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Amigos


Capítulo cinco

Mariana

Mesmo indo dormir quase de manhã, eu acordei cedo e não consegui me manter na cama enquanto os meus pensamentos vagavam por vários momentos da noite anterior.

Conversei com o Breno de manhã e rapidamente, pois pela nossa diferença de fuso horário, enquanto eu estava acordando ele já estava almoçando.

Fiquei zanzando pela casa esperando as horas passarem e fugindo da minha mãe o quanto eu podia, para não sair com ela e o tal cerimonialista. Eu estava sem paciência para ele, ela e as coisas do casamento. Semana passada sofri quando fiquei entre coisas de decoração, buffet, convites e etc. Então, para a alegria dos dois, que não vão precisar aguentar o meu mau humor, eu dei carta branca para eles escolherem o que quiserem e inventei um mal estar.

Não era que eu não quisesse organizar meu casamento, eu queria, só achava desnecessário gastar tanto, ter tanta frescura e ter que escolher entre marfim, creme e bege claro. Além de que, não consigo entender para que tanta ostentação, se no dia o mais importante seria a união e o amor entre Breno e eu.

Na semana anterior minha mãe perguntou o que eu tinha e qual era o motivo do meu mau humor, já que eu só conseguia ser grossa com ela e ríspida na maioria das vezes que conversávamos. Respondi que era o estresse pré-casamento e ela parou de me questionar, porque para ela, tudo que eu fizesse para o casamento era bem vindo, até me estressar, porém minha raiva era porque eu via nela toda a sua soberba, superioridade e eu simplesmente estava com muita raiva de tudo que ela fez, de toda a armação que ela arquitetou no passado. Entretanto, depois de muito pensar, decidi não contar a ela que eu sabia de tudo, já que isso acarretaria em ter que contar sobre a carona de moto com o João, a visita a Isa e ter que dar satisfação de cada passo que eu desse a partir daquele momento.

Preferi omitir, engolir a minha raiva e me manter em paz, pois se a minha mãe soubesse que reencontrei com o meu passado e fiz as pazes com ele, ela faria da minha vida um inferno antes do casamento sair e me privaria de aproveitar o restinho da minha solteirice, vivendo um pouco com meus amigos do passado, antes de me casar, voltar para Portugal e esperar o que a vida planejava para o meu futuro.

Fiquei a espreita da saída da minha mãe e do cerimonialista e assim que saíram, me vi sem nada para fazer. Então decidi ir até a cozinha conversar com a minha Maria querida.

— Oi, gostosaaaa. — falei me jogando na cadeira da mesa da cozinha e a chamando do apelido que chamava na adolescência.

— Que susto, Marizinha.

— Ah, que saudade de você me chamar assim, Maria.

— E eu estou com saudade de você me chamar de gostosa. Se sua mãe te ver aqui e me chamando desse jeito, ela vai brigar com você.

Dei de ombros.

— Você sabe que eu não ligo para as reclamações dela.

— Mas devia ligar, ela que manda aqui.

— Mas não manda em quem meu coração ama.

Maria pareceu pensar e disse:

— Menina, me diga uma coisa. O que tem acontecido com você?

Ham? Nada. — me fiz de desentendida.

— Te conheço desde que nasceu e faz uns dias que reparo que você está diferente de como estava quando chegou?

— Diferente?

— Sim, diferente. Com um brilho diferente, como se tivesse se livrado de algo ruim.

Sorri para ela e contei toda a história desde o início. A gente sabe que os funcionários sabem de tudo, mas a Maria fingiu não saber e ouviu a história toda até que eu terminasse de contar e por fim falou:

— Olha, que sua mãe não me ouça, mas você sabe que você pode desistir do seu casamento, até mesmo no altar antes de dizer sim, não sabe?

— Sei, Maria... Eu amo o Breno e não quero desistir, mas...

— Eu sei, não precisa dizer. — ela pegou na minha mão. — Aproveite sua vida de solteira enquanto pode, depois você será uma mulher casada. — Maria sorriu cúmplice e acho que viu a confusão em meu olhar — Só estou dizendo que você não precisa se sentir obrigada a nada. Você pode fazer o que quiser.

— Você acha que se eu ligar para o João e pedir para ele me levar a um passeio de moto, vai ser inapropriado?

— É isso que você está com vontade de fazer?

Assenti.

— Então o que você está fazendo aqui nessa cozinha, conversando com essa velha cozinheira?

— Eu? Estou ouvindo os melhores conselhos que uma pessoa sábia pode dar.

Ela riu.

— Marizinha, faz o seguinte, nesse tempo que está aqui sem nada para fazer, já que é a sua mãe que está organizando seu casamento, — ela riu. — se permita viver sem amarras. Você já foi amarrada demais. — Maria piscou para mim. — O que tiver de ser, vai ser.

— Tem razão. Vou fazer isso. — dei um beijo nela e saí sorridente da cozinha.

Liguei para o meu irmão e pedi o telefone do João. Miguel perguntou desconfiado o motivo pelo qual eu queria o telefone dele e eu menti, dizendo que era para pedir indicação de Dj para o casamento. Miguel me passou o telefone e me aconselhou a ter juízo.

Liguei para o João que pareceu surpreso com a minha ligação, mas aceitou rapidamente me levar para dar uma volta de moto, por onde quer que fosse. Marcamos de ele me pegar na praça aqui perto, pois fiquei com medo dele vir me buscar em casa e por algum motivo a minha mãe voltar antes do horário previsto e embarreirar o meu passeio.

O dia estava ensolarado, então coloquei um short jeans curto, um baby look branca e um All Star branco. Como não sabia se iria esfriar, coloquei um cardigã também branco. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e passei uma maquiagem leve. Não queria exagerar em nada.

Mas foi eu terminar de me aprontar, que parei em frente ao espelho, fiquei me olhando e pensando: o que estou fazendo?

Então peguei o celular e liguei para o Breno.

— Oi, amor. — ele atendeu depois de muito tocar.

— Oi. Estou ligando, porque quero ouvir você dizer que me ama.

— Claro que te amo. Por que essa dúvida, agora? — ele parecia tenso.

— Não é duvida, é só saudade.

— Amor, logo estaremos casados e de volta a Portugal. Aguenta mais um pouco aí.

Dei um suspiro cansado.

— Tudo bem.

— Posso te ligar a noite? Estou entrando em uma reunião.

— Tá, nos falamos a noite. Vou sair agora, mas a noite espero você ligar.

— Tá bom, te amo. Beijos — E desligou.

Achei essa conversa tão fria e sem sentimento.

Não me senti diferente de como estava me sentindo antes da ligação, não recebi o que eu buscava ao ligar para ele, então fiz o que a Maria sugeriu: levantei, parei de pensar tanto, peguei minha bolsa lateral e fui esperar o João na praça. Nem um minuto de espera tinha se passado e lá vinha o ronco forte do motor da moto, descendo a rua da minha casa e fazendo um arrepio percorrer meu corpo. Não pude conter esse arrepio. Observei a moto cada vez mais se aproximando, até que João parou bem na minha frente.

Eu não conseguia ver seu rosto, porque ele usava um capacete todo preto e com viseira também preta. João ergueu a viseira, me lançou um sorriso lindo e disse ao exibir as covinhas:

— Bora?

Apenas assenti, pois eu não conseguia pensar muito depois de ver aquele sorriso, coloquei o capacete que ele me ofereceu e sentei-me na sua garupa. Mais uma vez tentei evitar o contato do nosso corpo colado um no outro, mas quando eu estava procurando onde colocar as mãos, ele as pegou e colocou em volta da sua cintura, me puxando para junto dele. Soltei um suspiro e tentei pensar em várias coisas que não fossem os gominhos que deviam estar em baixo daquela jaqueta.

— Aonde você quer ir? — ele perguntou.

Dei de ombros.

— Qualquer lugar, só não queria ficar em casa. Onde você me levar eu vou.

Ele sorriu.

— Vamos à cachoeira? Lembra aquela cachoeira que íamos antigamente?

— Lembro. — sorri com a lembrança. — Mas eu nem trouxe um biquíni.

— Eu também não trouxe nada, mas se quiser podemos ir só olhar.

— Não. Não vou lá há muitos anos, vou querer entrar.

João pareceu pensar.

— Tem um centro de compras aqui perto, lá tem uma loja de departamentos que deve ter biquínis. — seu tom de voz pareceu sem graça.

— Ótimo.

Então João assentiu, acelerou a moto e partimos. Apertei forte as minhas mãos em sua barriga, tive a impressão que ele acelerava a moto de propósito para que eu o apertasse. Senti o vento bater em mim e foi como um calmante. Fechei meus olhos, aproveitei a sensação e minutos depois estávamos entrando em uma loja de departamentos.

Para agilizar e não perdermos tempo ali, João foi para o lado masculino da loja, pegar o que ele iria usar e eu para o lado feminino, que ficava no sentido contrário.

Comecei a pegar o que precisava: uma toalha, um biquíni preto e só. Quando eu estava indo para o outro lado da loja para ajudar o João com as suas compras, ele estava entre dois seguranças, que tinham suas mãos para trás, o queixo erguido e nitidamente o intimidavam. João gesticulava e parecia irritado. Fui por de trás das gôndolas para ver, mas de perto o que estava acontecendo e logo ouvi o João falar:

— Por que eu? Eu estou comprando, como todos os outros clientes.

— Se você está comprando, então cadê a sua sacola? Ou você vai esconder em algum lugar?

Nessa hora, mesmo sem querer acreditar, entendi o que estava acontecendo e me aproximei, já sentindo o meu rosto pegando fogo de raiva. Entrelacei os meus dedos aos do João e os enfrentei:

— Qual é o problema aqui?

Ambos me olharam assustados, olharam para as nossas mãos entrelaçadas e me encararam como se notassem que fizeram algo que não deviam.

— É que esse rapaz entrou sozinho na loja e...

— Eu também entrei sozinha na loja e não estou sendo acusada de nada.

— É que... — eles gaguejavam e não conseguiam concluir as frases.

— Não consigo ver nada que o diferencie de mim, a não ser que ele é um homem e eu uma mulher.

— Tem razão, é que ele estava sozinho e...

— E é negro? Não sabia que cor da pele dizia algo sobre a índole e o caráter de uma pessoa.

— Não era isso...

— Ah, não era? E era o que então? — eu estava com tanta raiva que eu não conseguia deixá-los falar.

— Tem razão. A senhora tem toda razão e houve um engano aqui...

— Olha, hoje é o dia de sorte de vocês, porque este cliente, que vocês acabaram de tratar de forma racista e preconceituosa, além de lindo e um empresário bem sucedido, ele também é advogado. — sorri ironicamente para os homens para mascarar a raiva que eu estava sentindo.

— Olha, peço desculpas... — um deles começou a gaguejar.

— E aí, João, qual a providencia que você quer tomar em relação ao que aconteceu aqui.

João me olhava meio incrédulo e parecia chocado. E não sei se pela minha atitude ou pela exposição que acabou de sofrer.

— Vamos embora. — ele respondeu meio sem jeito.

— Olha, falei que hoje é o dia de sorte de vocês, pois além de tudo que eu falei que ele é, ele também é uma boa pessoa e vocês não vão sofrer um processo por injúria racial. Racismo é crime. Espero que aprendam a lição.

Entreguei rispidamente a sacola com as peças que eu segurava, para o segurança e os ouvi pedir desculpas repetidamente para nós, enquanto eu ainda de mãos dadas com o João, saía da loja. Ele não soltou a minha mão e nos dirigimos para a moto assim, como se fossemos um casal e o toque da mão dele na minha, era tão acolhedor e muito familiar.

Ficamos em silêncio e João parecia sem jeito e envergonhado. Subimos na moto e sem dizer nada ele seguiu o plano e pegou o caminho que dava para a cachoeira.

Conforme a estrada seguia, a minha raiva foi diminuindo e eu só conseguia pensar nos milhões de pessoas que passavam por isso frequentemente, que recebiam esse tipo de tratamento gratuitamente, mesmo sem ter nada que os acusassem, sofriam simplesmente, e somente, pela cor de suas peles.

A cachoeira não era muito longe, então não demorou muito até que chegássemos. Mas eu não conseguia esquecer a cena que havia acabado de presenciar e quando a adrenalina e a raiva passaram, só me vinha a cabeça que a minha mãe era como aquelas pessoas, só que ainda pior e com uma dose de superioridade e soberba inimaginável.

Desci da moto, tirei o capacete e olhei em volta, mas por ser meio de semana, não tinha quase ninguém ali, a não ser a dona do pequeno bar e um cachorro magrelo que andava sem rumo. Melhor assim, pelo menos não veríamos pessoas conhecidas. Dei um sorriso sem graça ao João e fomos caminhando em silêncio, um do lado do outro, pela trilha que dava para a cachoeira. Entre nós, só se escutava nossos passos e o barulho da queda d'água, que se aproximava.

Pensei em anos atrás, em como o João se sentiu quando a minha mãe o humilhou, pensei o quanto deve ter doído e sem que eu pudesse conter, uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu a enxuguei de pressa, mas o gesto não passou despercebido pelo João.

— Ei. — ele pegou a minha mão, me virou para ele, olhou nos meus olhos e em seguida me abraçou. — Me desculpa te fazer passar por isso.

E ele ainda me pedia desculpa.

— Não estou chorando por hoje.

Ele ficou em silencio.

— E não peça desculpas. Não passei por nada, quem passou foi você. Estou chorando pelo o que você teve que passar.

— Não chora. Eu estou acostumado.

Separei-me dele, mas ainda ficamos bem próximos, e o olhei indignada com aquele comentário.

— Você não tem que se acostumar com isso. Nem você, nem ninguém.

Ele deu de ombros e falou:

— Só fico triste, porque você não conseguiu comprar o que queria.

Ele desviou o olhar do meu e parecia tão desapontado, que eu só queria tirar daquele rosto lindo, aquele olhar que além de desapontamento, era envergonhado, então falei a primeira coisa que me veio à cabeça:

— A gente sempre pode nadar pelado.

E então João voltou a me olhar e riu largamente.

— Ótima ideia. — em seguida João desviou os olhos dos meus, indo com eles direto para a minha boca e então eu dei um passo para trás de pressa.

— Vamos?

Ele sorriu e assentiu. Continuamos andando, até que chegamos de frente para a queda d'água e aquele lugar era do mesmo jeito de que eu me lembrava. Abri um sorriso e na minha memória, um filme passou rapidamente, me lembrando de todas as vezes que estive ali.

— Então... Como foi você que sugeriu nadarmos pelados, pode tirar a roupa você primeiro. — ele disse rindo largamente e me mostrando aquelas benditas covinhas.

— Eu estava brincando, João.

— Que pena. — João fez cara de triste, dei um tapa leve nele e ambos rimos.

Sentei-me em uma pedra, de frente para a queda d'água maior e cruzei as pernas. João sentou-se ao meu lado, espalmou as duas mãos atrás do corpo e deixou as penas esticadas, mas antes colocou a playlist do seu celular para tocar e a primeira música era The reason, da banda Hoobastank.

Sorri para ele, pensando que tem coisas que nunca mudam. Me lembro do quanto João gostava desse tipo de música e o quanto o rock embalou nossas tardes de amor na casa dele. Ops! Para de pensar o que não deve, Mariana!

Peguei uma pedra, joguei na água que corria bem a minha frente, na tentativa de parar de pensar besteira e João soltou uma risada baixa que chamou a minha atenção.

— O que foi? — perguntei com a testa franzida.

— Não lembrava que você era tão brava quanto foi hoje.

Dei uma risada sem graça e fiquei com um pouco de vergonha de como agi com aqueles seguranças, mas não me arrependo.

— Ah! Eles mereceram que eu fosse. — voltei a olhar para longe.

— Gostei de te ver me defendendo. Acho que ninguém nunca brigou por mim assim.

Olhei para ele.

— Já sim, sua mãe.

— Minha mãe? — ele perguntou sem entender.

— Olha, digamos que eu conversei com ela e ela me mostrou o quanto eu fui injusta no passado.

Ele se sentou ereto e ficou na mesma posição que eu.

— Olha, Mari, me desculpa se...

— Ela não me falou nada que eu não merecesse. — coloquei o dedo na sua boca para que ele parasse de falar e ele assentiu olhando para frente e ficando em silêncio.

— Minha mãe viu como foi difícil para mim. — João falou pensativo, depois de um breve silêncio. Então ergueu os joelhos, apoiando os cotovelos sobre eles.

— Para mim foi quase que insuportável. — falei e engoli em seco.

Ele me olhou intensamente e eu tive que reunir todo o meu autocontrole para mudar de assunto e tirar meus olhos dos dele.

— Mas me conta, como foram todos esses anos para você?

Ele sorriu com a lembrança.

— Depois que entrei para a faculdade foi curtição e zoeira com os amigos.

— Pegava geral?

Ele assentiu parecendo se divertir com a lembrança.

— Nem te conto o motivo da minha casa noturna se chamar Angels. — ele riu um sorriso safado, mostrando as covinhas e estreitando os olhos. Meu Deus!

— Já estou curiosa para saber.

— Anjos da noite, que levam as mulheres ao céu. — seu sorriso se abriu tão largamente que as suas covinhas se espalharam.

— Sério? — falei também rindo.

— Muito sério.

— Ai, João! — o empurrei rindo.

Fiquei pensando no apelido e me lembrando de tudo que aconteceu no passado, posso dizer que ele não é um anjo do sexo e sim um deus. Mais uma vez lembrei-me das tardes na casa dele e era sempre tão bom. Senti meu rosto quente, ele percebeu e eu continuei a conversa:

— Dessas mulheres que passaram pela sua vida, nenhuma chegou perto de te tirar da vida bandida? — sorri.

— Olha, depois de... — ele pareceu medir as palavras e pensar no que iria dizer. — depois de você, eu nunca mais fui igual. Me tornei um cafajeste. Pegava geral, iludia as mulheres e quando elas se apegavam, eu não conseguia seguir e acabava pisando na bola ou simplesmente acabava com tudo. Você me estragou.

Olhei para ele com um sorriso triste e sem graça. Senti-me culpada por todo estrago que fiz na vida dele e consequentemente pelo rastro de desilusões que esse homem lindo causou.

— Mas acho que na verdade, eu não conseguia seguir, por tudo ter acontecido de uma forma tão sem sentido e eu ter ficado sem explicação. Agora que já conversamos, eu tenho certeza que a minha vida vai seguir.

Ele colocou a mão no meu ombro para me consolar e eu assenti.

— Claro que vai. — tentei sorrir, mas meu sorriso saiu tão fraco e sem vontade que a minha certeza de garantir que ele seria feliz com outra pessoa, pareceu mais com uma tristeza camuflada.

— Mas me diz... E você e o noivo, como se conheceram?

— Estudamos engenharia, juntos.

— E foi amor à primeira vista? — era impressão minha ou ele estava sendo irônico?

— Não. Ele me ajudou com a minha tristeza.

João assentiu e olhou para a cachoeira, mas perguntou após um breve silêncio:

— E você o ama?

Houve mais um silêncio e sinceramente o que me deu vontade de responder foi: não como te amei, mas me contive e respondi:

— Amo.

Ele assentiu mais uma vez, pensativo, e depois sorriu.

— Que bom! Alguém vai ser feliz.

Eu não entendi o que ele quis dizer, mas fomos tirados da nossa conversa pelo barulho de algumas pessoas se aproximando do outro lado da cachoeira.

— Você não disse que queria entrar?

Dei de ombros.

— Ah, a água deve estar fria e não trouxe toalha, vou congelar depois que eu voltar para a moto.

— Verdade. Mas podemos marcar de novo essa semana. — ele pareceu tenso ao fazer o convite. — Se bem, que nada a ver, né? Vou acabar te atrapalhando e você tem que arrumar as paradas do casamento.

— Olha, se não for te atrapalhar, com a Angels e tal... Eu iria adorar. — sorri sem jeito.

Ele olhou para mim, abriu aquele sorriso perfeito, com dentes perfeitos e aquelas covinhas lindas e aí eu percebi que eu estava perdida... E sinceramente... Sem nenhuma vontade de achar o caminho de volta.

https://youtu.be/axmzJPwz-mM

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