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Capítulo 15

Não tenha com você pessoas que te preencham e sim pessoas que te transbordam.


Capítulo quinze

Othon

Eu estava respirando com dificuldade quando me joguei ao lado da Isabela que abaixava o vestido, após termos feito um dos melhores sexos da minha vida. A vi se sentar, então a puxei de novo para se deitar na cama e olhei em seus olhos.

— Me perdoa por eu ser um idiota, ciumento e apaixonado? — Dei um beijo na sua testa e passei o indicador pelo contorno do seu rosto, na intenção de guardar cada pedacinho dele na memória.

— Perdoo, mas não me deixa mais e você precisa voltar para a mansão. Você é a única coisa que me faz querer sair do quarto.

Me separei dela e sentei-me na cama.

— Não sei se consigo voltar para lá.

Ela sentou-se ao meu lado.

— Dessa semana não vai passar e aí seremos só nós dois. — Ela pareceu pensar e disse baixo: — Eu estou tentando encerrar com o Pietro desde o baile, mas não o vejo e quando ele chega tem sempre bebido.

— Você ia falar com ele no dia do baile?

— Estou decidida desde o dia do nosso beijo na dispensa, mas...

Dei um beijo nela e me senti culpado por ter causado todo esse estresse, ela sorriu em resposta.

— Não se sinta culpado, foi bom a briga para ter essa reconciliação. — Ela me empurrou de volta na cama e se deitou em meu peito. — Mas preciso que você volte até eu resolver tudo, o que será logo, me sinto mais segura com você lá e não me refiro apenas pela pessoa que faz as ameaças, mas... por todos daquela casa.

Olhei para ela e sorri tentando tranquilizá-la. Pensei se o Pietro teria dado motivo para que ela tivesse medo dele, mas achei melhor não perguntar naquele momento em que estávamos com os sentimentos bons e ruins à flor da pele.

— Eu vou te proteger sempre. — Dizer essa frase em voz alta fez um calafrio subir por minha espinha.

Girei Isabela na cama, dei um beijo casto e levantei-me, mudando de assunto para dissipar a sensação ruim, enquanto ia até a pia pegar água.

— Como você chegou até aqui, minha bravinha?

Ela sorriu.

— Ricardo me trouxe e inclusive está lá embaixo e deve ter ouvido toda a gritaria e depois todo o silêncio.

Eu ri.

— Converso com ele depois.

— Eu admiro muito a amizade de vocês — falou e veio perto de mim.

— Eles são tudo que eu tenho... Bom, agora tenho você.

Isabela sorriu para mim e cada sorriso que ela dava acertava meu coração.

— Sim, você me tem. Sou completamente sua.

Olhei para ela e sorri.

— Seu apartamento é lindo! — mudou de assunto.

Kitnet. — Eu a corrigi e ela deu de ombros como se não houvesse diferença.

— Eu moraria aqui e tenho certeza que seria muito feliz.

Ergui a sobrancelha para ela e perguntei:

— Depois de morar em uma mansão, você seria feliz em um Kitnet?

Ela cruzou os braços na frente do peito, em uma postura ofensiva.

— Se quer saber, para mim seria ótimo, , seu Othon? Só não sei onde eu colocaria as crianças. — Parecia estar pensando alto e quando se deu conta de que eu a olhava com um olhar assustado, me olhou envergonhada e disse:

— Só estou brincando.

Fui até ela, a puxei para mim e a beijei.

— Filhos? — perguntei, a ideia de amar mais pessoas e perdê-las ainda me apavorava e acho que ela notou na minha expressão.

— Eu sempre sonhei com filhos. — Abaixou a cabeça envergonhada.

— Se for te fazer feliz eu terei quantos você quiser.

Isabela me olhou com os olhos marejados e parecia radiante com a minha resposta.

— Se você soubesse o quanto me dizer isso te faz perfeito... — Me beijou.

Eu não sabia ainda como controlar a sensação demedo de perder tudo, mas pela Isabela eu tentaria vencer essa sensação, a mençãode filhos fazia o buraco negro do medo no meu peito se abrir, entretanto asmãos dela por todos os lados do meu corpo me faziam esquecer por hora e aí começamostudo outra vez.

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