Capítulo 12
Boa tarde meus amores, tudo bem com vocês.
Me perdoem a demora nas postagens, mas está muito corrido pra mim. Mas não desistam, por favor.
Mil beijos, Carol Cappia
Lori
— Seus exames foram muito satisfatórios. Amanhã você já pode se ver livre desse hospital — Dr. Mitchell fala enquanto anota algo em sua prancheta.
— Que ótima notícia.
Sorrio fraco.
— Por que você não parece muito feliz com isso? — ele pergunta, seus olhos prestam atenção em mim agora.
— Eu estou feliz, mas não sei bem o que fazer. Não tenho dinheiro, ou para onde ir — digo preocupada.
— Não se preocupe, vou te ajudar.
— Muito obrigada, mas o senhor já faz demais por mim.
Ouço uma batida na porta e logo Rule aparece.
— Com licença — diz ao entrar. — Boa tarde.
— Boa tarde, senhor Jackson — cumprimenta o Dr. Mitchell.
— Boa tarde Rule — respondo.
— Estou atrapalhando? — Rule pergunta meio sem jeito.
— De maneira alguma, eu estava agora mesmo falando com a Lori que amanhã ela está liberada desse hospital.
— Fico feliz por você — Rule fala e me lança um sorriso tímido. — A Mel vai ficar muito feliz quando souber.
— Sim — respondo.
— Vou deixar vocês a sós. Depois continuamos aquele assunto Lori, com licença.
Dr. Mitchell sai e Rule me olha sem graça. Ele encosta na parede perto da porta e cruza os braços.
— A Mel não veio com você hoje? — pergunto.
— Não, ela ficou com uma amiga. Preciso conversar com você — fala tenso.
Na minha cabeça imagino mil coisas.
— Aconteceu alguma coisa? A Mel, ela está bem? — Meu coração acelera por imaginar que algo aconteceu com a minha filha.
— Não se preocupe — diz com um pequeno sorriso. — A Mel está ótima. É sobre outro assunto que também envolve a Mel.
— Pode falar.
Rule parece tenso. Suas mãos estão retesadas e ele parece procurar as palavras certas para usar.
— Então... — Ele coça a cabeça e faz uma pausa. — Eu andei pensando e com tudo isso que aconteceu você e a Mel não tem para onde ir e agora que você vai ter alta já sabe o que vai fazer? — pergunta nervoso.
Abaixo meus olhos e esfrego minhas mãos na barra do lençol da cama.
— Na verdade ainda não. Eu acabei de receber a notícia e ainda não sei bem o que fazer. Sei que você deve ter uma vida e já cuidou tanto tempo da Mel, eu vou dar um jeito o quanto antes possível.
Ele se aproxima e senta-se na beirada da cama.
— Lori... Não... Não é por isso. É que eu pensei que talvez... Sei lá, você pudesse morar lá em casa, pelos menos por enquanto até você se resolver.
Olho para Rule com cara de espanto. Acho que não entendi direito o que ele disse.
— Como... Como assim? — pergunto, as palavras cortadas pelo choque.
— Perguntei se você quer ir morar na minha casa... Quer dizer pelo menos até você se lembrar de tudo ou que a polícia consiga descobrir alguma coisa — repete.
— Mas por que?
Rule parece exausto e sinto que essa conversa não está sendo fácil pra ele assim como não está para mim.
— Porque você não tem para onde ir. Porque minha casa tem espaço suficiente e a Mel já está acostumada a viver lá. Porque eu me preocupo com ela e não quero que fique em qualquer lugar. Motivos é o que não faltam, eu só quero ajudar vocês.
Suas palavras são convictas, em nenhum momento vejo dúvidas em seus olhos. Sei que está fazendo tudo isso apenas por causa da Mel, mas não posso deixar de me sentir emocionada por esse gesto.
— Sua mulher... — começo, mas ele me corta.
— Eu... Eu não tenho mulher. — Sinto o pesar em sua voz quando fala. — Sou sozinho.
Olho para Rule e pela primeira vez reparo realmente nele. Um homem alto, bonito, os olhos claros e o cabelo castanho já com alguns fios grisalhos. Ele é bonito, até demais na verdade. Parece ser um homem de bem, uma excelente pessoa. Por que então não tem mulher? Filhos? Ninguém?
— Por favor, eu prometo que vocês estarão seguras — pede. Seus olhos sinceros encaram os meus em súplica.
— Tudo bem. Mas eu prometo que não será por muito tempo. — respondo ainda incerta.
— Pode ficar o tempo que precisar — fala com um sorriso. Agora um de verdade, posso dizer até alegre. Sua expressão mais tranquila. — A Mel vai adorar.
— Ela gosta muito de você. Não tenho palavras para agradecer tudo o que fez por nós — digo.
— A Mel quem salvou a minha vida. Se alguém tem que agradecer aqui, esse alguém sou eu.
De novo suas palavras me deixam curiosa.
— Já é a segunda vez que você fala isso. De que forma a Mel salvou sua vida? — questiono.
Sua expressão se torna tensa, ele se levanta e anda inquieto pelo quarto.
— Se puder, prefiro não falar sobre isso. Agora preciso ir, a hora da visita já acabou. Amanhã venho te buscar com a Mel — responde ríspido.
— Tudo bem, me desculpe... Eu não queria...
— Não precisa se desculpar. Até amanhã — me corta.
Rule sai do quarto apressado sem nem ao menos esperar minha resposta.
Deus me ajude, que as coisas não sejam tão complicadas durante o tempo que eu passar em sua casa com a Mel.
***
Rule
— Cheguei princesa — digo ao entrar pela porta de casa.
Mel corre para os meus braços e enlaça seus bracinhos no meu pescoço.
— Já tava com saudades, tio Rule. Como a minha mamãe está? — pergunta.
— Muito bem meu anjo, ela te mandou um montão de beijos assim.
Começo a distribuir vários beijos pela sua bochecha e ela ri.
— Quando ela vem pra casa?
— Amanhã.
Mel bate palmas animada e corre para o lado da Nancy que estava cuidando dela enquanto fui ao hospital.
— Tia Nancy amanhã minha mamãe vai sair do hospital — fala toda animada.
Nancy aparece na porta da cozinha com um avental.
— Que ótima notícia, princesa. Vou preparar algo bem especial pra ela comer quando chegar amanhã.
— Eu posso ajudar tia Nancy? — Mel pergunta.
— Claro que pode. Você é minha ajudante mais linda e querida.
Mel sorri radiante e abraça Nancy antes de sair para brincar com as bonecas.
— Então ela aceitou vir morar aqui? — Nancy pergunta.
Entramos para a cozinha, onde Nancy prepara o jantar.
— Graças a deus, sim.
Sirvo—me de um copo d'água e me encosto no balcão. Nancy me olha e sei que quer me falar alguma coisa.
— Rule, querido — ela faz uma pequena pausa. — Você terá que ter um pouco de paciência durante a estada da mãe da Mel aqui. Ela está passando por momentos difíceis e precisa descansar para se recuperar totalmente. Sei que está há muito tempo sozinho e ter outras pessoas morando aqui pode ser algo estranho.
Suas palavras são cuidadosas, mas entendo o recado.
— Eu sei Nancy, não se preocupe elas ficarão bem. Não farei nada para que a Lori se sinta desconfortável, a última coisa que quero é que ela vá embora e leve a Mel.
Nancy se aproxima e pega minhas mãos.
— Eu sei que elas ficarão. Você jamais faria algum mal para elas, ou para ninguém. Mas e você meu filho?
Há tempos que não a ouvia me chamar de filho. Quando perdi minha mãe Nancy ficou ao meu lado e por vários momentos fez o papel de mãe. Ela sempre esteve aqui, mesmo quando eu não mereci.
— Eu vou ficar bem. Não se preocupe.
A puxo para um abraço e ela parece surpresa. Sua cabeça mal bate no meu peito, mas ela se aninha em mim e passa seus braços pela minha cintura.
— Obrigada por tudo, por me amar mesmo quando eu não mereci. Você é como uma mãe para mim Nancy, então me perdoe por esses anos que eu não demonstrei meu amor e respeito por você. Prometo que isso nunca mais irá se repetir.
— Ah Rule — diz com a voz embargada pelas lágrimas que rolam por sua face.
— Por favor, não chore. Quero ver você sorrindo — Levanto seu rosto para olhar em seus olhos. Dou um beijo em sua testa e ela sorri.
— Te amo, meu filho.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro