se aliar a reinos além-mar para derrubar Oufir, mas sem sucesso. Observando os mapas, fica claro que Oufir possui a maior extensão de terras, consolidando-se como um império total. Suas riquezas fluem como rios dourados, moldando um reino de grandeza e esplendor. Nas profundezas das montanhas, as minas fervilham com atividade, revelando ouro e pedras preciosas que brilham intensamente sob a luz do sol. Esses tesouros naturais não apenas adornam a realeza, mas também impulsionam a economia, tornando Oufir um epicentro de comércio e poder.

Além das riquezas materiais, Oufir é um farol de conhecimento e cultura. Suas grandes bibliotecas atraem sábios e filósofos de todas as partes, que se reúnem para compartilhar sabedoria e descobrir novas formas de progresso. Nos portos movimentados, navios carregados de mercadorias partem em jornadas comerciais, fortalecendo laços e enriquecendo ainda mais o império. Todas essas noites esperando Simon me ajudavam a isso, a entender mais aquele reino e os outros ao redor, porem não me ajudavam em nada com relacionamente de Kalinda e o pai.  

⚔⚔⚔⚔

A porta abriu-se lentamente, e Simon parou ao ver sua filha deitada no pequeno sofá de seu escritório, dormindo, cercada por uma pilha de livros. Ele suspirou; aquela era a quinta noite consecutiva em que a encontrava ali. Simon entrou no escritório e foi até uma poltrona próxima, pegando uma manta que estava ali.

— Eu esqueci de contratar a professora Ponfirio! — sussurrou para não acordá-la, dirigindo-se ao mordomo parado na porta. — Esqueci de novo!

— Farei isso amanhã, senhor, a melhor professora! Porém, acredito que a jovem lady ficará chateada se eu fizer isso, pois ela mesma queria pedir ao senhor pessoalmente! — Ponfirio respondeu.

— Desde quando essa mimada   quer falar comigo? — A lembrança de sua filha dizendo que não mais se importaria em falar com ele, por ele nunca prestar atenção nela, voltou à mente de Simon, apertando seu peito. Ele não a olhava mais, não pelos boatos, mas porque acreditava que ela o culpava por não resolver a maldição. — O que essa garota mal educada tem a dizer para mim? — Murmurou, relutante. — O que ela tem aprontado? Algo que devo me preocupar ?

— Se me permite dizer, meu senhor, desde que ela se recuperou, a jovem senhorita tem estado um pouco diferente. Não tem mais explosões de raiva, está bastante educada, alimenta-se bem, sai do quarto e mostra um grande interesse pelos estudos. Ela doou todas as suas roupas para a caridade e renovou seu guarda-roupa de acordo com os padrões. — Simon olhou surpreso para Ponfirio. — Desde que chamou pela mãe! — completou Ponfirio, com um semblante sério.

— Hum... — Simon expressou, virando de costas. — Contrate a professora amanhã. Ah, e prepare o quarto de Kaizen, ele ficará mais tempo em casa.

— Mestre Kaizen? — Ponfirio perguntou surpreso e preocupado.

— Sim, por quê?

— O jovem senhor e a jovem senhorita em casa? — Simon entendeu o que Ponfirio queria dizer: seria confusão total. Simon suspirou e colocou os dedos no canto dos olhos. — Faremos o possível para eles se darem bem, senhor!

— Obrigado, Ponfirio! — Simon disse, dirigindo-se ao seu quarto, onde a luz da lua entrava pela janela e a cama, intocada, ainda estava ali. Fazia mais de dois anos que Simon não dormia em sua cama. Ele se jogou no sofá que usava como cama desde que sua mulher se fora. Por alguns momentos, tentou dormir sem pensar nela, mas a brisa que entrava pela porta da varanda aberta não permitia.

Não pode fugir dela para sempre! — Ele ouviu a voz doce e suave de sua amada, mas sabia que não era ela, acreditava que era sua mente pregando peças novamente, especialmente quando sentia o peso e o calor dela sobre ele. — Simon, ela é nossa filha. Ela não tem culpa de nada, ela o ama, assim como eu te amei.

— Deixe-me em paz! — Ele disse, empurrando a mulher brutalmente de cima de si e vendo-a dissipar-se em uma nuvem, provando que era apenas uma ilusão. Levantou-se e foi até a lareira, puxando um grande pano que cobria algo sobre ela, revelando um quadro de uma bela mulher. Ela estava posicionada de forma graciosa, com uma mão delicadamente apoiada em uma superfície invisível, sugerindo uma pose formal e refinada. Vestia um magnífico vestido vermelho, ricamente decorado com detalhes dourados e rendas brancas. O corpete ajustado do vestido e as mangas bufantes, adornadas com bordados dourados, acentuavam sua presença majestosa. Sobre a cabeça, usava um véu branco, finamente bordado com bordas douradas, preso por um adorno escarlate que combinava perfeitamente com o vestido. Seu cabelo volumoso e branco, estilizado em cachos elaborados, caía sobre os ombros, adicionando um toque de elegância atemporal à sua figura. A figura imponente da mulher, envolta em trajes luxuosos, dominava o ambiente com uma aura de nobreza incontestável, juntamente com seus olhos cinzas que pareciam duas joias brilhantes.

(Imagem autoral feita por IA)

— Você não pode simplesmente me deixar em paz? — Ele se ajoelha A mulher, cuja imagem havia aparecido na forma de uma miragem alguns minutos antes, agora estava ali no retrato, trazendo à tona lembranças dolorosas. Sua expressão de raiva e tristeza fazia Simon arfar.

— Você não pode simplesmente me deixar em paz? — Ele se ajoelhou diante do quadro, com os olhos marejados. — Eu juro que tentei e tento, mas sem você aqui eu simplesmente... simplesmente não consigo com eles.

Ele sentiu uma sensação de abraço por trás, mas sabia que não era sua amada, apenas seu cérebro tentando enganá-lo com a lembrança do espírito dela. A dor da perda era avassaladora, e a realidade parecia se misturar com suas lembranças e desejos, tornando cada momento um fardo difícil de suportar. Simon desejava poder encontrar paz, mas a ausência de sua amada fazia com que cada dia fosse uma batalha contra a própria mente.

⚔⚔⚔⚔

Nas últimas duas semanas, eu havia começado aulas de etiqueta com a professora Marie. Ela era doce e gentil, com cabelos castanhos e olhos pretos que exalavam uma calma reconfortante. Parecia ter uns 27 anos. Sua voz era suave, mas algo nela me deixava nervoso uma linha azul ao seu redor que me fazia ficar tenso, apesar de ela não estar nas lembranças de Kalinda.

Pedi a Marie que me ensinasse até tarde, mas, por algum motivo, não conseguia absorver nada. Sentia como se estivesse preso em um looping eterno. Mesmo assim, ela sempre explicava com paciência e gentileza. Os dias eram iguais, e o vasto jardim onde eu descia para tomar café da manhã já havia se tornado uma monotonia, assim como os outros cantos do castelo que eu já havia explorado. No meu antigo mundo, esse tédio seria quebrado com músicas, internet ou saídas para cafés ou shoppings, coisas que não existiam aqui.

Hoje, o castelo estava mais movimentado e um pouco bagunçado. Não tinha visto Ponfírio desde ontem e muitos empregados estavam ausentes. Abigail, que estava de folga ontem, não pôde responder minhas perguntas, mas eu havia insistido para que ela tirasse um descanso, prometendo me comportar. Parece que Abigail não tem ninguém aqui.

— Por que escolheu logo esse lugar para tomar café? O que você tem na cabeça? — ouvi uma voz masculina e olhei, surpresa.

— K-Kaizen? O que está fazendo aqui? — Ele me olhou seriamente, sentado à mesa no jardim.

— Aqui é minha casa também, Kalinda! Ou você já quer monopolizar tudo?

— O quê? N-não é isso, é que...

— Parece que já se recuperou bem! Já está dando mais trabalho para os empregados.

— Do que está falando? — Kaizen sempre parecia estar na defensiva com Kalinda, e eu não me admirava, dado o histórico deles desde que a mãe morreu. — Kaizen, eu não quero brigar, só estou surpresa de vê-lo aqui. — No fundo, fiquei feliz por não precisar comer sozinha. — Bom, você estando aqui, não terei que comer sozinha e...

Sentei-me na outra ponta da mesa, mas ele se levantou imediatamente.

— Procure outra pessoa para ouvir suas bobagens, pois eu já terminei e não estou com paciência para você! — Ele saiu, me deixando sozinha novamente. Parece que será mais difícil do que eu pensava.

Todas as vezes que tentava me aproximar, Kaizen me afastava, e Simon também. Pelas lembranças de Kalinda, seu orgulho nunca permitiu uma reconciliação com os dois, e eles tampouco. Soube que Kaizen voltou para casa para um treinamento para se tornar sargento, avançando de soldado para capitão da guarda imperial Aurum. Ponfírio sempre falou com orgulho de Kaizen, que se destacava como soldado, treinando com os guardas da casa Blackwood quase todo o dia.

— O jovem mestre é bastante habilidoso! — Comentou Abigail, arrumando minha cama. Assenti.

— O que houve que quase não prestou atenção na aula hoje? — Perguntou ela.

— Aquela linha azul ao redor dela me incomoda — Respondi baixo.

— O quê? — Abigail perguntou, mas eu estava pensando em como me aproximar de Kaizen. — Senhorita?

— Aaaaaaah — gritei, me jogando na cama. — Como isso é tão difícil!?

— O que está acontecendo, senhorita? Me conte, talvez eu possa ajudar! — Abigail se aproximou, e eu me sentei.

— O Kaizen... por que ele tem que ser assim? Eu só queria... — Olhei para o lado. — Deixa para lá! — Disse chateada. Senti-a passar a mão nos meus cabelos.

— Está sentindo falta do seu irmão, não é? — Assenti. — Vocês eram inseparáveis. — Olhei para ela.

— Éramos? — Abigail acariciou minha cabeça.

— Não se lembra?

— Ficar daquele jeito me afetou bastante!

— Bem, o médico disse que a febre alta poderia afetar sua memória. Querida, vocês brincavam, corriam juntos, dormiam no mesmo quarto, de mãos dadas.

— O que aconteceu? — Perguntei. Vi uma expressão triste em seu rosto.

— A senhora Blackwood, sua mãe, morreu.

— Ah.

— Quando sua mãe morreu, levou a luz e a alegria da casa, especialmente do marquês.

— Eu só queria meu irmão de volta. — Abigail ficou em silêncio, olhando comigo pela janela.

— Acho que o jovem senhor ainda não almoçou. — Olhei para ela. — Aposto que ele gostaria de comer javali ao rum. Na cozinha tem carne de javali, quer que peça para preparar?

— Por favor! — Disse entusiasmada.

⚔⚔⚔⚔

Entre o vasto povoado, situado bem no alto, ao apontar no começo da cidade, o pico dourado de uma das torres mais altas do grandioso palácio de Oufir se destacava. Quanto mais você se aproximava, mais podia ver o quão magnífico e vasto o palácio era. As torres imponentes, decoradas com detalhes dourados, reluziam sob os raios de sol, fazendo todo o castelo brilhar como uma joia incrustada na paisagem verdejante. Suas muralhas robustas protegiam um complexo de pátios interligados por arcos elegantes e pontes suspensas que pareciam flutuar no ar. As paredes brancas com detalhes dourados do castelo brilhavam como pérolas sob a luz suave do sol, adornadas com detalhes arquitetônicos que narravam lendas de outrora. Janelas altas e elegantes permitiam que a luz do sol banhasse os corredores internos em um brilho cálido e acolhedor.

Ao pé do castelo, um pátio espaçoso se estendia, onde árvores frondosas lançavam sombras dançantes sobre caminhos de pedra perfeitamente alinhados. No centro, uma escadaria grandiosa conduzia a fontes cristalinas que adornavam os jardins internos. A água das fontes refletia a serenidade do ambiente, criando uma sensação de paz e harmonia. Ao fundo, um rio serpenteava pelo vale, refletindo a grandiosidade do castelo em suas águas calmas. A combinação de elementos naturais e arquitetônicos criava uma visão de conto de fadas, onde a beleza e a imponência se encontravam em perfeita harmonia, principalmente para trazer beleza ao fluxo intenso de pessoas que circulavam pelos complexos palaciais.

No interior do castelo, em uma das salas do grande complexo, havia um verdadeiro testemunho da riqueza e do poder que ali residiam. As paredes eram adornadas com intricados detalhes dourados que contrastavam magnificamente com o fundo azul escuro, criando um ambiente de realeza e sofisticação. Lustres de cristal pendiam do teto abobadado, refletindo a luz em mil facetas brilhantes que dançavam pelo salão. Bandeiras douradas com emblemas vermelhos pendiam orgulhosamente das colunas, cada uma contando uma história de honra e tradição. No centro da sala, uma longa mesa oval de madeira escura dominava o espaço, cercada por cadeiras estofadas em um rico tecido amarelo. O chão era coberto por tapetes luxuosos com padrões elaborados, complementando a decoração geral. Em um canto, uma lareira majestosa estava ladeada por brasões e escudos, símbolos de linhagens nobres que ajudavam o grande império. A sala exalava uma atmosfera de poder e autoridade, um lugar onde decisões importantes eram tomadas e onde a história era escrita. Cada detalhe, desde os candelabros dourados até os móveis esculpidos, falava de uma era de grandeza e esplendor.

Bem ali, naquela sala, adentrava um homem que usava um manto longo e majestoso, de cor vermelha vibrante, adornado com detalhes dourados intricados que formavam padrões florais. O manto era forrado com pele branca pontilhada de preto, conferindo-lhe um ar de realeza e sofisticação. Por baixo do manto, ele vestia um colete branco ricamente bordado com fios dourados, que se destacavam com seu brilho. O colete era ajustado na cintura por um cinto cinza, e uma faixa vermelha atravessava seu peito, adicionando um toque de cor ao conjunto. Suas calças eram brancas e impecáveis, completando o visual nobre. Seus cabelos loiros e bem cuidados caíam suavemente sobre sua testa, emoldurando seu rosto com elegância. A luz que entrava pela janela atrás dele fazia seus fios brilharem, quase como se fossem feitos de ouro, e as rugas ao redor dos seus olhos cinzentos só aumentavam seu charme. A figura toda exalava uma aura de autoridade e graça enquanto parava em frente ao homem moreno sentado em uma das cadeiras, ocupado com alguns papéis.

— Eu pensei que já tínhamos decidido tudo! — disse ele.

— Você, vossa majestade, sim, mas eu não! — respondeu o outro sem tirar os olhos dos papéis.

— Simon, não acha que deveria ir para casa? Seu filho merece seu apoio!

— Sei que ele é capaz o suficiente para treinar sozinho. Afinal, ele não foi indicado para a prova de sargento pelo status, mas pelo mérito! — O homem loiro riu.

— Você tem razão. Soube que ele tem um grande talento! Deve ter herdado isso da família. Lembro do dia em que me ajudou no ataque de Askan e de como liderou a tropa. Me dá até vergonha, sabe? — disse o homem loiro, passando a mão pelos cabelos e caminhando até a janela.

— Foi realmente uma época conturbada. Vossa majestade havia acabado de perder a primeira rainha e seus filhos. Eu teria feito aquilo por qualquer pessoa.

— Mas fez por mim. Por isso sempre serei grato a você. Além de ser alguém em quem confio de olhos fechados, você é um grande amigo e, querendo ou não, parte da família. — Ele afastou os papéis de Simon, que parou para ouvi-lo falar. — Eu realmente queria poder ter feito algo para ajudar.

— Não é como se você pudesse ajudar! O que aconteceu, aconteceu. Agora é só viver com os efeitos.

— Simon, isso que está fazendo não é viver.

— Alexandre, deixe-me. Você teve seu jeito de lutar contra o luto, este é o meu.

— Seus filhos precisam de você! Soube que Kalinda estava doente. Você realmente deveria ir para casa. Eles precisam de você!

— Kalinda está sempre arrumando um jeito de chamar atenção. Abigail e Ponfírio estão lá, eles cuidarão de tudo! — respondeu Simon, levantando-se.

— Simon...

— Preste atenção! — disse ele, segurando um papel na mão. — Desde quando as tropas de Norhimm começaram a monopolizar a região nordeste de Thallasian? Pensei que aquele território já estivesse sob nosso domínio. — Alexandre pegou o papel da mão de Simon.

— Eles invadiram, mas o ouro para o povoamento daquela área já foi enviado. Vou mandar tropas para lá.

— Sugiro que tentemos resolver pacificamente, mas se não for possível, enviaremos mais tropas. Mandarei a tropa aurífera para tentar esse primeiro contato. — Simon disse, passando por ele, que o segurou.

— Não. Deixe que eu mande. Você vai para casa! — Alexandre disse, pegando o papel.

— Mas...

— É uma ordem do seu rei! — disse ele, saindo.

⚔⚔⚔⚔

Com o prato em uma bandeja, me dirigi até o campo de treinamento. Dessa vez, só tinha o chefe da nossa guarda, Caleb, e Kaizen, que estavam conversando.

— Kaizen! — Chamei. Ele olhou para mim e Caleb, o chefe da nossa guarda, parou de falar ao me ver chegar, reverenciando-me.

— O que você quer? — Perguntou Kaizen, com sua voz séria e um pouco grossa.

— Eu... percebi que você não comeu, então... — Levantei um pouco a bandeja. — Trouxe algo para você comer. É algo que você gosta. Como vi que você não comeu nada, pensei...

— Pensou errado! Até parece que vou comer algo que você trouxe. Nem sei se tem veneno ou não.

— Kaizen, é óbvio que não tem! — Disse relutante. — Achei que você poderia estar com fome. Está treinando o dia inteiro nesse sol quente, não se alimentou direito. — Fui atrás dele. — Vai acabar passando mal.

— Preste bem atenção, eu não quero nada que venha de uma pessoa como você — Disse, empurrando-me e fazendo a comida quente cair sobre o meu braço.

— Senhorita! — Caleb veio até mim com seu paninho para ajudar, e logo Abigail apareceu.

— Senhorita, está tudo bem? Senhor Kaizen, a comida estava quente. — Kaizen olhou para mim com preocupação, mas logo sua expressão se transformou em desdém.

— Estava? Sei! Como sempre, Kalinda sendo a rainha do drama. — Ele passou por mim, colocando a espada na cintura. — Era melhor quando você estava na cama, doente. Assim, todos nós tínhamos paz! — Meus olhos se arregalaram com suas palavras. Abaixei a cabeça, tentando acreditar que era apenas a fala de um irmão muito machucado, porque aquilo me feriu profundamente. Levantei-me correndo, passando por ele com lágrimas nos olhos. O ódio de Kaizen por Kalinda era realmente intenso, e, pensando bem, a culpa nem era dos dois.

Corri até a biblioteca, indo para a última prateleira, parando em frente a um quadro escondido. Era o quadro de uma moça de cabelos brancos e olhos iguais aos meus, guardado no fundo da biblioteca, assim como muitos outros dela. Olhar para o quadro dessa moça fazia o coração de Kalinda apertar, mas também trazia calma. Eu sabia quem era ela, era a mãe dela. Esse sentimento de mãe... eu nunca tive muito meus pais presentes, mas as palavras de Kaizen, desejando que a irmã estivesse doente, foram as piores que já ouvi. Sempre tive minha irmã ali, e, ah, como sinto falta dela. Ouvir isso doía, doía muito. Isso mostra que a falta de uma mãe desestrutura ainda mais uma família.

— Sinto sua falta! — Saiu da minha boca sem perceber. Coloquei a mão na boca, sentindo minhas lágrimas caírem.

(Imagem autoral feita por IA )

Continua...

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