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Capítulo 12


Capítulo doze

Chegou o dia de mais uma quimioterapia e era a sessão número onze, a penúltima do ciclo de doze e dei graças a Deus que estava acabando.

Levantei naquele dia, mas não queria levantar, não queria passar por todos os efeitos colaterais novamente e não queria encontrar com o Mateus. Se a quimioterapia tinha os efeitos colaterais, Mateus que desde que eu o reencontrei vinha sendo o meu remédio mais forte contra a depressão causada pela doença, também tinha o efeito colateral de eu ficar perto dele que era o amor que eu sentia e a dor por não poder estar bem para ele.

Fazia quatro dias que eu não o via, desde a nossa noite deplorável, e se ter ficado dois dias sem vê-lo depois do nosso primeiro beijo foi ruim, ficar quatro era horrível e eu estava morrendo de saudade e sentindo tanto a falta dele que eu chorava lutando contra a vontade de gritá-lo da janela do meu quarto, eu olhava o celular querendo ligar para ele e me martirizava querendo descer e andar pelo sítio para vê-lo, mas não o liguei e não fui atrás dele.

Fiquei o tempo todo no quarto e apenas dona Zilda ia me ver, preocupada e queria saber o que estava acontecendo entre Mateus e eu, mas eu sempre dizia que não estava acontecendo nada e eu só queria ficar sozinha.

Minhas noites sem dormir voltaram com tudo e eu rolava na cama imaginando como seria perfeito se eu fosse saudável e pudesse viver esse romance com o Mateus, sem amarras e sem contras, apenas nós dois e o que sentíamos.

Eu sabia que ele sentia algo por mim, eu só não sabia se era amor ou só atração, mas naquele momento eu tinha certeza absoluta que eu o amava, estava claro para mim que eu tinha me apaixonado por ele desde sempre e não era justo prendê-lo a mim.

Não cheguei perto da sacada para não vê-lo e eu estava sentindo tanto a sua falta que chegava a doer, mas era melhor assim, pois eu percebi que não conseguiria ficar ao seu lado mais e manter a nossa relação apenas na amizade.

Quando contei para a minha irmã tudo que tinha acontecido, ela me encorajou a continuar com o Mateus e a conversar com a minha oncologista e com a ginecologista que me explicariam o motivo da dor e como consertar isso, mas era muito mais que somente a dor, depois daquela noite pensei que teriam dias, semanas ou até meses que podia ser que eu não tivesse vontade nem ânimo de fazer sexo com o Mateus e ele sendo saudável não merecia ser privado de uma vida normal.

Sheila brigou muito comigo, disse que Mateus não era esse tipo de homem e entenderia, me amaria e me acolheria como fosse, mas eu estava decidida a dar tudo por encerrado com ele por mais que doesse e estava doendo.

Desci para a sala com a minha bolsa e estava esperando o Mateus para irmos ao centro oncológico. Meu coração traidor já estava batendo acelerado, doido para vê-lo e foi só eu colocar meus olhos nele, alto, lindo e com o rosto sério entrando na sala da minha casa que meu corpo se agitou e Mateus tinha mais efeito nas minhas terminações nervosas que qualquer droga que me corpo recebia na quimioterapia. Ele fazia todos os meus hormônios se agitarem, meu coração acelerar, borboletas voarem no meu estômago e minha boca ficar seca.

— Bom dia, você está pronta? — ele falou comigo de maneira tão seca e sem carinho que eu me senti vazia.

— Bom dia — o cumprimentei sucinta. — Sim, já podemos ir.

Ele assentiu e juntos saímos porta afora, andamos até o carro e me acomodei do lado do passageiro e Mateus no do motorista.

Eu já tinha feito a pré-químio no dia anterior, mas quem havia me levado tinha sido o senhor Antônio, já que Mateus disse ter compromisso, mas eu achava que era só para me evitar.

Enquanto o carro seguia eu olhava para a paisagem rural a nossa volta e pensava em como passamos de uma amizade bonita para todo o silêncio ensurdecedor dentro do carro.

Passamos quatro dias sem nos ver e naquele momento que eu estava ao seu lado, me sentia envergonhada pela última vez que nos vimos e vazia por não tê-lo como amigo mais como antes.

— Você está bem? — ele perguntou, me tirando do silêncio, mas ainda continuava sério e olhava apenas para a estrada.

— Sim e você?

— Sim também.

— É... caso não queira usar seu carro para me levar ao hospital, podemos ir com o meu. Vamos no seu desde quando você voltou que nunca pensei em oferecer meu carro que está lá parado na garagem do sítio.

— Eu prefiro ir com o meu.

— Ah, tá.

Voltamos a ficar em silêncio durante todo o caminho e eu estava segurando para não chorar, eu nunca fui chorona, mas tudo aquilo estava mexendo muito comigo, pois além de estar triste com toda a nossa situação eu ainda tinha que enfrentar todo o mal-estar que a químio me faria sentir e ele que estaria comigo, pois mesmo que ele não quisesse estar, tinha o coração bom demais para dizer isso, então sem esperar para ver eu o liberei:

— Se não quiser ficar comigo hoje, não precisa, eu peço para a sua mãe ou também pode ser que nada aconteça e eu fique bem sozinha mesmo.

O vi respirar fundo, como se até quisesse me xingar, mas depois ele apenas assentiu.

Chegamos ao hospital e como sempre fui receber minha dose de cura já pré-estabelecida pela médica. Pedi para a enfermeira, que se tornou a minha amiga, que se a minha médica estivesse de plantão aquele dia e fosse passar por ali, que eu gostaria de falar rapidamente com ela, a enfermeira disse que ela estava e que daria o recado.

Minha médica também havia ser tornado minha amiga e eu a adorava, era uma pessoa muito humana e positiva e mesmo nos meus piores momentos ela me colocava para cima, me mostrando a realidade da situação, mas não me deixando desanimar e quando Sheila ia comigo as consultas as duas ficavam um bom tempo conversando.

No momento em que entrei na pequena sala e comecei a receber a medicação, imaginei que Mateus ficaria ali comigo como das outras vezes, mas ele só esperou eu estar presa recebendo a droga da químio para dizer:

— Liara, vou ter que sair, mas acho que volto logo... na verdade, não sei quanto tempo ao certo. Bom, quando você terminar estarei aqui.

Assenti sem conseguir olhá-lo por muito tempo e com isso ele saiu da pequena salinha me deixando sozinha com meus pensamentos.

Fiquei lendo um romance enquanto esperava o remédio acabar e não demorou muito até que a minha médica apareceu.

— Olá, Liara.

— Olá, doutora. — Sorri para a presença dela, pois eu já estava cansada de ficar sozinha.

— Aqui estou, diga-me o que você deseja.

Me sentindo envergonhada contei para ela sobre a noite com o Mateus, falei que senti desejo, sobre a dor e perguntei o que tinha acontecido.

— Infelizmente isso é um dos efeitos colaterais da químio, mulheres em tratamento podem apresentar secura vaginal e estreitamento do canal vaginal provocando dores durante as relações sexuais. Mas isso não significa que não podem fazer sexo, viu?

— Não acredito que eu vá tentar de novo, mas gostaria de saber tudo.

— Então, para aliviar a falta de lubrificação, existem diversos hidratantes vaginais e lubrificantes naturais. Podemos ver qual o melhor para você. Testar diferentes posições também pode tornar o momento mais íntimo e agradável. Como muito se fala por aí, as preliminares muitas vezes são consideradas até melhores que o ato sexual em si. — Ela pegou a minha mão e sorriu amigável. — Então abuse dos carinhos, faça uma boa massagem e curta e se entregue neste momento a dois. Para as mulheres o orgasmo muitas vezes pode aparecer sem a penetração e o mesmo serve para os homens, você pode agradá-lo de outras formas.

— Acho que nem vem ao caso, não tenho um relacionamento. Essa foi só uma situação isolada e não vai mais acontecer.

— Primeiro você tem que ficar calma e não desistir de tudo justamente por esse caso isolado que só aconteceu por você não ter as informações corretas. Não se prive e caso a oportunidade aconteça, você já sabe e inclusive vou anotar para você uma receita com o lubrificante. Ah, e o mais importante, se previna, camisinha sempre! Seu uso é fundamental enquanto estiver com a imunidade baixa. É possível que algumas infecções sejam transmitidas na hora do sexo e a pessoa em tratamento não pode se arriscar, além da gravidez.

Assenti pensando em o quanto fui irresponsável em me entregar daquele jeito ao momento sem pensar que além de tudo, eu estaria colocando a minha saúde em risco também, digo, mais em risco. Eu devia ter conversado com a minha médica antes e me prevenido de todas as formas, principalmente da vergonha que passei com o Mateus.

Depois de me entregar a receita com tudo anotado, ela saiu para atender suas consultas e eu a agradeci por ter me atendido sem estar agendado.

Passei o resto do tempo quase todo sozinha e pensando onde o Mateus tinha se metido, pensei se ele estava evitando ficar a sós comigo e se ele estivesse, tinha toda a razão de fazer isso, mas depois de algum tempo enfim chegou, me cumprimentou de forma sucinta e sentou-se na poltrona ao meu lado.

— Você está bem? — me perguntou de novo e esse era o único assunto que tínhamos? Ele me perguntando se eu estava bem e eu o respondendo que sim. Que mentira, já que eu não estava nada bem.

— Você me já me perguntou isso hoje, na verdade foi a única coisa que me perguntou.

Ele me olhou sério e disse:

— Você que disse para eu me afastar, só estou fazendo o que você me pediu.

— Que difícil deve estar sendo para você estar aqui.

— Para mim não, mas para você que foi quem pediu distância.

— Sim, pedi e você atendeu com tamanha facilidade.

— Você não sabe o que está dizendo.

— Sei sim, foram quatro dias sem nem um oi.

Ele desencostou da poltrona e me encarou.

— Eu juro que não entendo você.

Soprei cansada.

— Me desculpa? — Fechei os olhos ao respondê-lo.

— Pelo o que está pedindo desculpas?

— Por tudo... e... Mateus, você não merece a minha grosseria misturada com carência.

— Tudo bem.

— Vamos continuar como estamos, porque você tem razão em não me entender, pois nem eu me entendo. — Ele apenas assentiu com o rosto sério.

Ficamos em silêncio novamente e ele durou até acabar a químio onde fiquei lendo meu livro e ele mexendo no celular, até que ele pegou um dos lados do seu fone de ouvido e colocou no meu para que eu ouvisse também. De início me assustei com o gesto repentino, mas voltei a focar no livro, pensando que ele só queria dividir o fone comigo, já que não me disse nada, então percebi que ele mexeu no celular e soltou a música linda que encheu meus ouvidos e o meu coração:

Como cortar pela raiz se já deu flor?
Como inventar um adeus se já é amor?[...]

Mateus escolheu uma música que tocou direto no meu coração, seus acordes delicados e lentos fizeram com que eu me perguntasse o motivo dele estar colocando-a para que eu a ouvisse, mas era certo que ela estava mexendo comigo.

Fui ouvindo e sentindo a intensidade de cada palavra:

[...]Não quero reescrever
As nossas linhas
Que se não fossem tortas
Não teriam se encontrado[...]

Doeu, pois eu senti dentro do meu peito a dor de querer arrancar alguém do meu coração que já entrou e talvez nunca irá sair, entretanto, a vida não é só amor e, às vezes, temos que fazer escolhas que nos machucam.

[...]Não me deixe preencher com vazios
O espaço que é só teu
Não se encante em outro canto
Se aqui comigo você já fez morada.

Enxuguei de modo discreto uma lágrima quando a música acabou e continuei fingindo ler meu livro enquanto era encarada por ele. Pensei que se ele usou a música para falar por ele, descobri que estávamos sentindo a mesma coisa, pois de maneira nenhuma eu conseguiria arrancá-lo de dentro de mim quando ele já havia criado raiz e estava completamente firmado em mim.

https://youtu.be/BDshrXp7LC0

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