O inesperado.
Fernando
Meu Deus! Eu não acredito nisso. Estou no estoque da Angels com a Clara. Transando com a Clara. E ela é linda irresistível e muito melhor do que eu imaginei todos esses dias. Muito melhor!
Estamos deitados, saciados e ofegantes no sofá, ela esta deitada com a cabeça no meu braço e parecendo com vergonha, preocupada. Está quieta demais.
— Você esta bem? — Perguntei erguendo o queixo dela com o indicador para que me olhasse.
— Você vai me demitir?
Sorri para ela.
— Não posso demitir uma funcionária tão boa. Literalmente boa, ótima, maravilhosa, gost... — Ela me deu um tapa me interrompendo, se levantou e me disse:
— Estou falando sério. Como vai ser nossa relação patrão/ funcionário?
— Somos bem mais que patrão/funcionário agora Clara. Na verdade já éramos né? Éramos amigos.
Ela me olhou sorrindo e o cabelo loiro, encaracolado dela estava jogado de lado, meio bagunçado a deixando ainda mais linda.
— Sim, somos. — Ela ficou séria e continuou: — Mas isso não vai se repetir.
Fiquei sério também.
— Por que não? Foi tão ruim assim?
— Foi ótimo, como nunca foi. — Ela baixou a cabeça envergonhada. — Mas eu tenho uma filha.
— E em que parte isso é um empecilho? — Perguntei franzindo a testa.
— A parte que tenho que manter os pés no chão e não sair do meu foco que é ela.
— Sejamos francos, a gente se curte, e desde o início, desde o primeiro dia que nos vimos, rola uma química, uma atração forte entre nós, e não adianta negar, porque mesmo você tendo se feito de durona eu senti. Então vamos só deixar rolar e quando estivermos a fim, se você quiser, porque eu sempre vou querer você, a gente continua.
Ela pareceu pensar e estar em conflito, mas por fim disse:
— Tudo bem. Então seremos amigos com benefícios?
— Se é isso que você quer. Seremos o que você quiser. Faremos do seu jeito.
— Isso é estranho. Não tenho essa experiência, você sabe do meu passado e nunca foi do meu jeito, sempre fui obrigada a aceitar o que me era imposto.
Ela ficou com o olhar triste e eu só consegui pensar: Onde eu acho o filho da puta do ex-marido dela para socar a cara dele?
— Mas comigo, sempre será você que manda, faço do seu jeito.
— Tudo bem. Mas a Mayara não pode saber.
— Mas você sabe que ela ficaria feliz em eu ser seu namorado não é?
— Mas não seremos namorados, seremos amigos com benefícios.
— Ai — Coloquei a mão no peito simulando ter levado um tiro. — Assim você quebra meu coração.
— Deixa de ser bobo.
Ela sorriu. Que sorriso lindo! E coloquei minhas mãos uma de cada lado do rosto dela e a beijei.
— Preciso ir, deve estar amanhecendo já. — Ela falou quando a soltei.
— Vamos, eu vou te levar.
Colocamos a roupa e a beijei com vontade mais algumas vezes, a levei em casa e quando ela se virou para entrar, sorriu para mim um sorriso que acertou bem dentro do meu coração.
Cheguei em casa e caí na cama sorrindo feito um bobo. Essa mulher mexeu comigo, e enfim eu a tive inteira para mim. Debaixo daquele rosto meigo e jeitinho de menina ela é um furacão que me deixou louco. Percebi em cada toque, que ela me queria tanto quanto eu a desejava, em cada passeio da mão dela no meu corpo.
Acordei já era à tarde, com meu telefone tocando e revirei os olhos quando vi que a chamada era da casa da minha mãe.
— Fala mãe.
— Não é a mamãe sou eu.
— Oi Dri.
— Maninho mais uma vez fui designada a te dar um recado.
— Manda.
— Nossos pais vão dar um jantar hoje e pediram para eu te convidar, querem selar a paz e batian e ditian também estarão aqui.
— Tudo bem, avise a eles que eu também estarei aí. Estou com saudade da batian. — Como toda a colônia japonesa, chamamos nossos avós assim, de batian e ditian e minha batian é maravilhosa, a melhor avó que eu poderia ter.
— Impressão minha ou estou sentindo você com uma voz bem calma. Nem reclamou de ter que vir na reunião de família. — Ri. Minha irmã me conhecia tão bem que sabia reconhecer meu estado de espirito até por telefone.
— Ah Adriana, coisas boas acontecem.
— E essas coisas boas tem algo a ver com a loira?
— Tudo a ver com a loira.
Ela riu.
— Sabia! Eu vi que você estava caidinho por ela.
— Caidinho também não, né irmã.
— Caidinho sim! Você foi andar de patins com ela e a filha. Isso é coisa de namorado, e namorado apaixonadinho.
Apaixonado?
— Não pira Adriana.
— Não estou pirando, estou constatando.
— Tá bom, olha, vou levantar e tomar uma banho e logo mais a noite nos vemos no jantar.
— Combinado. Vai trazer a namorada?
Essa minha irmã não tem jeito.
— Não tenho namorada e vê se me erra Dri! Beijos e nos vemos mais tarde.
— Beijoooosss — Ela gritou e desligou rindo.
Passei o dia todo pensando no que aconteceu entre mim e a Clara e só conseguia pensar que a queria de novo nos meus braços e no que dependesse de mim isso iria acontecer em breve.
Levantei-me comi alguma coisa, me joguei no sofá e a Clara não saía de jeito nenhum dos meus pensamentos então decidi ligar para ela e ouvir sua voz.
— Alô — Ela atendeu meio sem jeito.
— Oi Clara, liguei para saber se está tudo bem.
— Sim. — Ela respondeu e ouvi um pequeno sorriso. — E você?
— Desde hoje mais cedo, estou muito melhor e contando os minutos para chegar a noite para te ver.
— Eu igual.
Senti um calafrio no estomago e uma alegria em ouvir que assim como eu, ela também tinha gostado do que aconteceu entre nós.
— Fernando, queria que você soubesse que não sou assim. Não saio fazendo sexo logo na primeira vez que beijo um homem, na verdade só tinha feito sexo com o meu marido. Não sei o que aconteceu comigo — Ela parecia envergonhada.
— Não se preocupe, sei exatamente o que aconteceu com você. O mesmo aconteceu comigo. Atração! Me sinto completamente atraído por você desde o dia que te vi na entrevista.
Ouve um silêncio e enfim ela respondeu:
— Sim.
E eu sorri.
— Fico feliz que se sinta atraída por mim.
— Eu também fico que seja atraído por mim.
E o sorriso no meu rosto era tão largo que eu mal conseguia falar.
— Clara, eu tenho que desligar, mas nos vemos mais a noite. Vou chegar um pouco mais tarde, mas estarei lá. Até mais tarde linda.
— Tudo bem, então até mais tarde lindo.
Ficamos os dois em silêncio, mas nem um dos dois deligava. Ouvi a respiração dela acompanhada por um suspiro que parecia uma risadinha e por fim ela desligou. Fiquei olhando para o celular e sorrindo feito um bobo. O que essa mulher está fazendo comigo?
Levantei-me do sofá para fazer algumas ligações relacionadas à Angels, e então me preparar para o jantar em família, mas antes de qualquer coisa, acabei de ter uma ideia. Preciso ligar para um certo lugar e fazer uma surpresa, para uma certa pessoa.
*
Cheguei á casa dos meus pais atrasado e todos já estavam lá. Meus pais, a Dri, batian e ditian. Meus avós tinham a cabeça branquinha e rugas de sabedoria. Meu vô tinha um olhar carrancudo e minha vó uma carinha sorridente, os olhinhos puxados quando ela sorria quase se fechavam por completo. Cumprimentei a todos e meu avô começou a conversar comigo:
— Como você está Nando?
— Estou bem ditian. E o senhor?
— Estou bem. Ainda trabalhando muito, não vejo a hora de você assumir o cargo de presidente da empresa, para eu e seu pai descansarmos.
Fiquei em silêncio e só assenti.
— Mas o menino ainda é muito novo para assumir a empresa e além do mais ele já tem o trabalho dele. — Minha vó intercedeu por mim e eu pisquei para ela por sempre me defender.
— Mas nada que um bom casamento não o faça crescer e mudar de vida. E falando nisso Fernando, como anda a Fabi?
Meu vô não sabia ser nada sutil.
— Acho que está bem Ditian.
— Acha? O pai dela disse que vocês têm saído muito juntos esses dias. — Meu vô estava me pressionando e estou começando a não gostar disso.
— Saímos como amigos. E nem foi tanto assim.
— Deixa o menino Seiji. Os jovens não são como nós, que não nos conhecíamos e nos casamos. Hoje o mundo é diferente.
— Mas pelo bem da tradição não deveria ser.
Revirei os olhos para a minha irmã que estava do outro lado do sofá, mas fui pego em flagrante pelo meu pai que viu o meu gesto e balançou a cabeça em negativa.
Jantamos, e durante todo o jantar o assunto que prevaleceu foi ou sobre a minha solteirice, ou sobre a empresa da família que eu tinha que tomar conta, ou sobre o meu casamento que tinha que sair o mais rápido possível e esses assuntos eram os que eu não queria falar nem com meus pais, nem com os meus avós, nem com ninguém. Mudei de assunto o quanto eu pude, por que se eles insistissem nisso eu teria de ser grosso e minha educação não permite que eu seja grosso com os mais velhos.
Quando voltamos para sala e estávamos tomando um chá depois do jantar, eis que meu avô solta o verdadeiro motivo desse jantar:
— Fernando, na verdade estamos aqui porque pedi para seu pai providenciar essa reunião em família para decidirmos o seu futuro.
— E como seria essa decisão?
— Você vai se casar com a Fabiana, todos os seus antepassados seguiram a linhagem e se casaram em beneficio da família e com você não será diferente.
— Os meus pais não se casaram.
— Filho, isso não está em questão. — Minha mãe se intrometeu na conversa.
— Quando a história é com vocês não está em questão não é? Mas o que não está em questão aqui é a minha vida pessoal. Eu não vou me casar com ninguém a não ser que eu a ame. O que não é o caso da Fabiana.
— Mas a Fabiana já aceitou o acordo, só falta você aceitar e enfim aceitar o seu futuro.
O que?
— Ela não pode ter aceitado. E Ditian o meu futuro está mais do que decidido, eu tenho a Angels E é lá que vou ficar. — Falei alto e grosseiro com meu avô.
Meu pai fechou a cara para mim e falou:
— Fernando você não pode falar assim com seu ditian.
— Deixem o menino vocês todos! — Minha avó tentou interceder por mim, mas eu já estava possesso.
— Eu posso. Vocês estão tentando decidir a minha vida, sem pensar em mim e só pensando em beneficio de vocês.
Levantei-me para sair e quando estava chegando à porta ouvi meu avô dar um grito abafado e quando me virei para ver o que foi, vi minha mãe, minha vó e minha irmã em cima dele e ele com a mão no peito, tentando respirar com dificuldade.
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