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Capítulo 4

Boa noite meus amores. Me perdoem a demora para postar, mas passei alguns dias de cama e assim que melhorei tive semana de provas, foi uma loucura. Mas graças a deus deu tudo certo. 

Prometo fazer o possível para não atrasar mais. 

Beijos e não esqueçam de dar estrelinhas e comentar. 



- Droga! – Esmurro a parede da sala de espera hospital e algumas pessoas me olham assustadas.

Scoth acabou de me avisar que não podemos fazer nada, Mel terá que ir para o abrigo até que a mãe esteja em condições de cuidar dela.

- Calma Rule, ficar assim não vai adiantar de nada. Ela vai ficar bem. – Tenta apaziguar a situação.

- Ainda não posso acreditar que Mel vai para um abrigo. – Passo minhas mãos pelos cabelos. Preciso achar uma solução, mas não consigo pensar em nada que possa mudar essa situação. Infelizmente Rebeca esta agindo de acordo com a lei.

- Rule, querido a Mel esta te chamando. – Nancy avisa ao se aproximar de nós.

- Respira, e vai levar a Mel pra ver a mãe. Depois conversamos sobre isso.

Volto para o quarto de Mel e ela abre um lindo sorriso ao me ver. Já faz quase 24 horas que estamos aqui e logo ela terá alta. Conversei com os médicos mais cedo e eles autorizaram que ela visse a mãe.

- Tio Rule, vamos ver a mamãe agora? – pergunta.

- Vamos princesa.

A pego em meu colo e sigo para o outro quarto. Entramos e tudo esta como no dia anterior, a mãe de Mel continua desacordada.

Paro próximo a cama e Mel olha emocionada para a mãe.

- Mamãe – diz estendendo a mãozinha e tocando o rosto da mãe. – Tio pô que ela não acoda?

- Lembra que o titio te falou que ela esta dodói, então ela precisa dormir para ficar boa.

- Mas eu to com saudade – fala baixinho.

- Eu sei meu anjo, mas não fica triste. Logo ela vai acordar e te abraçar bem forte.

- E agola quem vai cuida de mim?

Meu coração se aperta e o nervoso que estava sentindo se multiplica. O que vou dizer pra essa garotinha? Como vou explicar que ela vai para um abrigo.

- Senhor Jackson, preciso medica-la. Vocês terão que sair. – Uma enfermeira informa ao entrar no quarto.

- Mel se despede da mamãe, precisamos sair.

- Mais eu quelia fica mais um pouco – fala dengosa.

- Eu sei minha princesa, mas agora precisamos ir. Outro dia prometo que ficamos mais.

Ela assente, vai até perto da mãe e deposita um beijo em sua bochecha.

- Te amo mamãe, vou ola pala o papai do céu pla você fica boa logo.

Contenho as lágrimas que ameaçam cair e volto para o quarto da Mel junto com ela. Coloco um desenho e logo ela cai no sono.

***

- Senhor Jackson, preciso leva-la para o abrigo – Rebeca fala pela décima vez.

- Eu posso cuidar dela. Mel vai ficar muito melhor comigo do que em qualquer abrigo – tento argumentar novamente.

- Chega senhor Jackson, o senhor vai colaborar ou serei obrigada a chamar os seguranças. Isso seria uma cena desagradável para Melissa, então peço que, por favor, se despeça dela e me deixe fazer o meu trabalho.

Penso em Mel e o quanto ela iria ficar assustada caso seguranças me tirassem daqui a força.

- Só me deixa ter uma conversa com ela antes de leva-la – peço derrotado.

- O senhor tem 05 minutos.

Aceno com a cabeça e giro a maçaneta da porta. Entro e Mel me olha com um sorriso.

- Tio Rule, vem ver desenho comigo.

Sento-me na cama ao seu lado e a puxo para o meu colo.

- Mel, minha princesa. Você vai ficar em um lugar bem legal até a sua mamãe ficar boa, tá bom. Lá tem um monte de criança pra você brincar e muitos brinquedos – digo tentando convencer mais a mim mesmo do que a ela.

- Eba! Você vai fica comigo? – pergunta.

- Não Mel, eu não posso. Mas prometo que vou te visitar todos os dias.

- Não tio Rule, você disse que não ia me deixa sozinha. Pu favo, vamo comigo.

Lágrimas ameaçam cair de seus olhinhos e tento segurar as minhas próprias. Ela se agarra em mim e a abraço forte. Como em tão pouco tempo, pude me apegar tanto a essa menina?

- Eu não vou te deixar princesa, vou te ver todos os dias.

A porta do quarto é aberta e Rebeca entra.

- Sinto muito senhor Jackson, mas preciso ir agora.

Ela se aproxima e estende os braços para pegar Mel.

- Vai com ela princesa.

- Não tio Rule, pu favo. Eu quelo fica com você. – Mel fala em meio às lágrimas.

- Você não pode princesa, vai com ela. O titio vai te visitar todos os dias.

- Não tio, pu favo.

Rebeca pega Mel dos meus braços e ela chora desesperada ao ser levada.

- Ela vai ficar nem senhor Rule – Rebeca diz antes de deixar a sala.

Apoio minhas mãos na cabeça e deixo as lágrimas que segurei por meu Mel, rolarem soltas.

Nancy entra na sala e vem me abraçar.

- Ela vai ficar bem, Rule. Todos os dias iremos visita-la.

***

Entro em casa e tudo parece ainda mais vazio do que antes. Como em todas as últimas noites desses dez anos quero me afogar em uma garrafa de bebida e esquecer meus problemas. Vou até o bar e pego uma garrafa de Whisk, sento-me no chão perto do sofá e retiro o lacre da garrafa. Levanto até a altura dos meus olhos e sinto repulsa pelo que vejo. Atiro a garrafa longe, ela bate na parede e cai se espedaçando no chão da sala.

Eu prometi a mim mesmo que daria volta por cima, e não vou desistir. Chega de noites de embriaguez, chega de ficar sofrendo pelos cantos. Eu ainda posso ser o homem que Camila e Joly se orgulhariam.

Além do mais preciso estar bem e são, caso Mel precise de mim. Não posso chegar acabado para visita-la amanhã.

Levanto-me do chão e olho para o pequeno bar que mantenho em casa. O primeiro passo é me desfazer dele, para sempre. Limpo a sujeira causada pela garrafa de whisk que joguei na parede e depois derramo o conteúdo de todas as outras na pia da cozinha. O lugar que antes era ocupado por bebidas agora esta vago.

Vou até o porão e retiro uma enorme caixa, dentro estão todos os porta retratos que retirei da casa na tentativa de esquecer Camila e Joly, retiro algumas fotos e ocupo o espaço vazio com elas.

Retiro uma em especial, Camila estava grávida de Joly. Estávamos em um parque e pedi a um rapaz que passava para que tirasse uma foto nossa. Camila ostentava um lindo sorriso e uma enorme barriga.

- Ah meu amor, por que você me deixou? Sinto tanto a sua falta – digo enquanto meus dedos fazem o contorno na foto.

Lágrimas rolam por meu rosto e vejo que por mais que eu tente, nunca conseguirei ser feliz novamente.

Depois de algumas horas subo para o meu quarto, tomo um banho e me deito para tentar dormir. Repasso as últimas horas com Mel e como me senti vivo novamente ao seu lado. Ela me lembra tanto minha Joly.

Depois de tanto pensar acabo caindo sono.

Dou um pulo da cama ao ouvir o telefone tocar. O barulho estridente cortando o silêncio da madrugada. Olho para o criado mudo e são 4h40 da manhã. Quem será a essa hora?

- Alô – digo ainda meio sonolento.

- Senhor Rule Jackson? – Uma voz feminina pergunta.

- Sim, sou eu. Quem é?

- Meu nome é Sara. Me perdoe o incomodo, mas estou te ligando porque Mel esta com febre e não para de chamar o seu nome. Será que o senhor poderia vir até aqui?

- Claro – digo já levantando. – Estarei ai o mais rápido possível.

- Obrigada senhor Jackson.

Desligo o telefone e enfio a primeira roupa que acho no meu guarda roupas. Pego as chaves do carro e corro em direção ao abrigo em que Mel esta.

Mal estaciono o carro e um homem vem me encontrar.

- Você deve ser o senhor Jackson – ele questiona assim que desço do carro.

- Sim. Onde está Mel?

- Me acompanhe, por favor.

Passamos por um portão de madeira que dá acesso a um enorme pátio com um chafariz no centro. Atravessamos rapidamente e entramos em um prédio com uma construção antiga. O homem me guia por alguns corredores até que chegamos em uma espécie de enfermaria.

Mel esta em uma cama, aninhada em um travesseiro. Ela chora baixinho.

- Mel, minha princesa. – Corro para o seu lado e ela se joga em meus braços assim que me vê. – Tudo bem, eu estou aqui.

As duas mulheres que estavam com ela me olham e uma delas começa a falar:

- Senhor Jackson, nos perdoe pelo incomodo. – Reconheço ela como Sara, a moça que falou comigo pelo telefone. – Mas não sabíamos mais o que fazer com Melissa, a febre não quer ceder e ela só chamava o senhor.

- Não é incomodo algum. Eu disse a Rebeca que qualquer coisa poderiam me chamar.

Elas acenam com a cabeça e uma delas, sem ser Sara, se retira. Mel continua aninhada a mim e sinto que seu corpo esta muito quente.

- Vocês mediram a temperatura? – pergunto a Sara.

- Sim, ela esta com 38,5.

- Esta alta para ela. Deram alguma medicação?

- Sim, mas não adiantou. Achamos que é emocional.

Peço a Sara que me ajude a dar um banho em Mel, ela esta meio sonolenta e não quer desgrudar de mim nem por um segundo. Permaneço com ela na enfermaria e acabo pegando no sono.

- Senhor Jackson. – Sou desperto por Sara.

- Oi – respondo ainda sonolento.

Abro meus olhos e a claridade os irrita um pouco. Com cuidado retiro Mel dos meus braços e sento-me na beirada da cama.

- Desculpe acorda-lo, mas preciso medir a temperatura da Melissa – ela fala meio sem jeito.

- Claro.

Mel acorda nesse momento.

- Tio Rule, você veio – grita ao me ver.

- Claro, princesa. Eu não disse que viria.

Ela pula em meus braços e aninha seu pescoço em meu ombro. Sara me passa o termômetro que coloco em Mel. Graças a Deus sua temperatura baixou.

- Mel, presta atenção no titio. - Ela me olha com os olhinhos atentos. – Eu preciso ir a um lugar agora, mas logo volto pra te levar pra casa. Enquanto isso, preciso que você fique com a Sara, tudo bem.

Ela faz um beicinho, mas concorda. Deposito um beijo em sua testa e peço para Sara cuidar dela.

Tenho uma pessoa para visitar e logo volto para levar Mel para casa comigo. 

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