O reencontro
Capitulo 6
Jonas
Vic e Nicolas passaram para me pegar no hotel e fomos para o bar. Não quis ficar na casa dos meus pais para não incomodar, eles ficaram meio bravos com isso, mas aceitaram depois. Chegamos lá quinze minutos antes do combinado, ficamos no bar esperando uma mesa e logo que vagou uma fomos nos sentar. O bar era bem bacana, era todo em madeira rústica, as mesas ficavam no canto e no centro tinha uma pista de dança. Tinha enormes janelas de vidro fumê que davam de frente para o mar. O ambiente ficava a meia luz por lustres pendurados no teto, era uma mistura de rústico com sofisticado. Havia também um palco com uma banda se apresentando em ritmo de forreggae. Era um ótimo lugar. Ficamos sentados na mesa ouvindo a banda, pedimos Chopp e batatas enquanto aguardávamos a Lana chegar, já estava ficando irritado com o atraso dela, já estava dez minutos atrasada.
Quando olhei pra porta eu a vi. Ela estava toda sorrisos com o gerente do bar. Era um rapaz que tinha estudado com a gente na escola, ele apontou para a nossa mesa e ela nos viu. Meu Deus, como ela ainda era linda o cabelo estava trançado, mas vi que ainda continuava comprido como há doze anos desde a ultima vez que a vi, e o sorriso continuava como me lembrava, o sorriso que iluminava um ambiente. Ela veio sorrindo em direção a nossa mesa, Vic levantou de imediato para abraça-la as duas estavam emocionadas, ainda não tinham se visto desde que Lana chegou.
-Amiga que saudade de você. –Disse Vic ainda agarrada a Lana
-Digo o mesmo a você, que saudade! E ainda preciso conhecer meu sobrinho Gu. – Elas se soltaram do abraço e Lana abraçou Nicolas e disse sorrindo:
-Espero que você esteja cuidando bem da minha amiga viu Nicolas, ou vamos ter que conversar sobre isso. – Ela se soltou de Nicolas e veio do meu lado na mesa me abraçar.
Eu me levantei e a abracei com força, parece que o tempo parou nesse instante, lembrei-me de como era quando a abraçava quando éramos adolescentes, naquele pequeno instante percebi o quanto senti falta desse abraço mesmo sem saber. Mas ela quebrou o momento dizendo.
- E você irmãozão, continua ciumento, seu ciúme é o que mais me lembro de você. – A soltei e indiquei a cadeira do meu lado para ela se sentar. Ela sentou e respondi.
- Só sou ciumento com quem eu gosto. - Todos rimos.
-Que bom saber que você gostava de mim então. – quando Lana disse isso, Vic do outro lado da mesa me olhou e me deu uma piscadinha. Piscadinha entre um sorriso. O que foi aquela piscadinha?
Continuamos bebendo conversando e contando o que fizemos nesses anos todos de distanciamento, falamos sobre Raul, mas não foi com tristeza, mas sim com saudade, percebi que não apenas eu, mas todos haviam superado a perda e a tristeza e o que ficou foi só a saudade.
Rimos muito lembrando nossas peripécias do passado, percebi que realmente o sorriso de Lana havia voltado definitivamente ao rosto dela. Após alguns chopps e algumas tequilas a banda começou a tocar Um anjo do céu do Maskavo. A banda deu a introdução e cantou "Um anjo do céu..." e o vocalista apontou o microfone para as pessoas que responderam "...que trouxe pra mim...". Nessa hora as meninas se olharam, levantaram a voz e começaram a cantar juntas e alto
-"... é a mais bonita, a joia perfeitaaaaa..." – Nicolas tampou os olhos rindo, com a mesma vergonha que eu.
-Vamos meninos cantem com a gente, essa era a música que mais cantávamos nos luaus, bora matar a saudade. – disse Lana continuando a letra da música. Então encarei Nicolas e decidi entrar na delas, ele me apoiou e nos juntamos a elas no refrão.
-Vem! Oh meu bem! não chore não, vou cantar pra você.
Continuamos cantando e rindo até a música chegar ao refrão final, acho que chamamos mais atenção que a própria banda, mas foi divertido. Morremos de rir, bebemos, conversamos e bebemos mais um pouco. Até que certa hora já estávamos bem bêbados e bem alegres e vivi um dos momentos mais felizes e por que não dizer o mais esperado da minha vida.
A banda começou a tocar a musica "Meu cenário" na versão forreggae, como a banda Circuladô de fulô toca. E quando Lana ouviu a primeira frase "Nos braços de uma morena quase morro um belo dia...". Ela deu um pulo pegou na minha mão e disse:
-Jonas dança comigo? Amo essa música e faz tanto tempo que não danço, por favor? – como se ela precisasse implorar para conseguir alguma coisa comigo, com esse olhar e esse sorriso eu sou dela. O que eu estou pensando? Acho que a bebida esta fazendo efeito na minha cabeça. E não só na minha cabeça, outras partes do meu corpo se alegraram com o toque dela na minha mão.
-Vamos Lana, mas vê se não massacra meu pé – dei um sorriso pra ela, que bateu palmas e me puxou para pista.
Chegamos à pista de dança, Lana colocou um braço no meu pescoço, me deu a mão, assumimos a posição de forró e começamos a dançar enquanto a música prosseguia.
"...numa esteira, o meu sapato pisa no sapato dela,
em cima da cadeira, aquela minha bela cela..."
Dançando no ritmo da musica falei baixinho no ouvido dela:
-Ah um tempo atrás, nunca poderia me imaginar retornando para Cananéia e me divertindo tanto nessa cidade.
-Nem eu. Acho que temos o mesmo jeito doido de lidar com a dor. Nós fugimos. – Ela continuou dançando eu a rodopiei e ela quase caiu.
-Acho melhor você não me rodar de novo porque a tequila e aquele monte de chopp estão começando a me deixar tonta. – Ri e apertei-a contra meu corpo.
- Tudo bem, vamos dançar agarradinho, pra você não cair, sua bêbada. – ela gargalhou alto jogando a cabeça para trás. Quando olhei para a mesa vi que Nicolas e Vic nos olhavam sorrindo, como se tivéssemos agindo exatamente como eles queriam. Estranhos.
Ela tirou minha atenção da mesa quando falou
-Adoro essa música.
-Eu sei! – exclamei com certeza – Lembro-me de você sorrindo muito enquanto dançava com Raul, sempre quis dançar ela com você. –Vi que mencionei Raul e ela não se fechou como antes, e sorrindo me perguntou.
-E por que não dançou?
- Porque você não era minha. – respondi olhando nos olhos dela. De imediato senti que uma sensação de calor tomava conta dos nossos corpos enquanto dançávamos.
-E você queria que eu fosse sua? – Ela perguntou me encarando e eu não consegui responder, porque senti que naquela hora, com aquela pergunta o momento se intensificou e aqueles olhos lindos pareciam estar tomando entendimento de algo que ela nunca pensou antes.
"... Que tentação! minha morena me beijando feito abelha e a lua malandrinha pela brechinha da telha, fotografando meu cenário de amor..."
Quando a banda tocou essa parte da música, tudo se fez novo, e como se não houvesse nada além de nós dois naquele bar, ela puxou meu rosto com as duas mãos e me beijou com vontade como se ela dependesse da minha boca para respirar. E foi nesse momento que percebi que era isso que eu queria minha vida toda durante os dez anos que fiquei longe, era isso que eu queria, era ela que eu queria, era ela que eu sempre quis e era ela que iria ter. Apertei-a com um braço pela cintura, enquanto a minha outra mão agarrava a nuca dela embrenhando os dedos entre seus cabelos. A beijei com vontade como se a minha vida dependesse disso. E acho que dependia.
Quando nos separamos, vi a confusão em seu olhar.. Ela parou de me beijar, se afastou de mim com os olhos arregalados e com a respiração ofegante disse exatamente o que eu não queria ouvir.
-Desculpa Jonas, me desculpa... é... hummm, a bebida... Me deixa meio sem noção, desculpa. – Ela se virou e foi sentido a nossa mesa pegou a bolsa e foi embora. Eu fiquei paralisado olhando a cena, quando finalmente decidi me mexer fui até a mesa e vi Vic e Nicolas com as maiores caras de feliz que já vi na vida.
-O que foi aquilo? – Perguntei enquanto me sentava.
-Foi um dos maiores beijos que já vi cara. - Disse Nicolas rindo.
-Hey levanta já daí vai atrás dela, deixa de ser mole Jonas. E, além disso, ela não pode dirigir bêbada daquele jeito. – Vic tinha razão, levantei correndo e fui em direção à porta de saída, mas quando cheguei ao estacionamento não a achei em lugar algum.
Voltei para dentro do bar, sentei na cadeira apoiei o cotovelo na mesa e a cabeça na mão.
-O que eu fiz? To perdido. – murmurei para minha irmã e para meu cunhado e melhor amigo.
-Em minha opinião meu irmão, você não está perdido, agora que você esta se achando.
E juro. Vi o maior sorriso que já vi no rosto de alguém, no rosto da minha irmã quando ela disse aquela frase.
https://youtu.be/rECctrJR6vc
https://youtu.be/wehiudyq0q8
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