Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Isabela


Isabela

Depois da ida à biblioteca subi para o meu quarto já imaginando a tristeza que seria mais uma vez almoçar sozinha, pois provavelmente a minha sogra ou estaria indisposta e comeria no quarto ou tinha saído para ir à igreja, um hábito que ela tinha adquirido há pouco tempo, e com isso me pegava pensando para que ir tanto a igreja se a cada oportunidade que tinha ela falava mal de alguém ou me colocava para baixo.

Sentada na minha cama pensei nas opções do que eu tinha para fazer ali naquela casa... Nada!

Eu não tinha nada para fazer que fosse útil, a não ser apenas a vida de madame que o Pietro queria que eu levasse: shopping, cabeleireiro, manicure, piscina e futilidades, sendo que mesmo ele preferindo que eu fizesse essas coisas nas horas vagas, o que eu mais gostava de fazer era ler ou assistir filmes e séries.

Pensei que essa era a vida que muitas pessoas gostariam de ter, uma vida de luxo e glamour, mas eu descobri depois de anos vivendo naquela casa, que eu não era essa pessoa e eu não era a boneca que o Pietro e seus pais gostariam que eu fosse. Me lembrei de quando ouvi Othon dizer que não queria ser meu segurança por esse motivo e eu concordava com ele, eu também não estava feliz com aquela vida, nem com a pessoa que eu era, mas amava o meu marido e por ele eu me mantinha fazendo exatamente o que ele queria e abria mão das minhas vontades e preferências.

Ao pensar em Othon, me lembrei do que ele me disse sobre pessoas que têm problemas piores que os nossos e me peguei pensando no quanto eu era mesquinha e mimada, eu tinha absolutamente tudo que eu precisava e ainda assim sentia uma tristeza dentro de mim sem motivo nenhum. Eu podia ter o que eu quisesse e apesar disso, na solidão do meu quarto, eu reclamava. Balancei a cabeça em negativo, como se com esse gesto eu conseguisse tirar todos os pensamentos ruins que me colocavam em uma espiral negativa e de sentimentos ruins e depois de alguns minutos resolvi descer para almoçar.

Enquanto eu descia as escadas que davam para a grande sala, era impossível não voltar a melancolia, já que o silêncio daquela casa enorme às vezes me sufocava, era tudo tão grande e silencioso que até me dava vontade de gritar feito louca e pular no sofá como uma criança, só para eu ver um pouco de bagunça naquele lugar.

Fui criada com as minhas duas irmãs Pamela e Nathalia e juntas aprontávamos tanto que eu só conseguia pensar que se tivéssemos crianças correndo pela casa elas fariam tudo ali mais feliz. Achava que até a minha sogra seria mais feliz. Crianças ocupariam o vazio sonoro da casa com suas risadas e eu tinha esperança que um dia isso acontecesse e que preencheria o coração de todos que moravam ali.

Cheguei à mesa que foi preparada para o almoço e apenas um lugar na grande mesa estava posto. Pensei na minha sogra e ao olhar para o relógio pendurado na parede percebi que já passava de uma da tarde e ela já devia ter almoçado, sinceramente eu não ia querer almoçar com a presença dela me recriminando a cada garfada e dizendo o quanto eu tinha que deixar o cabelo crescer ou usar um coque como o dela que valorizaria muito o meu rosto, além de dar um toque requintado a mim.

Mais uma vez olhei a mesa e imaginei meus filhos sentados ali comigo, filhos esses que Pietro mesmo depois de seis anos de casado dizia ser cedo para tê-los. Minha sogra sempre dizia que eu tinha que ter filhos e na frente do Pietro sempre pedia insistentemente por netos com o seu sorriso falso no rosto, mas era repreendida pelo filho sempre que o fazia. Depois de um tempo comecei a achar que ela fazia de propósito para me magoar.

Me lembrei de quando Pietro e eu nos conhecemos e o quanto me apaixonei por ele de cara, ao vê-lo no restaurante em que eu era Chef. Cozinhar era algo que eu amava e por isso me formei em gastronomia, abri meu restaurante que era sucesso e recebia as pessoas mais importantes da cidade, inclusive o dono da maior Mineradora da região e o homem pelo qual eu me apaixonei e me casei.

Amei mais o Pietro que a mim e a minha profissão, a ponto de largar o que eu amava fazer, porque ele me pediu assim que nos casamos, alegando que eu não precisava mais trabalhar, entretanto, depois descobri que também era por que os pais dele me viam como a cozinheira da casa e isso envergonharia a família, então por amor ao meu marido eu nunca mais cozinhei, mesmo que o título cozinheira fosse exatamente o que eu era e eu tinha orgulho de o carregar, mas por ele eu larguei.

Um tempo depois do nosso casamento eu tentei cozinhar para o Pietro, mas ele chegou no meio do preparo e me fez largar tudo dizendo que a empregada terminaria aquilo, que a cozinha não era o meu lugar e ele nem notou que eu estava fazendo para agradá-lo e além disso, o que mais me irritou naquele dia foi que ele nem sequer sabia o nome da pessoa que trabalhava cozinhando para ele e a chamava apenas de cozinheira. Mais tarde naquele dia e chateada por não ter podido fazer o que eu amava, eu chamei sua atenção em relação a isso e ele me disse que foi criado assim, mas que por minha causa se informaria sobre o nome dos funcionários, entretanto, tinha tanto desdém na voz que em protesto eu decidi que os empregados me chamariam pelo nome e eu insisti que seria assim ou eu não queria ninguém para trabalhar na nossa casa e como ele viu que eu estava triste por ele ter estragado o jantar que eu estava preparando, mesmo contrariado acabou acatando.

Eu ainda olhava para a grande mesa com os lugares vazios e pensava na minha solidão, quando Fátima, que era a funcionária que ajudava a Selma na cozinha, me serviu e eu perguntei por Selma, Fátima me disse que ela estava na cozinha e sem pensar eu disse a ela que podia fazer outra coisa e que quando eu fosse almoçar eu a chamaria, com isso ela saiu e eu resolvi ir até a Selma.

A cozinha era um dos cômodos da casa que eu mais gostava, acho que além de ser por causa da gastronomia era também porque ali sempre tinha alguém durante o dia e era o único cômodo em que eu não me sentia sozinha. Assim que cheguei na porta de vidro que dava acesso a grande cozinha, ali sentado na ilha e almoçando, estava o Othon que não notou que eu havia chegado. O observei por um instante e ele tinha um perfil intimidador com a cara de mau típica de segurança, cabelo raspadinho e uma barba por fazer enfeitava seu rosto. Seus olhos apesar de quase não me olharem diretamente, percebi que eram castanhos bem claros ou de um verde bem escuro. Fiquei na porta da cozinha mais um pouco, o encarando comer e ele estava sozinho, vi seu maxilar bem marcado se movimentando, eu adorava ver as pessoas comendo, talvez por isso eu tivesse estudado gastronomia.

⸺ Quer alguma coisa, Isabela? ⸺ Selma me perguntou, assim que entrou na cozinha e me viu.

Humm... Não, vim para conversar com você, mas eu volto outra hora.

Othon me encarava e parecia sem jeito.

⸺ Já terminei e estou de saída ⸺ falou e ia se levantar, mas olhei para o seu prato e vi que ainda estava quase cheio, então o parei.

⸺ Não, fique! Bom, na verdade se não for incomodar vocês, eu gostaria de almoçar aqui. ⸺ Ambos me olharam com receio e até com estranheza e eu continuei: ⸺ não aguento mais almoçar sozinha todos os dias. ⸺ Sorri sem jeito.

⸺ Senta aqui, Isabela, tenho certeza que Othon não se importa. Bom, mas talvez o seu Pietro que não goste se souber.

⸺ Ele ainda demora. Sabe onde está minha sogra? ⸺ perguntei, já me aproximando e ocupado a banqueta ao lado do Othon.

⸺ A senhora Nice foi a um terço na catedral e depois ficaria para a missa e a vigília das mulheres, Jackson a acompanhou. Ela deixou avisado com a Maísa. ⸺ Assenti.

Maísa era a secretária que tínhamos em casa, uma espécie de mordomo moderno. Vi que Othon sorriu com deboche quando dona Selma citou que Jackson havia acompanhado minha sogra à missa e talvez eles tivessem uma piada entre eles sobre isso. Notei que quando ele sorria, seus olhos se fechavam e o davam uma aparência infantil em meio ao rosto carrancudo de segurança. Achei bonito.

Sentada ao lado do Othon percebi que ele parecia desconfortável com a minha presença ali, mas eu ia almoçar ao seu lado assim mesmo, já que Selma havia colocado um prato com lasanha para mim e me deu os talheres, depois saiu dizendo que estava de olho em um pão que estava assando do lado de fora, em uma cozinha à parte, cozinha essa que eu pedi para o Pietro de presente, mas para não arrumar uma confusão enorme com isso, eu nunca cozinhei nela.

⸺ Você mora aqui perto? ⸺ puxei assunto com o Othon.

⸺ Mais ou menos, uns dez minutos de moto. ⸺ Ele realmente era sério e falava pouco, mas pelo menos o vi sorrir ainda a pouco.

Hummm... ⸺ murmurei.

Ficamos em silêncio, mas eu o pedi:

⸺ Depois você pode me passar o nome das músicas que ouvimos no carro?

Ele me olhou, sorriu e assentiu, depois ficamos em silêncio novamente.

⸺ Você é casado, Othon?

Percebi que ao perguntá-lo sobre sua vida pessoal ele se retesou, tomou água e depois se levantou.

⸺ Não, eu moro sozinho. Dona Isabela, acho melhor a senhora não ficar conversando comigo aqui na cozinha, seu marido pode não gostar. Vou estar lá fora conferindo tudo e caso a senhora precise de mim ou queira sair é só chamar.

Dona Isabela... de novo!

Ele virou as costas, colocou seu prato na pia e saiu da cozinha, me deixando comendo sozinha. Depois de uns minutos, pela porta por onde ele passou Selma voltou e eu a perguntei:

⸺ Othon é sempre tão sério assim?

⸺ Sempre, mas sabe, os outros seguranças são amigos dele desde a infância e me contaram que a vida dele não foi fácil e por isso ele é assim tão sério.

⸺ Você sabe o que aconteceu com ele?

⸺ Sei por cima, pois eles também não gostam de tocar no assunto, mas parece que a vida dele é cercada por perdas de pessoas importantes.

Assenti.

⸺ Coitado! Mas eu podia ter caído com um protetor um pouco mais alegre, , Selma? A minha vida já é tão séria pra ter mais seriedade. ⸺ Ri.

Selma subiu as sobrancelhas como se quisesse me dizer algo, ela sempre fazia isso quando queria me contar alguma fofoca da casa.

⸺ Me conta ⸺ falei, rindo.

⸺ Conto, mas já sabe, preciso desse emprego então eu nunca te contei nada.

⸺ Claro, confie em mim.

Ela pareceu pensar se realmente devia me contar, mas contou:

⸺ Soube que quem escolheu o seu segurança foi o senhor Pietro e ele pediu ao Gerson que fosse o menos falante e o mais sério de todos, o mais fechado para que tivesse menos contato com você.

Ergui as sobrancelhas em surpresa e me perguntei por que Pietro faria esse tipo de pedido. Ele desconfiava de mim?

⸺ Seu marido te ama e tem ciúme de você ⸺ Selma falou, sorrindo como se quisesse acalmar meus pensamentos e eu também sorri para ela em resposta.

⸺ Sim, tem e para ele o quanto menos eu conversar com qualquer pessoa que seja, melhor.

Ela me olhou sem jeito e até parecia com pena.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro