Que se foda tudo!
Capítulo onze
Gustavo
Eu estava decidido a enfrentar as barreiras que me separavam da Lívia, mesmo isso ferrando com o meu psicológico e eu não conseguindo mais olhar para o meu tio e tia com o mesmo olhar sem culpa, mas ela valia a pena, sei que ela queria também, mesmo estando cada vez mais próxima do João, sei que ela sentia alguma coisa por mim. A eletricidade que correu por nosso corpo nas duas vezes que nos beijamos não é algo que eu tenha sentido antes e a maneira como ela se entregou ao meu toque, serviu para que eu tivesse certeza que ela me queria tanto quanto eu a quero.
Eu ia convida-la para ir à festa a fantasia comigo na Angels, mas claro o João que não da uma chance para ela respirar, e não saiu de cima dela desde que nosso namoro de mentira acabou, a convidou primeiro e eu tive que ir sozinho.
Na festa á fantasia, conversei com o Igor, (Desde que eu soube que ele era Gay gostei muito mais dele) eu sabia que se eu a queria eu teria que conquistar a confiança dos amigos dela, para que eles me ajudassem. (tática de guerra aprendida no filme Hitch conselheiro amoroso) Na conversa, Igor deixou escapar que ela me queria e fiquei radiante, mostrei o meu lado para ele e acho que consegui a sua aprovação, na verdade eu tive certeza quando eu me afastei para resolver um problema no estoque e quando voltei ele olhou a minha fantasia de Mário e perguntou se eu e Lívia havíamos combinado de vir de par, quando já sabia que não. Foi aí que vi que ele estava do meu lado.
Fiquei a noite toda investindo na Lívia com olhares, gestos e a prensei na parede deixando claro que eu a queria. Sabia que ela e João ainda não tinham passado do estágio amizade, que não tinha rolado nem um beijo. Meu amigo Igor tinha me contado, mas me fez jurar que a Lili não saberia que ele me contou. Bom, não tinha rolado ainda.
Depois de fazermos uma pequena competição de quem bebe mais, (e ela perder porque é fraquinha e deu a desculpa que ia dançar) ela foi para a pista de dança e começou a dançar provocantemente e posso dizer que me provocou de verdade, tive que me concentrar para não passar vergonha ficando de pau duro para a balada toda ver. Olhei para o lado no intuito de disfarçar e vi que ao meu lado João também a admirava com um sorriso safado no rosto. Fiquei puto! Olha, ele era meu amigo, mas anda forçando muito a amizade viu. Se bem que não o culpo, que resistiria a Lili?
No meio da música Lívia chamou o Igor para dançar e ele foi, fazendo com que os minutos a seguir fossem muito dolorosos para mim, dolorosos como eu nunca senti. Quanto o João viu que o Igor estava muito próximo da Lívia, ele levantou- se e foi até ela para marcar território, afastou o Igor e em seguida a beijou. Meu coração começou a bater acelerado no peito e a raiva explodiu dentro de mim com um ciúme desenfreado, tive vontade de agarra-lo pela camisa e tira-lo de cima dela, mas percebi que ela retribuia o beijo e eu não consegui ver mais nada depois disso, levantei- me estava saindo para ir para o escritório quando o Igor me segurou pelo braço.
— Achei que você fosse mais persistente. — Ele foi macho pra cassete ao me segurar e falar isso. Me segurei para não empurra-lo longe.
— Eu não luto em batalhas perdidas, ela está... Ela está retribuindo. Não vou impedi-la de fazer o que ela quer.
— Para de ser frouxo Gustavo e enfrenta essa briga de frente — Nessa hora tive vontade de dar um soco no meio da cara dele e descontar a raiva que eu estava sentindo. Tirei o chapéu do Mário coloquei de baixo do braço respirei fundo e esfreguei o rosto com as mãos, voltei a olhar para os dois que ainda se beijavam e não aguentei.
— Ah quer saber que se foda tudo. Sabia que isso não ia dar certo mesmo. Tenho certeza que um dia vou conseguir esquecer tudo isso, mesmo que machuque para caralho.
— Gustavo, não vai embora sem falar com ela.
— Como vou falar com ela se ela esta lá com... — Soltei o ar para não matar um e apertei a boca em linha reta. Meu peito doía. — Tenho que ir embora daqui.
— Isso que você está sentindo é amor Gu, não adianta fugir. — Ele colocou a mão no meu ombro.
— É amor porra nenhuma, é só tesão e vai passar.
Saí dali sem olhar de novo para a pista de dança e subi para o escritório para pegar a chave do carro. Não vi se eles ainda se beijavam ou se tinham saído da pista para outro lugar. "Isso que você está sentindo é amor Gustavo" as palavras do Igor não saiam da minha cabeça, martelavam dentro de mim na mesma intensidade que esse sentimento me corroía, me dilacerava e me fazia sentir essa sensação que nunca senti. Será mesmo que é amor? Se isso for amor, eu tenho a resposta à pergunta que a Lívia me fez uma vez. E a resposta é que eu não amei a Bruna. Nunca senti nada que chegasse perto ao que sinto em relação à Lívia.
Desci do escritório sem olhar de novo para onde eles estavam e fui em direção ao estacionamento da Angels. Preciso esquecê-la, já que ela o escolheu, que fique com ele então. Cheguei ao meu carro, apoiei os cotovelos nele, apoiei a cabeça nas mãos e respirei fundo. Mas que saco! Nunca amei ninguém antes e quando amo tem que ser minha prima. Maldita hora que ofereci meu apartamento para ela. Droga! Não a amo coisa nem uma é só o álcool embaralhando tudo dentro de mim. Desencostei do carro para sumir dali.
— Gu. — Alguém me gritou e me virei para ver quem era... E era ela.
Comecei a procurar a chave do carro no bolso, não queria falar com ela. Só queria distância.
— Gu, por favor, fala comigo. — Continuei de costas pra ela procurando a droga da chave.
— Gu, por favor — Ela colocou a mão no meu ombro e me virei pra ela.
— O que foi Lívia? — Estourei gritando e vi nos olhos dela arrependimento.
— É... Desculpa... Não é nada, acho que me enganei.
Ela virou-se para ir embora, eu passei as mãos pelo rosto arrependido por ter gritado com ela, dei dois passos e a alcancei segurando-a pelo braço.
— Espere. O que você quer? Porque veio atrás de mim?
— Eu vim... Vim pra dizer... — Vi que ela também estava vivendo um conflito. — Ah deixa pra lá, acho que o Igor estava enganado, entendeu errado. Até mais Gu. — Ela virou-se para ir.
Dei mais dois passos e segurei-a de novo.
— Espere o que o Igor te disse? — Ela me olhou apreensiva e parecia segurar para não chorar.
— Me diga você, o que disse a ele?
Esfreguei o rosto na esperança de que conseguisse achar as palavras certas enquanto o vento passava entre nós e balançava os cabelos dela.
— Porra Lívia isso é difícil e complicado demais. Você é minha prima.
— Isso o que? O que é difícil? Me fala as claras Gustavo. — Ela gritou.
Pensei no meu tio e mais uma vez pensei que não deveria fazer isso.
— Não consigo falar. Melhor continuar como está e você seguir de onde parou. — Mais uma vez as palavras ficaram travadas na minha garganta e eu não consegui dizer o que pensava.
Ela me olhou, engoliu em seco e respirou fundo segurando o choro.
— Olha... Vou voltar lá para dentro, sabia que seria um erro vim atrás de você.
Pensar que ela voltaria para o João doeu meu peito, virei- me de costas para ela, estava andando de volta para meu carro, parei, respirei fundo e virei-me de novo a olhando e pensei o quanto me doía vê-la indo para o João... Que saber... Mais uma vez penso... Que se foda tudo!
— Lívia. Espere!
Andei a passos rápidos e largos e quando cheguei perto dela não dei chance a ela nem a mim de pensar em nada que podia nos separar. A peguei pelo pescoço e a beijei firme e incansável. Passei a mão pela cintura dela e a puxei para junto de mim e tê-la tão perto acendeu meu corpo e eu a queria, a queria como nunca quis ninguém. O barulho de alguém batendo a porta de um carro nos separou. Ela me olhou como se tivesse com vergonha ou como se esperasse que eu dissesse algo que pudesse acabar com aquele momento. Entrelacei nossas mãos e puxei-a em direção ao meu carro. Abri a porta do carona para ela e a acomodei, soltando relutantemente a sua mão. Corri para o meu lado e entrei no carro assumindo o volante, segurei o com força, soltei o ar e olhei para ela que me encarava com ar de indecisão, sua bochecha estava vermelha, talvez por causa de tanto Jack com Coca.
— Não vamos voltar lá pra dentro. Não consigo te ver mais perto dele... Vem comigo?
— Vou. Mas Gu... Você está certo do que está fazendo?
Nã respondi de imediato só a beijei de novo e beija-la era como se fosse a coisa mais certa a fazer na vida, nunca tive tanta certeza do que eu queria. Empolguei-me e joguei meu corpo sobre o dela, prensando-a no assento do carro.
— Nunca estive tão certo. — Sussurrei com a boca ainda encostada a dela e com olhos fixos nos seus. — E você, me quer como eu te quero?
Ela sorriu, olhou para fora do carro, mordeu o lábio inferior e soltou o ar como se fosse difícil respirar, voltou os olhos lindos cor de mel para mim e enfim me respondeu.
— Por mais maluco e errado que isso seja, eu te quero mais do que você me quer.
— Duvido!
A beijei mais uma vez e quando nos separamos liguei o carro com desespero só queria chegar em casa o mais rápido possível, não deveria dirigir depois de beber tanto, mas o ap não é tão longe assim e eu não estou tão bêbado assim.
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